Messias, o Grande Ministro do Santuário Celestial
(Sacerdote e Cordeiro)

 

O Sacerdócio Segundo a Ordem de Malki-Tsédec (Parte 2)

 

Sem dúvida alguma, dentro do Plano da Redenção, as funções do Filho do Eterno como nosso Sumo Sacerdote e Cordeiro, simultaneamente, são as mais importantes de todas. Porque delas depende a Paz e a Harmonia do Universo, bem como a nossa salvação. Por isso, nesta parte, iremos estudar um pouco sobre o Grande Ministro do Santuário Celestial. Assim poderemos avaliar os papeis do Messias como: Sacerdote e Cordeiro. E para isto, é importante, portanto, entendermos esta fundamental afirmação da Escritura Sagrada: “Pois todo sumo sacerdote é constituído para oferecer tanto dons como sacrifícios; por isso, era necessário que também este sumo sacerdote tivesse o que oferecer”. – (Heb. 8:3 – ARA – Cf. 5:1; 7:26-27).

Como é sabido, não resta qualquer dúvida que nesse verso, o apóstolo Paulo esteja falando de outro personagem, a não ser do Messias. Por isso, da mesma forma que pudemos ver no artigo anterior, que o Filho do Eterno é Rei de fato e de direito em todas as fases do Plano da Redenção. Embora com características diferentes. Já neste, iremos entender que Ele é de fato e de direito nosso Único e Todo Suficiente Sumo Sacerdote.

Para que o entendimento da verdadeira posição do Messias não fique envolto em dúvida, iremos analisar detalhadamente o verso 3 (três) citado acima. Porque Ele é tanto o nosso Sumo Sacerdote como o é também o nosso sacrifício, a nossa oferta ao Pai. Isso é o que fica patente no capítulo 10. Nele encontramos algumas afirmações tais como:

“... Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade. ... Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas”. “Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados”. – (Heb. 10:9-10 e 14 – ARA).

Contudo, vamos analisar o que foi declarado no verso 3 (três). Nele existem algumas afirmações positivas.

Primeira: “Todo sumo sacerdote é constituído”.

Segunda: “Para oferecer DONS E SACRIFÍCIOS...”.

Depois apontando para o Messias o Texto diz: “POR ISSO, ERA NECESSÁRIO QUE TAMBÉM ESTE SUMO SACERDOTE TIVESSE O QUE OFERECER”.

Portanto, o Messias, o Filho do Eterno foi constituído Sumo Sacerdote. Esta é a declaração do texto Sagrado:

Ora, o essencial das coisas que temos dito é que possuímos tal sumo sacerdote, que se assentou à destra do trono da Majestade nos céus, como ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, não o homem”. – (Heb. 8:1-3 – ARA).

No entanto, abaixo iremos analisar as implicações que existem do ato do Pai constituir o Seu Amado Filho nosso Sumo Sacerdote.

 

QUANDO O PAI CONSTITUIU O FILHO SUMO SACERDOTE?

Pela primeira afirmativa feita acima, embora ali se esteja abordando o sacerdócio segundo a ordem de Arão; por ela entendemos que ao ser aplicada ao Messias, pois esse era o objetivo do apóstolo, fica patente que foi o Pai quem o constituiu Sumo Sacerdote. Pois, assim está escrito: “... Considerai atentamente o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus, o qual é fiel Àquele que o constituiu...”. (Heb. 3:1-2 – ARA).

Depois o apóstolo escreveu: “Ninguém, pois, toma esta honra para si mesmo, senão quando chamado por Deus, como aconteceu com Arão. Assim, também, Cristo a si mesmo não se glorificou para se tornar sumo sacerdote, mas o glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei; como em outro lugar também, diz: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque”. “Tendo sido nomeado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Malquesedeque”. – (Heb. 5:4-6 e 10 – ARA).

E no que diz respeito ao juramento do Pai, quanto ao sacerdócio, o autor da Carta aos Hebreus escreveu:

E, visto que não é sem prestar juramento (porque aqueles, sem juramento, são feitos sacerdotes, mas este, com juramento, por aquele que lhe disse: O Senhor jurou e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre); por isso mesmo, Jesus se tem tornado fiador de superior aliança”. – (Heb. 7:20-22 – ARA).

Diante dessas passagens, entendemos que o Filho do Eterno foi constituído Sacerdote antes de Se tornar Homem. Por isso, Ele Se tornou o Fiador da raça humana, quando Adão e Eva foram vencidos por Satanás.

“... Antes que os fundamentos da Terra fossem lançados o Pai e o Filho Se haviam unido num concerto para redimir o homem, se ele fosse vencido por Satanás. Haviam-Se dado as mãos, num solene compromisso de que Cristo Se tornaria o fiador da raça humana. ...” – (Idem. O Desejado de Todas as Nações. 20ª 1997. p. 834.)

O apóstolo escreveu: “Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo. Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados”. – (Heb. 2:17-18 – ARA).

Ele deveria tornar-Se Homem, não para que posteriormente fosse designado Sumo Sacerdote; mas para que pudesse ser misericordioso em Seu Ministério, porque “naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados”. Se dissermos que o Messias não era “fiel Sumo Sacerdote” antes de ter Se tornado Homem, também, mediante o mesmo verso podemos afirmar que Ele não era “misericordioso”. Pois o verso diz: “para ser misericordioso”. No entanto, pelo verso entendemos que Ele ao tornar-Se semelhante aos irmãos, tornou-Se qualificado para interceder, consolar e, principalmente, julgar o ser humano. Da mesma forma Ele pode ser avaliado e julgado por todas as Suas criaturas, em todos os Seus atos, em prol da raça humana e na Sua luta contra o pecado, Satanás e os seus anjos malignos.

