Trindade: A Mentira que Deu Origem ao Pecado na Terra

Você, provavelmente, ainda não tinha parado para pensar nisto, mas, lendo com atenção este pequeno artigo, concluirá que a mentira original que permitiu a Satanás seduzir a Eva, por meio da serpente, envolvia exatamente o conceito da "trindade", ou seja, a possibilidade de existir um terceiro ser divino, além de Deus, o Pai, e Seu Filho unigênito.

Note que a serpente se aproxima de Eva, como se fosse alguém em condição de igualdade com Deus, o Pai, e Seu Filho unigênito, a ponto de poder questionar o significado exato de Sua Palavra e propondo que aquilo que lhes fora dito teria uma significação figurada, completamente diferente da instrução original:

Gênesis 3

1 Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?

2 E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos,

3 mas, do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais.

A serpente prometeu a Eva imortalidade e onisciência, em igualdade com Deus:

4 Então, a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis.

5 Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.

A serpente demonstrou visualmente a Eva, que não havia nenhum risco imediato à ingestão do fruto proibido:

6 E, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. -- Gênesis 3:1-6 (Versão Revista e Corrigida).

O registro das revelações divinas conferidas a Ellen G. White neste caso, confirma e amplia o relato bíblico, demonstrando que o pecado de Eva foi precedido pela crença de que:

(1) Poderia existir um terceiro ser divino, com autoridade semelhante à de Deus, o Pai, e Seu Filho unigênito.

(2) Esse terceiro ser era a serpente, cuja fala, sabedoria e onisciência encantaram a Eva, que confiou na serpente como se esta fosse uma terceira pessoa divina.

(3) Eva creu também que a explícita Palavra de Deus poderia ter significados figurados e que poderia ser desconsiderada ou desobedecida impunemente.

"A fim de realizar a sua obra sem que fosse percebido, Satanás preferiu fazer uso da serpente como médium, disfarce este bem adaptado ao seu propósito de enganar. A serpente era então uma das mais prudentes e belas das criaturas da Terra. Tinha asas, e enquanto voava pelos ares apresentava uma aparência de brilho deslumbrante, tendo a cor e o brilho de ouro polido. Pousando nos ramos profusamente carregados da árvore proibida, e saboreando o delicioso fruto, era seu objetivo chamar a atenção e deleitar os olhos de quem a visse. Assim, no jardim da paz emboscava-se o destruidor, a observar a sua presa." -- Patriarcas e Profetas, pág. 53.

"Satanás entrou na serpente e tomou sua posição na árvore do conhecimento e começou vagarosamente a comer do fruto. -- Exaltai-O, pág. 21.

"Então, a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal." Gên. 3:2-5. Aqui o pai da mentira fez sua afirmação em direta contradição à expressa palavra de Deus. Satanás assegurou a Eva que ela fora criada imortal, e que para ela não havia possibilidade de morrer.

"Disse-lhe que Deus sabia que se ela e seu esposo comessem da árvore do conhecimento, sua compreensão seria iluminada, expandida, enaltecida, tornando-se iguais a Ele mesmo. E a serpente respondeu a Eva que a ordem de Deus, proibindo-os de comer da árvore do conhecimento, foi dada para conservá-los num tal estado de subordinação que lhes vedasse o conhecimento, o qual era poder. Assegurou-lhe que o fruto desta árvore era desejável acima de todas as do jardim, para fazê-los sábios e exaltá-los à igualdade com Deus. Ele vos recusou, disse a serpente, o fruto desta árvore, a qual dentre todas as árvores, é a mais desejável pelo delicioso sabor e estimulante influência.

"Eva pensou que o discurso da serpente fosse muito sábio, e que a proibição de Deus fosse injusta. Olhava com ardente desejo para a árvore carregada de frutos que pareciam muito deliciosos. A serpente estava comendo-os com evidente deleite. Eva agora desejava este fruto mais do que todas as variedades que Deus lhe pusera ao alcance, com pleno direito de uso." -- No Deserto da Tentação, págs. 16-17.

"Participando desta árvore, declarou ele, atingiriam uma esfera mais elevada de existência, e entrariam para um campo mais vasto de saber. Ele próprio havia comido do fruto proibido, e como resultado adquirira o dom da fala. E insinuou que o Senhor cuidadosamente desejava privá-los do mesmo, para que não acontecesse serem [também] exaltados à igualdade para com Ele." -- Patriarcas e Profetas, pág. 54.

A serpente declarou que se tornariam como Deus, possuindo maior sabedoria que antes, e sendo capazes de uma condição mais elevada de existência. Eva cedeu à tentação; e, por sua influência, Adão foi levado ao pecado. Aceitaram as palavras da serpente, de que Deus não queria dizer o que falara; desconfiaram de seu Criador, e imaginaram que Ele estava a restringir-lhes a liberdade, e que poderiam obter grande sabedoria e exaltação, por transgredir Sua lei. -- O Grande Conflito, pág. 532.

O tentador assegurou a Eva que tão logo comesse o fruto, ela receberia um novo e superior conhecimento que a faria igual a Deus. Chamou sua atenção para si mesmo. Ele comera livremente da árvore e a achara não apenas perfeitamente inofensiva mas deliciosa e estimulante, e disse que era por causa de suas maravilhosas propriedades de comunicar a sabedoria e o poder que Deus lhes tinha proibido experimentá-la ou mesmo tocá-la, pois Ele conhecia estas maravilhosas qualidades. Declarou que ter comido o fruto da árvore proibida era a razão de ter obtido o dom da fala. Insinuou que Deus não levaria a cabo Sua advertência. Isto era meramente uma ameaça para intimidá-los e privá-los do grande bem. Disse-lhes mais, que não poderiam morrer. Não tinham comido da árvore da vida, que perpetuava a imortalidade? Disse que Deus os estava enganando e impedindo-os de um mais elevado estado de felicidade e mais exaltada alegria. -- História da Redenção, págs. 34-35.

[Eva] realmente pensou que a serpente possuía conhecimento dos seus pensamentos [da mulher], e que por isso devia ser muito sábia. -- A Verdade Sobre os Anjos, pág. 54.

Eva acreditou que as palavras divinas poderiam ter um significado oculto, contrário à clara afirmação que lhe fora feita. Pensou que a serpente fosse uma terceira pessoa divina tão ou mais sábia que o próprio Deus e Seu Filho Unigênito. Iludiu-se com a possibilidade de tornar-se igual a Deus, como teria acontecido com a serpente.

Parece-nos muito claro, portanto, que o pecado de nossos primeiros pais teve origem na crença da existência de três deuses e na possibilidade de que o Deus Altíssimo fosse igualado por outro ser diferente de Seu Filho unigênito, em flagrante desatenção e distorção das palavras de Deus. Não exige também grande exercício de raciocínio perceber que tais condições, preparatórias para a sedução pelo Diabo e desobediência a Deus, estão igualmente presentes na crença na Trindade.

Idêntica situação foi vivenciada nas cortes celestiais, quando, reinterpretando instruções e recomendações divinas, Lúcifer questionou a hierarquia existente no Céu, dizendo-se em igualdade de condições com Deus, o Pai, e Seu Filho unigênito, para comandar o Universo. Nascia ali, no delírio megalômano de Lúcifer, a idéia de uma trindade, de co-iguais, dividindo entre si a soberania universal. -- Robson Ramos

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