Conheça os Últimos Desejos de João Paulo II
Papa publicou em 1996 lista
com seus últimos desejos
da France Presse, no Vaticano
O papa João Paulo 2º, cujo estado
de saúde piorou sensivelmente nos últimos 30 dias, deixou, como é tradição, uma lista de
disposições que devem ser respeitadas depois de sua morte.
As disposições foram publicadas em 1996 pelo Vaticano em um documento público sob o título
Constituição apostólica "Universi dominici gregis" (O rebanho universal do Senhor).
"Quando o Sumo Pontífice estiver agonizando ou depois de sua morte, ninguém tem o direito
de tirar fotos dele, nem, no primeiro caso, gravar suas palavras para divulgá-las
posteriormente", declara o documento.
Nenhuma documentação fotográfica ou sonora sobre os últimos momentos de vida de João Paulo
2º poderá ser transmitida, com exceção da que for permitida pelo cardeal que assumirá de
forma interina a chefia da Igreja em caso de morte do papa.
Escândalos
As disposições sobre os últimos momentos dos papas foram estabelecidas por Paulo 6º devido
aos escândalos suscitados depois da morte de Pio 12, em 1958.
Na época, o médico pessoal do papa, Galeazzi Lisi, publicou em um livro as fotos de Pio 12
em seu leito de morte, com a máscara de oxigênio que cobria parte de seu rosto.
Segundo a tradição, que nem sempre é respeitada, o papa deverá ser enterrado na basílica
vaticana perto do túmulo de são Pedro, segundo o texto.
A disposição pode ser alterada depois da leitura do testamento de João Paulo 2º, que,
segundo alguns compatriotas do papa, expressou o desejo de ser enterrado no túmulo de sua
família, em Wadowice, perto de Cracóvia, na Polônia.
Bens
Outros desejos sobre seus bens, cartas, documentos pessoais, especificamente indicados no
testamento, serão executados pela pessoa que o papa tiver indicado.
É possível que o encarregado nesse caso seja seu secretário particular, monsenhor
Stanislaw Dziwisz, que há 40 anos o acompanha e que deverá prestar serviços ao novo papa.
O documento indica também como deve ser organizado o Conclave, ou seja, a reunião de
cardeais encarregados de eleger o sucessor de João Paulo 2º.
Até o último Conclave, em 1978, os cardeais eram instalados no palácio apostólico em
condições muito pouco confortáveis, razão pela qual foi reformada uma residência vaticana,
a Casa Santa Marta, com todas as comodidades de um hotel.
Os cardeais permanecem isolados entre 15 e 20 dias depois da morte de um papa. Passam em
cortejo da capela Paulina à capela Sistina e, em seguida, as portas são fechadas e as
chaves guardadas.
Devido ao rápido desenvolvimento das tecnologias, as disposições papais enfatizam que os
cardeais não poderão, durante o Conclave, nem se comunicar por telefone com o exterior. O
segredo deve ser absoluto.
Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u63696.shtml
Papa vive "seus últimos dias", diz cardeal
(2/10/2003) da Folha Online
O arcebispo de Viena, Christoph
Schoenborn, considerado um dos principais cardeais da Europa, disse hoje que o papa João
Paulo 2º, 83, "está perto de seus últimos dias".
A declaração ocorreu no mesmo dia em que o secretário particular do papa tentou minimizar
os rumores sobre o estado de saúde do pontífice.
O papa, que sofre o mal de Parkinson e que não pode mais andar sem ajuda, aparenta estar
mais fraco do que o normal em suas mais recentes aparições públicas e tem dificuldades em
falar muitas vezes.
"O mundo todo está vendo um papa doente, limitado e que está morrendo. Eu não sei a
proximidade de sua morte, mas os últimos dias ou meses de sua vida estão se aproximando",
declarou Schoenborn à rádio austríaca.
Mais tarde, o porta-voz de Schoenborn, Erich Leitenberger, afirmou que a declaração
deveria "ser interpretada filosoficamente" e não literalmente.
Schoenborn, chefe da Igreja Católica na Áustria e arcebispo de Viena, é visto como um
possível sucessor do papa, que celebra o 25º aniversário de seu pontificado neste mês.
Antes das declarações de Shoenborn, o arcebispo polonês Stanislaw Dziwisz, secretário
particular do papa, disse hoje que os recentes comentários do cardeal alemão Joseph
Ratzinger sobre as condições do papa foram tirados do contexto.
No início da semana, a revista alemã "Bunte" declarou que Ratzinger, chefe da Congregação
para a Doutrina da Fé, teria afirmado: "Ele está mal. Devemos rezar pelo papa".
A declaração provocou uma onda de preocupação pela comunidade católica, que teme sobre as
condições de saúde do papa, que aparenta estar cada vez mais doente nas últimas semanas.
Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/papa.shtml
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