Depois o apóstolo acrescentou: “Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão. Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado”. - (Heb. 4:14-15 – ARA).

Por esses versos entende-se claramente quem foi tentado. Sim. Foi o nosso Sumo Sacerdote que foi tentado. Ele que veio viver e sentir em nosso lugar e por nós a força do pecado por meio das tentações que sofreu como Homem. O Sumo Sacerdote deveria ser semelhante aos irmãos. Porque o fato de ser o Cordeiro, era simplesmente para morrer por nós. Como Cordeiro Ele não precisava ser tentado. Apenas teria que morrer. Contudo, é verdade que não poderia ter defeito algum. Mas como Sumo Sacerdote, Ele também deveria ser perfeito, sem pecado. Portanto, vitorioso. Assim sendo, Ele pode interceder por nós. Principalmente pelo fato de ter vivido uma vida sem pecado, e mesmo assim, ter aceitou morrer pela raça humana pecadora. Por isso o Texto Sagrado afirma:

Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado”. - (Heb. 4:15 – ARA).

Uma outra passagem importante que devemos analisar é esta: “Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens sujeitos à fraqueza, mas a palavra do juramento, que foi posterior à lei, constitui o Filho, perfeito para sempre”. – (Heb. 7:28 – ARA).

Nesta expressão: “mas a palavra do juramento... foi posterior à lei”. Nela não está sendo afirmado que o Messias foi constituído sumo sacerdote apenas após a Sua ascensão ao Céu. Ela apenas assegura que o juramento do Pai “foi posterior à lei”. Contudo, ela não é uma negação de que Ele já fosse de fato Sumo Sacerdote.

O juramento citado acima nos faz entender o relato do Texto Sagrado escrito pelo profeta Daniel nos capítulos 10 e 12. No capítulo dez, é dito que Miguel – o Messias – veio em auxilio ao Anjo Gabriel.  No relato da aparição de Miguel, é dito que Ele estava vestido de linho. Além de ter sido também relatado alguns aspectos físicos de Sua aparência. E no capítulo 12, fica evidente que “o Homem vestido de linho (10:5)”, no capítulo dez, é o mesmo que “estava sobre as águas do rio (12:7)”. Além do mais, a descrição feita no capítulo dez, é semelhante a que foi feita por João, no livro do Apocalipse (Cap. 1:12-20).

Sobre esses dois capítulos Ellen G. White escreveu o seguinte:

Esta descrição é semelhante àquela dada por João quando Cristo foi revelado a ele na ilha de Patmos. Não foi outro personagem senão o Filho de Deus que apareceu a Daniel. Nosso Senhor vem com outro mensageiro celestial para ensinar a Daniel o que aconteceria nos últimos dias”. (A Santificação. 7ª ed. 1988. p. 56.).

Entretanto, não foi Miguel que tocou no profeta Daniel (Dan. 10:10 e 18). Porque conforme o relato do cap. 12:5-7, Miguelestava sobre as águas do rioe dois anjos, “um, de um lado do rio, o outro do outro lado”. Portanto, um deles, certamente o Anjo Gabriel, foi quem tocou o profeta Daniel e o consolou.

Por isso, devemos entender que o relato do capítulo dez de Daniel, não é apenas uma revelação da maneira gloriosa, que Miguel veio em auxílio ao anjo Gabriel aqui na Terra e, conseqüentemente, ao profeta Daniel. Portanto, somente por meio de uma comparação com uma revelação semelhante, que fora feita no livro de Apocalipse, é que podemos entender a revelação feita a Daniel. Porque a revelação feita ao profeta João, apresenta o Messias ministrando no Lugar Santo. É neste Lugar que se encontra o “candelabro de ouro puro” com suas “sete lâmpadas” (Êxodo 25:31 e 37 - ARA), o qual é representado pelos “sete candeeiros de ouro” – (Apoc. 1:20 - ARA). O “candelabro” representa o Messias, enquanto as “sete lâmpadas” ou “sete candeeirosé uma representação tanto da Igreja celestial (constituída de santos anjos) quanto da Igreja constituída de seres humanas comprados com o Sangue do Cordeiro.

“... Deus pôs essas testemunhas em relação de concerto com Ele próprio, unindo a igreja da Terra à do Céu. Enviou Seus anjos para cuidar de Sua igreja e as portas do inferno não puderam prevalecer contra Seu povo”. – (WHITE, Ellen G. Atos dos Apóstolos. 6ª ed. 1990. p. 11.)

Contudo, sobre o relato do Apocalipse, foi dito:

 “... Conquanto seja Sumo Sacerdote e Mediador no santuário celestial, é apresentado andando de um para outro lado entre as Suas igrejas terrestres. Com infatigável desvelo e ininterrupta vigilância, observa para ver se a luz de qualquer de Suas sentinelas está bruxuleando ou se extinguindo. Se os castiçais fossem deixados ao cuidado meramente humano, sua trêmula chama enlanguesceria e morreria; mas Ele é o verdadeiro vigia da casa do Senhor, o verdadeiro guarda dos átrios do templo. Seu assíduo cuidado e graça mantenedora são a fonte de vida e luz”. – (Ibidem. p. 586.)

Aqui, diante dessas citações, compreendemos que a revelação feita ao profeta João apresenta o Messias ministrando tanto no Lugar Santo como no “Átrio exterior do Santuário”. – (Apoc. 11:2). Isso também ocorreu antes que Ele Se tornasse Homem e quando Se tornou. No entanto, após a Sua ressurreição, Ele ficou ministrando aqui na Terra durante quarenta dias. E depois da Sua ascensão, apareceu a Saulo de Tarso (Atos 9:1-9) e ao discípulo amado na ilha de Patmos, onde revelou a ele o livro do Apocalipse.

