Como Despertar o MV (Missionário Voluntário) que Existe Dentro de Cada J.A. (Jovem Adventista)?

Acompanhe a troca de msgs ocorrida em uma das listas adventistas de discussão por e-mail, sobre o tema. 


Neste momento, tomo a liberdade de levantar uma questão que, acho, deveria ser motivo de maior preocupação e atenção por parte dos Deptº de Jovens Adventistas das Igrejas e das respectivas associações: por que os cultos jovens vem sendo alvo de grande desmotivação por parte dos maiores interessados - os jovens - e o que poderia ser feito para reacender a "chama" que representa o culto jovem? Pelo que tenho observado, de modo geral, este problema vem atingindo todas as Igrejas Adventistas. Será que o que está ocorrendo é uma mudança de mentalidade dos jovens, mudança esta não acompanhada pelos departamentos? Será que são os jovens que precisam mudar essa "nova" mentalidade e voltar ao que podemos chamar de  "bons tempos"?

Acho que essa questão é bastante pertinente, e gostaria de saber a opinião do grupo. Então, com a palavra, os senhores especialistas no assunto... Um forte abraço!

Airton.


Penso que o grande problema é que estamos muito preocupados em fazer grandes programações, que são verdadeiros "shows"... e, na verdade, o culto JA foi criado com o objetivo de trocar idéias e testemunhos para o trabalho missionário. Enquanto os jovens ficarem nos bancos assistindo a espetáculos, ao invés de trabalhar, eles vão se acostumando, exigindo cada vez mais programações melhores, e se não as tem, param de freqüentar!

Senti isto quando freqüentei a Central do Rio; as programações eram verdadeiros espetáculos, com efeitos especiais e tudo o mais... E, é claro que não foi possível manter por muito tempo esta estrutura... resultado: culto JA virou culto de pôr-do-sol! Apenas reuniam-se as pessoas que estavam pelo pátio da igreja, e faziam uma oração para se despedir do sábado! Simplesmente lamentável!

Ao contrário, quando estávamos envolvidos com a campanha do Betinho, e a Supermissão, os jovens vibravam, trabalhavam, e o culto JA ficava mais cheio que a programação normal da igreja.

Creio que eles precisam achar que são úteis na igreja, e para Cristo, dentro da possibilidade de cada um; então a motivação aparece!...

Márcia


Às vezes quando minha mãe fala sobre o tempo dela, dá mesmo pra pensar que eram bons tempos. Aliás, no tempo dela não nos chamavam de jovens, chamava de "mocidade".

Boa parte da juventude das igrejas de hoje é formada por gente que nasceu na igreja, e que não conhece o mundo lá fora, e que muitas vezes, ainda não passou por uma conversão real. A esse tipo de gente, dificilmente qualquer programa agradará.

O jovem de hoje tem facilidades que não tinha naquele tempo. Além disso, muitas das coisas que naquele tempo eram consideradas como "pecado" hoje são muito questionadas. O exemplo clássico disso é o cinema. Hoje boa parte dos jovens (aqui eu não me incluo) vai ao cinema. 

Outro exemplo? Aí vai. Um dia destes eu levei um susto porque uma amiga minha veio me contar que estava grávida. 21 aninhos, solteira, na igreja, com  um namorado também adventista... 

Outro exemplo? Há 10 anos atrás falava-se muito contra as novelas. Hoje (e dá vontade de xingar até dizer chega quando penso nisso) às vezes a gente vê até mesmo alguém comentando a novela na porta da igreja (eu falo isso porque eu já vi isso na minha igreja). Melhor parar por aqui senão vou acabar xingando mesmo.

Silas


Antes, havia uma sociedade de Jovens organizada. Tinha chamada, atividade e até uniforme. Na verdade, os desbravadores saíram desta sociedade. Eram os MV (Missionários Voluntários). Dá pra notar como o próprio nome já era um emblema, um tipo de "quem sou eu e o que faço aqui". O que quer dizer JA? Tem algum significado tão profundo? Traduz um senso de missão?

