Leitor Pergunta: "Deus Só Aceita a Oração em Nome de Yeshua?"

"Na bíblia, quando se dá nome a uma pessoa, significa muito mais do que dotá-la de um nome próprio. O nome equivale à própria pessoa. Não ter nome é não existir ou ser algo insignificante e desprezível. Dar nome a algo é reconhecer a sua existência real. Pedir que alguém diga o seu nome não é somente pedir-lhe que o pronuncie, mas também que manifeste a sua natureza, que se identifique (Gen. 32:29; Ex. 3:13-14). Bendizer o nome de Deus é invocar a Deus mesmo, e não somente pronunciar o Seu nome. Quando se diz que Deus escolheu Jerusalém para que nela residisse o seu nome, quer se dizer que a escolheu como a Sua residência pessoal. Quando Cristo diz que algo se faça em seu nome, significa que deve ser feito identificando-se com Ele, fazendo-o no Seu Espírito, como se fosse Ele mesmo. Em nenhum caso se trata de pronunciar o nome divino como palavra mágica." Comentário da Bíblia de Estudo Almeida, verbete "nome".

Uma pergunta: Em nossa língua como se pronuncia o nome do Senhor? YESHUA ou JESUS? Se se pronuncia Jesus, qual é o problema? O nome não é uma palavra mágica. Deus vê o coração. Você acha que uma pessoa sincera para com Deus que ora em nome de Jesus, Deus não vai aceitar essa oração só porque não foi endereçada a Yeshua? -- Wellington-RJ.


Resposta do editor:

As informações que o irmão inclui no primeiro parágrafo de seu e-mail são importantes como comentário e interpretação pessoal do responsável, ou da equipe responsável, pela edição dessa Bíblia de Estudo Almeida. Mas sinceramente preferia que a fonte fosse outra. Digo isso porque, embora não deva ser o seu caso, percebo que há muitos irmãos colocando quase em pé de igualdade acréscimos marginais feitos às Escrituras Sagradas por pessoas não autorizadas a isso e que deveriam limitar-se a traduzi-las, incluindo apenas informações essenciais que justificassem a opção por uma ou outra forma de tradução.

O erro é agravado pela ignorância ou desatenção dos presidentes de Associação e departamentais da área de Literatura, que endossam a utilização de Bíblias desse tipo, revendendo-as nas lojas do Sels em todo o Brasil. Aqui no Mato Grosso do Sul, vendem inclusive a Bíblia de Estudo das Profecias, cujas notas e comentários acrescidos causam grande confusão entre os irmãos, pois seguem a interpretação dispensacionalista. E tendo sido compradas na loja da Associação, são tidas como versões e comentários confiáveis da Bíblia.

Para ser bem sincero, irmão, nem mesmo nós adventistas temos o direito de acrescentar notas, estudos bíblicos e mesmo comentários da Sra. White à Bíblia. Isso equivale a colocar a palavra e homens em pé de igualdade com a Palavra de Deus e, no caso dos escritos inspirados da Sra. White, ela própria os considerava luz menor em relação à luz maior da Escritura Sagrada, pela qual todos os ensinos e mensagens devem ser provados.

Com isso, aproveito para desaconselhar a compra e o uso da Bíblia do Jovem, lançada recentemente, a qual, além das notas explicativas e acréscimos denominacionais, apresenta o texto da versão ecumênica na linguagem de hoje, de compreensão facilitada, mas confiabilidade comprometida em muitos pontos importantes pelo uso de paráfrase em lugar de tradução.

Aos poucos, a Bíblia verdadeira, com suas peculiaridades e detalhes que dão sustentação à fé adventista do sétimo dia, está sendo trocada por outras em que essas sutis diferenças são retiradas e, assim, chegaremos a uma versão ecumênica definitiva em que as diferenças religiosas já não terão mais razão de ser. E a estratégia do inimigo é trocar exatamente a versão utilizada pelos jovens e adolescentes, pouco afeitos à leitura, estudo e pesquisa, os quais constituem, talvez, a penúltima geração da igreja.

Quando os filhos dos atuais jovens forem ser ensinados nos caminhos da religião, seus pais terão nas mãos um livro que até poderá possuir uma capa preta, em que estará escrito "Bíblia", mas nele a autêntica Palavra de Deus já não estará, pois terá sido diluída com o vinho das traduções ecumênicas contemporâneas!

