100% Sincero: Doutor em Teologia do UNASP afirma que discípulos não batizavam em nome da Trindade, mas diz que livro da Bíblia não deve servir como Manual da Igreja

paroschi-trindadeO Dr. Wilson Paroschi prefere basear-se em textos apócrifos e na tradição dos pais da Igreja católica para defender o uso da fórmula batismal trinitariana. Alega que os discípulos só foram entender essa “clara ordenança de Jesus” bem mais tarde, apesar do derramamento pleno do Espírito Santo sobre eles no Pentecostes. Para ele, pastores e teólogos adventistas de hoje sabem muito mais sobre Deus que Pedro, falando sob inspiração divina no sermão de Atos 2, porque a revelação e a compreensão dela são progressivas.

Ora, doutor Paroschi, se estivéssemos diante de uma “clara ordenança de Jesus”, esta deveria ter sido imedatamente entendida pelos discípulos. Afinal, tratar-se-ia de uma ordem direta, praticamente as últimas palavras com o último pedido e desejo de Cristo a Seus seguidores. Nenhum dos apóstolos deixaria de atendê-lo!

Chega a ser absurdo pensar que apóstolos “cheios do Espírito Santo”, que os senhores imaginam como uma terceira pessoa divina, teriam esquecido de mencioná-Lo na fórmula batismal!

Além disso, até onde vai essa tal revelação progressiva dos senhores? Primeiro, Deus Se revela como um só no Antigo Testamento. Depois transformasse em dois no Novo Testamento: Pai e Filho. Por último, apresentou-Se como três coiguais, coeternos, etc. Qual será a próxima fase dessa tal “revelação progressiva”: Irá Deus dizer que, na verdade, são, quatro, cinco, seis, sete deuses ou mais? Se assim for, os politeístas do passado estavam bem mais adiantados na compreensão de Deus que os adventistas!

A FÓRMULA TRINITÁRIA
Postado por: Wilson Paroschi em 11 de fevereiro de 2015 em Boa pergunta.

O batismo dos cristãos primitivos era feito em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo? O texto de Mateus 28:19, que menciona esse tipo de batismo, faz parte do original em grego? João Batista dos Santos

Essas são perguntas recorrentes. Vamos começar pela segunda. Em relação à fórmula batismal trinitariana de Mateus 28:19, a situação é a seguinte:

(1) A fórmula está presente em todos os manuscritos gregos que contêm Mateus 28:19, pois nem todos os manuscritos sobreviveram de forma completa. Na verdade, alguns chegaram até nós em estado bastante fragmentário, mas todos os que contêm o versículo em questão registram a fórmula trinitariana, sem exceção, e isso acontece com vários manuscritos cujo texto remonta ao 2º século.

(2) A fórmula também está presente em todas as antigas versões, cujo texto também data do 2º século.

(3) Toda a literatura patrística anterior ao 4º século que cita Mateus 28:19 inclui a fórmula trinitariana. Exemplos: a Didaquê (c. 130-150), uma espécie de manual da igreja síria; Justino Mártir (c. 150); Clemente de Alexandria (150-215); e Cipriano (3º século). Levando-se em conta o registro textual, portanto, é praticamente impossível afirmar que a fórmula trinitariana de Mateus 28:19 não seja original.

Cópia ilegível da lista de capítulos do Evangelho de Marcos, colocada logo após à conclusão do Evangelho de Mateus (AD 400-440). Sua fonte, embora não mencionada por Wilson Paroschi, é o Códice Alexandrino, um manuscrito grego do século V. Segundo uma lenda muito duvidosa, teria sido produzido por Santa Tecla, uma protomártir cristã do II século, defensora da virgindade e do ascetismo, homenageada por Constantino com uma igreja em Constantinopla.
Cópia ilegível da lista de capítulos do Evangelho de Marcos, colocada logo após à conclusão do Evangelho de Mateus (AD 400-440). Sua fonte, embora não mencionada por Wilson Paroschi, é o Códice Alexandrino, um manuscrito grego do século V, que, segundo uma lenda muito duvidosa, teria sido produzido por Santa Tecla, protomártir cristã do II século, defensora da virgindade e do ascetismo, homenageada também por Constantino com uma igreja em Constantinopla.

