Muito interessante o artigo do ilustre Doutor Alberto R Tim — Adventismo histórico? Breve análise crítica de um segmento que se considera arauto do “adventismo histórico” –, na Revista Adventista de Maio de 2011, sobre o qual faço, a seguir, algumas considerações sobre seu ponto de vista ali consignado.
No inicio o doutor Tim se expressa assim: “Ministérios independentes e grupos dissidentes buscam espaço nas congregações adventistas sob a alegação de serem os genuínos arautos do assim chamado “adventismo histórico”, que precisa ser pregado a uma igreja supostamente em apostasia doutrinária.” Percebe-se que o objetivo do articulista é de uma só assertiva expor a “fragilidade” dos Ex-ASD que reside em, segundo ele, reivindicarem para si os atributos do Adventismo Histórico.
Quero me colocar aqui como alguém que mesmo fazendo parte dos chamados “grupos dissidentes” jamais reivindicou para si os atributos de nenhum grupo pioneiro de nenhuma denominação, até por que, em certo sentido, concordo que aqueles que buscam amparar sua fé em verdades descobertas por outros e temem comprovar por si, nas Escrituras, se as supostas verdades tem amparo no “Assim diz o Senhor” estão, sem dúvidas, “construindo sua casa sobre a areia”.
O que busco é sedimentar minha fé unicamente nas Escrituras Sagradas, e quaisquer outras fontes, quer sejam informações históricas ou de supostos “profetas” são, para mim, meros escritos humanos, nos quais com certeza há uma forte possibilidade de estarem cheios de incertezas, incoerências e erros, na origem e também no exacerbado processo de exaltação que se fazem de tais informações.
No que se refere à colocação de que os EX-ASD precisam pregar ”a uma igreja supostamente em apostasia doutrinária.” É evidente que se esta necessidade não faz sentido hoje, com certeza fez no passado, tendo em vista que a IASD reconhece que mudou sua doutrina do “Arianismo” dos pioneiros para o trinitarianismo Católico, logo se a igreja não apostatou, no mínimo, já começou apostatada!
Segundo escreveu o grande teólogo adventista, neste artigo, os principais erros dos novos “Adventistas Históricos” são:
A visão Pos-lapsariana da natureza de Jesus, pensamento este que conduz ao perfeccionismo e a salvação pelas obras; e a confiança plena naquilo que cultuam como a tradição dos Pioneiros ASD. Realmente não há como negar que aqueles que assim creem tem dificuldade em harmonizar seu posicionamento com os maravilhosos ensinos da salvação pela graça e da santificação mediante os méritos de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo! Por outro lado crer na natureza pré-lapsariana NÃO sanciona a divindade de Jesus, e muito menos Sua “suposta” superioridade ou privilégios no enfretamento as tentações Entre as incoerências históricas do segmento em discussão existem duas que merecem ser destacadas. Primeira, como a teoria de que Cristo veio em carne pecaminosa… () Segunda, o forte apego dos adventistas históricos à tradição da igreja, como determinante da verdade, acaba suscitando a indagação: Não estariam os adventistas históricos atribuindo à tradição adventista a mesma autoridade que o maior poder eclesiástico atribui à sua própria tradição?
Em suas palavras educadas e polidas o articulista mostra sua apreciação pelo fato de os novos “Adventistas Históricos” demonstrarem fé nos escritos de Ellen G. White – Todos os movimentos dissidentes da Igreja Adventista do Sétimo Dia, ao longo das décadas, sempre buscaram validar seus postulados na Bíblia e nos escritos de Ellen G. White, e o adventismo histórico não é uma exceção.
Mas sua alegria não é completa, pois lhes faltam à mesma interpretação que a sua, logo para ele há algo mais importante que a bíblia e os escritos da suposta profetisa moderna! Seja como for, devemos aceitar da tradição adventista apenas os componentes que estão em plena conformidade com os ensinos da Bíblia e dos escritos de Ellen G. White, interpretados adequadamente.
Esta linha de pensamento nos faz lembrar uma época em que a humanidade ficou privada da Bíblia, tendo em vista que o pensamento dominante cria firmemente que o homem simples está privado do conhecimento correto das mensagens das Escrituras, e que somente aos eruditos pode Deus se revelar!
No mesmo artigo há, no final, algumas considerações do Presidente da IASD, as quais são mais genéricas, e na maior parte transcrições dos escritos da Irmã White, entretanto em determinado paragrafo afirma que “a Igreja possui o instrumento ideal para tratar os pensamentos que destoam da suposta posição oficial da IASD. A igreja tem regulamentos e procedimentos claramente definidos para considerar dissensões metodológicas ou teológicas que surjam dentro da família da igreja.” Ted N. C. Wilson.
Como disse no inicio o artigo é interessante e, no mínimo, nos leva a um momento de reflexão sobre os caminhos que os ex-ASD estão tomando, e principalmente onde nos levarão. Cada um tem dado por Deus, a liberdade de escolher a fé que deseja abraçar e viver, mas também é do nosso conhecimento as responsabilidade e implicações que esta liberdade nos traz. Que cada um faça bom uso dos dons divinais!
DEUS TE ABENÇOE.
Fraternalmente,
Heráclito Fernandes da Mota
tenho um diagrama profético adventista datado em 1960, raro, em bom estado de conservação, apto a se tornar um quadro…interessado entrar em contato, poucas unidades foram feitas. Interessantíssimo para os estudiosos adventistas