ESTOU DIZENDO A VOCÊ LEITOR, COM TODAS AS LETRAS, QUE BABILÔNIA JÁ ESTÁ RETIRANDO A BÍBLIA VERDADEIRA DE CIRCULAÇÃO E AS PESSOAS NÃO ESTÃO PERCEBENDO. ISSO ESTÁ SENDO FEITO ATRAVÉS DE ACRÉSCIMOS AO CONTEÚDO BÍBLICO E EM NOME DA FACILITAÇÃO DA COMPREENSÃO DA MENSAGEM BÍBLICA, COM O APOIO DA LIDERANÇA ADVENTISTA.

Não Estou Fugindo do Assunto

A mudança do nome de nosso Eterno Salvador para outro, que sequer constitui uma transliteração do nome hebraico/aramaico original é um erro grave dos tradutores bíblicos, porque rouba do nome escolhido pelo próprio Pai para Seu Filho a significação correta e completa. Em português, a palavra "Jesus", criada lá pelo século XV, pode conter forte carga emocional ou sentimental, mas não traz embutido em si o sentido de "Salvação que vem do Deus-Eterno" ou "o Deus-Eterno salva".

Hoje, ainda que a pronúncia varie de país para país e, em alguns casos, provoque ajustes na escrita, nomes não se traduzem. Wellington é Wellington tanto no Rio, quanto em Nova Iorque ou Tóquio. No caso dos nomes bíblicos, especialmente o nome sagrado de nosso Eterno Salvador, o correto seria manter sua grafia bem próxima do original e acrescentar-lhe a significação logo a seguir, entre vírgulas, para que não houvesse prejuízo na compreensão.

Quando Deus disse que o menino deveria se chamar Yehoshua/Yeshua, estava resumindo em uma só palavra a doutrina básica, essencial, do Cristianismo, a justificação unicamente pela fé, salvação que vem do Eterno em uma única pessoa, que é Seu Filho unigênito. Fazia também uma promessa e profecia em relação ao bebezinho judeu, que salvaria a humanidade de seus pecados.

Esse é um detalhe importante, do qual não nos deveríamos esquecer ou pretender deixar de lado, irmão. Jesus era judeu! E tinha esse nome aparentemente esquisito em português, Yehoshua/Yeshua, mas esse era, de fato, o nome dEle. Quem dera fôssemos nós também judeus, membros da nação escolhida, que teve alguns de seus ramos arrancados para que pudéssemos ser enxertados, mas a ela pertenceram os patriarcas, os profetas, os apóstolos e, acima de todos, o Messias, o Filho de Deus. (Leia Romanos 11 com atenção e medite.)

A Igreja Cristã afastou-se de Deus no momento em que esqueceu sua condição de enxertada ao plano divino e pretendeu ser a substituta de Israel, desligando-se dos judeus, assimilando a filosofia dos gregos e unindo-se ao poder imperial de Roma. Assim nasceram o papado, a guarda do domingo em lugar do sábado, a adoração dos ídolos através do culto aos santos, dogma na trindade, zombaria com o nome do judeu chamado Yehoshua/Yeshua, crença na imortalidade da alma, doutrina do inferno, purgatório e todas as heresias do catolicismo.

Humanamente falando, não há como corrigirmos hoje essa questão do nome Jesus. Quem de nós poderia substituir os bilhões de exemplares já impressos das Escrituras Sagradas, contendo esse nome? Podemos, porém, fazer a nossa parte anunciando a aqueles com quem temos contato, que esse Jesus Cristo de quem tanto se fala, foi um bebezinho que nasceu judeu, mas era o Filho Eterno do Deus da Salvação e que, através dEle, podemos ter vida eterna. Aliás, a missão do crente se resume em contar aos outros o significado verdadeiro do nome Jesus.

É óbvio que Deus aceita as orações feitas em nome de Jesus. Ele conhece também a nossa desinformação, limitações e a força do hábito. Quando os filhos são bebês e sequer conseguem falar, nós os compreendemos e lhes damos exatamente aquilo de que necessitam mesmo que ouçamos apenas um chorinho ou soluço.

Pais de crianças especiais, com dificuldades de fala, convivem com esse problema por toda a vida. A menos que ocorra um milagre, nunca ouvirão seu nome ser dito corretamente pelo filho, mas o atenderão sempre que precisar. Não ficariam, porém, mais satisfeitos, se um dia fossem surpreendidos pelo filho pronunciando seu nome corretamente? E Deus, que escolheu o nome de Yehoshua/Yeshua para Seu Filho, o que você acha?  -- Robson Ramos

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