Recado ao Pastor que Crê na Trindade, Mas Ainda é Amigo do Robson

Estive lendo no Adventistas.Com um e-mail de um pastor que crê na Trindade, mas isso não o impede de continuar amigo do Robson. Achei interessante sua atitude e resolvi tecer alguns comentários sobre o que ele diz no e-mail.

A princípio, o pastor relata que veio de uma formação católica e que sua avó o ensinou a fazer o sinal da cruz, gesto em que fica evidente a doutrina da trindade. Na verdade, pastor, esse sinal não torna evidente essa doutrina. Essa evidência só ocorreria se essa fosse uma doutrina bíblica. Há muita diferença entre uma doutrina bíblica e uma doutrina baseada em interpretações humanas, mesmo tendo como princípio a Bíblia.

O pastor relata que se tornou adventista em 1980 e abandonou as outras crenças católicas, mantendo essa doutrina em seu credo porque lhe foi ensinada como verdadeira inclusive em seu curso de teologia.

Para mim, a história desse pastor lembra um pouco a do apóstolo Paulo, antes de sua conversão. Paulo acreditava que era um crente verdadeiro até ter seu encontro com Jesus Cristo, quando descobriu que, na verdade, não era um crente verdadeiro, mas sim um crente miserável, pobre, cego e nu, como os descritos na carta ao anjo de Laodicéia.

O pastor amigo relata fielmente a trajetória de muitos pastores: trindade na católica, trindade na IASD, trindade no teológico, trindade no púlpito, trindade nos concílios, trindade nos livros, trindade nos estudos bíblicos, mas trindade sempre fora da Bíblia!

Posteriormente, Paulo dizia: "Arrazoemos. Sejamos sábios, examinando as Escrituras para ver se, de fato, as coisas são assim!" Nada impede, portanto, que o amado pastor do e-mail também estude a Bíblia e se converta como Paulo.

 

Há um parágrafo na carta do pastor que merece elogios:
"Se esse fato não separa americanos porque deveria nos separar e nos dividir no Brasil?" Partilho da mesma opinião e acho que o crente da IASD deveria poder não ser trinitariano, sem ser excluído ou discriminado!

 

Mas também tenho outra opinião que certamente os doutores em divindade não concordariam: a IASD, quando ensinasse essa doutrina, deveria esclarecer aos irmãos que essa doutrina é recente em nossa igreja, que nem todos os adventistas concordam com ela. O catecismão Nisto Cremos deveria ser reescrito e livros como ATrindade deveriam conter capítulos explicando como sorrateiramente essa doutrina invadiu o arraial do povo de Deus.

Pastor, pergunto-lhe: Não percebe a nossa IASD que, depois de tantas evidências desfavoráveis, chegam a ser ridículos determinados sermões, músicas e estudos bíblicos sendo ensinados como se fossem verdades bíblicas? A própria história do ingresso dessa doutrina na IASD revela manipulações nada divinas e a exclusão de membros por causa dela revela o máximo da iniqüidade!

A nossa amada igreja corre o risco de dividir-se entre os que acreditam no catecismo e nos professores de teologia e entre os que como Lutero acreditam somente na Bíblia!

 

Se apenas a corrupção monetária ainda fosse o único mal da IASD, poderíamos continuar pensando: "A corrupção é humana, mas a doutrina é divina." Mas, se os costumes estão corrompidos e a doutrina também, só nos restará seguir aquele conselho: “Sai dela, povo meu!”

 

Mais adiante, o pastor diz: "A perseguição virá, não por ser trinitariano, mas sim pela observância ou não do sábado do Criador."

Porém, pergunto: Pastor, o senhor não acha que a perseguição já começou para aqueles que foram excluídos da IASD por causa de não crer nessa doutrina?

Pastor, meu maior receio é que a IASD passe a guardar o sábado e o domingo, porque  a quem ama três deuses nada impede que passe a guardar dois dias!

Se a palavra de Deus revela que não devemos ter outros deuses, como pôde a IASD admitir um terceiro Ser digno de adoração além do Pai e do Filho, sem que haja nenhum a instrução ou ordem bíblica para isso?

O pastor amigo afirma: “Posso até tentar lhe provar que a trindade existe”. Porém, amado pastor, você não precisa tentar provar nada. Quem pode provar a validade de uma doutrina é a Bíblia. Simples inferências não podem ser admitidas como doutrina pelo povo de Deus .

O pastor afirma: "A minha luta é contra a mornidão de Laodicéia." Porém, pastor, a aceitação dessa doutrina é resultado exatamente dessa característica de Laodicéia. Desde que adotou a Trindade como deus, a IASD pensa que doutrinariamente é rica e abastada e que não precisa de mais nada, mas não admite reconhecer que está sendo infeliz, miserável, pobre, cega e nua, ao ensinar essa doutrina.

Assim como a igreja católica, a IASD sente-se orgulhosa por mudar a lei ao desobedecer a lei divina, que determina adoração tão somente ao Pai e ao Filho. Quanto à sua autenticidade ou genuinidade como Igreja Verdadeira, infelizmente a IASD perdeu essa condição ao aceitar essa doutrina. E só irá readquiri-la, quando a abandonar.

É lamentável que, ao mesmo tempo em que a IASD professa adorar ao Pai e ao Filho, bebe do vinho de Babilônia.

A IASD finge-se de cega aos esconder dos irmãos da igreja todos os estudos existentes  sobre a verdadeira adoração, tornando-se assim uma religião de fachada, que esconde a verdade e prega a mentira.

Amado pastor, Paulo nasceu de novo, Nicodemos nasceu de novo, Lutero nasceu de novo e esperamos que você, Alejandro Bullón, Alberto Timm, José Carlos Ramos e muitos outros pastores adventistas possam arrepender-se e nascer de novo. Estamos aguardando, sinceramente.

Um leigo amigo.

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