O Sagrado Holerite Pastoral

(Trechos de Documento em formato Word 6.0. Os cálculos da tabela foram refeitos.)

...Alguns questionamentos foram feitos ao Sr. Presidente da MMA, tais como: a utilização dos santos dízimos para antecipar verbas de combustível para aquisição de carro próprio; antecipação de verbas de aluguéis para aquisição de casa própria; recebimento de verbas destinadas a pagamento de aluguel residencial, mesmo que o obreiro resida em casa própria...

Em um dado momento, perguntou-se ao Sr. Presidente se era verdade que o mesmo possuía três imóveis aqui em São Luís e outro no município de Morros, neste Estado e se todos eles eram mesmo alugados para a Missão Maranhense, fato que além de andar circulando entre os irmãos mais simples, a nós outros não parecia honestamente explicável...

...Na oportunidade em que o Sr. Presidente dava início a suas explicações sobre os questionamentos que ficaram pendentes, foi aparteado pelo Sr. Tesoureiro da Missão Maranhense que enfatizou que o pastor, tanto quanto o obreiro precisa ter uma remuneração salarial condizente com o cargo que ocupa, precisa morar numa residência onde possa dar o mínimo de conforto a sua família e às pessoas que lhes visitam, assim como precisam se vestir bem, pois lida com os mais variados tipos de pessoas e autoridades.

Por outro lado, continuou o ilustre tesoureiro, quanto à aquisição de casa própria, não via nisso nenhuma irregularidade uma vez que na sua aposentadoria, tanto o pastor quanto o obreiro, terão os seus salários reduzidos, pois não contarão mais com o pagamento do aluguel feito pela obra, perderão os subsídios sobre o plano de saúde, assim como o direito no abatimento de 50% nas mensalidades escolares de seus dependentes que estudam em nossos colégios...

O interessante nessa defesa prévia levantada pelo ilustre tesoureiro é que ele elencou outros itens e vantagens que ainda não haviam sido questionados, pois, quanto uma boa e generosa remuneração para os nossos obreiros e pastores, nós já somos evangelizados: “Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino — grifo nosso (I Tim. 5:17). O que foi questionado ao Sr. Presidente da MMA era se ele possuía três casas no estado do Maranhão, todas, devidamente alugadas para Missão Maranhense, assim como outras informações, lamentavelmente, fatos verídicos, tais como: antecipação de verbas de combustível para aquisição de veículos, antecipação de aluguel para aquisição de casa própria, e, principalmente, ressarcimento de aluguel, mesmo quando o obreiro mora em casa de sua propriedade.

Passada essa intervenção, o Sr. Presidente retomou a palavra afirmando que possuía apenas dois imóveis, um aqui em São Luís e outro na cidade de Morros declarando, logo a seguir, que em nenhum momento foi beneficiado com antecipação de verbas de aluguel para adquirir os referidos imóveis e que tal prática nunca ocorreu na MMA, durante sua administração. Outrossim, procurou deixar claro que a sua casa adquirida em Morros foi comprada com economias oriundas da venda de um terreno, de sua propriedade, que vendera em Goiânia, aliado ao fruto da economia do aluguel da casa aqui em São Luís, e somado ao salário de sua esposa, cujo somatório lhe facultara ter uma popança no montante de R$ 12.000,00 (doze mil reais).

Tendo em vista o pastor distrital designado para aquela cidade e adjacências ter encontrado dificuldades de encontrar casa para alugar e, quando achava uma, o preço pedido pelo aluguel extrapolava o valor estipulado naquele mercado imobiliário, o Sr. Presidente, tendo interesse em ajudar o pastor distrital e tendo o dinheiro na poupança, achou mais vantajoso para a MMA adquirir uma casa, naquela cidade, a fim de aluga-la para o pastor distrital. E assim o fez.

Após as explicações supracitadas, um dos membros presentes perguntou-lhe se era verdade que o seu imóvel, aqui em São Luís, era alugado para a Missão Maranhense, tendo o presidente respondido afirmativamente, o interlocutor continuou perguntando se era justo o presidente ter uma casa de sua propriedade e morar numa outra da Missão Maranhense e se pagava aluguel por esse imóvel. Mais uma vez o presidente justificou o procedimento questionado afirmando que era descontado 10%(dez por cento) do seu salário, como é feito com os demais ocupantes de imóveis pagos pela Organização.