“... Patmos, uma ilha árida e rochosa no mãe Egeu, ... Aqui, afastado das afanosas cenas da vida, e dos ativos labores dos primeiros anos, ele teve a companhia de Deus, de Cristo e dos anjos celestiais, e deles recebeu instrução para igreja por todo o tempo futuro...”. – (Ibidem. pp. 570-571.)

“... Deus deu aos homens a segura Palavra da profecia, os anjos e mesmo o próprio Cristo vieram para tornar conhecidas a Daniel e S. João as coisas que em breve deveriam acontecer. ...”. – (Idem. O Grande Conflito. 36ª ed. 1988. p. 521.).

Então, em função do que foi citado acima, podemos entender a descrição de Miguel, feita no capítulo 10:4-9 e 12:5-7. Nestas referências o Messias é apresentado ministrando no “Átrio exterior do Santuário”. A Terra corresponde ao Átrio exterior. Porque o “Altar do holocausto” estava no Átrio exterior. (Êxodo 40:1-10). E o lugar apropriado que corresponde ao “Altar de holocausto”, é Israel, porque foi lá que o Messias morreu como o Cordeiro de Elohym. Fora das portas de Jerusalém (Heb. 13:10-12; João 19:17-20).

Portanto, o fato do Messias ter andado e vivido aqui na Terra, também é parte do Seu Ministério como Sumo Sacerdote do Santuário Celestial. E a grande diferença do Messias-Homem, para qualquer um dos seres humanos que já viveram sobre a Terra, é que Ele não possuía nenhum mediador entre Ele e o Seu Pai. Porque Ele é tanto o Cordeiro como Sumo Sacerdote.

A respeito dos filhos de Adão foi dito:

Eis que a mão do SENHOR não está escondida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça. ...”. – (Isaías 59:1-2ss).

Falando da mensagem que o Pai transmitiu ao Seu Amado Filho após o batismo (Mat. 3:17; 17:5; Mar. 1:11; 9:7; Luc. 3:22 e 9:35), Ellen G. White escreveu:

Quando do batismo de Cristo, Satanás achava-se entre os espectadores. Viu a glória do Pai cobrir o Filho. Ouviu a voz de Jeová testificando da divindade de Jesus. Desde o pecado de Adão, estivera a raça humana cortada da direta comunhão com Deus; a comunicação entre o Céu e a Terra fizera-se por meio de Cristo; mas agora, que Jesus vieraem semelhança da carne do pecado’, o próprio Pai falou. Dantes, comunicara-Se com a humanidade por intermédio de Cristo; fazia-o agora em Cristo. Satanás esperara que, devido ao aborrecimento de deus pelo pecado, se daria eterna separação entre o Céu e a Terra. Era, no entanto, agora manifesto que a ligação entre Deus e o homem fora restaurada”. – (Idem. O Desejado de Todas as Nações. 20ª ed. 1997. p. 116.).

Percebemos então, que o Messias não possuía e não possui um sumo sacerdote Junto ao Pai. Contudo, isto não impede que Ele tenha obedecido perfeitamente a Lei de Moisés. (Mat. 5:17) que constituiu sumo sacerdotes no Santuário da Terra.

Agora, podemos imaginar uma situação em que “... Caifás, sumo sacerdote naquele ano”. (João 18:14 – ARA), estivesse intercedendo pelo Messias. Ou mesmo seu sogroAnás”, quando sumo sacerdote, em anos anteriores. Imagine e reflita bastante! Se o Messias dependesse deles para ser ouvido pelo Pai, todos nós estaríamos perdidos. Por isso, pela decadência espiritual do ministério dos sumos sacerdotes do Santuário terrestre, é que o Pai ungiu a Seu próprio Filho após o batismo, para que Ele pudesse ministrar diante da Sua presença, mesmo estando aqui na Terra (Dan. 9:24; Luc. 4:18 e Atos 10:38). E para que entendamos esta verdade, temos que entender o diálogo que João Batista e o Messias tiveram, antes que aquele batizasse Este.

Por esse tempo, dirigiu-se Jesus da Galiléia para o Jordão, a fim de que João o batizasse. Ele, porém, o dissuadia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o admitiu”. (Mat. 3:13-15 – ARA).

Que justiça é esta que deveria ser cumprida por João Batista e pelo Messias? Certamente é a que foi registrada, em Levítico, por Moisés. Embora ela fale de Arão e seus filhos, profeticamente aponta para o Messias. Ela diz o seguinte:

Então, disse o SENHOR a Moisés: Dize a Arão, teu irmão, que não entre no santuário em todo tempo, para dentro do véu, diante do propiciatório que está sobre a arca, para que não morra; por aparecerei na nuvem sobre o propiciatório. Entrará Arão no santuário com isto: um novilho, para oferta pelo pecado, e um carneiro, para holocausto. Vestira ele a túnica de linho, sagrada, terá as calças de linho sobre a pele, cingir-se-á com o cinto de linho e se cobrirá com a mitra de linho; são estas as vestes sagradas. Banhará o seu corpo em água e, então, as vestirá”. (Lev. 16:2-4 – ARA).