E quanto ao batismo cristão primitivo, era ele feito em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo? De acordo com o livro de Atos, a resposta é não, pois todos os batismos ali mencionados são em nome de Jesus apenas (Atos 2:38; 8:16; 10:48; 19:5; 22:16; cf. 1 Coríntios 6:11).

Como entender isso? Não é fácil, como não é fácil entender que, mesmo após a ressurreição de Jesus, os apóstolos ainda achavam que ele tivesse vindo para restaurar a independência política de Israel (Atos 1:6, 7), ou que eles, de alguma forma, ainda continuavam envolvidos nas atividades cerimoniais do templo (Atos 2:46; 3:1; 21:23, 24), ou que o próprio Paulo, ao final de sua terceira viagem missionária, ainda tivesse ido ao templo oferecer sacrifício (Atos 21:26).

Seja como for, isso significa que não devemos olhar para o livro de Atos como se fosse um manual de igreja, muito menos como um manual evangelístico, como muitos o fazem. O livro de Atos apenas descreve como foram os primeiros 30 anos da igreja apostólica, seus erros e acertos, e como Deus atuou por meio deles para a consolidação e expansão da igreja. O período histórico abrangido por Atos foi de transição, em que muitos temas e práticas ainda careciam de desenvolvimento ou de uma compreensão mais clara. Foi assim com a questão da volta de Jesus, a pregação aos gentios e a própria organização da igreja.

Já a fórmula batismal em Mateus 28:19 se apresenta como uma clara ordenança de Jesus, e, portanto, é ela que deve pautar as atividades da igreja hoje. No fim do 1º século, a igreja já batizava em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Evidência disso é a própria Didaquê acima citada, que faz referência clara ao batismo trinitariano. Embora sendo do início do 2º século, há suficientes razões para crermos que tal prática retrocede ao período apostólico, na segunda metade do 1º século.

Devemos nos lembrar de que a revelação, mesmo aos apóstolos, foi progressiva (João 16:12; cf. Hebreus 1:1, 2; 2 Coríntios 1:13), e de que esse princípio se aplica também à compreensão dela (cf. João 12:16; 14:29; Lucas 24:8). É por isso que nosso credo é a Bíblia em sua totalidade (tota scriptura), e não apenas o livro de Atos. E é no evangelho de João, por exemplo, que encontramos as revelações mais claras acerca da personalidade do Espírito Santo e sua atuação, juntamente com Cristo e o Pai, no plano da redenção (cf. João 14:16, 17, 26; 16:7-15), e esse evangelho foi um dos últimos livros do Novo Testamento a ser escrito, se não o último, já bem no fim do 1º século.

Seja como for, a crença na personalidade do Espírito Santo e a utilização da fórmula batismal trinitariana são bem anteriores ao Concílio de Niceia, no 4º século, que teria sido, segundo alegam alguns desinformados, quando tal crença foi introduzida na igreja cristã. Um melhor conhecimento da história da igreja e o uso de fontes e evidências documentais, como os manuscritos gregos, as antigas versões e as citações patrísticas, tornam quase impossível afirmar que a fórmula trinitariana de Mateus 28:19 constitua um acréscimo posterior.

Wilson Paroschi, doutor em Teologia, com especialização em Novo Testamento, é professor no Unasp, campus Engenheiro Coelho (SP)

Fonte: http://www.revistaadventista.com.br/2015/02/a-formula-trinitaria.html

  • Download: Evangelho Original de Mateus traduzido para o português. Baixe já!

hebrew_gospel_capaDez anos depois de encerrarmos o debate que dividiu a Igreja Adventista do Sétimo Dia em trinitarianos e antitrinitarianos (veja links no rodapé), retornamos ao assunto trazendo para download um livro que já havíamos citado, mas não estava disponibilizado em português. Trata-se do Evangelho de Mateus aos Hebreus em sua versão original, sem o acréscimo da suposta ordem para batizar “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, jamais proferida por Jesus Cristo. Baixe-o já e aproveite toda a documentação que assegura sua autenticidade.

O Que Dizer Sobre Mateus 28:19?

