O Altíssimo, o Deus Que Nunca Foi Visto - Parte 5

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Pouco antes, O Senhor já avisara da presença de Seu Anjo. Esse primeiro aviso aconteceu em meio aos raios e trovões vistos por toda assembléia reunida em torno do monte Sinai, veja:

Eis que eu envio um anjo diante de ti, para que te guarde pelo caminho, e te leve ao lugar que te tenho preparado. Guarda-te diante dele, e ouve a sua voz, e não o provoques à ira; porque não perdoará a vossa rebeldia; porque o meu nome está nele. Mas se diligentemente ouvires a sua voz, e fizeres tudo o que eu disser, então serei inimigo dos teus inimigos, e adversário dos teus adversários. Porque o meu anjo irá adiante de ti, e te levará aos amorreus, e aos heteus, e aos perizeus, e aos cananeus, heveus e jebuseus; e eu os destruirei”. Êx.23:20-23.

Bem, quando o povo acabou de cruzar a fronteira da terra da promessa, agora sob o comando de Josué, um dos doze espias que levara um relatório positivo daquela terra ao povo de Israel, muitos anos antes, tinha pela frente uma grandiosa missão: conquistar um território cheio de pessoas acostumadas às guerras. Israel não tinha praticamente nenhuma experiência de lutas, muito menos de conquista de território.

Josué estava angustiado. Confiança em Deus ele tinha. Sabia que podia depender de Deus. O problema era por onde começar! Não tinham armas e nem tinham treinamento militar, assim, ele se retira para orar Ao Pai. Foi neste momento que ele recebe a vista de um Ser Poderoso. Era um guerreiro. Diz o relato:

“Ora, estando Josué perto de Jericó, levantou os olhos, e olhou; e eis que estava em pé diante dele um homem que tinha na mão uma espada nua. Chegou-se Josué a ele, e perguntou-lhe: És tu por nós, ou pelos nossos adversários? Respondeu ele: Não; mas venho agora como príncipe do exército do Senhor. Então Josué, prostrando-se com o rosto em terra, o adorou e perguntou-lhe: Que diz meu Senhor ao seu servo? Então respondeu o príncipe do exército do Senhor a Josué: Tira os sapatos dos pés, porque o lugar em que estás é santo. E Josué assim fez.”Josué 5:13 a 15.

Fica claro que este era o anjo que o Senhor havia prometido a Moisés e ao povo de Israel. Porém, três detalhes chamam nossa atenção: a) Ele se apresenta como o príncipe do exército do Senhor (ou comandante do exército celestial); b) Ele aceita adoração por parte de Josué e c) Solicita-lhe que tire as sandálias (sinal de respeito e reverência), pois a Sua presença tornou o lugar santo.

Quem é este Ser digno de adoração? Sem dúvida alguma que este anjo não era mais ninguém que a pessoa do Filho de Deus. Um anjo não aceita adoração (Apoc.19:10). Portanto, o Filho do Homem é visto e conversa face-a-face com Josué. Da mesma forma como Ele já tinha conversado face a face com Abraão, Agar, Jacó e outros. Coisa que é impossível para acontecer entre Deus e o homem. O ser mortal não resistiria a presença do Todo-Poderoso. Se no monte Sinai houve todo aquele sinal de sobrenaturalidade, e o povo simplesmente ouviu a voz do Senhor Deus, em Sua presença física Josué seria completamente exterminado. E observe que Moisés insistiu em ver a face de Deus e isso lhe foi negado.

Um detalhe que não pode escapar aos nossos olhos é que depois de ter assumido a forma humana, ter sido morto e ressuscitado, Jesus é outra vez entronizado nos Céus, e volta a condição que tinha antes de Sua humanização e recebe outro título, veja: “sim, Deus, com a sua destra, o elevou a PRÍNCIPE e SALVADOR, para dar a Israel o arrependimento e remissão de pecados”.Atos.5:31

A conclusão que podemos chegar é que: o anjo que apareceu a Abraão, que guiou a Eliezer, o servo de Abraão, que lutou com Jacó, que Se revelou em sonhos a Labão e que apareceu fisicamente a Josué era o comandante (príncipe) dos exércitos do Senhor, O Filho de Deus – O Senhor Jesus, agora nosso Salvador.

