4 Surpresas no Último Sábado na Igreja de Moema, SP Nesse último sábado, dia 10/01, estive na igreja de Moema, onde tive oportunidade de assistir à lição da Escola Sabatina passada de forma geral, por uma pessoa, que foi apresentada como Prof. Francisco. Não sei se é obreiro, se é formado em teologia (parece ser), mas o mesmo apresentou-se em determinado momento como professor de Filosofia. Diga-se a bem da verdade, lição muito bem explanada, de forma profissional, sem emoção, racional, didática, com diversas citações em grego, sem dar vez ou estimular a participação do público (uma única tentativa foi indiferentemente cortada logo no início), um sermão. De modo geral, não houve surpresas, a posição do prof. Francisco é, creio eu, a atual posição oficial da igreja sobre assuntos como natureza de Cristo e Espírito Santo como pessoa da Trindade. Dentre as afirmações que ele fez ao longo da lição, anotei pelo menos 4, sobre as quais gostaria de ouvir aqueles que normalmente escrevem artigos nesse site: a) Ele disse, de maneira enfática e usando estas palavras, que "a relação Pai / Filho entre Deus e Jesus é tão somente figura de linguagem", que não devemos nos enganar, pois na realidade Deus não é Pai de Jesus Cristo, isso é apenas para que a humanidade possa entender melhor a unidade de propósitos existente entre os dois. Jamais tinha ouvido isso na igreja, muito menos dito assim de forma pública. Pergunto: é verdade que essa é uma posição oficial da igreja? Sempre foi assim? b) Também disse (sem dar maiores detalhes) que a igreja adventista definiu uma doutrina da Trindade que nada tem a ver com a versão católica da mesma doutrina, pois esta é baseada em ensinamentos de Platão e Aristóteles. Isso dito assim, com verbosidade e erudição, impressiona, não? Mas o que isso significa? Falta o sinal da cruz? Existe também a doutrina da Trindade evangélica ou protestante? O que vocês sabem sobre isso? c) Disse também que "aqueles que andam por aí pregando que Cristo foi gerado a partir de Deus", negam com isso a divindade de Cristo, ou seja, ensinam que Cristo não é Deus. É verdade? d) Condenou também o que chamou de "unitarianismo monolítico". Alguém sabe o que é isso? Será que alguém ali, além dele, entendeu? Agora alguns questionamentos meus, que não tem a ver com afirmações do Prof. Francisco, mas que são preocupação sincera e pessoal: Não acham vocês que estamos todos, tanto de uma parte como outra, tratando de assuntos santos, sem a devida reflexão ou reverência? Sinto que na maioria das vezes, ao ler argumentações de ambos os lados, falta o sentimento de que estamos mexendo com "assuntos íntimos de Deus". Não corremos todos o risco de desagradar o Espírito Santo? Vejo muita ironia nos comentários e textos. Erudição e conhecimento profundo nesses assuntos são indispensáveis para a salvação da alma? Abraços e aguardo suas considerações. -- Maurilio Fala. Breve resposta do Editor: Oportunamente, gostaria de responder-lhe de modo mais detalhado acerca de cada uma das questões que apresenta. Contudo, por não me ser possível escrever mais demoradamente no momento, respondo de forma breve, aguardando que outros articulistas possam vir a colaborar na elucidação desses pontos sobre os quais nos indaga: 1. Sim, a doutrina da trindade, incluída entre nossas 27 crenças fundamentais na década de 80, transforma a mensagem do Evangelho numa mentira engendrada por três deuses extra-terrestres, que, há séculos, decidiram enganar a humanidade, apresentando-se como três diferentes seres -- Pai, Filho e Espírito Santo -- embora de fato não o sejam. São três clones idênticos, co-substanciais, co-iguais e co-eternos, que nos tentam impressionar, representando esses papéis de Pai, Filho e Espírito Santo num