Capítulo 5

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DEUS Manifesto em Carne

"E o Verbo Se fez carne e habitou entre nós". João 1:14.

Nenhuma palavra poderia plenamente revelar que CRISTO foi tanto DEUS quanto homem. Originalmente somente divino, Ele tomou sobre Si a natureza humana e viveu entre os homens como um mortal comum, exceto naquelas ocasiões quando Sua divindade transluzia, como no evento da purificação do Templo, ou quando Suas palavras ardentes de verdade simples forçavam até os Seus inimigos a confessarem que "nunca homem algum falou como esse homem".

A humilhação que CRISTO voluntariamente assumiu sobre Si é melhor expressa por Paulo aos filipenses: "Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em CRISTO JESUS, pois Ele, subsistindo em forma de DEUS, não julgou como usurpação o ser igual a DEUS; antes, a Si mesmo Se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-Se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a Si mesmo Se humilhou, tornando-Se obediente até à morte, e morte de cruz". Filip. 2:5-8.

A versão acima torna este texto muito claro de que, conquanto CRISTO fosse em forma de DEUS, sendo "o resplendor da glória e a expressão exata do Seu Ser" (Heb. 1:3), tendo todos os atributos de DEUS, sendo o Governante do universo, e Aquele a quem todo o Céu se deleitava em honrar, não julgou que qualquer dessas coisas devesse ser desejada enquanto os homens estivessem perdidos e impotentes. Ele não podia desfrutar Sua glória enquanto o homem fosse um pária, sem esperança. Assim, esvaziou-Se, despojou-Se de todas as Suas riquezas e glória, e assumiu sobre Si a natureza do homem, a fim de que pudesse redimi-lo. Desse modo podemos conciliar a unidade de CRISTO com o PAI pela declaração: "Meu PAI é maior do que Eu".

É impossível para nós entender como CRISTO podia, como DEUS, humilhar-Se à morte de cruz, e é simplesmente inútil especularmos a respeito disso. Tudo quanto podemos fazer é aceitar os fatos como se apresentam na Bíblia. Se o leitor achar difícil harmonizar algumas das asserções bíblicas concernentes à natureza de CRISTO, tenha em mente que seria impossível expressá-lo em termos que permitissem às mentes finitas assimilar plenamente tal fato. Assim como o enxertar os gentios no tronco de Israel é contrário à natureza, a economia divina é paradoxal à compreensão humana.

Outros textos que citaremos trazem-nos ainda mais perto o fato da humanidade de CRISTO e o que ela significa para nós. Já temos lido que "o Verbo Se fez carne", e agora leremos o que Paulo diz com respeito à natureza dessa carne: "Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez DEUS enviando o Seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou DEUS, na carne, o pecado. A fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito". Rom. 8:3,4.

Um pequeno pensamento será suficiente para revelar a qualquer um que, se CRISTO assumiu sobre Si a semelhança do homem a fim de que pudesse redimir o homem, deve ter sido ao homem pecador que Ele Se assemelhou, pois foi ao homem pecador que Ele veio remir. A morte não poderia ter qualquer poder sobre um homem sem pecado, como Adão foi no Éden, e não poderia ter tido qualquer poder sobre CRISTO, se o SENHOR não tivesse disposto sobre Ele a iniquidade de nós todos. Ademais, o fato de que CRISTO tomou sobre Si a carne, não de um ser inculpável, mas de um homem pecador, isto é, que a carne que Ele assumiu tinha todas as fraquezas e tendências pecaminosas a que a natureza humana caída está sujeita, é demonstrado pela declaração de que "Ele foi feito da semente de Davi segundo a carne". Davi tinha todas as paixões da natureza humana. Ele disse a seu próprio respeito: "Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe". Sal. 51:5.

A declaração seguinte do livro de Hebreus é muito clara sobre este ponto: "Pois Ele, evidentemente, não socorre a anjos, mas socorre a descendência de Abraão. Por isso mesmo convinha que, em todas as coisas, Se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a DEUS, e para fazer propiciação pelos pecados do povo. Pois naquilo que Ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados". Heb. 2:16-18.

Se Ele tivesse sido em todas as coisas semelhante a Seus irmãos, então deve ter sofrido todas as enfermidades e sido sujeito a todas as tentações deles. Dois textos mais que deixam esta questão bem evidente serão evidência suficiente a respeito disso. Primeiro citamos 2 Coríntios 5:21:

"Aquele que não conheceu pecado [DEUS], Ele O fez pecado por nós; para que Nele fôssemos feitos justiça de DEUS".

Isto é mais vigoroso do que a declaração de que Ele foi feito em "semelhança da carne pecaminosa". Ele foi tornado em pecado. Aqui se acha o mesmo mistério quanto ao de que o Filho de DEUS devia morrer. O Cordeiro imaculado de DEUS, que não conhecera qualquer pecado, foi feito pecado. Sem pecado, contudo, não somente contado como um pecador, mas realmente tomando sobre Si mesmo a natureza pecaminosa. Ele foi feito pecado a fim de que pudesse ser feito justiça. Assim, Paulo declara aos gálatas que "DEUS enviou o Seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos". Gál. 4:4,5.

