Oração em 3 Vias, a Última Invenção do Diabo

 

Depois de conviver inconsciente e pacificamente com dois ou mais conceitos acerca da divindade, a Igreja Adventista do Sétimo Dia e seus membros têm sido levados a rever sua posição e decidir-se pela adoração explícita e consciente da Trindade, ou do único Deus verdadeiro.

Por décadas, a grande maioria de nós imaginava adorar ao único Deus verdadeiro, enquanto a denominação cada dia mais aproximava-se do catolicismo, como fez o protestantismo, até que adotamos oficialmente a Trindade como crença fundamental em 1980. Mesmo assim, como não se fez nenhum alarde acerca do fato, tínhamos a impressão de que tudo continuava como antes e ainda éramos "o povo da Bíblia" sem qualquer comprometimento com Roma.

De uns meses para cá, foi que nosso castelo de certezas começou a desmoronar, pois percebemos que a corrupção administrativa havia-se tornado tão acentuada a ponto de comprometer o nosso relacionamento com Deus e, conseqüentemente, nosso destino eterno. Nossos líderes foram tão desonestos que corromperam até a principal doutrina bíblica, que é o ensino acerca de Deus.

E não estamos exagerando, quando dizemos que isso põe em risco nossa salvação, pois foi nosso Mestre e Salvador quem afirmou, referindo-se ao Pai celestial, que "a vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste." João 17:3.

Adorar a um conceito equivocado de Deus é pecado tão grave quanto a adoração de uma imagem de barro, madeira ou metal.

"É tão fácil fazer um ídolo de falsas doutrinas e teorias, como talhá-lo de madeira ou pedra. Representando falsamente os atributos de Deus, Satanás leva os homens a olhá-Lo sob falso prisma. Para muitos, um ídolo filosófico é entronizado em lugar de Jeová, enquanto o Deus vivo, conforme é revelado em Sua Palavra, em Cristo e nas obras da Criação, é adorado apenas por poucos. Milhares deificam a Natureza, enquanto negam o Deus da Natureza. Posto que de forma diversa, existe hoje a idolatria no mundo cristão tão verdadeiramente como existiu entre o antigo Israel nos dias de Elias. O deus de muitos homens que se professam sábios, de filósofos, poetas, políticos, jornalistas; o deus dos seletos centros da moda, de muitos colégios e universidades, mesmo de algumas instituições teológicas, pouco melhor é do que Baal, o deus-Sol da Fenícia." -- O Grande Conflito, pág. 583.

Imaginávamos estar em superioridade espiritual em relação às outras denominações, porque elas adoravam a Deus no dia errado (domingo). Enganados por nossos líderes, em quem confiávamos cegamente, cometíamos erro semelhante, pois adorávamos aos deuses errados no dia certo (sábado)! Assim, passamos do monoteísmo dos pioneiros para o politeísmo dos administradores de forma quase imperceptível, uma vez que as vozes de protesto que se levantaram foram todas silenciadas, como sempre aconteceu com os profetas.

 

Louvor politeísta

A liderança insiste em dizer que não é verdade, que não somos politeístas, pois cremos que as três pessoas da Trindade formam um único Deus. Mas não é o que vemos, por exemplo, no conhecidíssimo Hino 581, do Hinário Adventista do Sétimo Dia:

A Deus, supremo Criador, Vós, anjos e homens, dai louvor;
A Deus, o Filho, a Deus, o Pai, a Deus, Espírito, glória dai.

São três deuses! Não há como negar... Surge então a pergunta inconveniente:    Inspiraria o Espírito Santo um hino de louvor extensivo a Si próprio? Não disse o Salvador que este não falaria de si mesmo, mas glorificaria o Filho de Deus?

E o que dizer de hinos como os de número 154, 155, 156, 158, 161, 596, 598, entre outros, que se constituem orações cantadas, pelas quais nos dirigimos em louvor exclusivo ao Deus Espírito Santo, solicitando-Lhe diretamente a salvação sem qualquer menção a Cristo como Mediador?

Hinos de louvor explícito à Trindade também podem ser citados como evidências de nosso politeísmo camuflado durante tanto tempo. O número 3, que no original se chamava "Praise Ye The Father", em sua tradução, tornou-se "Louvor ao Trino Deus".