Esse relato da unção e consagração de Arão e dos seus filhos, é anterior a ordem de Yahweh a Moisés em Lev. 16. E a ordem dada sobre a unção e consagração, assim está escrita:

E fez chegar a Arão e a seus filhos e os lavou com água. Vestiu a Arão a túnica, cingiu-o com o cinto e pôs sobre ele a sobrepeliz; também pôs sobre ele a estola sacerdotal, e o cingiu com o cinto de obra esmerada da estola sacerdotal, e o ajustou com ele. Depois lhe colocou o peitoral, pondo no peitoral o Urim e o Tumim; e lhe pôs a mitra na cabeça e na mitra, na sua parte dianteira, pôs a lamina de ouro, a coroa sagrada, como o SENHOR ordenara a Moisés. Então, Moisés tomou o óleo da unção, e ungiu o tabernáculo e tudo o que havia nele, e o consagrou...  Depois, derramou do óleo da unção sobre a cabeça de Arão e ungiu-o, para consagra-lo”. – (Lev. 8:6-10 e 12 – ARA).

De maneira semelhante, João Batista, antes do Messias (o Ungido) vestir as vestes santas (ser revestido com Espírito Santo -  Mat. 3:16; Mar. 1:9-10; Luc. 3:21-22 e João 1:29-34 ) a Glória do Pai, Ele tomou banho, ou seja, foi batizado por João Batista no Rio Jordão. Esta é a justiça que haveria de ser cumprida por eles.

O olhar do Salvador parece penetrar o Céu, ao derramar a alma em oração. ...Suplica ao Pai poder para vencer a incredulidade deles, quebrar as cadeias com que Satanás os escravizou, e derrotar, em seu benefício, o destruidor. Pede o testemunho de que Deus aceite a humanidade na pessoa de Seu Filho.

Nunca dantes os anjos haviam ouvido tal oração. Anseiam trazer a Seu amado Capitão uma mensagem de certeza e conforto. Mas não; o próprio Pai responderá à petição do Filho. Diretamente do trono são enviados os raios de Sua glória. Abrem-se os céus, e sobre a cabeça do Salvador desce a forma de uma pomba da mais pura luz – fiel emblema dEle, o Manso e Humilde”.

“... O povo ficou silencioso, a contemplar a Cristo. Seu vulto achava-se banhado pela luz que circunda sem cessar o trono de Deus. Seu rosto erguido estava glorificado como nunca dantes tinham visto um rosto de homem. Dos céus abertos, ouviu-se uma voz, dizendo: ‘Este é o Meu Filho amado, em quem Me comprazo’.”. – (Ibidem. pp. 111-112.).

Por isso, entendemos que de fato o Messias foi ungido após o Seu batismo (Luc. 4:18 e Atos 10:38). Cumprindo assim, portanto, o que o profeta Daniel havia predito: “Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniqüidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos”. – (Dan. 9:24 – ARA).

O Filho do Eterno foi Ungido como Sumo Sacerdote semelhante a nós (Heb. 2:17; 4:14-15) e como o Profeta semelhante a Moisés (Deut. 18:15, 18-19; Mat. 21:10-11; Luc. 24:19). Porque antes de Se tornar Homem, Ele era Sumo Sacerdote; embora não fosse semelhante a nós. Contudo, de acordo com os Textos citados acima, Ele foi ungido publicamente pelo Pai. Mas não apenas para ser o Profeta semelhante a Moisés, como alguns querem. Mas, também, para que publicamente Ele fosse conhecido e aceito como o Messias, o Grande Ministro do Santuário Celestial, “o Filho de Deus, o Rei de Israel. (João 1:32-34).

A visão que o profeta Isaías descreveu no capítulo seis (6:1-3), também é uma revelação do Messias como Sumo Sacerdote.

Toda a Vida e Ministério do Messias, como Homem, durante os 33 anos e meio, foi continuamente intercedendo pela raça a qual viera salvar. No entanto, são dois os momentos clássicos, em que O encontramos, aqui na Terra, intercedendo como Sumo Sacerdote, diante do Seu Pai. Um é na conhecida Oração Sacerdotal – (João 17) e o outro, é quando sobre a cruz do Calvário, Ele rogou ao Pai dizendo: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem...” – (Luc. 23:34 – ARA). Estes dois momentos são importantíssimos. Eles estão ligados ao ministério diário do sumo sacerdote. Em Hebreus 9:7, falando do ministério do sumo sacerdote no Lugar Santíssimo, foi dito: “Mas, no segundo, o sumo sacerdote, ele sozinho, uma vez por ano, não sem sangue, que oferece por si e pelos pecados de ignorância do povo”. (ARA). Este verso está de acordo com Levítico Cap. 4 e 5:17-19, onde são tratados os pecados de ignorância.

Já em Levítico 16, tratando-se do Dia da Expiação, em primeiro lugar o sumo sacerdote deveria fazer um sacrifício por si e pela sua casa. (Lev. 16:3, 6 e 11-14). Santificando-se primeiro, para que estivesse apto a fazer a expiação pela congregação. (Lev. 16:5, 7-10 e 15-28). Da mesma forma, o Messias em João 17, na Sua Oração Sacerdotal, Ele declarou: “E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade”. – (João 17:19 - ARA).

Em suma, o que devemos entender, é que, não é pelo fato do Messias ter Se tornado Homem, que o Seu Ministério como Sumo Sacerdote, aqui na Terra, esteve aniquilado. Mas em espírito e em verdade, Ele ministrava no Átrio (Pátio) do Santuário Celestial, tanto quanto quaisquer dos sacerdotes ministravam no Átrio (Pátio) do Santuário da Terra.