grande teatro em que, de fato, segundo os teólogos e filósofos da IASD, Deus não nos teria amado com amor de Pai, nem feito sacrifício algum ao dar-nos Seu Filho, pois Cristo não seria Filho nem teria morrido de verdade na cruz. Apenas Sua humanidade teria morrido, mas o Jesus divino teria permanecido vivo e bem quietinho até a simulação de Sua ressurreição. Por outro lado, o Espírito Santo é que seria, na verdade, o pai do homem Jesus e não o deus a quem chamamos "Pai". Aliás, essa suposta terceira pessoa divina apresenta-se hoje em lugar da segunda (Jesus Cristo), que prometeu fazer-se presente quando dois ou três se reunissem em seu nome, viver em nós e estar conosco todos os dias até a consumação dos séculos, embora não tivesse condição de cumprir essa promessa, uma vez que estaria para sempre limitado por seu corpo humano, asseguram os teólogos trinitaristas do sétimo dia. Que decepção nos traz a doutrina da trindade! O Pai não é pai de verdade nem do homem Jesus Cristo. O Filho, que não é dele mas do Espírito, fez promessas que não poderia cumprir. E é substituído por seu verdadeiro pai como homem, o Espírito, que se apresenta como fosse Ele para nos enganar, apenas fazendo de conta que é Jesus Cristo, cumprindo a promessa de estar conosco. As implicações da crença na trindade são tão absurdas que nem faz sentido um trinitarista dizer que aguarda a volta de Cristo, pois já tem o seu substituto, o Espírito, presente e atuante aqui e agora. Por que aguardar o retorno um deus limitado por um corpo humano, que apenas simulou ter morrido na cruz e que fez promessas que não poderia cumprir? Não dizem os defensores da doutrina da trindade que Satanás só pode ser vencido pelo Espírito Santo, como se essa suposta terceira pessoa divina fosse mais poderosa que as outras duas, às quais adventistas ingênuos ainda denominam "Pai" e "Filho"? Por que então dizem ainda almejar a volta de Jesus? (Desculpe-me, irmão Maurílio, prometi ser breve e me empolguei. Mas o irmão pode confirmar todos esses absurdos, lendo, por exemplo, as explicações dos autores do livro A Trindade sobre João 3:16, às págs. 108-111.) 2. Quando confrontados com extensa documentação histórica que evidencia a rejeição da doutrina da trindade pelos pioneiros adventistas e grupos que os antecederam, a saída hoje encontrada pelos teólogos e filósofos adventistas é distorcer a verdade, dizendo que foram contra a doutrina da trindade conforme exposta pelo catolicismo, mas que gradualmente lhes teria sido revelada uma doutrina da trindade "bíblica". Cegos guiando cegos! Basta comparar os enunciados de uma e outra doutrina para perceber que são idênticos e que os católicos até são mais verdadeiros por assumirem que a formulação de tal crença ocorreu posteriormente ao período bíblico, já no quarto século. 3. Quando aceitamos o ensino bíblico de que Cristo foi gerado pelo próprio Deus, a partir de Si mesmo e não criado, estamos simplesmente acatando o que está escrito e até divinamente ilustrado pela geração de Eva a partir de uma costela de Adão. Ela estava no princípio com Adão e era Adão! Carne de sua carne e osso de seus ossos. Assim também foi com Cristo, que afirma ter saído do Pai e é descrito como "unigênito", isto é, único gerado dessa espécie, com a mesma substância do Pai e tão divino quanto Ele, mas que não Se apegou a essa condição de igualdade com Deus para querer o lugar de Deus como soberano do universo. E por ser o único nesta condição, é que se apresenta como o Primeiro e o Último. Sim, Jesus é divino para nós, mas é também literalmente Filho e submisso ao Pai, a quem chamava "meu Deus e vosso Deus" e cuja "exclusiva autoridade" respeitava. Aliás, convém ler I Coríntios 15:24-28 se ainda lhe restar alguma dúvida acerca da eterna submissão do Filho de Deus. 4. "Unitarianismo monolítico" parece elogio, segundo o Dicionário Aurélio:
