Uma Nova Reforma à Vista: Igreja Adventista Debate Mudanças Estruturais e Espirituais Profundas
Redação Especial | Adventistas.com
A Igreja Adventista do Sétimo Dia está diante de um movimento que promete transformar a forma como a denominação se entende, se organiza e cumpre sua missão. Diante dos desafios do século XXI, sete propostas estratégicas vêm sendo debatidas nos bastidores da liderança e entre teólogos, pastores e membros ativos. As sugestões, organizadas em uma pasta intitulada “Reforma e Inovação IASD”, buscam renovar práticas institucionais sem perder a fidelidade aos pilares bíblicos e históricos do adventismo.
Crenças Fundamentais: Da Tradição ao Diálogo Coletivo
A primeira e mais simbólica proposta é a Revisão Participativa das Crenças Fundamentais. Em vez de apenas reafirmar as 28 doutrinas já existentes, o projeto visa envolver as comunidades locais em simpósios, assembleias e consultas públicas, onde será possível discutir, contextualizar e reafirmar — ou revisar — alguns dos ensinamentos centrais. “A Bíblia é nossa base, mas toda formulação doutrinária precisa ser compreendida no tempo, com responsabilidade e oração”, afirma um dos propositores.
Entre os pontos de atenção estão a doutrina do juízo investigativo, a compreensão da Trindade e o papel profético de Ellen G. White — temas que, embora oficialmente pacificados, geram debates internos e exigem aprofundamento teológico.
Reafirmar a Palavra: A Sola Scriptura em Ação
Ligada à revisão doutrinária está a proposta de Revalorização da Bíblia como Autoridade Suprema. Inspirada na tradição protestante, a campanha “Ano da Sola Scriptura” pretende disponibilizar ferramentas para estudo direto da Bíblia, sem filtros doutrinários ou dependência excessiva de escritos auxiliares. Estão previstos cursos exegéticos abertos, guias de leitura anual e espaços online para dúvidas bíblicas.
“Muitos irmãos conhecem mais frases de Ellen White do que o contexto de Hebreus ou Gálatas. Queremos reverter isso com amor e clareza”, disse uma professora de Teologia envolvida no projeto.
A Igreja no Lar: A Missão em Mãos Locais
A proposta Missão de Pequenos Grupos Autônomos quer levar o evangelho aonde a estrutura tradicional não alcança. Inspirada no modelo apostólico, essa ideia permite que grupos de irmãos se reúnam em casas, comissões comunitárias ou até ambientes seculares, como praças e cafés, para viver a fé, discipular e evangelizar.
Com um manual simplificado e supervisão leve, os grupos seriam reconhecidos como “núcleos orgânicos da missão”. A ideia é responder à crescente urbanização e ao declínio de frequência em estruturas físicas tradicionais.
Cultura e Cidade: Uma Nova Frente Urbana
Já a Rede Adventista de Inovação e Missão Urbana mira nos grandes centros e propõe a criação de polos de influência moderna: cafés missionários, coworkings evangelísticos, galerias culturais e eventos interativos com juventude e profissionais. Seriam centros de acolhimento e diálogo, onde a espiritualidade se manifesta por meio de arte, serviço e convivência.
“Se Paulo estivesse hoje em Corinto, estaria num centro de debate ou em um café filosófico, não em um templo clássico. A igreja precisa voltar a ouvir as ruas”, comentou um dos articuladores do projeto.
Um Novo Olhar para o Espírito de Profecia
O projeto mais sensível, porém corajoso, é a fundação do Instituto Ellen White de Leitura Crítica. O centro teria como missão estudar academicamente os escritos da pioneira, promovendo edições comentadas, análise histórica e compreensão do papel profético sem idolatria nem revisionismo destrutivo.
“Não queremos destruir sua obra, mas entendê-la como fruto de seu tempo e instrumento do Espírito. Isso exige maturidade e reverência”, defendem os proponentes.
Neutralidade e Gestão Ética
O Pacto de Neutralidade Política Eclesial surge como resposta à crescente tensão entre fé e ideologia política. O documento propõe diretrizes claras para evitar qualquer associação institucional com partidos, governos ou disputas eleitorais. A igreja reafirmaria sua independência moral e compromisso profético com justiça, verdade e liberdade.
Em paralelo, a proposta de Reforma no Modelo de Gestão e Finanças visa trazer mais transparência à administração e mais poder de decisão às igrejas locais. Conselhos financeiros com membros voluntários, auditorias públicas e o lançamento de um Portal de Transparência fazem parte das metas.
Um Plano Realista: Três Anos de Transformação
O plano de implementação está dividido em três fases:
- Fase 1 (0–6 meses): levantamento de dados, criação de comitês e planejamento estratégico
- Fase 2 (6–18 meses): execução piloto em regiões-modelo, com avaliação contínua
- Fase 3 (18–36 meses): ajustes finais, expansão gradual e institucionalização oficial
Essas fases buscam testar, adaptar e consolidar cada uma das sete propostas sem ruptura, mas com dinamismo e coragem.
Vozes do Movimento
“O mundo mudou. A missão continua a mesma, mas a linguagem, os caminhos e o testemunho precisam dialogar com essa nova realidade. Não se trata de liberalismo ou modernismo, mas de autenticidade e relevância”, afirma um pastor distrital que acompanha as propostas desde sua origem.
Nos bastidores, a recepção entre membros varia. Há quem celebre a ousadia e quem tema mudanças profundas. Mas o consenso é claro: a igreja precisa refletir, ouvir e ajustar seu curso à luz do evangelho eterno.
Fonte: https://chatgpt.com/canvas/shared/68206c8b65fc8191932b65b5994904d3
A igreja ja era