Sendo assim, diante disso, concluímos que o Filho do Eterno ao Se tornar Homem, não deixou de Ser Sumo Sacerdote, apenas não esteve ministrando nem no Lugar Santo nem no Lugar Santíssimo do Santuário celestial. Porque essas duas etapas do Seu Ministério só poderiam ocorrer após a Sua morte e ressurreição. Com a primeira ascensão: no dia em que ressuscitou. E com a segunda: após os quarenta dias. Por outro lado, o fato de ter Se tornado Homem, o qualificou a ser tanto o substituto do homem (o Cordeiro de Elohym), assumindo a culpa deste e sofrendo a morte eterna; e ao mesmo tempo sendo o Grande e Único Intercessor do pecador, mesmo enquanto esteve vivendo entre os homens.

Entendemos pela Escritura Sagrada, que primeiro o Filho do Eterno foi constituído Sumo Sacerdote nos dias da eternidade passada, para que Ele pudesse oferecer tanto os Dons à Sua Igreja quanto o Seu Sacrifício como o Cordeiro de Elohym, em prol da raça humana. No passado Ele era Sumo Sacerdote, no presente está sendo e no futuro continuará a ser. Ele está “vivendo sempre para interceder” por nós. (Heb. 7:25 – ARA).

Portanto, o verso de Hebreus diz: “Ora, se ele estivesse na terra, nem mesmo sacerdote seria...” (Heb. 8:4 – ARA). Por esta parte do verso 4, alguns defendem que o Messias apenas foi constituído Sumo Sacerdote, após a Sua ascensão para junto do Pai. No entanto, o verso não parou ali, o apóstolo continuou dizendo o porquê dele não ser nem mesmo sacerdote se estivesse aqui na Terra: “Visto existirem aqueles que oferecem os dons segundo a lei”. (Heb. 8:4 – ARA).

No artigo anterior, no que diz respeito à Lei de Moisés, já vimos, na conclusão, um comentário sobre Hebreus 7:11-16. Nele é dito porque o Messias não poderia nem mesmo ser sacerdote, enquanto viveu aqui na Terra. Além do mais, Ele próprio afirmou que veio cumprir a Lei de Moisés e os Profetas, e não violá-los. Assim está escrito: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim revogar, vim para cumprir”. – (Mat. 5:17 – ARA). Essa é a verdadeira razão dele não ter sido sacerdote no Sacerdócio de Arão. O sacerdócio foi designado à tribo de Levi e o Messias nasceu da tribo de Judá.

 

O SUMO SACERDOTE OFERECE DONS E SACRIFÍCIOS

Todos sabem que muitos Dons foram distribuídos à Igreja, antes mesmo que o Filho do Eterno houvesse Se tornado Homem. Muitos foram os e as mulheres a quem o Messias Rei-Sacerdote, concedeu o Dom de Profecia, para edificação, consolação e exortação de Sua Igreja (1Cor. 14:3-4).

Na Carta aos Efésios o apóstolo Paulo escreveu: “Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para encher todas as coisas. E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores, com vista ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo”. (Ef. 4:10-12 – ARA).

Em outro lugar o apóstolo disse: “Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qualo Espírito, o Santo, “vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue”. – (Atos 20:28 – ARA).

No que diz respeito ao Messias como Sumo Sacerdote, como já vimos acima, a Bíblia também afirma:

Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhantes aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo. Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderosos para socorrer os que são tentados”. – (Heb. 2:17-18 – ARA).

No capítulo cinco, o apóstolo escreveu: “Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade, embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem, tendo sido nomeado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque”. – (Heb. 5:7-10 – ARA).

Portanto, ao Se tornar Homem, o Messias foi “aperfeiçoado”, para que pudesse “ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo”.

Então, de acordo com o que está escrito em 1Cor. 12:27-31, entendemos que o Pai concedeu a algumas pessoas, diversos Dons, por meio do Seu Amado Filho que é o Sumo Sacerdote que está intercedendo junto ao Pai, para que Este lhe conceda os Dons necessários à edificação, consolação e exortação de Sua Igreja.

Além do mais, pela própria Escritura Sagrada, entendemos que somente o Sumo Sacerdote pode conceder Dons à Sua Igreja. Em primeiro lugar porque, no caso do Messias, Ele foi constituído pelo Seu próprio Pai para essa função. Em segundo lugar, porque o Texto especifica o duplo ofício do Sumo Sacerdote: “Oferecer Dons e Sacrifícios”. Diante dessas afirmações, entende-se que apenas o Filho do Eterno está apto para ser Nosso Grande e Único Sumo Sacerdote. Porque foi Ele quem Se ofereceu em sacrifício por nós. E por tudo o que foi dito acima, Ele é o único que pode conceder Dons à Sua Igreja.

Nos livros de Lucas e de Mateus, foram escritos relatos da escolha dos 12 apóstolos do Reino da Graça, da nomeação e unção dos mesmos pelo Rei-Sacerdote. (Luc. 6:12-16 e Mat. 10:1-4).

Sobre as passagens citadas acima, Ellen G. White escreveu:

Quando Cristo concluiu as instruções aos discípulos, reuniu em torno de Si o pequeno grupo, bem achegados a Ele e, ajoelhando no meio deles e pondo-lhes as mãos sobre a cabeça, fez uma oração consagrando-os à Sua obra. Assim foram os discípulos do Senhor ordenados para o Ministério evangélico”. – (O Desejado de Todas as Nações. 20ª ed. 1997. p. 296.).

 

O CORDEIRO DE ELOHYM

Em dois lugares o Texto Sagrado trata do Cordeiro de uma maneira muito especial. Um deles, falando da salvação do ser humano diz: “... Pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós...”. – (1Pedro 1:19-20 – ARA).