Irresignado o irmão questionador concluiu suas intervenções perguntando se o presidente achava justo, ético e moral uma pessoa alugar seu imóvel à empresa na qual trabalha, pelo preço de mercado, a fim de morar num imóvel dessa mesma empresa pagando um aluguel simbólico, principalmente quando as empresas seculares não adotam tal expediente. Por outro lado, considerando-se ainda que as igrejas locais padecem, às escâncaras, de contínua falta de recurso, e, quando procuram apoio da MMA para o seu trabalho evangelizador, como foi o caso da igreja de Bequimão, quase nenhum apoio encontram. Retomando a palavra, o Sr. Presidente respondeu taxativamente que achava justo e ético o benefício questionado, uma vez que pelo cargo que ocupa, recebia apenas 8% (oito por cento) acima do piso máximo de salário estabelecidos para pastores e obreiros, que é de R$ 1.350,00 (um mil trezentos e cinqüenta reais) o qual, se comparado ao salário pago pelo mercado a quem detenha semelhante responsabilidade, se revelaria um valor irrisório.

Em seguida a reunião foi encerrada com a leitura de dois textos do livro Testemunhos Seletos, pág. 355: “Embora existam males na igreja, e tenham de existir até ao fim do mundo, a igreja destes últimos dias há de ser a luz do mundo poluído e desmoralizado pelo pecado. A igreja, débil e defeituosa, precisando ser repreendida, advertida e aconselhada, é o único objeto na terra ao qual Cristo confere Sua suprema consideração”. Idem, pág. 363: ”Não há necessidade de duvidar, de temer que a obra não terá êxito. Deus está à frente da obra, e Ele porá tudo em ordem. Se, na direção da obra, houver coisas que careçam de ajustamentos, Deus disso cuidará, e operará para corrigir o erro. Tenhamos fé em que Deus há de pilotar seguramente ao porto a nobre nau que conduz o povo de Deus”. Review and Herald, 29 de setembro de 1892. Após a leitura feita pelo presidente da MMA, o mesmo elevou aos Céus uma prece.

É impressionante notarmos, respeitáveis irmãos, que os textos, por pertencerem a contextos diferentes, cotejados como os colocou o Sr. Presidente da Missão Maranhense, engendram um verdadeiro sofisma, isto é: O primeiro admite que a igreja é falha, que carece ser advertida, repreendida pelos seus males que a acompanharão até o fim do mundo, débil, defeituosa... Já o segundo implica em dizer: vocês não têm nada com isso, não devem duvidar, temer,... se houver coisas que careçam de ajustamentos, Deus cuidará de tudo!...

...Infelizmente, para surpresa sua, constatara que as informações prestadas a esta comissão pelo Sr. Presidente da Missão Maranhense, no dia 23.12.2000, de que o preço do aluguel de uma casa, que era procurada para o pastor distrital, variava entre R$ 600,00 (seiscentos reais) e R$700,00 (setecentos reais) mensais, preço, segundo as palavras do próprio presidente, muito acima do de mercado, não correspondia com a realidade que o irmão, viajante contumaz, a serviço, pelos interiores do Estado, ali confirmara, durante sua estada, numa despretensiosa, mas diligente pesquisa. 

Tendo em vista, como é claro, a imediata animosidade dos ânimos, o irmão que interveio, constrangidamente, afirmou de maneira categórica que o preço médio de aluguel, naquele município, gira em torno de um salário mínimo, isto é, R$ 180,00 (cento e oitenta reais) e, por outro lado, sabe-se que a MMA mantinha uma casa alugada, no centro daquela cidade, para um obreiro, pagando em torno de R$ 120,00 (cento e vinte reais) mensais, todavia, não insistimos em questionar e nem o sacerdote em contradizer!

Buscando arrazoar os fatos, o irmão em tela voltou a ratificar ao presidente da MMA que o considerava amigo, pois não tinha inimigos; retrucando, o Sr. Presidente respondeu-lhe que dispensava sua amizade, porque quem o tivesse como amigo não precisava de inimigos! E que, a partir daquele momento, não o reconhecia como membro do grupo e mais, que a continuidade da conversação com o grupo só seria efetivada sem a presença desse irmão! Tal atitude deselegante e anticristã, da parte do líder maior da Missão Maranhense, causou surpresa e descontentamento no grupo que esperava ver, em sua pessoa, o mesmo espírito e serenidade que norteou as atitudes do Mestre dos mestres.

