Pode Ser Verdadeira uma Igreja que Levou 117 Anos para Descobrir a "Verdade"?

 

DOUTRINA DA TRINDADE: O OUTRO LADO DA MOEDA ARIANA
Para negar que Cristo é o Filho de Deus, o demônio coloca ao alcance dos homens duas alternativas: o arianismo e o trinitarianismo. A moeda é a mesma, o intento é o mesmo. As duas faces da moeda têm o mesmo objetivo: negar que Cristo seja Filho de Deus.

 

Os atuais teólogos adventistas que defendem a mudança doutrinária da denominação ocorrida em 1931 e referendada pela Conferência Geral reunida na cidade de Dallas em 1980, acusam os fundadores do movimento do advento de terem sido arianos ou semi-arianos.  

A acusação que hoje está sendo feita aos pioneiros do adventismo, merece ser considerada com intenso interesse por todos aqueles que anseiam o retorno do Mestre e crêem que a IASD é a igreja remanescente.  

Segundo os novos teólogos da IASD, durante 117 todos os adventistas estiveram parcialmente em erro e somente em 1980 eles encontraram oficialmente toda  a verdade.  

Como pode ser verdadeira uma igreja que demorou tanto tempo para descobrir a verdade completa?  

Se os pioneiros do advento estavam errados, a IASD passou da mentira para a verdade. Caso eles estivessem certos, então o caminho foi o inverso: o adventismo, saiu da verdade e entrou no erro.  

Para saber se os pioneiros do advento eram arianos ou semi-arianos, precisamos primeiro saber o que é o arianismo e quem criou o arianismo.  

 

UM POUCO DE HISTÓRIA  

Arianismo - "O nome vem de seu fundador, o líbio Ário, sacerdote de Alexandria. Ário começou a pregar sua doutrina por volta de 318. Ensinava que o Filho de Deus (Verbo, Logos) não é gerado da substância do Pai, mas é uma criatura criada do nada, embora antes de qualquer outra criatura. Superando a todos, inclusive os anjos, Deus (Pai) serviu-se do Filho para criar todas as coisas. O Filho embora não seja Deus, pode assim chamar-se não por sua natureza, mas pela graça e pela adoção." -- RIBEIRO JUNIOR, João. Pequena história das heresias. Campinas: Papirus Editora, 1989. p. 44, 45  

O autor acima citado afirma que Ário negava que Cristo tivesse sido gerado pelo Pai, negava que Jesus fosse Filho de Deus, portanto, só poder receber o estigma de ariano, alguém, que creia como Ário, que Cristo não é gerado pelo Pai e portando não é Filho de Deus, não é Deus e não possui divindade própria.  

A negação da filiação de Cristo em relação ao Pai, traz de imediato uma conseqüência desastrosa: a negação da  divindade de Jesus.  

A idéia primária do pensamento ariano é negar que Cristo seja Filho de Deus e com isto negar sua divindade.  

Para Ário, Deus, o Pai, era um ser de unidade indivisível e portanto, jamais poderia gerar um Filho da sua mesma natureza, essência e substância.  

Para Ário Cristo não era filho natural de Deus e portanto, não era Deus e sim uma criatura de Deus apenas.  

Para os cristãos que saíram vitoriosos contra o arianismo, Cristo era o unigênito Filho de Deus e negar que Cristo fosse Filho de Deus era negar sua divindade. Para eles, o fato de Cristo ser Filho natural de Deus, é que determinava sua divindade.  

Os 318 bispos da igreja cristã do oriente e do ocidente reunidos na cidade de Nicéia em 325, não fizeram outra coisa senão afirmar a filiação divina de Cristo em relação a Deus o Pai.  

Reza o credo de Nicéia o seguinte:

"Cremos em um só Deus, Pai onipotente, criador de todas as coisas visíveis e invisíveis, e em um só Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, gerado pelo Pai, unigênito, isto é, da substância do Pai, Deus de Deus, Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, de uma só substância (homoousios) com o Pai." RIBEIRO JUNIOR, João. Pequena história das heresias. Campinas: Papirus Editora, 1989. p. 46  

Comparando as duas citações que foram feitas, se percebe as diferenças entre o pensamento ariano e o que foi definido no Concílio de Nicéia em 325.  

Para Ário Cristo não era:  

A - Gerado por Deus e portanto não era Filho de Deus.
B - Divino. Se não era filho de peixe, não era peixe. Se não era Filho de Deus, não era Deus e não possuía divindade pessoal.
C - Da mesma natureza, substância e essência que o Pai.  

Para o Concílio de Nicéia Cristo era:  

A - Filho de Deus, unigênito de Deus. Gerado de Deus.
B - Deus de Deus.
C - Luz de Luz.
D - Deus verdadeiro de Deus verdadeiro.
E - Gerado, não criado.
F - Da mesma substância que o Pai.  

Depois de compreendido o que é o arianismo, fica fácil saber se os pioneiros do advento eram arianos ou semi-arianos.  

Todos os pioneiros do advento criam firmemente que Cristo é o Unigênito Filho de Deus. Para eles, a divindade de Cristo é determinada pela sua condição de Filho do Eterno Pai. Sendo Filho de Deus, Cristo é Deus.   

Os pioneiros acreditavam exatamente como Cristo ensinou.  

"E Jesus lhes respondeu dizendo: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também. Pois por isso os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não só quebrantava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus." JOÃO  5:17,18  

Os pioneiros nunca tiveram dúvidas de que Cristo era Filho de Deus, Filho natural do Pai, e não o filho funcional, metafórico, literário da nova teologia católica adventista.  

Os pioneiros, se em algum tempo não acreditaram que Cristo era Filho de Deus, logo abandonaram essa crença ariana.  

Os pais da fé adventista, abandonaram tanto o arianismo quanto o trinitarianismo pelo mesmo motivo: tanto um quanto o outro, nega que Cristo seja Filho de Deus.  

O inimigo das almas bem sabe que a salvação depende da aceitação de que Cristo é o Filho de Deus. Ele sabe que quando se nega que Cristo é o Filho de Deus, a salvação corre risco de não acontecer. Sabendo disso, o diabo precisou encontrar uma lógica aparentemente sábia para negar a filiação divina de Cristo.  

Com o arianismo, o inimigo usa a negação da filiação divina de Cristo para negar sua divindade. Com o trinitarianismo, o mesmo inimigo usa a divindade para negar a filiação divina de Cristo.  

A moeda é a mesma, o intento é o mesmo. As duas faces da moeda tem o mesmo objetivo: negar que Cristo seja Filho de Deus.  

Para negar que Cristo é o Filho de Deus, o demônio coloca ao alcance dos homens duas alternativas: o arianismo e o trinitarianismo.

No caso ariano, por não ser Filho, Cristo não é Deus. No caso trinitariano, por ser Deus, Cristo não é Filho.  

Em ambas as situações, Satanás consegue fazer com que os homens não creiam que Cristo é o Filho de Deus enviado ao mundo para salvar o pecador.  

Baseado na verdade histórica sobre o arianismo, nós os que acreditamos que Cristo é o Filho Unigênito de Deus, podemos devolver ao lado trinitariano do adventismo a acusação que é feita aos pioneiros. Se existem arianos no movimento adventista, eles são os adventistas que crêem na Doutrina da Trindade.  

Quem é ariano senão aquele que não crê que Cristo é o Filho de Deus? -- Elpídio da Cruz Silva, adventista há mais de vinte anos, excluído da igreja em 29/11/2003, por não crer na doutrina católica da trindade e falar contra ela. (Edição: Robson Ramos)

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