O número 12, "Vinde Povo do Senhor", convida em sua primeira estrofe:

Vinde, povo do Senhor, adorai-O com louvor
Ao Deus trino exaltai, a Jesus, a Deus, o Pai,
E ao Espírito de luz,
que em bondade nos conduz...

"Santo, santo, santo, Deus Jeová triúno...", diz o número 18.

Até um hino católico, intitulado em latim "Gloria Patri", mentirosamente datado do II Século, foi incluído no Hinário Adventista em louvor à trindade, contendo o dado não-bíblico da adoração ao Espírito Santo, "como era no princípio". Louvor errado aos deuses errados!

Hino 583:
Glória ao Pai seja dada, ao Filho e ao Santo Espírito,
Como era no princípio, é hoje e para sempre,
Glória sem fim! Amém, amém.

Observação:
Por sugestão de um de nossos leitores, acessei à página católica
http://www.rosarioemfamilia.org/rosario.asp, que ensina a rezar o Terço em família, cliquei sobre a expressão "Glória ao Pai" e, para minha surpresa, confirmei que o hino acima é uma oração católica à Trindade, que se reza junto com a Ave Maria e o Pai Nosso durante o Terço!

"O rosário introduz o orante nos acontecimentos bíblicos, a começar pelo pai-nosso, oração ensinada pelo próprio Jesus. repetindo as palavras divinas, é possível ter momentos fortes de encontro e conversa íntima com o Pai celeste. Esse encontro completa-se com o hino de louvor à Santíssima Trindade, no fim de cada dezena: 'Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo'. ...Enquanto rezamos o rosário, entramos no coração do plano de Deus-Trindade para a nossa salvação." (Fonte: http://www.catedralgo.com.br/rosario.htm.)

Com certeza, você poderá localizar outros exemplos de louvor à Trindade, misturados a dezenas de hinos com letras dúbias, como trechos de muitos sermões, nos quais expressões como "o poder de Teu Espírito", "o Espírito de Deus", "o Santo Espírito que vem do Céu", etc, tanto podem referir-se a uma suposta terceira pessoa da Trindade, quando a uma força sobrenatural, poder miraculoso ou energia capacitadora, que nos advém do Pai, através do Filho.

 

Sacudidura

Ao longo dos anos, os pastores e mesmo líderes leigos têm se aproveitado do duplo sentido dessas expressões para não ferir a sensibilidade auditiva de trinitarianos e unitaristas, prolongando assim o convívio entre ambas as facções e adiando o momento da ruptura.

Finalmente, pastores e membros começam a perceber que já não existe a possibilidade de convivência pacífica entre os dois conceitos. É a sacudidura que chega e já inspira uma louvável radicalização nos moldes sugeridos por Elias e, antes dele, por Josué:

Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o. (I Reis 18:21)

Porém, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do Eufrates, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor. (Josué 24:15)

Esta é a hora da decisão. Afinal, trata-se da controvérsia dos séculos! De um lado, o Deus Altíssimo, dizendo que apenas Ele e o Filho, por concessão Sua, podem ser adorados. Do outro, um ex-querubim cobridor, que ainda insiste em dizer que a adoração deveria se estender também à terceira pessoa na hierarquia celeste, pois, de fato, seria essa "trindade" que dirige o Céu.

Ora, se pudéssemos adorar impunemente a uma trindade hoje, a expulsão de Lúcifer do Céu teria sido injusta e ele não deveria ser destruído! Como sabe que pouco tempo lhe resta, através da tentativa de incluir mais alguém como digno de adoração na Divindade, o anjo rebelde tenta enganar até os escolhidos. Mas Gabriel, que ocupa a posição logo abaixo de Cristo no Céu, é muito claro ao proibir que o adoremos. Ver Apocalipse 19:10.

Qual será sua opção neste caso? Absolve Satanás, admitindo a Trindade como uma real possibilidade, digna de nossa adoração? Ou confirma sua fé na Justiça de Deus, condenando o Diabo à destruição, uma vez que apenas o Pai e o Filho são divinos e devem ser adorados? A decisão é individual.

