Capítulo 12

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Ilustrações Práticas da Liberdade da Escravidão

Tomemos agora algumas ilustrações do poder da fé para libertar da escravidão. Citaremos Lucas 13:10-17:

"Ora, ensinava JESUS no sábado numa das sinagogas. E veio ali uma mulher possessa de um espírito de enfermidade, havia já dezoito anos; andava ela encurvada, sem de modo algum poder endireitar-se. Vendo-a JESUS, chamou-a e disse-lhe: Mulher, estás livre da tua enfermidade; e, impondo-lhe as mãos, ela imediatamente se endireitou e dava glória a DEUS. O chefe da sinagoga, indignado de ver que JESUS curava no sábado, disse à multidão: Seis dias há em que se deve trabalhar; vinde, pois, nesses dias para serdes curados, e não no sábado. Disse-lhe, porém, o SENHOR: Hipócritas, cada um de vós não desprende da manjedoura no sábado o seu boi ou o seu jumento, para levá-lo a beber? Por que motivo não se devia livrar deste cativeiro em dia de sábado esta filha de Abraão, a quem Satanás trazia presa há dezoito anos? Tendo Ele dito estas palavras todos os Seus adversários se envergonharam. Entretanto, o povo se alegrava por todos os gloriosos feitos que JESUS realizava".

Podemos desconsiderar as críticas dos dirigentes hipócritas para considerar o milagre. A mulher estava presa; nós, mediante o temor da morte, temos estado toda a nossa vida sujeitos à servidão. Satanás havia escravizado a mulher; Satanás também pôs armadilhas para os nossos pés e tem-nos trazido em servidão. Ela de modo algum poderia soerguer-se; nossas iniqüidades se apossaram de nós, de modo que não somos capazes de olhar para cima. Sal. 40:12. Com uma palavra e um toque, JESUS pôs a mulher em liberdade de sua enfermidade. Temos o mesmo misericordioso Sumo Sacerdote agora no céu, que é tocado com o sentimento de nossas enfermidades, e a mesma palavra nos libertará da maldade.

Para que propósito foram os milagres de cura registrados como realizados por JESUS? João nos diz. Não foi simplesmente para mostrar que Ele pode curar a doença, mas para demonstrar o Seu poder sobre o pecado. Ver Mat. 9:2-8. Mas João declara:

"Na verdade fez JESUS diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que JESUS é o CRISTO, o Filho de DEUS, e para que, crendo, tenhais vida em Seu nome". João 20:30,31.

Assim vemos que eles estão registrados simplesmente como ilustrações objetivas do amor de CRISTO, de Sua disposição em dar alívio e de Seu poder sobre as obras de Satanás, não importa se em corpo ou em alma. Um milagre mais é suficiente neste contexto. É aquele registrado em Atos 3. Não citarei o relato completo, mas pediria aos leitores para segui-lo cuidadosamente em sua Bíblia.

Pedro e João viram junto à entrada do templo um homem com mais de quarenta anos de idade, paralítico desde o nascimento. Ele jamais havia andado. Estava esmolando, e Pedro sentiu-se movido pelo ESPÍRITO a dar-lhe algo melhor do que ouro ou prata. Disse ele: "Em nome de JESUS CRISTO, o Nazareno, anda! E, tomando-o pela mão direita, o levantou; imediatamente os seus pés e artelhos se firmaram; de um salto se pôs em pé, passou a andar e entrou com eles no templo, saltando e louvando a DEUS". Versos 6-8.

Esse notável milagre com alguém que todos haviam visto provocou uma extraordinária comoção entre o povo, e, quando Pedro viu a surpresa deles, passou a contar como a maravilha havia sido realizada, declarando:

"Israelitas, por que vos maravilhais disto, ou por que fitais os olhos em nós como se pelo nosso próprio poder ou piedade o tivéssemos feito andar? O DEUS de Abraão, de Isaque e de Jacó, o DEUS de nossos pais glorifi­cou a Seu Servo JESUS, a Quem vós traístes e negastes perante Pilatos, quando este havia decidido soltá-Lo. Vós, porém, negastes o Santo e o Justo, e pedistes que vos concedessem um homicida. Destarte matastes o Autor da vida, a Quem DEUS ressuscitou dentre os mortos, do que nós somos testemunhas. Pela fé no nome de JESUS, esse mesmo nome fortaleceu a este homem que agora vedes e reconheceis; sim, a fé, que vem por meio de JESUS, deu a este saúde perfeita na presença de todos vós". Versos 12-16.

Agora faça a aplicação. O homem "coxo de nascença" era incapaz de ajudar-se. Ele alegremente se disporia a caminhar, mas não podia fazê-lo. Nós, igualmente, podemos todos dizer, com Davi: "Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe". Salmo 51:5. Em conseqüência, somos por natureza tão fracos que não podemos realizar as coisas que gostaríamos. Como cada ano da vida do homem aumentava sua incapacidade de caminhar por ter aumentado o peso de seu corpo, enquanto os membros não cresciam na mesma proporção, assim a repetida prática do pecado, ao nos tornarmos mais velhos, fortalece o seu poder sobre nós.

