Capítulo 7

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A Justiça de DEUS

"Buscai, pois, em primeiro lugar o Seu reino e a Sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas". Mat. 6:33.

A justiça de DEUS, declara JESUS, é o objetivo a ser buscado nesta vida. Alimentação e vestuário são questões de menor monta em comparação com ela. DEUS as suprirá no devido tempo, de modo que o cuidado e preocupação excessivos não precisam direcionar-se nesse rumo; mas assegurar que o Reino de DEUS e Sua justiça sejam o único objetivo da vida.

Em I Coríntios 1:30 é-nos dito que CRISTO foi feito a nós justiça, bem como sabedoria, e uma vez que CRISTO é a sabedoria de DEUS e Nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade, é evidente que a justiça que se nos está disponível é a de DEUS. Vejamos o que esta justiça é:

No Salmo 119:172 o salmista assim se dirige ao SENHOR: "A Minha língua celebre a Tua lei, pois todos os Teus mandamentos são justiça". Os mandamentos são justiça, não simplesmente no abstrato, mas são a justiça de DEUS. Como comprovação, leia o seguinte:

"Levantai os vossos olhos para os céus, e olhai para a Terra em baixo, porque os céus desaparecerão como o fumo, e a Terra envelhecerá como um vestido, e os Seus moradores morrerão como mosquitos, mas a Minha salvação durará para sempre, e a Minha justiça não será anulada. Ouvi-Me, vós que conheceis a justiça, vós, povo, em cujo coração está a Minha lei; não temais o opróbrio dos homens, nem vos turbeis por causa das Suas injúrias". Isaías 51:6,7.

O que aprendemos disso? Que aqueles que conhecem a justiça de DEUS são as pessoas em cujo coração está a Sua lei, e, portanto, que a lei de DEUS é a justiça de DEUS.

Isso pode ser provado novamente, como segue: "Toda injustiça é pecado". I João 5:17. "Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei: porque o pecado é transgressão da lei". I João 3:4. Pecado é transgressão da lei, e é também injustiça; portanto pecado e injustiça são idênticos. Mas se injustiça é transgressão da lei, justiça deve ser obediência à lei. Ou, para colocar a proposição em fórmula matemática:

INJUSTIÇA = PECADO. I João 5:17.

TRANSGRESSÃO DA LEI = PECADO. I João 3:4.

Portanto, segundo o axioma de que duas coisas iguais à mesma coisa são idênticas entre si, temos:

INJUSTIÇA = TRANSGRESSÃO DA LEI, que vem a ser uma equação negativa. A mesma coisa, declarada em termos positivos, seria:

JUSTIÇA = OBEDIÊNCIA À LEI.

Agora, que lei tem sua obediência representando justiça, com a desobediência a ela significando pecado? Trata-se daquela lei que declara: "Não cobiçarás", pois o apóstolo Paulo nos diz que esta lei o convenceu do pecado. Rom. 7:7. A lei dos dez mandamentos, pois, é a medida da justiça de DEUS. Sendo ela a lei de DEUS e constituindo a justiça, a rebelião contra a lei de DEUS é rebelião contra a justiça de DEUS.

Uma vez que a lei é a justiça de DEUS -- uma transcrição de Seu caráter -- é fácil ver que temer a DEUS e guardar os Seus mandamentos é "o dever de todo homem". Ecles. 12:13. Que ninguém pense que o seu dever será restringido se confinado aos dez mandamentos, pois eles são bastante amplos. "A lei é espiritual", e abrange muito mais do que pode ser discernido por um leitor comum. "Ora, o homem natural não aceita as coisas do ESPÍRITO de DEUS, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente". I Cor. 2:14. A extraordinária abrangência da lei de DEUS pode ser reconhecida somente por aqueles que com oração meditam sobre ela. Alguns poucos textos bíblicos serão suficientes para mostrar-nos algo de sua amplitude.

No Sermão do Monte, CRISTO declarou: "Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem matar estará sujeito a julgamento. Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo". Mateus 5:21, 22. E novamente: "Ouviste que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo: Qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração já adulterou com ela".

Isto não significa que os mandamentos "Não matarás" e "Não adulterarás" são imperfeitos, ou que DEUS agora requeira um grau maior de moralidade de parte dos cristãos do que o fazia quanto ao Seu povo que eram os judeus. Ele requer a mesma coisa de todos os homens em todas as épocas. O Salvador simplesmente explicou esses mandamentos e revelou-lhes a espiritualidade. Ante a acusação não expressa dos fariseus de que Ele estava ignorando e solapando a lei moral, Ele respondeu declarando que veio para estabelecer a lei, e que ela não poderia ser abolida, e daí expôs o verdadeiro significado da lei de um modo que os convenceu de que a estavam ignorando e desobedendo.  Ele revelou que mesmo um olhar ou um pensamento podem ser uma violação da lei e que ela é realmente uma discernidora dos pensamentos e intenções do coração.