5. Se pararmos na defesa intelectual da singularidade e unicidade de Deus, nossa fé assemelhar-se-á à dos demônios. Eles também crêem que Deus é um só e até tremem! Nós, porém, devemos evoluir da teoria para a prática, conforme sugere Deuteronômio 6:4-6 e toda a primeira epístola de João: Deus é um só. Portanto, ame-O com o coração inteiro. E se alguém disser que ama a Deus mas não amar a Seu irmão, é mentiroso. Por tudo isso, concordo que o tom que assumimos (assumo) ainda que na defesa da Verdade pode estar desagradando a Deus se não revelar amor por aqueles que de nós discordam, ou caracterizar um ataque pessoal aos opositores. De que nos vale reconhecer que Deus pode habitar espiritualmente em nós se não Lhe dermos guarida em nosso coração, a fim de que Seu Espírito em nosso interior produza todos aqueles frutos e dons, dentre os quais o principal é o amor? Essa é a pergunta que hoje me inquieta. -- Robson Ramos Opinião de professor da ESab Como sou professor de uma classe da Escola Sabatina, tenho tido as mesmas dificuldades em relação às doutrinas abandonadas pela IASD (unitarianismo monolítico?). Penso também estar sendo muito conveniente às igrejas da IASD apresentar a lição de forma geral (já que muitos tiraram férias de DEUS) pois assim estão mantendo sobre controle a “platéia” durante as lições sabáticas... Exponho abaixo minha opinião Maurilio ao visitar a igreja de Moema: Questões: a) Nada incoerente; só assim pode ser entendida a trindade católica aceita e defendida com unhas e dentes pela IASD... b) São tantas as contradições bíblicas que a IASD (à qual pertenço, pois não existe nenhuma outra denominação que tem a mensagem inspirada que ela tem, apesar de alguns ventos de doutrinas – satânicas – impostas pela sua liderança). c) Expliquem isto à EGW! Quando ela escreveu Patriarcas e Profetas, cap 1, pág 34-36 (Porque foi permitido o pecado?) usou Prov 8:22-30 para mostrar um Cristo gerado pelo Pai antes de haver sido feito todas as coisas, inclusive o TEMPO, fator inerente ao termo “eternidade” – para estes trinitaristas parece que este texto não foi inspirado, não é? Em tempo: Ellen G. White parece ter se esquecido – se isto é possível - do Espírito Santo naquele relato! d) Irmãos, sabemos que DEUS julgará apenas a sinceridade de nossos corações, porém quando alguém cita algo que pode interferir em nossa “ingenuidade” torna-se nosso dever ir a fundo nas Santas Escrituras e ver se é assim mesmo. – Atos 17:11. Muitas vezes acabamos comprometendo a ingenuidade de alguém em relação à sua compreensão sobre o plano de salvação que Jesus nos colocou à disposição, fazendo com que este irmão agora tenha que ir à Bíblia. Talvez tenha sido o próprio Espírito de Deus que nos compungiu a agir desta forma... Estamos sendo um instrumento nas mãos de Deus e isto faz parte de Sua grande comissão (Mar 16:15). Além do que, estaremos colocando em risco a nossa própria salvação se nos recusarmos a cumprir esta missão. Veja: Eze 33:8-9: "Se eu disser ao ímpio: O ímpio, certamente morrerás; e tu não falares para dissuadir o ímpio do seu caminho, morrerá esse ímpio na sua iniqüidade, mas o seu sangue eu o requererei da tua mão. Todavia se advertires o ímpio do seu caminho, para que ele se converta, e ele não se converter do seu caminho, morrerá ele na sua iniqüidade; tu, porém, terás livrado a tua alma." Amém! (Anônimo, por razões óbvias.) Igreja Católica Adventista do 7º Dia A tendência atual na IASD é colocarem "leigos" para apresentar sermões, lições da escola sabatina e artigos encomendados na Revista Adventista para passar a impressão de que a doutrina da trindade não é defendida