 

Oração interrompida

Particularmente, há dois sábados seguidos, embora não sejam as primeiras vezes, tenho me sentido obrigado a interromper a oração do início do culto de divino e me levantar, após ouvir a maneira como diferentes anciãos da igreja que freqüento, estão adotando para direcionar suas orações à Trindade, em lugar de remetê-las ao nosso Pai celestial, como ensinou Jesus.

São orações em três vias, destinadas a Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, citados nominalmente por eles em atitude que visa a deixar bem claro, inclusive para Deus, que são trinitarianos convictos. Oração errada aos deuses errados! Neste caso, não vejo alternativa a não ser sentar-me e revelar também a Deus e aos que estiverem de olhos abertos, que permaneço fiel ao que Ele revela acerca de Si mesmo em Sua palavra.

Tento imitar a Paulo, que imitou a Cristo, inclusive na forma de orar:

Não cesso de dar graças por vós, fazendo menção de vós nas minhas orações, para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da Glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dEle. (Efésios 1:16-17. Quem puder, leia em sua Bíblia os versículos seguintes, até o 23, ou faça melhor, leia toda a epístola.)

Paulo orava ao Deus de nosso Senhor Jesus cristo, que é o Pai da Glória. Note: O Filho tem um Deus, que é o Seu Pai! E é esse Pai, que nos concede "espírito de sabedoria e de revelação", com "e" minúsculo.

Para que fique ainda mais claro, leiamos também Efésios 3:14-17:

Por esta causa me ponho de joelhos diante do Pai, de quem toma o nome toda família, tanto no céu como sobre a terra, para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o Seu espírito no homem interior; e assim habite Cristo nos vossos corações, pela fé, estando vos arraigados e alicerçados em amor...

(Novamente sugiro a quem puder ou se interessar, que leia até o versículo 21, em sua Bíblia, e perceberá que Paulo se refere ao Espírito Santo como "o seu poder [do Pai] que opera em nós".)

Paulo se punha de joelhos diante do Pai, não se prostrava diante de uma Trindade. E observe: É Cristo mesmo e não uma terceira pessoa divina, que, pela fé, habita em nosso coração. Jesus prometeu que estaria conosco até a consumação dos séculos e estará, desde que lhe abramos a porta de nossa coração.

Como abrirão a porta de seu coração a Jesus, aqueles laodiceanos que imaginam já abrigar dentro dele a terceira pessoa da Trindade? Abandonarão eles a oração do Pai nosso como modelo e começarão a dizer: "venha o vosso reino, seja feita a vossa vontade"? Ou lhe substituirão início por "Trindade nossa" ou "Mistério nosso, que estás no céu"?

Quanto aos hinos, que citamos há pouco, o conselho apostólico é que louvemos "de coração ao Senhor, com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo" (Efésios 5:19-20). Vale para a música e vale também para a oração. Só assim, estaremos aptos a resistir ao Diabo, que tenta enganar até os escolhidos, fazendo-os adorar aos deuses errados, com o louvor errado e a oração errada, ainda que no dia certo! -- Robson Ramos


Comentário de Leitor

Robson, gostaria apenas de fazer um pequeno comentário sobre o seu texto, a Oração em Três Vias.

O número 12, "Vinde Povo do Senhor", convida em sua primeira estrofe:

Vinde, povo do Senhor, adorai-O com louvor
Ao Deus trino exaltai, a Jesus, a Deus, o Pai,
E ao Espírito de luz
, que em bondade nos conduz...

Quem no Céu era chamado do Espírito de luz? Lúcifer. Como agora é chamado? Satanás. Qual é o nome do seu substituiu no céu? Gabriel. O que significa o seu nome? A Fortaleza de YHWH.

Quando cantamos, estamos ou não adorando a um anjo caído? Estamos simplesmente aceitando a reivindicação de Lúcifer no céu o qual queria ser adorado. No céu não foi possível, mas aqui na terra, a própria Igreja que nasceu de uma profecia o está adorando!

Jonas


O irmão Jonas coloca este verso do hino como um louvor a Satanás, gostaria que os irmãos considerassem este outro "hino" para ver se há muita diferença no final:

Você caiu do céu, um anjo lindo que apareceu,
com olhos de cristal...eu nunca vi nada igual,
de repente, voce surgiu na minha frente,
luz cintilante, estrela em forma de gente
...você me conquistou...

Rogério Buzzi

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