Nisso CRISTO não revelou uma nova verdade, mas somente trouxe à luz e desdobrou uma antiga. A lei tinha exatamente o mesmo caráter quando Ele a proclamou do Sinai e quando a expunha sobre a montanha da Judéia. Quando, em tons que abalaram a Terra, Ele declarou: "Não matarás", queria dizer: "Não abrigueis rancor no coração; não permitais a inveja, nem a contenda, nem qualquer coisa que seja remotamente relacionada com o assassinato". Tudo isso e muito mais está contido nas palavras: "Não matarás". E isto era ensinado nas palavras inspiradas do Velho Testamento, pois Salomão demonstrou que a lei trata de coisas invisíveis, bem como de coisas visíveis, quando escreveu: "De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a DEUS e guarda os Seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque DEUS há de trazer a juízo todas as obras até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más". Ecle. 12:13,14.

O argumento é este: O juízo repassa toda coisa secreta; a lei de DEUS é o padrão no juízo -- determina a qualidade de cada ato, se bom ou mau; portanto, a lei de DEUS proíbe o mal em pensamento, bem como em ação. Assim, a conclusão de toda a questão é de que os mandamentos de DEUS contêm o dever todo do homem.

Tomemos o primeiro mandamento: "Não terás outros deuses diante de Mim". O apóstolo nos fala sobre alguns cujo "deus . . . é o ventre". Fil. 3:19. Mas a glutonaria e a intemperança são suicídio, e assim descobrimos que o primeiro mandamento perpassa o sexto. Isto, porém, não é tudo, pois ele também nos fala que a cobiça é idolatria. Col. 3:5. O décimo mandamento não pode ser violado sem a violação do primeiro e do segundo. Em outras palavras, os dez mandamentos coincidem com o primeiro, e descobrimos que o Decálogo é um círculo tendo uma circunferência tão grande quanto o universo, e contendo em si o dever moral de cada criatura. Em resumo, é a medida da justiça de DEUS, que habita a eternidade.

Sendo esse o caso, a correção da declaração de que "os que praticam a lei hão de ser justificados" é óbvia. Justificar significa tornar justo ou revelar-se alguém como sendo justo. Agora, é evidente que a perfeita obediência a uma lei perfeitamente justa constituiria alguém como uma pessoa justa. DEUS designou que tal obediência devesse ser prestada à lei por todas as Suas criaturas, e desse modo a lei foi ordenada para a vida. Rom. 7:10.

Mas para alguém ser julgado um praticante da lei seria necessário que tivesse observado a lei em sua medida plena a cada instante de sua vida. Se ficasse aquém disso, não poderia ter dito que praticara a lei. Não poderia ser um praticante da lei se a tivesse cumprido somente em parte. É um triste fato, portanto, que em toda a raça humana não haja cumpridores da lei, pois tanto judeus quanto gentios estão todos "debaixo do pecado; como está escrito: Não há justo, nem sequer um, não há quem entenda, não há quem busque a DEUS; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer". Rom. 3:9-12.

A lei fala a todos que estão dentro de sua esfera, e em todo o mundo não há ninguém que possa abrir a boca para livrar-se da acusação de pecado que ela levanta contra si. Toda boca é calada e todo o mundo se apresenta culpado diante de DEUS (verso 19), "pois todos pecaram e carecem da glória de DEUS" (verso 23).

Portanto, embora "os que praticam a lei hão de ser justificados", é também verdade que "ninguém será justificado diante Dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado" (verso 20). A lei, sendo "santa, justa, e boa", não pode justificar um pecador. Noutras palavras, uma lei justa não pode declarar que aquele que a viola é inocente. Uma lei que justificasse um homem ímpio seria uma lei ímpia.

A lei não deve ser desprezada por não justificar pecadores. Pelo contrário, deve ser exaltada por tal respeito. O fato de que a lei não declare os pecadores justos -- o não dizer que os homens a guardaram e quando eles a violaram -- é em si evidência suficiente de ser boa. Os homens aplaudem um juiz terreno incorruptível. Seguramente, eles deveriam magnificar a lei de DEUS, que não dará falso testemunho. A lei é a perfeição da justiça e, portanto, é forçada a declarar o triste fato de que nenhum representante da raça de Adão cumpriu os seus requisitos.

Ademais, o fato de que cumprir a lei é simplesmente o dever do homem demonstra que quando ele fica aquém dela num simples requisito nunca a poderá preencher. As exigências de cada preceito da lei são assim amplos -- a lei inteira é tão espiritual -- que um anjo não poderia prestar-lhe mais do que obediência. Sim, adicionalmente, a lei é a justiça de DEUS -- uma transcrição de Seu caráter -- e uma vez que o Seu caráter não pode ser diferente do que é, segue-se que mesmo o próprio DEUS não pode ser melhor do que a medida da bondade requerida por Sua lei. Ele não pode ser melhor do que é e a lei declara que é.

Que esperança, pois, de que alguém que haja falhado, mesmo num único preceito, possa acrescentar bondade extra para preencher a medida plena? Aquele que tenta fazê-lo estabelece diante de si a tarefa impossível de ser melhor do que DEUS exige, sim, até mesmo melhor do que DEUS.