1. Se Jesus Cristo realmente houvesse proferido a fórmula batismal trinitariana como a encontramos em Mateus 28:19, os discípulos jamaais poderiam ter batizado unicamente em nome de Jesus, como fizeram. (Atos 2:38; 8:16; 10:48; Gálatas 1:12; etc.) Seria desobediência a uma ordem clara do Mestre.

2. Se Ele realmente a proferiu, os relatos correspondentes nos outros Evangelhos sinóticos deveriam contê-la. Veja, porém, que Marcos 16:15-17 e Lucas 24:46-47 referem-se apenas ao Seu nome.

3. Observe também o contexto de Mateus 28:19:

v. 16 — Discípulos vão para a Galiléia, para o monte designado.

v. 17 — Surge Jesus. Alguns O adoram, outros se recusam.

v. 18 — Jesus fala então aos que duvidavam: “Toda a autoridade ME foi dada no Céu e na Terra.” Quer dizer, não tenham dúvida de que posso ser adorado, porque meu sacrifício foi aceito e o Pai me concedeu temporariamente toda a autoridade no Céu e na Terra como Filho de Deus.

v. 19 — Jesus diz que todos eles poderiam, portanto, ir e fazer discípulos em Seu nome. (Não teria porque referir-se à trindade, uma vez que não era isso o que estava em discussão. O que os discípulos queriam saber é se Ele estava autorizado a ser adorado.)

4. Observe também o contexto dos Evangelhos, Jesus nunca ordenou que fizessem milagres nem se reunissem, em nome da trindade. Pelo contrário, diz que estará presente entre os que reúnem em Seu nome; atenderá aos que pedem em Seu nome; que os discípulos fariam milagres em Seu nome, etc.

5. O historiador Eusébio de Cesaréia, que conheceu manuscritos mais próximos do original de Mateus, escrito provavelmente em hebraico, dezessete vezes afirma que a ordem evangélica era ir a todas as nações e fazer discípulos em Seu nome. Somente depois do Concílio de Nicéia, incluiu a fórmula trinitariana — “batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” — em suas referências a Mateus 28:19.

6. Em Primeiros Escritos, págs. 220-221, Ellen G. White declara que homens doutos modificaram o texto bíblico, quando havia poucos exemplares das Escrituras, e incluíram nelas expressões que favoreceram a tradição humana. Um exemplo inegável disso é João 5:7-8. Ora, não haveria necessidade de favorecem a trindade se ela realmente fosse uma doutrina bíblica! O mesmo deve ter acontecido com Mateus 28:19 (diante dos argumentos que já apresentamos acima).

7. A nova Bíblia de Jerusalém, totalmente revisada e atualizada, admite quanto a Mateus 28:19: “É possível que, em sua forma precisa, essa fórmula reflita influência do uso litúrgico POSTERIORMENTE fixado na comunidade primitiva. Sabe-se que o livro de Atos fala em batizar ‘NO NOME DE JESUS’. MAIS TARDE deve ter-se estabelecido a associação do batizado às três pessoas da trindade.”

Use nosso dispositivo de busca para localizar mais informações a respeito de Mateus 28:19 no site. — Robson Ramos.

Leia mais sobre o assunto em nosso arquivo do debate que promovemos aqui sobre a Trindade entre março de 2002 e março de 2004:

1 comentário em “100% Sincero: Doutor em Teologia do UNASP afirma que discípulos não batizavam em nome da Trindade, mas diz que livro da Bíblia não deve servir como Manual da Igreja”

  1. Cara, acho que voce ta caducando. Voce da conta de dizer que existe evangelho de Mateus “original”? … como assim? … quer dizer que 100% de todas as biblias que temos hoje estão incorretas? O que ganhamos em ter “versões” adaptadas do evangelho? Acho que pra voce realmente falta o batismo no Espirito Santo, que somente Jesus é capaz de conceder. Quem tem Jesus como Senhor não busca enganar as pessoas. O que temos hoje em nossas biblias com absoluta certeza foi nos passado por pessoas crentes. Com muita fé. Agora voce julga que todos, sem exceção, tentam nos ludibriar? Nos enganar com uma adaptação do evangelho? A trindade existe sim mas nao como tres deus e sim como um único. Assim como a agua existe em 3 estados da materia.

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