Alberto R. Timm Rejeita Explicação de Ellen G. White Sobre Provérbios 8

Jesus é a sabedoria mencionada em Provérbios 8?

O Que Diz Ellen G. White

O Senhor Jesus Cristo, o divino Filho de Deus, existiu desde a eternidade, como pessoa distinta, mas um com o Pai. Era Ele a excelente glória do Céu. Era o Comandante dos seres celestes, e a homenagem e adoração dos anjos era por Ele recebida como de direito. Isto não era usurpação em relação a Deus. "O Senhor Me possuiu no princípio de Seus caminhos", declara Ele, "e antes de Suas obras mais antigas. Desde a eternidade, fui ungida; desde o princípio, antes do começo da Terra. Antes de haver abismos, fui gerada; e antes ainda de haver fontes carregadas de águas. Antes que os montes fossem firmados, antes dos outeiros, eu fui gerada. Ainda Ele não tinha feito a Terra, nem os campos, nem sequer o princípio do pó do mundo. Quando Ele preparava os céus, aí estava Eu; quando compassava ao redor a face do abismo." Prov. 8:22-27. Exaltai-O, MM 1992, pág. 16.

Cristo declarou por intermédio de Salomão: "O Senhor Me possuiu no princípio de Seus caminhos e antes de Suas obras mais antigas. Quando punha ao mar o Seu termo, para que as águas não trespassassem o Seu mando; quando compunha os fundamentos da Terra, então, Eu estava com Ele e era Seu aluno; e era cada dia as Suas delícias, folgando perante Ele em todo o tempo." Prov. 8:22, 29 e 30." Exaltai-O, MM 1992, pág. 17.

O Soberano do Universo não estava só em Sua obra de beneficência. Tinha um companheiro - um cooperador que poderia apreciar Seus propósitos, e participar de Sua alegria ao dar felicidade aos seres criados. "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus." João 1:1 e 2. Cristo, o Verbo, o Unigênito de Deus, era um com o eterno Pai - um em natureza, caráter, propósito - o único ser que poderia penetrar em todos os conselhos e propósitos de Deus. "O Seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade, Príncipe da paz." Isa. 9:6. Suas "saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade". Miq. 5:2. E o Filho de Deus declara a respeito de Si mesmo: "O Senhor Me possuiu no princípio de Seus caminhos, e antes de Suas obras mais antigas. ... Quando compunha os fundamentos da Terra, então Eu estava com Ele e era Seu aluno; e era cada dia as Suas delícias, folgando perante Ele em todo o tempo". Prov. 8:22-30. -- Patriarcas e Profetas, pág. 34.

O Que Diz Alberto R. Timm

Diferentes teorias foram propostas ao longo da história do cristianismo para identificar a “sabedoria” mencionada em Provérbios 8:22-31. Alguns teólogos do 2º século d.C. a viam como sendo o Espírito Santo. Já no 3º século, essa interpretação deu lugar a uma generalizada identificação dela com Cristo, a segunda pessoa da divindade. Comentaristas mais recentes continuam discutindo se ela foi realmente uma companheira (ser distinto) do Senhor em Sua obra criadora ou meramente uma característica (atributo) dEle.

Para compreendermos a sabedoria de Provérbios 8:21-31, devemos ter em mente: (1) que ela não é apresentada como um ser divino em nenhuma das demais passagens de Jó, Provérbios e Eclesiastes onde aparece personificada; (2) que ela assume neste texto as prerrogativas divinas de haver existido com Deus antes da obra da criação e de haver sido o “arquiteto” dessa obra; e (3) que ela é descrita como havendo nascido antes da obra da criação (versos 24 e 25).

Reconhecendo a Cristo como a “sabedoria de Deus” (I Coríntios 1:24 e 30) e Aquele “em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos” (Colossenses 2:3), o Novo Testamento também O identifica como igual a Deus o Pai, e por conseguinte, coeterno com Ele (Filipenses 2:6-7; Colossenses 2:8-9; Hebreus 1:2-3). Assim, se a sabedoria mencionada em Provérbios 8:22-31 teve realmente um início (como sugere a expressão “eu nasci” nos versos 24 e 26), então ela não pode ser a pessoa eterna de Cristo ou um dos atributos eternos do Pai, mas apenas uma manifestação específica da eterna sabedoria de Deus em Cristo na obra da criação, descrita pelo próprio texto em consideração (ver João 1:1-5 e 10; Colossenses 1:15-17; Hebreus 1:1-14; Apocalipse 3:14).

Fonte: Sinais dos Tempos, julho de 1997. pág. 29.

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