Mas não é simplesmente num particular que os homens falharam. Eles ficaram aquém em toda extensão. "Todos se extraviaram, a uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer". Não somente é assim, mas é impossível que homens caídos, com suas faculdades enfraquecidas, façam até mesmo um simples ato que corresponda ao perfeito padrão. Esta proposição não requer prova adicional, a não ser uma reiteração do fato que a lei é a medida da justiça de DEUS. Certamente não existe ninguém tão presumido para reivindicar que qualquer ato de suas vidas tenha sido ou poderia ser tão bom como se feito pelo próprio SENHOR. Todos precisam dizer com o salmista: "Outro bem não possuo, senão a Ti somente". Sal. 16:2.

Este fato é contido em declarações diretas das Escrituras. CRISTO, que "não precisava de que alguém Lhe desse testemunho a respeito do homem" (João 2:25), declarou: "Porque de dentro do coração dos homens é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura: Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem". Mar. 7:21-23.

Em outras palavras: é mais fácil praticar o mal do que fazer o bem, e as coisas que as pessoas fazem naturalmente são más. A maldade jaz no íntimo, e é parte do ser. Portanto, declara o apóstolo: "Por isso o pendor da carne é inimizade contra DEUS, pois não está sujeita à lei de DEUS, nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a DEUS". Rom. 8:7,8. E outra vez: "Porque a carne milita contra o Espírito, e o ESPÍRITO contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que porventura seja do vosso querer". Gál. 5:17.

Sendo que a maldade é parte da própria natureza humana, sendo herdada por cada indivíduo de uma longa linha de ancestrais pecadores, é muito evidente que, seja qual for a quantidade de justiça que brote dele, deve ser somente "trapo da imundície" (Isa. 64:6), comparada com a imaculada veste da justiça de DEUS.

A impossibilidade de boas ações procedentes de um coração pecaminoso é assim ilustrado vividamente pelo Salvador. "Porquanto cada árvore é conhecida pelo seu próprio fruto. Porque não se colhem figos de espinheiros, nem dos abrolhos se vindimam uvas. O homem bom, do bom tesouro do coração tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração". Lucas 6:44,45.

Isto equivale a dizer que um homem não pode fazer o bem até que primeiro se torne bom. Portanto, as ações praticadas por uma pessoa pecadora não têm efeito algum para torná-lo justo, mas, ao contrário, procedendo de um coração mau, elas são más e somente são acrescidas ao montante de sua pecaminosidade. Somente o mal pode proceder de um coração iníqüo, e a maldade multiplicada não pode realizar uma ação boa; destarte, é inútil que uma pessoa má pense em tornar-se boa por seus próprios esforços. Tal pessoa deve, primeiramente, ser tornada justa antes de poder praticar qualquer bem dela requerido e que deseje cumprir.

Assim, pois, fica o caso: (1) A lei de DEUS é justiça perfeita, e perfeita conformidade a ela é requerida de todos que entrarem no Reino do céu. (2) Mas a lei não tem uma única partícula de justiça para ser concedida a qualquer homem, porque todos são pecadores e incapazes de atender a seus requisitos.

Não importa quão diligentemente nem quão zelosamente um homem aja, nada que faça alcançará a plena medida dos requisitos da lei. Ela é por demais elevada para que o alcance; não pode obter justiça pela lei. "Pelas obras da lei nenhuma carne será justificada". Que condição deplorável! Precisamos ter a justiça da lei ou não podemos entrar no céu, e contudo a lei não tem justiça para um sequer de nós. Ela não produzirá ante nossos esforços mais decididos e persistentes a mínima porção daquela santidade sem a qual nenhum homem pode ver o SENHOR.

Quem, então, pode ser salvo? Pode, então, haver tal coisa como uma pessoa justa? Sim, pois a Bíblia freqüentemente fala de tais. Menciona Ló como "este justo". 2 Ped. 2:8. Declara: "Dizei aos justos que bem lhes irá; porque comerão do fruto das suas ações" (Isa. 3:10), indicando assim que haverá pessoas justas que receberão a recompensa, e claramente é dito que haverá uma nação justa afinal, nas palavras: "Naquele dia se entoará este cântico na terra de Judá: Temos uma cidade forte: DEUS lhe põe a salvação por muros e baluartes. Abri vós as portas, para que entre a nação justa, que guarda a fidelidade". Isaías 26:1,2. Davi diz: "Tua lei é a verdade". Sal. 119:142.

Não é apenas a verdade, mas é a somatória de toda a verdade; conseqüentemente, a nação que observa a verdade será uma nação que observa a lei de DEUS. Tais serão os cumpridores de Sua vontade, e eles entrarão no reino do céu. Mat. 7:21. [JESUS é "o caminho, a verdade, e a vida" (João 14:6), "o Verbo de DEUS" (João 1 e Apoc. 19:13); portanto, JESUS é a perfeita encarnação da verdade da lei dos dez mandamentos, a expressa imagem de Seu pai celestial; portanto, JESUS é a lei dada {proferida pelo Verbo de DEUS} e JESUS é o que entrega a lei {o Criador}].


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