Após alguns instantes de visível angústia entre todos, o Sr. Presidente retomou a palavra, dirigindo-se ao jovem primeiro ancião dizendo que estava decepcionado com ele, já que, por duas vezes, havia marcado uma reunião individual com ele e ao invés de vir sozinho trazia mais pessoas consigo, por isso se considerava duplamente traído pelo primeiro ancião. Lamentamos que o ilustre presidente tenha negado, diante das ovelhas, o que ensina, mas não vive: “Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangidos, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes tornando-vos modelos do rebanho”(1Pedro 5:2-3).

Timidamente, interveio uma irmã que participava do grupo, perguntando-lhe como deveria agir quando os seus filhos, que têm acesso à internet, lhe questionam as denunciadas falta de lisura e transparência, no trato dos problemas da igreja, que estão sendo prolatadas via sites? Acrescentando, inclusive, que muitos dos problemas surgidos na igreja precisam de melhor atenção por parte dos pastores, que, por sua vez, não dão atenção a esses problemas por falta absoluta de tempo. ...

...Parece que o Sr. Presidente da Missão Maranhense conseguiu transformar num verdadeiro cavalo de batalha algo que dependeria apenas de uma sábia e equilibrada decisão administrativa. Ora, em síntese, o que desejava a comissão da igreja de Bequimão senão mais do que apoio para sua operosidade evangelizadora, maior apoio financeiro para custear despesas vinculadas a esse mister, cessão de projetor multimídia, melhoria ou substituição dos bancos da congregação por outros mais confortáveis e outras solicitações agregadas que não são impossíveis de ser atendidas ou negociadas dentro de um clima consensual harmonioso, liderado por um espírito cristão e singela capacidade administrativa.

O que não dá pra aceitar, data máxima venia, é se querer fazer uso da chamada enrolação ou tentar-se aplicar o golpe das ameaças transcendentais e escatológicas com citações do espírito de profecia descontextualizadas ou textos bíblicos isolados; afinal, já é tempo do sacerdócio abrir a mente e os olhos, pois não mais estão tratando com meninos do buchão. O que a igreja de Bequimão requer não são mordomias, mas o mínimo de conforto e dignidade que a sua membresia e o bairro partilham e colaboram por merecer.

Ainda por oportuno, lembremos que o presidente da Missão Maranhense subestimou o seu salário, chamando-o de irrisório se comparado com qualquer outra função secular que se subordine à mesma responsabilidade. Ora, sem pretendermos trazer à baila questões de ordem particular-financeira, até porque o nosso entendimento é bíblico e já o transcrevemos nas preliminares afirmando que são dignos de dobrados numerários. Mas, apenas a título de exemplificação fictícia, consideremos quanto, relativamente,  ganha um pastor, casado e que tenha apenas dois filhos:

Salário Básico

1.350,00

Vantagens  

Auxílio Quilometragem

350,00

Auxílio Música

120,00

Cota Pais Denominacionais

160,00

Impostos e Taxas Residenciais

200,00

Auxílio Educação Esposa

400,00

Auxílio Educação 1º filho

700,00

Auxílio Educação 2º Filho

300,00

Aluguel Residencial

500,00

Seguro Automóvel

150,00

Total de Vantagens

2.880,00

Salário + Vantagens

4.230,00

Descontos

 

Aluguel Residencial

135,00

Contribuição Prev. Privada

30,00

Contribuição INSS

?

Aluguel residencial 100,00
Seguro automóvel 150,00
Plano de saúde 35,00
Contribuição Prev. Privada 30,00
Contribuição INSS 30,00

Total dos descontos

510,00

Líquido a receber 3.720,00

Como podemos concluir, o Senhor tem honrado os honorários do pastor, conforme a sua promessa: ”Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino(1 Tim. 5:17). Agora é necessário que as igrejas orem para que os pastores cumpram a parte sublinhada.

Faça o Download:

Veja os documentos enviados para o Adventistas.Com:

Retornar

Para entrar em contato conosco, utilize este e-mail: adventistas@adventistas.com