Assim como muitos da minha época, lamentei muito quando foi feita a troca. Abraço!

João


Eu concordo com a Márcia, na minha igreja eu sou diretora J.A. e tive a experiência de que o que faz um culto J.A. ser vibrante e cheio de jovens é faze-los participar ou até deixar que eles façam a programação... 

No sábado passado, lançamos o Mutirão de Natal, dividimos a igreja em equipes (envolvemos toda a igreja) coloquei no mural as equipes e seus líderes, cada um deverá elaborar o nome da equipe e trabalhar, sorteamos as equipes para cada sábado uma  fazer o culto J.A., mas as outras equipes deverão participar mesmo que não seja o dia delas, por exemplo: se sábado que vem a equipe 1 fará o programa, deverá ter elementos da equipe 2, 3 ou 4 participando também, sso nós entitulamos de tarefa simples, e a tarefa competitiva é que todas as equipes deverão a partir do próximo sábado trazer alimentos, roupas, brinquedos etc.. coisas para que possamos ao final do Mutirão que será no dia 23/12 montarmos cestas e sairmos para distribuir no Natal... E tb vamos premiar a equipe que melhor trabalhar!

Estamos começando e eu estou orando para que dê certo... É muito interessante notar como eles trabalham, depois se vcs quiserem eu conto o final de tudo!

O segredo está em botar os jovens para participar da receita do bolo e não só comê-lo!

Abraços, Ariadne.


Ariadne,

Que legal! Este seu programa é nos moldes na MAB, de Botafogo/RJ, não é? Pode ficar tranqüila que é sempre um sucesso!

Beijos, Márcia


Quando estive na Bolívia, fui comprar algumas coisinhas numa feira. Reconheci uma vendedora como adventista por causa do emblema que havia numa das mangas de sua camisa. Assim, conversamos alguns minutinhos enquanto eu olhava os cartões postais que queria comprar.

Quando estive na Argentina, um amigo me deu de presente a camiseta oficial dos jovens adventistas de lá. Somente a título de curiosidade, lhes conto que é azul, com as mangas vermelhas, e no peito há o emblema. Tem dois botões (para quem gosta de camisetas mais apertadinhas no pescoço), e abaixo deles uma bandeirinha da Argentina. Mas, apesar disto, em várias partes daquele país, já não há mais o culto J.A.

Em outros lugares da América Central, fizeram uma pequena troca: colocaram o culto J.A. para a sexta-feira à noite.

Desde a metade do ano, sou diretor de jovens na minha igreja, e serei até o final do ano. Durante este tempo, minha meta maior foi tornar os jovens mais unidos. Sem união, não chegaremos a nada. Pensei em mim mesmo, que não tinha contato com os jovens durante a semana (a não ser na hora de ir jogar bola na quadra que temos do lado da igreja). Em algumas coisas eu penso que fracassei... Em outras, acho que fui bem. Acho que se o diretor do próximo ano puder dar seqüência no que comecei, aproveitando tudo em que fui bem e eliminando tudo em que não fui bem, ele tem tudo para fazer um ótimo trabalho.

Silas


É de fato lamentável, como diz a nossa querida amiga Nádia, a situação em que se encontra os cultos jovens Brasil afora. Mas, ao mesmo tempo, encho-me de satisfação e alegria ao descobrir que há mentes privilegiadas que sonham em voltar aos "bons tempos", como a iniciativa da Ariadne. Parabéns!

Quando me referi a mudança de mentalidade, passava-me pela cabeça o porquê de tanta evasão jovem. Há alguns anos, o clube de desbravadores da minha Igreja era um dos maiores do Estado, com jovens de todas as idades. Atualmente o número de membros do clube deve ter reduzido uns 80% e, tirando a diretoria, todos estão com aproximadamente 12 anos de idade. Essa situação não poderia ser entendida como mudança de mentalidade? Se não é, então o que retira o interesse dos jovens com mais de 15 anos de participarem do clube. Se me permitem uma opinião, essa situação acaba se refletindo na sociedade de jovens adventistas, pois primeiro eles perdem o prazer pelas atividades do clube, e daí a se sentirem desestimulados com os cultos jovens, é um passo apenas. Tomara que eu esteja enganado!

