A eleição de Erton Köhler como novo presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia ocorre em um momento de profunda crise moral e profética dentro da denominação. A pergunta que não quer calar é: ele terá coragem de lamentar publicamente os desvios ocorridos na ADRA Brasil, devolver os milhões recebidos da USAID — braço político e ideológico do governo americano — e interromper definitivamente as parcerias com o império que a própria profecia identifica como a segunda besta de Apocalipse 13?
Mesmo que Donald Trump venha a se apresentar como cristão, defensor da liberdade religiosa e dos valores conservadores, nada disso muda o fato de que os Estados Unidos, como nação, continuarão sendo o instrumento final da imposição global da adoração forçada, da perseguição aos guardadores dos mandamentos de Deus e da consolidação da nova ordem mundial profetizada.
Köhler vai enfrentar essa incoerência histórica ou continuará, como seus antecessores, mantendo alianças vergonhosas com um sistema que caminha — cada vez mais claramente — para cumprir o papel do anticristo?
Parcerias que contradizem a profecia
A ADRA, vinculada institucionalmente à Igreja Adventista, firmou desde 2018 diversas parcerias com a USAID no Brasil e em outros países. Os valores ultrapassam dezenas de milhões de dólares e foram utilizados em projetos com migrantes venezuelanos, comunidades indígenas e iniciativas ambientais. Ainda que essas ações tenham uma aparência humanitária, o que está em jogo é a dependência financeira e a submissão institucional a um poder profetizado como opressor.
Durante o governo Biden, essa parceria foi ainda mais intensificada. E foi nesse período que surgiram graves denúncias de que a USAID teria financiado iniciativas ligadas à fraude eleitoral de 2022 no Brasil, consolidando o retorno de um condenado à presidência e a ascensão de um sistema judicial ditatorial sob o comando de Alexandre de Moraes.
O escândalo dos desvios na ADRA
Não bastasse a parceria imprópria com o governo dos Estados Unidos, em 2024 vieram à tona as denúncias de desvio de recursos na ADRA Brasil, conforme noticiado pela Spectrum Magazine e pela Revista Zelota. Ao menos R$ 30 milhões foram indevidamente utilizados, o que levou à demissão de seis dirigentes ligados à Adventist Risk Management South America.
Como pode uma igreja que se proclama remanescente profético estar envolvida com escândalos financeiros e alianças políticas tão contrárias à sua própria mensagem escatológica?
Trump e o engano final
Mesmo que muitos adventistas conservadores simpatizem com Donald Trump por seu discurso favorável à liberdade religiosa e oposição ao globalismo, devemos lembrar que a profecia não diz que a besta de Apocalipse 13 seria democrata ou liberal, mas que exercerá “todo o poder da primeira besta em sua presença”. O perigo do decreto dominical e da religião imposta pelo Estado é real independentemente do partido.
Por isso, a direção mundial da IASD não pode se esconder atrás de discursos polidos ou alianças temporárias. A omissão diante desse cenário é cumplicidade.
Um apelo à reforma
Erton Köhler tem diante de si a oportunidade histórica de romper com esse ciclo de alianças impuras, de denunciar publicamente o envolvimento da igreja com estruturas de poder profanadoras e de convocar a igreja mundial a um verdadeiro arrependimento institucional.
Vai ele tomar essa decisão? Vai devolver os recursos? Vai desfazer a parceria com a USAID? Vai rejeitar a proteção enganosa dos Estados Unidos, mesmo sob liderança de um suposto conservador?
Ou seguirá o caminho da omissão, do silêncio e da conivência?
O tempo dirá. Mas a profecia já avisou.
Fontes:
- Spectrum Magazine (2024)
- Revista Zelota (2024)
- Documentos oficiais da ADRA e USAID
- Apocalipse 13:11-17