apenas por pastores. Diria que esse Dr. Francisco é um “doutor em divindade leigo com mestrado em trindade”! Suas diversas citações em grego têm o objetivo de deixar o ouvinte de boca aberta com tamanha erudição, dispensável na Escola Sabatina, visto que Moema não fica na Grécia. Se em português, os doutores em divindade distorcem a língua e onde existem dois , vêem três, imagine em grego! Quanto à participação do público, para eles ela é obviamente dispensável, porque o assunto trindade jamais deve ser discutido na igreja e, sim, ensinado, ainda mais com ouvintes que não estudaram grego nem sânscrito! Quanto às surpresas contidas na explanação do Professor Francisco, a primeira delas é a mais chocante. Disse o Professor que a relação Pai/Filho entre Deus e Jesus é tão somente figura de linguagem, que Deus não é Pai de Jesus Cristo, que isto é apenas uma figura de linguagem para entender melhor o propósito entre os dois. Além de afirmar que é bíblico o que não é bíblico – doutrina da trindade – a IASD passa a afirmar que o que está contido na Bíblia é mentira, apenas uma figura de linguagem! Inventaram tantas mentiras, que chegam ao cúmulo de dizer que o que está escrito na Bíblia é mentira e o que não está escrito é verdade! Alegar que os leigos negam a divindade de Cristo porque entendem que Cristo foi gerado a partir de Deus, é contradizer o texto bíblico que afirma que “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna.” João 3:16. Unitarismo monolítico deve ser o contrário de trinitarismo polimístico! Quanto à surpresa b, a afirmação de que a IASD definiu uma doutrina da trindade que nada tem a ver com a versão católica, confira abaixo dez semelhanças entre a IASD e a ICAR (Igreja Católica Apostólica Romana): 1ª - Doutrina da Trindade. 2ª - Adoração à Nossa Senhora Adventista. 3ª - Excesso de santos: São Rubens Lessa, São Alejandro Bullón, São Jan Paulsen, São Ruy Nagel, São Tércio Sali, São Leroy E. Froom, São Jerry Moon... 4ª - Dia santo = Dia do pastor. 5ª - Adoração às riquezas do mundo = doutrina do dízimo. 6ª - Falta de leitura da Bíblia, substituída por livros como “A Trindade”, que se baseiam na tradição católica. 7ª - Organização eclesiástica: padres = pastores, cuidam das igrejas; bispos = presidentes de associações, presidem diversas paróquias; cardeais = cuidam das uniões; papa = Presidente da Associação Geral. 8ª – Catecismo = Lição da Escola Sabatina deste trimestre, principalmente lição 11, catecismo da trindade! 9ª - Perseguição a leigos assim como na Inquisição. 10ª - Sinal da cruz = logotipo da IASD. (Anônimo também.) Tales Fonseca Defende Seu Direito à Dúvida No artigo “Quatro surpresas... na igreja de Moema”, o autor diz que “gostaria de ouvir aqueles que normalmente escrevem artigos nesse site”. O assunto é uma lição passada por um professor de filosofia, que defendeu professoralmente a doutrina oficial. No final, o irmão Maurílio desabafa: “Não acham vocês que estamos todos, tanto de uma parte como outra, tratando de assuntos santos, sem a devida reflexão ou reverência? ... Vejo muita ironia nos comentários e textos. Erudição e conhecimento profundo nesses assuntos são indispensáveis para a salvação da alma?” Ocasionalmente, escrevo artigos neste site, às vezes com um pouquinho de ironia. Em geral não escrevo sobre doutrinas, e sim sobre a maldade dos donos da igreja. Concordo que tanto uma parte como a outra ocasionalmente tratam assuntos religiosos sem a devida reverência. Vou além, ambos os lados, os unitarianos monolíticos e os trinitarianos paleolíticos, estão tentando nos convencer de que estão certos. Temos que tomar partido. É preciso crer como eles crêem! O método usado pela igreja é impor seu direito de portadora da verdade única e absoluta.