Centenas de anos depois, o profeta Isaías recapitulando a história de Israel lança o olhar para as maravilhas que Deus fizera por seu povo e afirma:

“Em toda a angústia deles foi ele angustiado, e o anjo da sua face os salvou, pelo seu amor, e pela sua compaixão ele os remiu; e os tomou, e os conduziu todo os dias da antiguidade”. Is.63:9.

Mais uma vez aparece à figura de um anjo que sempre esteve presente na vida dos patriarcas e do povo de Israel. Esse mesmo anjo, que é O Filho unigênito de Deus, aceita adoração pelo fato de ser digno de adoração e, às vezes, até aceita ser chamado de “Deus”, por ser o Filho de Deus, como aconteceu certa vez:

Oito dias depois estavam os discípulos outra vez ali reunidos, e Tomé com eles. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, pôs-se no meio deles e disse: Paz seja convosco. Depois disse a Tomé: Chega aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; chega a tua mão, e mete-a no meu lado; e não mais sejas incrédulo, mas crente. Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu, e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram.” S.João 20:26 a 29.

Tomé, o mais incrédulo dos discípulos não aceitava a experiência dos outros. De certa forma isso é bom. Esses cristãos tipos piolhos, que só vão pela cabeça dos outros, é que estragam o povo de Deus, e eles estão em todos os seguimentos religiosos. A experiência religiosa dos outros não serve para mim. Eu preciso ter um encontro pessoal com Deus. Preciso experimentar a Deus. Preciso crer por mim mesmo. Estudar e pesquisar por mim mesmo. Preciso sentir a Deus por mim e em mim.

O problema de Tomé era a incredulidade. Ele mesmo queria ver para crer. E quando O viu, não somente Viu, mas se “empolgou” demais e terminou chamado a Jesus de: “...Senhor meu, e Deus meu!”. Sinceramente, eu respeito a qualquer um que achar que Jesus é Deus, ainda que não me convença pela Bíblia, mas respeito. Nada há de espantoso nisso. Porém, Jesus mesmo nunca se declarou Deus, pelo contrário, Ele falou que adorava ou tinha um Deus:

“Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”.S.João 20:17.

Aqui fica claramente provado que Jesus tinha e adorava O Verdadeiro e Único Deus, Seu próprio Pai. Sou tão monoteísta quanto Jesus o foi. Se Ele estiver “errado”, eu também estou. Mas Se Ele “estiver certo”, também eu estou. Ainda que estivesse apenas este verso no Novo Testamento falando a cerda de um único (parece redundância) Deus, muito mais vindo da boca do Filho dEle, para mim só isso bastaria.

O interessante é que a declaração de Judas nos faz lembrar de uma declaração igualmente importante pronunciada por um colega seu:

“Tendo Jesus chegado às regiões de Cesaréia de Felipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem? Responderam eles: Uns dizem que é João, o Batista; outros, Elias; outros, Jeremias, ou algum dos profetas. Mas vós, perguntou-lhes Jesus, quem dizeis que eu sou? Respondeu-lhe Simão Pedro: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Disse-lhe Jesus: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelou, mas meu Pai, que está nos céus". S.Mat.16:13 a 17.