Tratava-se de uma enorme impossibilidade para aquele homem o caminhar; contudo, o nome de CRISTO, mediante a fé, deu-lhe perfeita saúde e liberdade da enfermidade. Assim nós, mediante a fé Nele, podemos ser curados e capacitados a realizar as coisas que até então era-nos impossível cumprir. Pois as coisas que são impossíveis ao homem são possíveis a DEUS. Ele é o Criador. "Faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor". Isa. 40:29. Uma das maravilhas da fé, como demonstrada nos casos dos antigos heróis bíblicos, é que "da fraqueza tiraram força". Heb. 11:34.

Nesses exemplos vimos como DEUS liberta da servidão aqueles que confiam Nele. Agora, consideremos o conhecimento de como a liberdade é mantida.

Vimos que nós por natureza somos todos servos do pecado e de Satanás, e que tão logo nos submetemos a CRISTO, somos libertos do poder de Satanás. Declara Paulo: "Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos, seja do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?" Rom. 6:16. Assim, pois, tão logo nos tornamos livres da escravidão do pecado, tornamo-nos servos de CRISTO.

Na verdade, o próprio ato de livrar-nos do poder do pecado, em resposta a nossa fé, prova a aceitação de DEUS por nós como Seus servos. Tornamo-nos, na verdade, os servos de CRISTO; mas aquele que é servo do SENHOR é um homem livre, pois somos chamados à liberdade (Gál. 5:13), e onde há o ESPÍRITO do SENHOR, há liberdade. (2 Cor. 3:17).

E agora vem novamente o conflito. Satanás não está disposto a desistir de seu escravo tão prontamente. Ele vem, armado com a lança da tentação feroz, para atrair-nos mais uma vez ao seu serviço. Sabemos por triste experiência que ele é mais poderoso do que somos, e que desajudados não podemos resistir-lhe. Mas tememos o seu poder e clamamos por socorro. Então trazemos à mente que não mais somos servos de Satanás. Submetemo-nos a DEUS, e, portanto, Ele nos aceitou como Seus servos. Podemos então dizer com o salmista: "SENHOR, deveras sou Teu servo, Teu servo, filho da Tua serva; quebraste as minhas cadeias". Sal. 116:16. Mas o fato de ter DEUS quebrado as cadeias que Satanás lançara sobre nós -- e ele fez isso, se crermos que o fez -- é evidência de que DEUS nos protegerá, pois Ele se preocupa com os que Lhe pertencem, e temos a segurança de que Aquele que começou uma boa obra em nós "há de completá-la até ao dia de CRISTO JESUS". Fil. 1:6. E nessa confiança somos fortes para resistir.

Novamente, se nos submetemos para ser servos de DEUS, somos Seus servos, ou, noutros termos, instrumentos de justiça em Suas mãos. Leia Rom. 6:13-16. Não somos instrumentos inertes, sem vida, sem sentido, tais como as ferramentas utilizadas pelos agricultores, sem voz sobre como devem ser utilizados, mas instrumentos vivos, inteligentes, tendo a permissão de escolher sua ocupação. Não obstante, o termo "instrumento" significa uma ferramenta -- algo que está inteiramente sob controle do artesão.

A diferença entre nós e as ferramentas do mecânico é que podemos escolher quem nos usará e para que tipo de serviço seremos empregados, mas tendo feito a escolha e submetendo-nos às mãos do trabalhador, devemos estar tão completamente em suas mãos como a ferramenta que não tem decisão quanto à forma por que deve ser usada. Quando nos submetemos a DEUS, devemos estar nas Suas mãos como o barro nas mãos do oleiro, para que possa fazer conosco como Lhe aprouver. Nossa vontade reside em decidir se Lhe permitimos ou não realizar em nós aquilo que é bom.

Essa idéia de sermos instrumentos nas mãos de DEUS é um maravilhoso auxílio à vitória da fé quando é uma vez plenamente assimilada. Pois, note-se que o que um instrumento realiza depende inteiramente da pessoa em cujas mãos se acha. Aqui, por exemplo, é uma máquina de cunhar. Em si mesma é inocente, contudo pode ser empregada para os propósitos mais sórdidos, bem como para aquilo por que é útil. Se estiver nas mãos de alguém de mau caráter pode ser empregada para produzir moedas falsas. Certamente não será empregada para qualquer bom propósito. Mas se estiver nas mãos de um homem reto, virtuoso, não pode possivelmente produzir mal algum.

Igualmente, quando éramos servos de Satanás, não realizávamos nenhum bem (Rom. 6:20), mas agora que nos submetemos às mãos de DEUS, sabemos que não há Nele injustiça, e assim um instrumento em Suas mãos não pode ser empregado para um propósito iníqüo. A submissão a DEUS deve ser tão completa quanto anteriormente o foi a Satanás, pois o apóstolo declara:

"Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne. Assim como oferecestes os vossos membros para a escravidão da impureza, e da maldade para a maldade, assim oferecei agora os vossos membros para servirem à justiça para a santificação". Rom. 6:19.

