NOVA INQUISIÇÃO NA IASD: Igreja da Alvorada, Próxima ao Antigo IAE, Exclui Neste Sábado Irmão que Não Crê na Trindade
"Eles vos expulsarão das sinagogas; mas vem a hora em que
todo o que vos matar julgará com isso tributar culto a Deus.
Isto farão porque não conhecem o Pai, nem a mim." João
16:2-3.
Caros líderes leigos e teólogos da Igreja Adventista do Sétimo Dia, Saudações cristãs.
Eu bem que gostaria de comungar da mesma fé na Doutrina da Trindade que os Srs. professam. No entanto, sinto não poder fazê-lo por entender que a referida doutrina é a mais perfeita expressão de erro teológico dado aos homens pelo inimigo de Deus. Reafirmo com plena convicção que o Doutrina da Trindade peca contra Deus nos seguintes pontos:
Esta minha convicção não é resultado da aceitação do pensamento de homem algum, mas sim o resultado de anos de intensa pesquisa no texto bíblico e nos escritos do Espírito de Profecia. A tentativa dos lideres da igreja da Alvorada reunidos no último dia 16/11/03 em me convencer do contrário, só serviu para reafirmar minha certeza. Naquela reunião eu tive todos os elementos para confirmar minha posição. O intuito da liderança da igreja reunida, não era considerar com seriedade um questionamento teológico e sim massacrar um irmão que tem opinião divergente da opinião oficial da IASD. O Srs. acham realmente que trinta minutos é tempo suficiente para apresentar um tema tão complexo como a Doutrina da Trindade ? O Srs. acham realmente que trinta minutos preservam meu direito de ampla defesa? Os líderes que estiveram na reunião, não vieram para dialogar e sim para impor sua crença doutrinária e impor, mediante ameaça de exclusão no mais autêntico espírito inquisitorial. O espírito cristão que deveria ser demonstrado numa ocasião como aquela, é o que a Sra. White recomenda no livro Testemunhos para Ministros, página 107.
Em todo o trato que a igreja teve para comigo não foi nada mais nada menos que legítima demonstração de espírito farisaico; e o farisaísmo aparece quando aparece o medo, medo da verdade, medo de descobrir que se está acolhendo o erro. O líderes da igreja onde freqüento, esperavam que eu me retratasse e abondonasse minha fé anti-trinitariana; mas como abandonar a fé que custou tão cara aos nossos pioneiros? Como renegar minha história de herdeiro de uma “fé que uma vez foi dada aos santos” ? Como negar a Bíblia, o pensamento dos pioneiros adventistas e o Dom Profético; coisas que um dia foram as bases da IASD, em nome de uma doutrina que foi construída pela “Grande Meretriz”, mãe de todas as meretrizes da terra ? Reafirmo minha opção ao lado dos fundadores da IASD, e não ao lado dos novos teólogos que mudaram a doutrina dos pioneiros. Reafirmo minha opção pelos marcos antigos e não pelos novos marcos que aproximam a IASD daquilo que os nossos pioneiros tanto fugiam. A nova teologia adventista, é toda contraditória com ela mesma, com a Bíblia, com o pensamento dos pioneiros e com o Espírito de Profecia. A contradição foi perfeitamente demonstrada no dia 16/11/03, quando um irmão ancião, julgando ser um iluminado, agiu de maneira seletista, preferindo do Espírito de Profecia, apenas aquilo que lhe interessava. Entre dois textos do Espírito de Profecia aparentemente contraditórios, o irmão ancião preferiu o caminho mais fácil: escolheu ficar com o texto que parece coincidir com sua crença, do que pegar o caminho mais trabalhoso, que é desfazer a aparente contradição. Quando a Sr. White manda resgatar o pensamento dos pioneiros, ela tem um motivo muito forte para isto. Ao escrever sobre o resgate do pensamento dos pioneiros em 1905, ela sabia da profunda convicção anti-trinitariana de todos eles. Se ela manda resgatar o pensamento dos pioneiros, é porque ela concorda com a posição anti-trinitariana de todos eles. Se ela errou ao mandar resgatar o pensamento do pioneiros e acertou quando aparentemente é contrária ao pensamento dos pioneiros, então ela não é profetisa do Senhor, pois o Espírito do Senhor não se contradiz. Ou aceitamos o Dom Profético de forma integral, ou o rejeitamos de forma integral. O que não podemos fazer, é ficarmos selecionando só aquilo que nos interessa. O que passo a demonstrar a partir deste ponto, é que não há contradição nos escritos da Sr. White, e, a aparente contradição que faz alguns preferirem uns textos em detrimento de outros, é o resultado de um procedimento que já ocorria em seu tempo,e que tanto a preocupou. A atitudes de muitos que selecionavam textos da Sr. White, tirando-os do seu contexto geral para fundamentar erros doutrinários, foi o motivo que levou a levou a mandar resgatar o pensamento dos pioneiros. Os seus textos seriam torcidos e retorcidos para dar base à doutrinas de demônios, enquanto os textos dos pioneiros seriam preservados com toda a sua originalidade, e eles lançariam luz em tempo de trevas. O Sr... sugeriu, usando até a figura de sua esposa, que o fato de Tiago White ter idéias anti-trinitarianas, apesar de ser marido da Sra. White, não a obrigava ser contra a Doutrina da Trindade; pois no seu caso, (da pessoa que fez a sugestão) sua mulher, nem sempre concorda com suas idéias. A observação do Sr... só teria fundamento se estivéssemos falando de uma mulher não escolhida por Deus para ser a profetisa do movimento do advento. Se ela era a favor da Doutrina da Trindade e o seu marido Tiago White contra, então ele não reconhecia nela o Dom Profético. Se o seu próprio marido não a reconhecia como profetisa, por que milhões de adventistas no mundo tem de reconhecer? O seu raciocínio Sr..., está redondamente equivocado. A Sra. White, seu marido e todos os pioneiros do advento, eram profundamente anti-trinitarianos e morreram anti-trinitarianos e jamais aceitariam a Doutrina da Trindade. Entrando agora no mérito da questão, veja como o Sr. está equivocado.