Esta expressão “antes da fundação do mundo”, diz respeito ao Pacto que o Pai e o Filho haviam feito para salvar o Homem, caso ele fosse vencido por Satanás.

O plano de nossa redenção não foi um pensamento posterior , formulado depois da queda de Adão. Foi a revelação ‘do mistério encoberto desde tempos eternos’. Foi um desdobramento dos princípios que t~em sido, desde os séculos da eternidade, o fundamento do trono de Deus. ...”. - (Ibidem. p. 22. Cf. a citação da p. 834. Nesta matéria, transcrita na p. 2.).

O outro verso diz: “... Cordeiro morto desde a fundação do mundo”. (Apoc. 13:8 – ARA). O Cordeiro que morreu, espiritualmente, representou a morte do Filho do Eterno, o Messias. Por isso, podemos interpretar que Ele de fato já estava intercedendo pela raça humana, antes mesmo de criá-la, quando foi elaborado o Plano da Redenção. Conforme podemos entender do Texto de 1Pedro 1:19-20. Sendo assim, diz-se que a intercessão do Sumo Sacerdote, propriamente dita, começou por meio de uma promessa verdadeira (o Filho do Eterno iria morrer no lugar do ser humano) e de uma substituição temporária (a morte dos animais sacrificados a Yahweh apontava para a morte do Seu Amado Filho, o verdadeiro Cordeiro).

No Plano da Redenção, de acordo com o que foi especificado em Levítico 16, quem matava onovilho, para oferta pelo pecado” e o “carneiro para holocausto”? (Cf. versos 3 e 6) Eles eram oferecidos pelo sumo sacerdote e por sua casa. Quem matava ocarneiro para holocausto” e “o bodesobre o qual caia asorte para Yahweh”? (Cf. versos 5 e 7-10). Este era para oferta pelo pecado.

Com certeza, podemos responder com toda segurança. As duas perguntas tem uma única resposta. Porque era o sumo sacerdote que imolava os animais no dia da expiação. (Oferta pelo pecado - por ele e pela sua casa. Lev. 16: 11-14; oferta pelo pecado - pela congregação. Lev. 15-19; e o holocausto dos carneiros - por ele e pela congregação. Lev. 16:24).

Agora, após estas referências podemos analisa-las e fazer um paralelo para responder as seguintes perguntas: o Messias morreu como Cordeiro da Páscoa, como novilho, como bode da oferta pelo pecado, para fazer expiação, como carneiro para holocausto ou como o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1:29 - ARA)? E quem matou o Cordeiro de Deus– o Filho do Eterno – na cruz do Calvário?

Embora, alguns defendam que o Messias morreu como Cordeiro da Páscoa, a Escritura Sagrada não dá apoio a tal afirmação. Moisés profeticamente escreveu o que Yahweh ordenou: “Suscitar-lhes-ei um profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti, em cuja boca porei as minhas palavras, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. De todo aquele que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, disso lhe pedirei contas”. (Deut. 18:18-19 – ARA).

No que diz respeito à Páscoa Mateus escreveu: “... O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a Páscoa com os meus discípulos”. (verso 18 – ARA). Marcos assim registrou as palavras do mestre: “... Onde é o meu aposento no qual hei de comer a Páscoa com os meus discípulos?”. Lucas disse: “Chegou o dia da Festa dos Pães Asmos, em que importava comemorar a Páscoa. Jesus, pois, enviou Pedro e João, dizendo: Ide preparar-nos a Páscoa para que comamos. .. O Mestre manda perguntar-te: Onde é o aposento no qual hei de comer a Páscoa com os meus discípulos?”. (verso 7-8 e 11).

Depois o Messias disse: “... Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta Páscoa, antes do meu sofrimento”. (Luc. 22:15 – ARA).

O apóstolo João escreveu: “Ora, antes da Festa da Páscoa, sabendo Jesus que era chagada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou os até o fim. Durante a ceia... levantou-se da ceia...”. (João 13:1-4 - ARA).

A expressão “antes da Festa da Páscoa” não se trata de uma referência ao dia 13 de Abibe/Nisan, anterior ao dia do sacrifício da Páscoa, dia 14. A expressão faz referência à celebração da Páscoa, ao momento em que a Páscoa era comida e festejada. O próprio apóstolo João e o apóstolo Pedro foram enviados pelo Messias, conforme foi citado acima, em Luc. 22:7-8, 11 e 15, para preparar a Páscoa.

A confusão também se baseia na má interpretação de João 18:28: “Depois, levaram Jesus da casa de Caifás para o pretório. Era cedo de manhã. Eles não entraram no pretório para não se contaminarem, mas poderem comer a Páscoa”. (ARA).

A expressão: “Era cedo de manhã”, na Língua Grega, não quer dizer que o dia já havia amanhecido. E sim que estava quase amanhecendo o dia.Então, o certo seria traduzir assim: “Mas era madrugada”. Por isso, não entraram no pretório. Porque eles estiveram durante toda a noite interrogando, julgando e condenado o Messias, “o Cordeiro de Deus”, e não tiveram tempo para comer à Páscoa.

No entanto, sabemos que o Messias verdadeiramente comeu à Páscoa. Por causa disso, é que a Escritura não pode sustentar que Ele haja morrido como o Cordeiro da Páscoa. Caso houvesse sido morto como tal, precisaria morrer também como novilho, como carneiro do holocausto; etc. “Ora, nesse caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo...”. (Heb. 9:26 – ARA).