"Pois naquilo que Ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados". "Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-Se das nossas fraquezas, antes foi Ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna". Hebreus 4:15, 16.

Um ponto mais e então podemos aprender toda a lição que devíamos assimilar do fato de que "o Verbo Se fez carne e habitou entre nós". Como foi que CRISTO pôde assim "compadecer-Se das nossas fraquezas" (Heb. 5:2) e ainda não conhecer pecado? Alguns podem ter pensado, enquanto lendo até este ponto, que estivemos depreciando o caráter de JESUS por trazê-Lo ao nível do homem pecador. Pelo contrário, estamos simplesmente exaltando o "divino poder" de nosso abençoado Salvador, que a Si mesmo voluntariamente desceu ao nível do homem pecador, a fim de que pudesse exaltar o homem à Sua própria pureza imaculada, que Ele reteve sob as circunstâncias mais adversas.

Sua humanidade apenas velava Sua divina natureza, pela qual Ele estava inseparavelmente ligado ao DEUS invisível e que era mais do que capaz de resistir com êxito às fraquezas da carne. Havia em toda a Sua vida uma luta. A carne, movida pelo inimigo de toda justiça, tenderia ao pecado, contudo Sua divina natureza nunca por um momento acolheu um desejo maligno nem o Seu divino poder jamais hesitou. Tendo sofrido na carne tudo quanto os homens podem possivelmente sofrer, Ele retornou ao trono do PAI como imaculado do mesmo modo em que deixou as cortes de glória. Quando jazia na tumba, sob o poder da morte, "era impossível que ali fosse detido", porque "não conheceu pecado".

Mas alguém dirá: "Não encontro nisso nenhum conforto para mim. Na verdade, tenho um exemplo que não posso seguir, pois não possuo o poder que CRISTO teve.  Ele foi DEUS mesmo enquanto estava aqui na Terra. Eu, porém, sou um mero homem". Sim, mas poderá ter o mesmo poder que Ele tinha se o desejar. Ele foi "capaz de condoer-Se" de nossas fraquezas (Heb. 5:2), porém sem "conhecer pecado", por causa do poder divino que constantemente Nele habitava. Agora, atentemos às inspiradas palavras de Paulo e aprendamos qual é nosso privilégio de possuir:

"Por esta causa me ponho de joelhos diante do PAI, de quem toma o nome toda família, tanto no céu como sobre a terra, para que, segundo a riqueza da Sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o Seu ESPÍRITO no homem interior; e assim habite CRISTO nos vossos corações, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de CRISTO, que excedo todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de DEUS". Efés. 3:14-19.

Quem poderia pedir mais? CRISTO, em Quem habita toda a plenitude da Divindade corporalmente, pode habitar em nossos corações de modo que possamos ser cheios com toda a plenitude de DEUS. Que promessa maravilhosa! Ele Se compadece das nossas fraquezas. Isto é, tendo sofrido tudo quanto a carne pecaminosa herda, sabe tudo a seu respeito e identifica-Se com os Seus filhos numa tão íntima empatia que tudo que sobre eles exerce pressão, causa-Lhe idêntica ação e Ele sabe quanto poder divino é necessário para resistir-lhe. E se sinceramente desejarmos negar a "impiedade e paixões mundanas", Ele é capaz e ansiosamente nos dá força abundante, acima de tudo quanto peçamos ou imaginemos.

Animem-se, pois, as almas cansadas, débeis e oprimidas pelo pecado. Que venham "confiadamente, junto ao trono da graça", onde com segurança encontrarão graça para ajudá-los em tempo de necessidade, porque essa necessidade é sentida por nosso Salvador no tempo exato em que se faz precisa. Ele pode "compadecer-Se das nossas fraquezas". Se fosse apenas pelo fato de que sofreu quase dois mil anos atrás, poderíamos temer que houvesse Se esquecido de algumas dessas fraquezas, mas não, a própria tentação que lhe pressiona, a Ele também afeta. Suas feridas estão sempre frescas, e Ele vive sempre para fazer intercessão por você.

Que maravilhosas possibilidades há para o cristão! A que alturas de santidade ele pode alcançar! Não importa quanto Satanás possa guerrear contra ele, atacando-o onde a carne é mais fraca, pode descansar sobre a sombra do Onipotente e ser cheio da plenitude da força de DEUS. Aquele que é mais forte do que Satanás pode habitar o seu coração continuamente e assim, considerando os ataques satânicos como se estivesse firmado sobre uma imponente fortaleza, pode dizer: "Tudo posso Naquele que me fortalece". Fil. 4:13.


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