Verdade absoluta do credo infalível “A verdade não é objeto de uma busca, mas de uma posse agradecida.” “Face à verdade absoluta, não cabem dúvidas e indagações da razão ou do coração. Tudo já está respondido pela instância suprema e divina. Qualquer experiência ou dado que conflita com as verdades reveladas só pode significar um equívoco ou um erro. A Igreja detém o monopólio dos meios que abrem o caminho para a eternidade”... “Para esta compreensão, erro gravíssimo não é a injustiça, o assassinato, o genocídio. Esses são atos morais perversos mas corrigíveis, o caminho da eternidade continua aberto pelo arrependimento e o perdão, a fé não é negada nem as verdades absolutas questionadas. Erro radical é a heresia. Aqui se fecha o caminho para a eternidade. A perda é total. O mal, absoluto. O herege é o arquiinimigo da fé. O ser perigosíssimo. Se o perigo é máximo, máximas devem ser a vigilância e a repressão”. “Por isso, nessa visão, o portador da verdade é intolerante. Deve ser intolerante e não tem outra opção. Caso contrário a verdade não é absoluta. Só os que não possuem a verdade podem ser tolerantes. Consentir a dúvida. Permitir a busca.” “Os inimigos da verdade e da reta doutrina, os hereges verdadeiros ou presumidos devem ser perseguidos lá onde estiverem e exterminados.” “Fora da Igreja não há salvação, porque fora dela não existe verdade absoluta...” (Textos de Leonardo Boff, no prefácio do Directorium Inquisitorum – Manual dos Inquisidores, de Nicolau Eymerich, 1376) Assim, a liderança da IASD no Brasil tem agido em relação aos que discordam de seu credo infalível. E com espírito parecido escrevem alguns que são contra a doutrina católica da Trindade, principalmente os que representam grupos organizados.
Argumentos repetidos O debate sobre a Trindade acontece de forma esdrúxula. Só um lado responde aos argumentos do outro. A Igreja impõe sua autoridade divina sobre a verdade e exclui à força os que discordam. Mas não responde aos argumentos da “oposição”. Os teólogos defensores da Trindade apenas voltam a repetir os mesmos argumentos tentando nos convencer que aquela é a verdade absoluta, e os que discordam são ignorantes e infelizes e condenados à perdição. Certo, os da “oposição” também tentam nos convencer que eles possuem a verdade absoluta, mas, ao menos, contra-argumentam. Respondem. Há erro na forma de discutir, não tanto pela irreverência observada pelo irmão Maurílio, e sim, pela desonestidade intelectual. Eles não nos tratam como se fôssemos pessoas livres e pensantes, mas como presas. Querem nos converter, tornar súditos, escravos e contribuintes. Os que não crêem na Trindade dão muitas voltas para explicar quem é o Consolador que Cristo prometeu. Dão voltas, explicam, dão mais voltas, mas parece que sempre fica faltando algo. Claro que eles não vão concordar com isso e vão ficar me olhado de lado. Já os que defendem a Trindade, ignoram solenemente textos e mais textos e contextos que afirmam de forma explicitamente clara a existência de um único Deus. Depois, precisam usar um raciocínio solenemente absurdo para provar que três é igual a um. Para acreditar na doutrina da Trindade, é essencial aceitar este raciocínio ilógico, que por acaso não está na Bíblia. Todos os raciocínios usados para nos convencer que um são três, ou vice-versa, não existem no Livro Sagrado, são raciocínios meramente humanos e coincidentemente católicos. Mas isto não é problema. A observância do domingo, o pão que vira carne, a virgem que tem um filho por parto normal e continua virgem, todos são mistérios nos quais devemos acreditar para que os vizinhos não nos olhem de banda nas democracias ou nos matem nas teocracias. Ora, uns crêem que a vaca é sagrada, outros adoram o sol, outros acham que Elvis não morreu. É preciso respeitá-los e eles precisam nos respeitar. Entretanto, se nós dizemos que a Bíblia é a nossa única regra de fé, porque os que também dizem isso me obrigam a aceitar raciocínios ilógicos que, por acaso, não estão na Bíblia?
Tremenda falta de respeito... O irmão Maurílio deve levar em conta, ao observar certa agressividade nos textos deste site, que também há uma tremenda falta de respeito do outro lado – a igreja oficial. Em seu próprio relato, mostra como o professor de filosofia tratou o tema ao passar a lição. Ele fala, o rebanho ouve. Não é um diálogo. Os teólogos pagos pelo contribuinte também escrevem artigos agressivos, chamando os outros de ignorantes, infelizes e pruriginosos. E não respondem aos argumentos. Nós, bestas que ficamos em meio ao tiroteio, não podemos confrontar argumentos. Fiquei esperando meses alguém responder ao Ennis, que questiona o argumento oficial que a Trindade foi uma revelação progressiva para a IASD, querendo saber que revelação progressiva é esta que já havia sido dada há 1600 anos para a igreja Católica. E aí, turma, ninguém vai responder não? Estamos esperando também a explicação oficial sobre Maria ter sido visitada por Uma Pessoa e ficar grávida de Outra Pessoa. Sim, sei que o texto soa meio desrespeitoso, e que o tema não deve ser tratado com linguagem obstétrica, mas para nós, o vulgo, populacho e plebe rude, vale o que está simples e claro na Bíblia, nada além do que entenderam os pastores de ovelhas da época. Imagino o doutor José Carlos Ramos lá nas montanhas da Galiléia entre os pastores, tentando levar três ovelhas pelo preço de uma, dizendo que ao invés de somar as três (1+1+1=3), ele fazia uma multiplicação (1x1x1=1), e que os pastores sairiam ganhando. Com certeza, eles ouviriam a proposta com atenção, um deles coçaria a barba, e responderia ao teólogo que ele gentilmente fosse fazer negócio em outro canto, pois, apesar de serem gente simples, não eram trouxas.