Vou começar pela parte mais difícil de contestar na Doutrina da Trindade: a questão das duas naturezas simultâneas de Cristo. O erro está urdido de maneira quase imperceptível, e só pode ser percebido em pequenos detalhes que o inimigo não conseguiu costurar. Para que possamos perceber o erro, é necessário irmos ao original, e descobrir no original toda a lógica da doutrina das duas naturezas de Cristo.
A – Foi um papa quem criou a doutrina das duas naturezas de Cristo e, numa época em que a crença na imortalidade da alma já havia contaminado o Cristianismo. B – Em Cristo, humano e divino, há uma só pessoa, a pessoa do Verbo. C – As duas naturezas que a pessoa do Verbo passa ter após a encarnação, não se misturam e não se fundem. D – Cada natureza mantém atividade que lhe é própria e é a pessoa do Verbo que domina a atividade de cada natureza. E – O Verbo, é ao mesmo tempo plenamente Deus e plenamente homem. Como comentei anteriormente, a mentira aparece nos detalhes e os detalhes não de harmonizam nem com a Bíblia e nem com o Espírito de Profecia. Primeiro detalhe: um papa, num período que o Cristianismo já está impregnado do paganismo, não tem autoridade e credibilidade para fixar doutrina para os cristãos. Segundo detalhe: o Verbo é o próprio Cristo e é impossível separar a pessoa de si mesmo fazendo ela habitar simultâneamente em duas naturezas diferentes. Terceiro detalhe: As duas naturezas estão irremedivelmente tão separadas uma da outra e a pessoa tão distante das naturezas – principalmente da humana – que é possível a natureza humana morrer, sem que haja a morte da pessoa. Quarto detalhe: Se o Verbo é Cristo, ele É e não está, ao mesmo tempo em uma natureza divina e outra humana. A crença na imortalidade da alma foi que tornou possível a criação da doutrina das duas naturezas simultâneas de Cristo. A crença na existência de uma alma racional - que na doutrina das duas naturezas é a pessoa de Cristo – tornou possível que na cruz morresse apenas seu corpo carnal e não sua pessoa. É desta maneira que a IASD, se aproxima do espiritismo. O Dom Profético fala da natureza humana e divina de Cristo, mas será que todas as vezes que ele fala do assunto ele quer que sejamos remetidos à doutrina católica? Não, absolutamente não! Para a Sra. White, as duas naturezas de Cristo é uma realidade totalmente oposta à doutrina católica. Também, no Espírito de Profecia, a diferença só aparece nos detalhes. Parece que era interesse de Deus, que a verdade só fosse percebida mediante decidido estudo e pesquisa acompanhada de oração e humildade. Vejamos a diferença nos detalhes entre o Dom Profético e o catolicismo.
Primeiro detalhe – Cristo tornou-se um bebê, um ser humano completo desde o nascimento até sua morte. Não há separação entre pessoa e natureza. O divino e o humano são um, inseparável. Segundo detalhe – A indefesa criancinha é o Filho de Deus e não uma natureza humana que esconde a pessoa do Filho de Deus. Terceiro detalhe – Quando olhamos para Cristo encarnado, não vemos apenas a natureza humana do Filho de Deus, vemos o próprio Filho de Deus, para sempre humano. Quarto detalhe – Apesar de ser um homem, Cristo ainda é o divino Filho de Deus. Segundo o catolicismo, pessoa, natureza humana e natureza divina, estão separadas; segundo o Espírito de Profecia, o divino e o humano, passaram a ser um.