Veja que Jesus reconhece e elogia a declaração de Pedro, pelo fato dela ter sido motivada pela inspiração do Pai. Pedro O declara ser O Filho de Deus. Aquele que procedeu do Pai. Que foi enviado para resgatar a humanidade. Agora, na declaração de Judas não há nenhum elogio da parte de Jesus, pelo contrário, há uma repreensão pela incredulidade das informações passados por pessoas que eram muitíssimas conhecidas dele, portanto, o testemunho delas era fiel, não precisando duvidar delas. Creio mais numa empolgação impulsiva de Judas ao fazer tal declaração do que a mesma ser proveniente da inspiração divina, como foi a de Pedro. Aliás, em todo o Novo Testamento é a única declaração feita por um discípulo que tinha a dúvida como parte constante de sua personalidade. Se isso era positivo ou negativo isso não é alvo desse trabalho. Mas que foi uma declaração de momento, com base na impulsividade, disso não tenho dúvida.

O discípulo João registra na oração sacerdotal de Jesus umadas mais importantes declarações feitas por Cristo. Ele (Jesus) leva os ouvintes daquele momento e os que viriam depois, como é o nosso caso atualmente, a conviccionar sua (e a nossa) fé na crença de um único Deus verdadeiro. Jesus nunca quis ocupar o lugar que pertence ao Pai. Nunca Se passou por Deus. Nunca disse Ser Deus. Em todo o Seu ministério Ele Engrandeceu e Glorificou ao Pai. Nunca atraiu à atenção do publico ou do povo para Si, pelo contrário, a todos Ele direcionava à pessoa do Pai. Jesus afirma categoricamente o seguinte:

“E a vida eterna é esta, que te conheçam, a ti só por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”. S.João 17:3.

Mais uma bela declaração de fidelidade e reconhecimento da parte de Jesus em relação ao Altíssimo. O que seria o termo único Deus, nas palavras de Jesus? Será que único é mais que um? Será que é igual à história do segundo mandamento: “Não terás outro Deus diante de mim”, que transformaram o mim em nós? Até quando os homens continuarão complicando verdades tão simples que até uma criança consegue entender facilmente!

Veja querido leitor, fomos feitos à imagem e semelhança de Deus:

E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Gên.1:26 e 27.

Agora, ser a imagem e ter a semelhança de Deus nos torna em “Deuses”? À distância entre uma coisa e outra não é nem quilométrica, é intergaláctica! Mesmo depois de sermos glorificados e revestidos de incorruptibilidade, para poder habitar na presença deste Deus santo e tremendo, jamais seremos como Ele o é: O IMORTAL!

A Bíblia tão somente afirma que seremos revestidos (o que é ser revestido?) de imortalidade? Ou será que esse revestimento nos dará o direito de ser imortais? Em todo o universo, a Bíblia declara a existência de um ÚNICO IMORTAL: O ALTÍSSIMO. Aquele que tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver, ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém”. I Tim.6:16. Ou o “...Ele só...” é mais que um? Em qual matemática?

Note leitor que Paulo é enfático a respeito do Altíssimo Pai, quando diz: “...a quem nenhum dos homens viu nem pode ver...”. Nem Moisés (como veremos logo abaixo) ou qualquer outro mortal viu ao Único e Verdadeiro Deus. São muitas as provas da existência do único Soberano, Imortal, Eterno, Todo-Poderoso e Altíssimo Deus.

Mas O Filho de Deus, ainda que tendo a forma de Deus não tinha e nem tem por usurpação (pretensão) ser Deus ou igual a Deus, como diz Paulo em sua carta aos Filipenses:

“Tende em vós aquele sentimento que houve também em Cristo Jesus, o qual, subsistindo em forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus coisa a que se devia aferrar, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu o nome que é sobre todo nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.” Fil.2:5 a 11.

Diante de tão grande sacrifico, o Pai: “...o exaltou soberanamente, e lhe deu o nome que é sobre todo nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai”. Jesus nunca teve a pretensão de ser Deus, ou parecer como Deus. Aliás, esse era o desejo de outro poderoso anjo (Lúcifer), queria ser igual ao Altíssimo (Is.14:12 a 14), e que terminou tragicamente como diabo, satanás, serpente e tantos outros nomes que qualificam sua asquerosa personalidade.

Continua na parte VI.

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