Capítulo 10

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A Vitória da Fé

A Bíblia diz que "o justo viverá pela fé". A justiça de DEUS é "revelada de fé em fé". Rom. 1:17. Nada pode melhor ilustrar a operação da fé do que alguns exemplos registrados para nossa aprendizagem, "a fim de que, pela paciência, e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança". Rom. 15:4. Analisaremos primeiramente um notável evento registrado em 2 Crônicas 20. O leitor deve seguir o comentário com sua Bíblia.

"Depois disto, os filhos de Moabe e os filhos de Amom, com alguns dos amonitas, vieram à peleja contra Josafá. Então vieram alguns que avisaram a Josafá, dizendo: Grande multidão vem contra ti dalém do mar e da Síria; eis que já estão em Hazazom-Tamar, que é En-Gedi". Versos 1,2.

Essa grande hoste levou o rei e o seu povo a temer, mas tomaram a sábia iniciativa de reunir-se e "buscar ao SENHOR . . . também de todas as cidades de Judá veio gente para buscar ao SENHOR". Versos 3 e 4. Segue-se então a oração de Josafá, como líder da congregação, e ela merece estudo especial, uma vez que foi uma oração de fé e continha nela o início da vitória:

"Pôs-se Josafá em pé, na congregação de Judá e de Jerusalém, na casa do SENHOR, diante do pátio novo, e disse: Ah! SENHOR, DEUS de nossos pais, porventura não és Tu DEUS nos céus? Não és Tu que dominas sobre todos os reinos dos povos? Na Tua mão está a força e o poder, e não há quem te possa resistir". Versos 5 e 6.

Esse foi um excelente começo de oração. Ela começa com um reconhecimento de DEUS no céu. Assim, a oração modelo começa: "PAI nosso que estás no céu". Mat. 6:9; Lucas 11:2. O que isto significa? Que DEUS, como DEUS no céu, é o Criador. Ela contém em si o reconhecimento de Seu poder sobre todos os reinos do mundo e dos poderes das trevas; o fato de que Ele está no céu, o Criador, mostra que em Sua mão há poder e força, de modo que ninguém é capaz de detê-Lo. Porque o homem que pode começar sua oração na hora de necessidade com tal reconhecimento do poder de DEUS, tem a vitória já do seu lado. Pois, observe, Josafá não só declarou sua fé no maravilhoso poder de DEUS, mas reivindicou a força de DEUS como sua própria, dizendo: "Não és Tu o nos­so DEUS? Ele cumpriu o requisito escriturístico: "aquele que se aproxima de DEUS creia que Ele existe e que se torna galardoador dos que O buscam". Hebreus 11:6.

Josafá prossegue, então, recapitulando como o SENHOR os havia estabelecido naquela terra, e como, conquanto não permitisse que invadissem Moabe e Maom, aquelas nações tinham chegado a expulsá-los da sua herança concedida pelo SENHOR. Versos 7-11. E daí concluiu: "Ah! nosso DEUS, acaso não executarás Tu o Teu julgamento contra eles? Porque em nós não há força para resistirmos a essa grande multidão que vem contra nós, e não sabemos nós o que fazer; porém os nossos olhos estão postos em Ti". Verso 12. Nada há sem o SENHOR para ajudar, seja com muitos ou com os que não têm poder (2 Crôn. 14:11), e uma vez que os olhos do SENHOR percorrem toda a Terra para mostrar-Se forte em benefício daqueles cujos corações são íntegros perante Ele (2 Crôn. 16:9), bem se tornam aqueles que estão em necessidade de somente Nele confiar. Esta posição de Josafá e de seu povo estava em consonância com a injunção apostólica: "Olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, JESUS". Heb. 12:2. Ele é o princípio e o fim, e todo poder no céu e na Terra está em Suas mãos.

Agora, qual foi o resultado? O profeta do SENHOR veio no poder do ESPÍRITO SANTO, "e disse: Dai ouvidos, todo o Judá, e vós, moradores de Jerusalém, e tu, ó rei Josafá, ao que vos diz o SENHOR. Não temais, nem vos assusteis por causa desta grande multidão, pois a peleja não é vossa, mas de DEUS". Verso 15.

E então veio a ordem para ir pela manhã para encontrar o inimigo, e deviam ver a salvação do SENHOR, pois Ele com eles estaria. Agora vem a parte mais importante:

 "Pela manhã cedo se levantaram e saíram ao deserto de Tecoa; ao saírem eles, pôs-se Josafá em pé, e disse: Ouvi-me, ó Judá, e vós, moradores de Jerusalém! Crede no SENHOR vosso DEUS, e estareis seguros; crede nos Seus profetas, e prosperareis. Aconselhou-se com o povo, e ordenou cantores para o SENHOR, que, vestidos de ornamentos sagrados, e marchando à frente do exército, louvassem a DEUS, dizendo: Rendei graças ao SENHOR, porque a Sua misericórdia dura para sempre". Versos 20, 21.

Seguramente, essa foi uma estranha maneira de sair para a batalha. Poucos exércitos têm ido para a batalha com tal vanguarda. Mas qual foi o resultado?

"E quando começaram a cantar e a dar louvores, pôs o SENHOR emboscadas contra os filhos de Amom e de Moabe, e os do monte de Seir que vieram contra Judá, e foram desbaratados. Porque os filhos de Amom e de Moabe se levantaram contra os moradores do monte Seir, para os destruir e exterminar; e, tendo eles dado cabo dos moradores de Seir, ajudaram uns aos outros a destruir-se. Tendo Judá chegado ao alto que olha para o deser­to, procurou ver a multidão, e eis que eram corpos mortos, que jaziam em terra, sem nenhum sobrevivente". Versos 22-24.