Certo, mas e quem é o Paráclito? Ao ler os que escrevem defendendo a doutrina da Trindade, em muitos, sentimos que realmente acreditam no que estão falando, e não o fazem com o propósito de agredir, nem de nos forçar a acreditar. É o caso, por exemplo, do prof. Azenilto. Mas há os que escrevem defendendo uma instituição, não uma crença. E usam métodos desonestos de argumentação. O importante é ganhar a discussão, não a busca da verdade. Foi o caso da RA de Novembro e Dezembro, onde argumentos absurdos e erros grotescos foram cometidos para atacar o movimento leigo e todos os malucos e hereges que querem sobreviver como adventistas após serem expelidos pela igreja matriz. O doutor Amin Rodor deveria ser disciplinado por estar disseminando o ódio entre os membros da igreja e por escrever bobagens e depois ficar reclamando dos que, não sendo teólogos, corrigem seus erros infantis. Por outro lado, o doutor José Carlos Ramos, com seu estilo rádio-relógio-federal, deveria ser condecorado por seu artigo “Obras da Carne”, na RA de dezembro, onde lança com exclusividade a nível mundial a idéia de que só serão salvos os que acreditam na personalidade pessoal da Terceira Pessoa, desfazendo o mito cultuado por todas as religiões cristãs até então de que era Cristo que nos salvaria. Depois da condecoração, também haveria uma cerimônia onde sua boca seria lavada com sabão para aprender a não ficar chamando os outros de ignorantes. Já do lado da oposição, caro irmão Maurílio, aí é que a situação está feia, pois não há um só que preste. São todos uns revoltados, recalcados, agressivos. E o pior, não formam um corpo unido e homogêneo não, todos crendo na mesma doutrina. Uns brigam por causa do Nome de Jesus, outros por causa da posição de joelhos na oração, outros ficam discutindo como Jesus é Divino mas não é Deus, vai por aí. Aqui no site do Robson, desfilam todos os tortos, alquebrados e nós cegos da igreja. Eu estou aqui na liderança do movimento dos que duvidam, que por enquanto só conta com um membro, eu mesmo, embora haja outros que estão em dúvida se devem aderir ou não. Mas aqui, ao contrário do professor de filosofia que passou a lição na sua classe, aqui as pessoas respondem. Podem não concordar, mas ao menos respondem. Do lado de lá, na igreja verdadeira, todos estão certos e todos são felizes, mas ninguém responde. A ordem é ignorar. Fazer de conta que não existe, desprezar.