Se de fato, há essa mudança de mentalidade, algo precisa ser feito com urgência, pois estamos tratando do futuro da igreja de DEUS e que iniciativa como a da Adriana se reproduza pos todos as Igrejas.

Um forte abraço, Airton.


Sabe que esta questão de entender a mentalidade desta juventude é complicada, pois para que haja participação é necessário tb vontade de participar, e os jovens devem ser incentivados com estas competições em equipes para que haja vontade de fazer o trabalho e assim eles vão tomando gosto!

Bom, essa é apenas uma idéia, posso estar errada...

Um abraço, Ariadne.


Eu, pessoalmente, não me sinto à vontade com o espírito de competição no trabalho da igreja. É preciso muito cuidado na condução de um programa como esse, para que a competição em si não se torne o elemento principal.

João


Vc está certo João, qdo lançamos este programa ressaltamos bem que o motivo não é competição e, sim, um trabalho missionário e comunitário. Tenho orado muito para que não vire competição, não sei como será, entreguei nas mãos de Deus e até agora está tudo correndo bem... Como é a minha primeira experiência para trabalhar em grupos, conto a vocês o resultado de tudo isso! 

Abraços, Ariadne.


No IAE agora, parece que a liderança tem a firme convicção de que o culto JA não pode ser espiritual, porque isso espanta a galera. Faz-se programa sobre profissões, sobre o raio que o parta, mas nunca se para para refletir em assuntos espirituais. Tenho que reconhecer que liderar a juventude do IAE é um problema do tamanho do Pão de Acucar. Além de ser uma igreja muito grande, é muito heterogênea, tbem, fica duro agradar a gregos e troianos...

Dagoberto


E agradar a Deus onde é que fica? 

Nelson


Oi, Ariadne.

Uma vez, fizemos algo parecido com o que você está fazendo agora, mas as tarefas envolviam toda a programação de sábado. Se é em equipes, acredito que seja praticamente impossível não haver competição. No nosso caso havia muita, mas era divertido. Foi a época dos programas mais bem elaborados da igreja, desde escola sabatina até o J.A., mas o problema foi que no final dos 3 meses da gincana, ninguém tinha animo pra fazer mais nada! Estava todo mundo super cansado, porque todos se empenharam muito durante o tempo da gincana, e as programações que vieram a seguir deixaram um pouco a desejar porque o pessoal queria férias.

Sinceramente, não sei como dá pra evitar isso, porque todo mundo se envolve muito mesmo, e isso é otimo, mas é só um toque pra você ir pensando no que fazer caso isso aconteça!

Abracos, Elis.


Sou advogado de voltarmos a ser MV. A igreja perdeu-se quando fez esta mudanca. A filosofia se foi e entrou o bla-bla-blá... Mesmo analisando os motivos para troca do nome, não fiquei convencido... Nossos jovens não têm herança missionária... E a igreja não sabe com lidar com eles... 

Pastor


Mas os jovens adventistas tinham uma herança missionária fortíssima! Tanto é que o programa de sábado à tarde chamava-se "Liga de Estudo e Serviço", e depois acabou ficando só "Liga"

Era usado para contar os testemunhos do trabalho realizado durante a semana e no sábado depois do almoço. Cada testemunho (ou grupo deles) era entremeado com músicas ou poesias sacras. Eram as "variações", termo que alguns usam até hoje.

Quem se lembra das apostilas chamadas "Diretrizes", com idéias de programações para os Diretores MV?

Mas que a liderança dos jovens se perdeu na década de 70, isso é um fato. E é uma das coisa para as quais eu acho que não tem retorno.

João


O problema é que se perdeu essa filosofia de estudo e serviço... Os marcos estabelecidos pelos pioneiros MV se perderam no tempo... E eu penso que é uma questão de tempo para a sociedade de jovens acabar, como já aconteceu nos Estados Unidos, na Europa e boa parte do mundo...