Outro fato importante que não podemos deixar de mencionar é que por morrer fora de Jerusalém, o Messias cumpriu o tipo profético da novilha vermelha. Uma prescrição que está escrita em Números 19:1-10. O apóstolo Paulo, apontando para esta ordenança da Lei de Moisés escreveu:

Possuímos um altar do qual não têm direito de comer os que ministram no tabernáculo. Pois aqueles animais cujo sangue é trazido para dentro do Santo dos Santos, pelo sumo sacerdote, como oblação pelo pecado, têm o corpo queimado fora do acampamento. Por isso, foi que também Jesus, para santificar o povo, pelo seu próprio sangue, sofreu fora da porta”. - (Heb. 13:10-12 – ARA).

Portanto, tendo morrido como “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”, cumpriu perfeitamente todos os tipos. Porque Ele deveria morrer uma única vez.

“... Agora, porém, ao se cumprir os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado. E assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disto, o juízo, assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação”. (Heb. 9:26-28 – ARA – Cf. 7:26-27).

No que diz respeito à pergunta: quem matou o Cordeiro de Deus– o Filho do Eterno – na cruz do Calvário?

Muitos são levados a responder: “os judeus”. Outros indo um pouco além dizem: “os romanos” ou “gentios”. Contudo, o Messias declarou o seguinte: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas”. “Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandamento recebi de meu Pai”. – (João 10:11 e 18).

Sobre a crucificação do Messias está escrito: “Então, Jesus clamou em alta voz: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! E, dito isto, expirou”. – (Lucas. 23:46 – ARA. Cf. Mat. 27:50; Mar. 15:37 e João 19:30).

Diante disso, entendemos o seguinte: os judeus condenaram sim, o Messias à morte. Os romanos (gentios) O crucificaram. No entanto, de conformidade com o que ocorria no dia da expiação, quando o sumo sacerdote imolava os animais separados para expiação e holocausto por ele, por sua casa, e pela congregação, o Messias, o nosso Grande Sumo Sacerdote e Cordeiro, ofereceu-Se em sacrifício na cruz do Calvário. Porque ao Se tornar semelhante a nós, Ele assumiu as conseqüências do pecado de Adão e da humanidade. Como Sumo Sacerdote Ele intercedia por nós. E como Cordeiro Ele foi morto (deu a vida).

 

CONCLUSÃO

Verdadeiramente, o Messias, o Filho do Eterno é o Grande Ministro do Santuário celestial. Ele foi constituído Sumo Sacerdote pelo Seu Pai e ao mesmo tempo tornou-Se o Cordeiro, antes mesmo da criação do nosso planeta e de seus primeiros habitantes – Adão e Eva.

Para concluirmos esta matéria sobre o Messias como Sumo Sacerdote e Cordeiro, iremos apresentar duas importantes Festas, que são ricas em detalhes e um local que é muito especial dentro do Plano da Redenção. A primeira é a Festa das Primícias; e a outra é o Dia da Expiação. O local é o Altar do Holocausto (Altar de Bronze). Contudo, desta apresentaremos apenas um detalhe importante que se sobressai em relação à ressurreição do Messias.

 

FESTA DAS PRIMÍCIAS

A Escritura Sagrada assim descreve quando ela ocorreria e o que deveria ocorrer no dia designado:

“Disse mais o SENHOR a Moisés: Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando entrardes na terra, que vos dou, e segardes a sua messe, então trareis um molho das primícias da vossa messe ao sacerdote: este moverá o molho perante o SENHOR, para que sejais aceitos: no dia imediato ao sábado o sacerdote o moverá. No dia em que moverdes o molho, oferecereis um cordeiro sem defeito, de um ano, em holocausto ao SENHOR”. “Não comereis pão, nem grãos torrados ou verdes, até ao dia em que trouxerdes a oferta ao vosso Deus: é estatuto perpétuo por vossas gerações, em todas as vossas moradas”. – (Lev. 23:9-12 e 14 - ARA).

Destes versos, o que podemos destacar é que o molho das primícias era movido pelo sumo sacerdote. E ele era movido no dia imediato ao sábado.

Existiam dois tipos de primícias, uma era apresentada dentro dos dias dos Pães Asmos, no dia imediato ao sábado semanal, logo depois do dia da Páscoa, conforme os versos apresentados acima. A outra era apresentada no dia de Pentecostes (23:17, 20; Núm. 28:26).

Mas a qual sábado o Texto está referindo-se, o cerimonial ou o semanal? Nos versos seguintes, tratando da Festa de pentecostes, Moisés escreveu:

Contareis para vós outros desde o dia imediato ao sábado, desde o dia em que trouxerdes o molho da oferta movida; sete semanas inteiras serão. Até o dia imediato ao sétimo sábado, contareis cinqüenta dias: então trareis nova oferta de manjares ao SENHOR”. – (Lev. 23:15-16 – ARA).

Por meio desses versos, a Escritura Sagrada afirma positivamente que o dia imediato ao sábado é o primeiro dia da semana. Primeiro porque o texto trata de “sete semanas inteiras”. Em segundo lugar, porque fala de sete sábados. O Texto diz: “Até o dia imediato ao sétimo sábado”. Por último, está escrito que se deve contar “cinqüenta dias”. Se não fosse sábado semanal, teríamos que contar os “cinqüenta dias”, somente após o sétimo sábado cerimonial. O que não faz sentido algum.

Visto que o Messias ressuscitou no primeiro dia da semana, no dia imediato ao sábado semanal, é a partir deste dia que deveremos contar os cinqüenta dias para o Pentecostes. Sendo que este dia, também, tem que ser após o sétimo sábado semanal, isso nos levar a entender perfeitamente que o dia de Pentecostes obrigatoriamente também tem que ser no primeiro dia da semana, e não em qualquer dia como hoje os cristãos, de maneira geral comemoram.