Afinal de contas, o que é para o Espírito de Profecia a natureza divina de Cristo? São os seus atributos incomunicáveis?, seus atributos da divindade? Para respondermos esta pergunta, antes precisamos lançar algumas bases que irão permitir a compreensão dos escritos da Sra. White, de uma forma ampla e harmônica. O pensamento do Dom Profético precisa ser compreendido dentro do contexto geral de sua obra senão, inevitavelmente, começaremos a selecionar só o que nos interessa para defesa de nossos pontos de vista. Base primeira – A encarnação é eterna.
Esta base nos assegura que Cristo não fez um sacrifício transitório, passageiro. A encarnação não para um período de apenas 33 anos e sim para toda a eternidade. Base segunda – Ao se encarnar, Cristo abre mão dos seus atributos divinos: onipotência, onisciência, onipresença e imortalidade.
Estes textos do Espírito de Profecia, são categóricos em afirmar que a encarnação ocorreu após Cristo ter aberto mão dos seus atributos divinos incomunicáveis. Na encarnação, Cristo ainda era o Filho de Deus, só que destituído por iniciativa própria, dos seus poderes divinos. A partir destas duas bases: a encarnação eterna e a deposição por Cristo dos seus atributos divinos incomunicáveis, é então possível compreender o que a Sra. White entendia por natureza divina de Cristo. Para o Espírito de Profecia, a expressão “natureza divina” no Cristo tornado carne, estava relacionada com sua origem no Pai e com o seu caráter incorruptível e não com os atributos incomunicáveis da divindade. Cristo encarnado, era o Filho de Deus destituído dos atributos incomunicáveis da divindade. A “plenitude da divindade” na pessoa de Cristo, não eram os poderes da divindade e sim, a constante presença do Espírito Santo na pessoa do Salvador. Antes de demonstrar esta afirmação, quero considerar a profunda contradição que existe entre a encarnação e a Doutrina da Trindade. Tomo como base a opinião do Pr. Arnaldo B. Christianini. “A negação da Trindade advém de um grande erro: conceituar pessoas divinas como se conceituam pessoas humanas. (...) porque como já dissemos, auto-existência e independência são propriedades, não das pessoas individuais, mas do Deus Triúno.” CHRISTIANINI, Arnaldo B. Radiografia do Jeovismo. Santo André: Casa Publicadora Brasileira, 1975. p. 95 As pessoas divinas sendo distintas e possuindo em si mesmas os atributos da divindade, jogam os trinitarianos no triteísmo. Para escaparem ao triteísmo e não incorrerem no modalismo ou modocionismo, existe então a opção trinitaniana. Segundo esta opção, que é compartilhado pelo Pr. Christianini, os atributos da divindade pertencem a natureza, substância ou essência que é comum ao Pai, Filho e Espírito Santo e não as pessoas individuais. As contradições então passam a ocorrer nos seguintes pontos: A – Se Cristo é parte do Deus Triúno, a pessoa de Cristo quando encarna, está ou não está separada do poder que pertence ao Deus Triúno? B – Se a pessoa de Cristo é parte do Deus triúno, e os poderes divinos pertencem ao Deus triúno, como pode haver separação entre o poder pessoal da pessoa de Cristo, em relação ao poder pessoal do Pai, a ponto de, encarnado, Cristo não ter usado os seus poderes (apesar de ainda possuí-los) e usado apenas os poderes do Pai? C – Se os poderes da divindade pertencem ao Deus triúno, e não às pessoas individuais, (como propõe o Pr. Arnaldo Chrstianini) como pode Cristo individualizar o seu poder, não usá-lo em benefício próprio e usar apenas o poder do Pai e este poder não ser o mesmo que ele possui, como membro do Deus triúno? Voltando a questão da “plenitude da divindade” em Cristo, sem medo de errar, posso afirmar o seguinte: é a presença permanente e total do Espírito Santo de Deus na pessoa do Filho de Deus encarnado.
O apóstolo Paulo nos garante que foi do agrado do Pai que nele, Cristo, toda a plenitude habitasse. Não há contradição entre o texto bíblico e do Espírito de Profecia. A plenitude da divindade que habita em Cristo é o Espírito do Pai. Como se pode perceber, qualquer tentativa de defesa da Doutrina da Trindade, levará à um mundo de contradições impossíveis de desfazer pela Bíblia e pelo Espírito de Profecia e, então as pessoas são levadas a abandonarem sua racionalidade e no uso da irracionalidade, aceitarem pela fé irracional, um mundo de contradições. Minha posição continua sendo a de aceitar a clareza e literalidade do texto Bíblico: “Porque amou o mundo de tal maneira que, deu seu Filho Unigênito...” João 3:16. -- Palavras de um adventista que será excluído da igreja neste sábado 29/11/2003, por não crer na doutrina católica da trindade e falar contra ela. Elpídio da Cruz Silva. Série de artigos do mesmo autor:
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