Desafio da crescente minoria Assim, quando começou o debate sobre a Trindade, a igreja desconheceu o assunto. Agora, que o Ennis e o Robson estão conseguindo desencaminhar muitos da reta doutrina, agora eles escrevem artigos e mais artigos provando que a doutrina é bíblica apesar de não estar na Bíblia, e até um livro lançaram, aproveitando a ocasião para vender... (Estariam o Ennis e o Robson recebendo alguma percentagem?) Fui dar uma olhada no site da CASA, para ver quanto custa o livro, e achei interessante o texto que o promove: “A doutrina da Trindade faz parte das crenças fundamentais dos adventistas do sétimo dia. Mas uma crescente minoria tem defendido a volta à posição antitrinitariana de muitos pioneiros. Em resposta a esse desafio, os autores...” Ora, ora, quem diria. Antes, uns revoltados insignificantes. Depois, uns meros ignorantes infelizes. Agora, “uma crescente minoria”. Crescente minoria é mais perigosa que decrescente maioria. E a questão, agora, é um desafio. Assim, de forma oficial, a igreja declara como o assunto é visto: um desafio. Então, amigo, saia do meio. Tome logo um partido e fique abaixado na trincheira. Enquanto isso, na AES, o assunto da moda é adultério nos altos escalões da igreja, coisa muito mais interessante para se falar que de doutrinas medievais. Espero que Jesus volte logo. -- Tales Fonseca, de Vitória, ES. Nova Contribuição ao Debate Alô, Robson e debatedores: Maurilio Fala. Resposta do Editor ao Irmão Maurilio Olá, neste texto repito o que já lhe disse por e-mail, mas acrescento algumas informações. 1. O debate acerca da doutrina da trindade já se encerrou aqui no site e não pretendemos voltar a dar espaço para a defesa desse ensinamento não-bíblico e de origem satânica, dadas as suas implicações já demonstradas aqui. Mantenho no ar contribuições anteriores acerca desse e de outros temas apenas pelo hábito de não retirar do ar aquilo que já publicamos para facilitar a pesquisa. 2. Sua afirmação de que as declarações da fé católica aproximam-se mais da posição unitarista que da trinitarista é completamente equivocada, uma vez que cristãos unitaristas crêem em um único Deus e no senhorio de Seu Filho, Jesus Cristo. Trinitaristas, sim, crêem na existência de três deuses ou de três pessoas divinas, que formam um único deus. Quem acompanha a Igreja Católica na distorção da verdade bíblica em troca de prestígio na comunidade ecumênica e manutenção do status de Igreja em lugar da designação "seita" é a IASD, não os leigos. Não cremos que o Espírito Santo seja uma terceira pessoa divina. Por isso, essas tais declarações embora corretamente admitam a subordinação do Filho ao Pai e a dupla procedência do espírito, são trinitaristas! O erro se cerca de verdades para se disfarçar e enganar os incautos. 3. Portanto, avalio que a contribuição que ora faz, pode criar mais confusão do que ajudar a esclarecer o tema, especialmente porque despreza o momento histórico de cada uma das declarações de fé apresentadas, as quais não representa a atual posição da Igreja Católica acerca desse tema da trindade. Assim, convém considerar o período histórico em que esses credos que menciona, foram formulados e as novas redações católicas subseqüentes a eles. Aliás, hoje, a formulação católica da doutrina da Divindade está muito próxima de incluir a Virgem Maria na Trindade, como "mãe de Deus" e co-redentora da humanidade. As informações abaixo, retiradas dos mesmos sites utilizados pelo senhor, contextualizam um pouco melhor essas declarações da fé católica, acrescentando-lhes o fundo histórico e demonstrando o contínuo distanciamento da Verdade a cada nova formulação do credo católico:
4. Apesar de tendencioso, o livro A Trindade traz um histórico interessante do desenvolvimento da doutrina da Trindade, com menção da influência filosófica, que o irmão procura. Recomendo a leitura especialmente da história dos grupos que não creram na trindade até o surgimento da IASD. Ali, vemos claramente que a guarda do sábado, a abstinência de alimentos impróprios e a crença unitariana foram marcas distintivas do verdadeiro povo de Deus, à margem da Igreja Católica, que, em nome do trinitarianismo, perseguiu, torturou e matou milhares de supostos "hereges". -- Robson Ramos Robson Dá Por Encerrado o Debate Sobre a Trindade Sr. Robson: Amauri Infante. Resposta do Editor Prezado irmão, O debate sobre a doutrina da trindade está encerrado no site desde julho de 2002. Acesse, por favor, a página índice para a qual o link incluído no texto aponta e verá que desde essa ocasião não publico no site textos favoráveis à doutrina da trindade, doutrina não-bíblica e diabólica. Mesmo assim, ocasionalmente, publicamos algum e-mail com perguntas ou opinião de leitores sobre o assunto, mas não como seqüência do debate, que realmente está encerrado. https://www.adventistas.com/trindade_debate.htm Robson Ramos Leia também: |
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