Pastor


Esta era a forma da antiga Sociedade de Jovens trabalhar. Mas aí os objetivos foram se perdendo e o Clube dos Desbravadores herdou quase tudo... Muita gente não acredita quando a gente conta isso. Infelizmente, esta realidade já não faz mais parte da nossa cultira adventista.

João


Querida Ariadne!

Fico contente de ver sua energia JA! Lembro-me dos meus tempos quando fui Departamental de Jovens por sete anos... Permita-me, porém, discordar desse método de gincana. Eu acho que este programa vai fazer sua sociedade de jovens pegar fogo por um tempo, mas e depois? Minha experiência mostrou que não e possível manter essa chama acesa por  muito tempo...

Eu me dediquei com muita profundidade ao estudo do Ministério Jovem da origem até o dia de hoje. Acho que, como igreja, perdemos completamente a filosofia do Ministério Jovem... E para não tomar tempo demais, menciono algumas coisas que encontrei:

1. Sociedade J.A. é uma coisa fechada.

Não é para todos. Infelizmente nossas igrejas não têm sociedade de jovens. Elas pensam que têm, mas não têm. Uma sociedade sabe quem são seus membros, quantos eles são, estabelece seus objetivos, oferece benefícios aos associados e discute os seus problemas, avaliando se seus objetivos estão sendo alcancados ou nao... Note que a Sociedade de Jovens é uma parte do Ministério Jovem da igreja.

2. O culto Jovem da igreja. 

O nome já diz culto, mas a maioria faz um programa. E alguns não sabem se é culto ou programa. E aí fazem uma confusão danada! Note que a filosofia está perdida. Em nome de fazer o povo vir a igreja no Sábado à tarde, vale tudo. E por esse simples culto sabático se avalia todo o Ministério Jovem... Isso está errado.

3. Os próprios líderes J.A. não sabem o que é o Ministério Jovem, para quê existe, como dirigi-lo e o que fazer.

Todo mundo pensa que ser Diretor do Ministério Jovem é fazer bons programas de sábado à tarde. Note, Adriana, que as motivações da sua juventude para participar são duas: A competição e o prêmio... Mas isso não faz sentido para Deus se não for por AMOR, e se é por amor não pode ter competição ou prêmio...

Adriana, não me tome como um crítico. Sei que você está fazendo o melhor e continue sem desanimar. Essa mensagem tem por objetivo apenas ampliar o horizonte dos líderes JA para compreenderem a verdadeira filosofia do ministério jovem e mudar os rumos da sua sociedade.

4. Nossa liderança pensa que o Ministério Jovem existe para manter os nossos jovens na igreja...

... e por isso quer programas, passeios, pic-nics e boas programações, e avalia o diretor do ministério por esse desempenho. Obviamente, a própria liderança jovem da igreja entra nessa ciranda e o Ministério deixa de ser Ministério para ser um departamento social da igreja...

5. O Ministério Jovem não precisa de líderes criativos, mas de líderes consagrados...

...para dirigir a sociedade de jovens na direção do seu objetivo maior: "A MENSAGEM DO ADVENTO A TODO MUNDO NESTA GERAÇÃO".

Bem, vou parar se não vai ficar muito grande. Mas é que meu coração sofre com os rumos em que nossos jovens estão indo... Às vezes, penso em escrever  um livro ou uma apostila sobre a filosofia do ministério jovem, mas acho que nao vale a pena... Ninguém iria querer ler ou seguir, ninguém quer mudar nada.  Aliás, nossa igreja não gosta de mudanças... Nós mesmos não gostamos de  mudancas...  E é uma pena que os nossos jovens ainda não descobriram a alegria de viver por JESUS!

Pastor


Taí uma boa idéia, pastor! Minha filhas são líderes de desbravadores e sentem muita falta de material para a liderança jovem. Com certeza, elas querem mudar! Pode ter certeza de que o Adventistas.Com se interessaria em publicar o material. Quem sabe, essa não poderia ser a primeira de uma série de apostilas úteis para toda a igreja?