Se tem havido poucos exércitos que saem à batalha com tal vanguarda, como se deu com o exército de Josafá, é igualmente certo que poucos exércitos têm sido recompensados por tão assinalada vitória. E pode bem ser apropriado estudar um pouco a filosofia da vitória da fé, como ilustrado neste exemplo. Quando o inimigo, que havia sido confiante em sua superioridade numérica, ouviu os israelitas saindo naquela manhã, cantando e exultando, que devem ter concluído? Nada mais senão que os filhos de Israel tinham recebido reforços e estavam de tal modo fortalecidos que seria inútil tentar opor-se-lhes. Também um pânico os dominou, e cada qual via o seu semelhante como um inimigo.

E não estariam corretos em sua conclusão, de que Israel tinha recebido reforços? Verdadeiramente assim se dera, pois o registro assim reza: "Tendo eles começado a cantar e dar louvores, pôs o SENHOR emboscadas contra os filhos de Amom e de Moabe, e os do monte Seir". 2 Crôn. 20:22. A hoste do SENHOR, em quem Josafá e seu povo confiava, lutou por eles. Tinham reforços e indubitavelmente se os seus olhos pudessem ter sido abertos para vê-los, teriam visto, como se dera com o servo de Eliseu numa ocasião, que os que estiveram com eles foram em maior número do que seus inimigos.

Mas o ponto que deve ser notado especialmente é que foi quando Israel começou a cantar e louvar que o SENHOR estabeleceu emboscadas contra o inimigo. O que significa isso? Significa que a fé deles era real. A promessa de DEUS foi considerada como o concreto cumprimento do fato. Assim eles creram no SENHOR ou, mais literalmente, construíram sobre o SENHOR, e desse modo foram estabelecidos, ou edificados. Destarte comprovaram a verdade nas palavras: "Esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé". I João 5:4.

Apliquemos agora esta ilustração num caso de conflito contra o pecado. Vem uma grande tentação para fazer algo sabidamente errado. Temos freqüentemente experimentado para nosso sofrimento a força da tentação, porque esta nos domina, de modo que sabemos que não dispomos de força contra ela. Mas agora nossos olhos estão fixos no SENHOR, que nos disse para irmos com ousadia ao trono da graça a fim de obtermos misericórdia e acharmos graça para ajudar em tempo de necessidade. Assim começamos a orar a DEUS pedindo auxílio. E oramos ao DEUS que nos é revelado na Bíblia como o Criador do céu e da Terra. Começamos, não com uma chorosa declaração de nossa fraqueza, mas com um alegre reconhecimento do extraordinário poder de DEUS. Isso feito, podemos aventurar-nos a expor nossa dificuldade e nossa fraqueza.

Se declaramos primeiramente nossa fraqueza e nossa situação desencorajadora, estamos nos pondo antes de DEUS. Nesse caso, Satanás magnificará a dificuldade e lançará suas trevas ao nosso derredor para que nada mais possamos ver, a não ser nossa fraqueza, e assim, conquanto nossos clamores e petição possam ser fervorosos e agonizantes, serão em vão, por faltar o elemento essencial da crença no que DEUS é e que é tudo quanto revelou-Se ser. Mas quando começamos com pleno conhecimento do poder de DEUS, então podemos seguramente declarar nossa fraqueza, pois então estamos simplesmente colocando nossas fraquezas ao lado de Seu poder, e o contraste tende a gerar coragem.

Daí, à medida que oramos, a promessa de DEUS vem à nossa mente, ali levada pelo ESPÍRITO SANTO. Pode dar-se que não pensemos sobre nenhuma promessa em especial que se ajuste ao caso, mas podemos nos lembrar que "Fiel é a palavra e digna de toda aceitação, que CRISTO JESUS veio ao mundo para salvar os pecadores" (I Tim. 1:15), e que "Se entregou a Si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a vontade de nosso DEUS e PAI" (Gál. 1:4), e podemos saber que isto levava consigo toda promessa, pois "Aquele que não poupou a Seu próprio Filho, antes, por todos nós O entregou, porventura não nos dará graciosamente com Ele todas as coisas?"  Rom. 8:32.

Então nos lembramos que DEUS pode falar daquelas coisas que não são como se fossem. Ou seja, se DEUS dá uma promessa, ela é tão certa quanto se já tivesse sido cumprida. E assim, sabendo que nosso livramento do mal está de acordo com a vontade de DEUS (Gál. 1:4), contamos a vitória como já sendo nossa e começamos a agradecer a DEUS por Suas maravilhosas e preciosas promessas. E à medida que nossa fé se apegue a essas promessas e as tornem reais, não podemos deixar de louvar a DEUS por Seu maravilhoso amor, e enquanto o fazemos, nossas mentes são inteiramente tomadas do mal, e a vitória é nossa. O SENHOR JESUS coloca emboscadas contra nossos inimigos.

Nossa enunciação de louvor revela a Satanás que obtivemos reforços, e segundo ele tenha testado o poder da ajuda concedida a nós, sabemos que nada pode fazer nessa ocasião, e assim nos deixa. Isto ilustra a força da injunção apostólica: "Não andeis ansiosos por coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas diante de DEUS as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça". Fil. 4:6.


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