Por Philip Pullella

CRACÓVIA, Polônia (Reuters) - O papa João Paulo 2o. disse a uma enorme multidão no domingo que apenas Deus poderia decidir se ele poderia voltar para casa de novo e pediu aos fiéis que orassem por ele agora e após sua morte.

"Estou pedindo a todos os paroquianos para que rezem pelos vivos e pelos mortos e que rezem para o papa durante sua vida e após sua morte", disse o pontífice de 82 anos na noite de domingo.

O papa, em meio a uma viagem à sua terra natal que pode ser a última, fez os comentários quando parou seu papa-móvel em frente à Igreja de São Floriano, em Cracóvia, onde ele serviu de 1948-50, seu primeiro posto como padre após a Segunda Guerra Mundial.

João Paulo 2o., que se mostrou relativamente bem de saúde durante o fim-de-semana, raramente fala sobre sua própria morte, mas sempre disse que seu destino estava nas mãos de Deus.

Mais tarde ele fez uma breve visita aos túmulos de seus pais. Mas ele rezou de seu papa-móvel, como já havia feito em visitas anteriores ao cemitério.

As declarações do lado de fora da igreja foram feitas no fim de um dia em que ele rezou para cerca de 2,7 milhões de pessoas. Apesar do calor e de suas pesadas roupas litúrgicas, ele completou a cerimônia de três horas.

"Eu quero agradecer (a Cracóvia) por sua hospitalidade e eu gostaria de acrescentar 'verei vocês de novo', mas eu deixo isso completamente nas mãos de Deus", disse o papa, improvisando no final da missa.

O papa, que sofre do mal de Parkinson e outras doenças, brincou sobre relatos de que iria se aposentar. Quando a multidão gritou "fique conosco", ele respondeu: "Bonito, vocês estão tentando me persuadir a abandonar Roma".

Em seu sermão, o papa alertou sobre um futuro onde uma falta de respeito pela vida estava levando o mundo à destruição.

"O homem vive com medo do futuro, do vazio, do sofrimento e da aniquilação", disse ele.