Robson


Mudança é uma coisa meio séria, principalmente quando se toca na estrutura. Temos uma estrutura que esta aí por anos... Se voce diz que a Sociedade de Jovens não é a igreja toda, mas só os jovens na faixa etaria de 16 a 30 anos, que só podem ir à reunião os associados e que pode ser fora da igreja ou em uma sala, em qualquer dia, você já criou uma confusão danada na igreja... Claro que, além desses membros regulares, você tem os membros associados (não-adventistas) e os especiais (qualquer membro da igreja e de qualquer idade abaixo de 16 e acima de 30 que quer compromisso).

A sociedade funciona como um clube de Desbravadores. É uma sociedade fechada e tem por objetivo ganhar almas. Só fica quem quer ser membro e quer compromisso para fazer a sociedade decolar...  Quando fui líder de jovens e comecei a implantar este programa com toda força, logo entrou um presidente que discordou... e aí não preciso falar o resto...

Daí porque digo que é difícil mudar, mas vou orar a respeito (se escrevo ou não) Inclusive tenho o material de pesquisa acessivel guardado por aqui, mas valeu pelo apoio Robson!

Pastor


Vamos falar um pouco sobre futebol. Há 3 técnicos de futebol que possuem uma característica que me agrada. Posso até não gostar do trabalho deles em si, mas essas características eu acho interessante.

Um deles é o Antonio Lopes, que agora está na seleção. A característica que gosto nele é que ele costumava assistir ao primeiro tempo de cada jogo na tribuna do estádio, lá em cima, para ter uma melhor visão de jogo e corrigir os erros no intervalo.

Num culto J.A., quando eu não estou na frente fazendo alguma coisa, costumo ficar em pé, atrás do último banco, porque assim posso observar não só quem participa, mas também a igreja toda, incluindo a facilidade de poder ver a reação geral dos irmãos com alguma participação.

O segundo técnico é o uruguaio Juan Ramón Carrasco. Com 43 anos, ele é técnico do Rocha F.C., um clube modesto no Uruguai. Mas ele não é somente o técnico. Ele é também o camisa 10 do time, e com 43 anos ele está lá, ensinando a moçada a jogar bola e fazendo gols.

Eu também não sou somente um diretor de jovens. Sou também um jovem entre os que dirijo. Também visto a camisa (apesar de achar que a camisa 10 é demais para mim), também vou à luta, também trabalho com os outros.

O terceiro técnico é o argentino Carlos Bianchi. Quando ele assume um time, ele não costuma pedir a contratação de novos jogadores. Ele se arranja com os jogadores que tem. Desta forma, ele já saiu campeão mundial duas vezes, uma delas foi com o clube Vélez Sarsfield, que sempre havia sido um time apenas razoável dentro da Argentina.

Da mesma forma, procuro trabalhar com os jovens que tenho, envolver os jovens que tenho, sem prometer "fazer chover", ou ficar planejando grandes milagres. Uma ou outra vez vem alguém de fora... é até bom para variar um pouco a programação, mas prefiro trabalhar com os que estão lá, fazer os meus jovens participarem.

Silas


Pastor e Elis, concordo com vcs... 

Este esquema de Mutirão de Natal foi o nosso próprio departamental que nos ajudou na idéia dizendo ser uma forma de fazer a igreja toda participar. Reunindo a diretoria, chegamos a conclusão de fechar o ano com esse esquema. O último dia será dia 23 qdo todos sairemos juntos para entregar as cestas de Natal. Eu particularmente pensei nisso como forma de encerrar o ano com um bonito gesto dos jovens para com os outros. Depois vem as férias da maioria dos jovens (viagens e etc..) e no próximo ano, o próximo lider assumiria a liderança.

