Cansado de Tentar Defender Seus Superiores, Pr. Lessa?

Através de uma leitura atenta da Revista Adventista de fevereiro de 2002, observamos três artigos que fazem crítica à oposição e utilizam a mesma tática, pois referem-se à oposição de forma difamatória e generalizada, sem citar nomes ou sites.

Rubens Lessa, no editorial "Cansado de ser adventista?", na pág. 2, ao abordar o tópico "Condescendendo com a crítica" usa um terço de página para atacar a oposição. Na pág. 10, o pastor Alberto Timm, como mencionei em artigo anterior, ao focalizar o tema "Desafios Contemporâneos" usa meia página com o mesmo objetivo. E finalmente, na pág. 38, Marcos de Benedicto declara que a medalha que o papa recebeu de Bert Beach "causa arrepio nos mais conservadores", o que não deixa de ser uma crítica indireta à oposição que insiste em comentar a tal medalha.

Portanto, a Revista Adventista de fevereiro de 2002, pode ser considerada metade missionária, metade perseguidora velada da oposição, porque apresenta no início um editorial criticando a oposição, tem na metade de sua edição uma crítica à oposição e traz uma crítica velada em seu final. Coincidência ou combinação?


Vamos analisar o editorial de Rubens Lessa sob a ótica da Carta a Laodicéia. O texto de Apocalipse é considerado, ao mesmo tempo, uma crítica e um ato de amor de Cristo para com nossa igreja, interpretação essa aceita oficialmente. Portanto, Jesus Cristo é o crítico maior de nossa condição como igreja.

O editorial ao invés de reconhecer a condição da igreja assim se refere às críticas recebidas: "Via de regra, pessoas não vigilantes e ao mesmo tempo dadas a religião formal, caem facilmente nas malhas da crítica. Por não vigiarem a cidadela da própria alma, passam a vigiar a vida dos outros".

Então, podemos deduzir que Rubens Lessa interpreta hoje a repreensão à igreja de Laodiceia, ou seja, interpreta a crítica à nossa atual condição, da seguinte forma: "O autor da carta à igreja de Laodicéia por criticar a nossa condição como igreja, não é vigilante, é dado à religião formal, caiu nas malhas da crítica por não vigiar a própria alma e passou a vigiar a vida dos outros."

Depois, Rubens Lessa mostra o verdadeiro objetivo de seu ataque velado ao afirmar: "E não poupam ninguém, líderes e membros da igreja". Essa frase tem duplo propósito, o primeiro é referir-se à oposição que não poupa a liderança, sendo o objetivo principal de seu artigo exatamente este: denunciar a oposição que, no seu entender, ataca injustamente os líderes da igreja. Mas isso não é tudo. O segundo objetivo, quando se refere ao ataque a membros, é colocar a membresia contra a oposição, ou seja, predispor os leitores da revista contra os veículos da oposição na internet.

Em seguida, Rubens Lessa assim afirma: "Com o tempo até mesmo doutrinas acalentadas com entusiasmo, passam a ser alvo de seu aríete implacável". Advinhem de qual doutrina ele está falando? Qual é a doutrina que hoje é vítima de crítica de ex-entusiastas? A doutrina da indulgência adventista, "salvação pelo dízimo"!

Logo adiante, Rubens Lessa afirma que "tais pessoas procuram solapar a solidez espiritual dos que estão no caminho da verdade." No entanto, o objetivo da carta à igreja de Laodicéia não é esse. É o de alertar os fiéis sobre a condição da igreja.

Para completar, Lessa diz que "a crítica na verdade é uma jeremiada, uma espécie de choro causada por frustrações e fracassos na vida". No mínimo, é um desrespeito referir-se ao texto profético de Jeremias como "jeremiada". Quanto ao choro causado por frustrações e fracassos, a oposição, como Jeremias, lamenta as frustrações que nos causam parte de nossa liderança e o fracasso que essas frustrações ocasionam em nossa missão profética.

Ao final do parágrafo que reproduzimos acima, o editorialista usa um argumento que, ao lê-lo, dá-nos vontade de chorar: "Enquanto alguns choram, outros vendem lenços." Lembramos, porém, que, enquanto muitos choram, poucos vendem lenços para muitos. Ou, na falta de lenços, oferecem CDs gravados pela filha, na revista que virou catálogo. Um argumento desses merece uma resposta dessas, Rubens Lessa!

Na seqüência do texto, pergunta: "Estamos nós cansados de andar no caminho da fé"? Não, não estamos cansados de andar no caminho da fé, estamos cansados da mornidão, do capitalismo, do ecumenismo e da perseguição de parte de nossa organização. Se estivéssemos cansados da fé, não estaríamos preocupados com a condição da Organização, que afeta a condição de nossa igreja. (E o senhor, não estaria cansado de ser obrigado a defender superiores indignos durante tanto tempo, pastor Lessa?)

Depois, como você viu acima, diz: "Já outros se colocam em cima do muro. Lá de cima "vigiam" os passos dos que estão dentro..." Com isso, o articulista quer dizer que a oposição fica numa posição cômoda, descompromissada, apenas vigiando a Organização...

Rubens Lessa finaliza o editorial afirmando que "a crítica é a arma dos fracos". Não seria a dissimulação a arma dos fracos, que escondem sua fraqueza utilizando o poder de penetração de uma Revista que tem mais de 40.000 exemplares?

Vamos reler o editorial de Rubens Lessa sob a ótica da carta a Laodicéia?

Conheço o teu editorial, ele não é frio, nem quente. Não é frio porque persegue a oposição de forma quente. E não é quente, porque não tem caráter missionário e não revela o nome de quem é criticado. Não sendo quente, nem frio, é morno. Sendo morno, merece ser criticado.

Em seu editorial dizes: faço parte da infalibilidade adventista, e não preciso de crítica nenhuma. Mas não sabes que seu editorial é pobre e que seu ataque à oposição está nu?

Aconselho-te que ouças a crítica refinada da oposição e que refines as tuas palavras não usando termos" como 'jeremiada'. E que ao escreveres, use colírio porque a oposição não é cega e sabe ler seus objetivos nas entrelinhas.

Repreendemos a Organização, porque amamos a igreja, porque amamos nossos irmãos adventistas, porque somos seguidores do amoroso crítico de nossa condição como igreja.

Arrepende-te e escreva com mais zelo, porque a missão principal de nossos líderes é a qualidade do trabalho missionário e não à perseguição a oposição em atos, artigos e editoriais.

Eis que bato nas teclas do teclado do meu computador e, assim procedendo, escrevo este artigo. Você, Rubens Lessa, fingindo que o que escrevo não existe, não responde.

Meu artigo é quente, sua falta de resposta é fria. Portanto, nossa relação continuará morna. Mas eis que estamos lendo com atenção a revista oficial e se ela for melhor redigida, não haverá críticas. -- Laodiceiano.com

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