Eleição para Novos "Guardiães do Cadáver" na AES

Sr. Editor:

Sobre o link que teria sido contrabandeado, não tenho nenhuma informação. Mas posso ligar para os responsáveis para saber alguma coisa. É difícil checar uma informação destas, pois quando se faz uma coisa fora da lei, em geral as pessoas escondem as provas. Mas não acredito muito nisso, é que estamos em um ano de quadrienais, e em véspera de eleições estas denúncias são comuns com finalidade política. Não tenho informações que desabonem a conduta do pessoal da rádio nem me parece ser do perfil do pastor Maurício fazer algo fora da lei.

Já que começamos a falar sobre a AES, existe um outro assunto bem mais importante aqui, que atravessa os anos, e todos morrem de medo de falar nisso.

Na sala do presidente da Associação, na sede da AES em Vitória, há um cadáver. Um homem foi assassinado, de forma covarde, pelas costas. Era noite alta, todos estavam com fome, cansados. Então,  optaram pelo assassinato. Isto foi há muitos anos. Dois presidentes já ocuparam a sala desde então. Estive lá, certa ocasião, e pude observar o cadáver. Quem entra na sala não vê nada. Mas, quando não se está olhando fixamente para o local, pode-se perceber com o canto dos olhos,  o vulto de um caixão com um homem dentro. É um homem alto, magro, cabelos grisalhos. E lá está, imóvel.

Tive a oportunidade de dizer ao penúltimo presidente que ocupou aquela sala, que eles eram os guardiães do cadáver.  Este ano teremos eleições para os novos Guardiães do Cadáver.

Porque não se livram dele? É complicado. O pastor Maurício já andou estudando com carinho a possibilidade de resolver o caso, mas teve medo. Qual o problema?

Eles não podem sepultar o cadáver, pois ao sair com ele lá de dentro, haveria revolta popular. Pois milhares de membros da igreja sabem o que houve e não concordaram com a covardia feita. O homem tinha muitos inimigos, tem ainda, mas mesmo assim, a grande maioria dos membros está até hoje magoada e revoltada com o que aconteceu. Todos vivem e procedem, aqui, como nos filmes que retratam a Transilvânia, quando chega alguém lá perguntando onde fica o castelo do conde Drácula. Todos tem medo de falar, ninguém responde. Mas se nota o pavor no rosto das pessoas.

O homem não pode ser sepultado, portanto. A outra solução seria ressuscitá-lo. Já andaram pensando nesta possibilidade, mas descobriram que, os que tinham, poder para matar, não possuem o poder para ressuscitar. Eles tem o poder de tirar a vida, mas não o poder de restituí-la.

Assim, passam-se os anos. O atual ocupante da sala não participou do crime. Mas está lá, cuidando direitinho do caixão.

Sr. Editor, eles mentiram muito, tanto para cometer o crime, como depois para convencer o público que Deus os havia autorizado a matar. Pude registrar algumas dessas mentiras. Eles mentem até hoje, embora já com um pouco de rubor na face. Mas, a maioria dos que participaram do assassinato, não tem sido muito felizes depois disto. Os filhos de alguns estão saindo da igreja, e o principal responsável, que forçou a situação e que primeiro puxou o gatilho, acaba de sofrer um pequeno revés. Sua esposa, que o acompanhava há muitos anos, estava doente, e ele arranjou outra mais novinha e mais bonita para substituí-la, já tinha até um filho com esta amante. Estava para se aposentar pela obra, quando o adultério foi descoberto. Coitado, passou por uma terrível humilhação, mas creio que a aposentadoria está garantida, pois o dinheiro vem de uma fonte muito segura.

Não adianta denunciar à polícia o assassinato, pois, como disse, ao se entrar lá não se vê nada a primeira vista. Foi um crime espiritual. Mas que há um caixão lá, isto há. E todos eles tem medo. A maioria deles não crê em Deus, o que é óbvio,  mas ao ver o que está acontecendo com todos os cúmplices do assassinato, devem sentir um friozinho na espinha. A mão de Deus... -- Tales Fonseca

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