O inteiro segredo da vitória, portanto, jaz primeiramente em integral submissão a DEUS com um sincero desejo de fazer a Sua vontade; a seguir, sabendo que em nossa submissão Ele nos aceita como Seus servos; e, então, ao manter essa submissão a Ele vivermos em Suas mãos. Freqüentemente a vitória pode ser obtida somente por repetir vez após vez: "SENHOR, deveras sou Teu servo, Teu servo, filho da Tua serva; quebraste as minhas cadeias". Isto é simplesmente uma forma enfática de declarar: t SENHOR, submeti-me às Tuas mãos como um instrumento de justiça; seja feita a Tua vontade, e não os ditames da carne". Mas quando reconhecemos a força dessa passagem e sentimos verdadeiramente que somos servos de DEUS, imediatamente ocorre um pensamento:

"Bem, se eu verdadeiramente sou um instrumento nas mãos de DEUS, Ele não pode me usar para fazer o mal, nem pode permitir que eu faça o mal enquanto permanecer em Suas mãos. Ele precisa conservar-me se deva ser guardado do mal, porque não posso guardar-me a mim próprio. Mas Ele deseja resguardar-me do mal, pois revelou o Seu desejo, e também o Seu poder em cumprir o Seu desejo ao dar-Se por mim. Portanto, eu serei guardado desse mal".

Todos esses pensamentos podem percorrer imediatamente a mente, e daí com eles deve necessariamente brotar um sentimento de contentamento quanto a sermos guardados da temível iniqüidade. Esse contentamento naturalmente acha expressão em gratidão a DEUS, e enquanto estamos-Lhe sendo gratos, o inimigo retira a sua tentação, e a paz de DEUS enche o coração. Daí descobrimos que a alegria em crer supera em muito todo o gozo que advém da indulgência no pecado.

Tudo isso é uma demonstração das palavras de Paulo: "Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma, antes confirmamos a lei". "Anular" a lei não é abolindo-a, pois homem algum pode abolir a lei de DEUS, contudo o salmista diz que ela foi tornada inválida. Sal. 119:126. Tornar a lei de DEUS nula é algo mais do que alegar ser ela de nenhuma conseqüência; é demonstrar pela vida que é considerada levianamente. Um homem torna a lei de DEUS nula quando permite que não tenha poder sobre a sua vida. Em suma, tornar nula a lei de DEUS é quebrantá-la; mas a lei em si mesma permanece a mesma, observemo-la ou não. Torná-la nula afeta somente o indivíduo.

Portanto, quando o apóstolo diz que não anulamos a lei de DEUS pela fé, mas que, pelo contrário, a confirmamos, quer dizer que a fé não nos leva à violação da lei, mas à obediência a ela. Não, não diríamos que a fé conduz à obediência, mas que a própria fé obedece. Fé confirma a lei no coração. "Fé é a substância das coisas que se espera". Se a coisa esperada for justiça, a fé a confirma.

Em vez de a fé conduzir ao antinomismo, é a única coisa que se apresenta contrária ao antinomismo. Não importa quanto uma pessoa se gabe na lei de DEUS; se rejeita ou ignora a implícita fé em CRISTO, ele não está em melhor condição do que o homem que ataca diretamente a lei. O homem de fé é o único que verdadeiramente honra a lei de DEUS. Sem fé é impossível agradar a DEUS (Heb. 11:6), com ela, todas as coisas são possíveis (Marcos 9:23).

Sim, a fé faz o impossível, e é exatamente isso que DEUS requer que façamos. Quando Josué disse a Israel: "Não podeis servir o SENHOR", ele dizia a verdade, contudo era um fato que DEUS requeria deles que O servissem. Não está no poder de homem algum cumprir a justiça, mesmo que o deseje fazer (Gál. 5:17); portanto, é um erro dizer que tudo quanto DEUS deseja é que façamos o melhor possível. Aquele que não passa disso não cumprirá as obras de DEUS. Não. Ele deve fazer melhor do que pode. Ele deve fazer aquilo que somente o poder de DEUS operante mediante ele pode cumprir. É impossível que um homem caminhe sobre a água, contudo Pedro o fez quando exerceu fé em JESUS.

Sendo que todo poder no céu e na Terra está nas mãos de CRISTO e esse poder está à nossa disposição, mesmo que o próprio CRISTO venha habitar no coração pela fé, não há lugar para achar falta com DEUS por requerer de nós realizarmos o impossível; pois "os impossíveis aos homens são possíveis para DEUS". Lucas 18:27. Portanto, podemos ousadamente dizer: "O SENHOR é o meu auxílio, não temerei o que me poderá fazer o homem." Heb. 13:6.

Então, "quem nos separará do amor de CRISTO? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada"? "Em todas as estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio Daquele que nos amou". Rom. 8:35, 37. "Porque estou bem certo de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem coisas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de DEUS, que está em CRISTO JESUS nosso SENHOR".


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