Qdo assumi a diretoria era essa a minha maior preocupação: Meu Deus! O que terei que fazer para segurar esses jovens! O que terei de fazer para encher a igreja nos sábados a tarde e é onde se começa a querer fazer programas que chame a atenção, que não tenha muito falatório, não seja longo, seja legal etc... Aí, parece uma bomba! E eu estava com essa idéia que a liderança tem e que todos cobram (sociais, pic-nic, festas etc.). Parece que os jovens que saíram da igreja foi porque não havia programações que os prendessem. Mas, me corrija se eu estiver errada, se o jovem está a fim de sair da igreja será que um programa J.A. irá prendê-lo?? 

O meu irmão é uma prova disso, ele é jovem e sempre estava junto com a gente na igreja, participando do conjunto, saindo pra jogar bola com os jovens, indo nos encontros, participando do J.A. e hoje está totalmente fora da igreja. Sem mais nem menos não quis mais saber do conjunto, largou da namorada da igreja e hoje só quer saber de bagunça, bebidas e danças, e isso aconteceu neste ano que eu estou na diretoria jovem... 

Agora te pergunto: a culpa disso tudo é de quem? Eu penso que o próprio jovem deve ter a consciência de Deus na vida dele como importante. Ele mesmo deve ter o ideal independente de programas ou não. Estou encerrando o ano com essa idéia: devo tentar dar o meu melhor em tudo que fizer para Deus, inclusive com os jovens e pedir que o resto o Espírito Santo faça! Sabem, eu estava com a idéia de que EU precisava fazer alguma coisa, mas penso que tenho que deixar que Cristo faça isso por mim, usando-me da melhor maneira possível..

Abraços, Ariadne.


Querida Ariadne,

Obrigado por trazer um quadro tão realista da situação presente. Apesar de triste, o que aconteceu com seu irmão está acontencendo com centenas de jovens da igreja... Talvez uma pergunta chave que caberia aqui agora seria: Qual é o papel do Ministerio Jovem? A resposta óbvia seria a mensagem do evangelho ao mundo... Entretanto, antes de irmos levar a mensagem ao mundo, há um trabalho interno espiritual que a sociedade precisa fazer com o Jovem Adventista para depois, finalmente, atingir aos de fora...

Temos de parar com esse papo de que os jovens precisam da igreja para ir para o Céu... A Igreja é que prcisa dos jovens para anunciar o evangelho! Esse sentimento de inutilidade JA precisa acabar e os nosso jovens precisam se sertir parte integrante da igreja nesta missão de salvar outros jovens. Note bem as dificuldades do Minsterio Jovem na igreja hoje:

Objetivos dos Ministérios:

ESCOLA SABATINA - Tornar o membro mais forte na comunhão diária com Deus.

PESSOAL - Tornar o membro da igreja um missionário.

MORDOMIA - Tornar o membro da  igreja um mordomo fiel.

TEMPERANCA - Tornar o membro da igreja mais temperante.

ASSISTÊNCIA SOCIAL - Tornar o membro da igreja mais benevolente.

Agora eu pergunto: Qual é o papel do MINISTÉRIO JOVEM nesse contexto local? Aí vem, talvez, o grande desafio do ministério jovem!

MINISTÉRIO JOVEM - Transformar o jovem da igreja em um missionário, mordomo fiel, benevolente, forte na comunhão diária e por aí vai...

É a soma de todos os outros! Daí porque muitas igrejas estão desistindo desse ministério. Agora, vocês realmente acham, que com um programinha a cada sábado à tarde e mais os pic-nis e passeiozinhos, o Ministério Jovem pode cumprir este papel e ainda pregar o evangelho ao mundo? Claro que não! É preciso investir muito mais no jovem do que simplesmente ficar lhes entretendo para não saírem da na igreja.

Só existem duas maneiras de manter um jovem na igreja: É ensinando-o a amar e a servir. E para ele entender essa linguagem, ele precisa ser amado primeiro! A unidade da sociedade como grupo fechado com programas direcionados para as necessidades dos jovens poderá fazer com que eles compreendam o verdadeiro significado da sua missão.

Pastor


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