No que diz respeito ao cumprimento da profecia referente ao Messias, a Bíblia Sagrada afirma: “Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormes”. “... Cristo, as primícias...”. – (1Cor. 15:20 e 23 – ARA).

Então, sendo Ele, o Messias, as primícias, quem o apresentou diante de Yahweh no Santuário Celestial? E quando Ele foi apresentado como primícias? As respostas para estas duas perguntas só terão sentido se o Messias de fato estivesse ministrando como Sumo Sacerdote e Cordeiro simultaneamente. O sumo sacerdote em Israel ministrava como tal o ano inteiro. No entanto, com relação ao Dia da Expiação, ele passava a ter uma missão diferente em seu ministério, e ministrava também um local diferente dos que normalmente e diariamente oficiava como sumo sacerdote.

O Filho do Eterno, nosso Sumo Sacerdote, também esteve ministrando no Átrio (Pátio), antes de ministrar nos Lugares Santo e Santíssimo, do Santuário Celestial.

 

ALTAR DO HOLOCAUSTO (ALTAR DE BRONZE)

Dentro do Plano da Redenção, não pode existir uma intercessão plena no Lugar Santíssimo, sem que haja um real sacrifício no Altar do Holocausto. Por isso, devemos ter sempre em mente que a Terra representa o referido Altar, porque foi aqui que “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1:29 - ARA) foi morto. Especificamente o monte Gólgota, em Israel, e não Jerusalém, é o símbolo perfeito do Altar do Holocausto. Pois foi ali que o Messias morreu crucificado.

 

DIA DA EXPIAÇÃO

No Dia da Expiação, o sumo sacerdote entrava sozinho na tenda da congregação. Semelhantemente o Messias, no dia em que ressuscitou, também subiu sozinho para comparecer perante o Pai no Lugar Santíssimo do Santuário Celestial.

Yahweh disse o seguinte a Moisés:

Quanto ao Dia da Expiação, o Texto de Levítico diz: “Nenhum homem estará na tenda da congregação, quando ele entrar para fazer propiciação no santuário, até que ele saia depois de feita a expiação por si mesmo, e pela sua casa, e por toda a congregação de Israel”. – (Lev. 16:17 – ARA).

Este relato profético cumpriu-se literalmente na vida do Messias, Sumo Sacerdote-Cordeiro. Ellen G. White, fazendo um comentário sobre o encontro de Maria com o Messias, conforme relatado em João 20:11-17 e Mat. 28:9, sem entrar em detalhes sobre Levítico 16:17, escreveu alguns parágrafos importantes, no livro O Desejado de Todas as Nações; mas transcreverei, abaixo, apenas dois:

Jesus recusou receber a homenagem de Seu povo até haver obtido a certeza de estar Seu sacrifício aceito pelo Pai. Subiu às cortes celestiais, e ouviu do próprio Deus a afirmação de que Sua expiação pelos pecados dos homens fora ampla, de que por meio de Seu sangue todos poderiam obter a vida eterna. O Pai ratificou o concerto feito com Cristo, de que receberia os homens arrependidos e obedientes, e os amaria mesmo como ama a Seu Filho. ...” – (20ª ed. 1997. p. 790.).

No outro parágrafo ela declarou:

“... Quando Maria Madalena lhes disse que vira o Senhor, repetiu o convite para o encontro na Galiléia. E pela terceira vez lhes foi enviada a mensagem. Depois de haver ascendido ao Pai, Jesus apareceu às outras mulheres, dizendo: ‘Eu vos saúdo. E elas chegando, abraçaram os Seus pés, e O adoraram. Então Jesus lhes disse: Não temais; ide dizer a Meus irmãos que vão a Galiléia, e lá Me verão.’” – (Ibidem. 20ª ed. 1997. p. 793.).

A pergunta que deve ser respondida é: porque essas mulheres, conforme o relato de Mateus, puderam tocar os pés do Messias e Maria Madalena não pôde tocar em parte alguma dEle?

Para Maria Ele disse: “... Não Me detenhas; porque ainda não subi para Meu Pai...”. (João 20:17 – ARA).

E no dia imediato a Sua ressurreição (no segundo dia da semana, pôs já era após o pôr-do-sol), Ele mostrou as marcas nas “mãos” e nos “pés” aos seus discípulos (Luc. 24:36-43).

Os relatos citados de Mateus e de Lucas são posteriores ao retorno do Messias do Lugar Santíssimo, do Santuário Celestial. Lá Ele tanto cumpriu a profecia relacionada ao Dia da expiação como também ungiu os Lugares Santos e Santíssimos, conforme relatado profeticamente em Dan. 9:24 e como tendo tido cumprimento, em Hebreus 9:15-26.

Portanto, o Filho do Eterno, o Messias, não era apenas Profeta enquanto viveu aqui na Terra. Ele era “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1:29 – ARA) e estava ministrando também como Sumo Sacerdote no Átrio do Santuário Celestial, bem como no Altar do Holocausto. Porque Ele é Sumo Sacerdote-Cordeiro. Por isso, Ele disse de maneira positiva:

Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas”. “Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandamento recebi de meu Pai”. – (João 10:11 e 18).

Ele disse isto, porque era o Sumo Sacerdote que deveria imolar o Cordeiro. E como Ele era Sumo Sacerdote-Cordeiro, Ele poderia dizer o que disse.

Na última parte que enviarei, será apresentado principalmente, uma comparação entre o Sacerdócio de Arão e o Sacerdócio do Messias. – josielteli@hotmail.com

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