Trindade: Mistério Revelado, Mas Não Explicado Olá, amigos e irmãos ***O tema da Divindade já há muito tem sido tema grandemente debatido entre os estudiosos da Bíblia e, ao que parece, vem recebendo renovada atenção no meio adventista. Infelizmente, não parece haver uma busca de crescer "na graça e conhecimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo" e sim de reverter à compreensão do tema por alguns pioneiros adventistas, como se a verdade se limitasse ao nível de conhecimento e compreensão daqueles sinceros homens, porém de modo algum infalíveis e conhecedores profundos de Teologia. Praticamente nenhum de nosso pioneiros tinha formação acadêmica na área teológica e não conheciam línguas originais. Cometeram enganos, como a crença da "Porta Fechada", ou seja, que a porta da graça havia se fechado para quem não pertencera ao grupo que passou pela experiência de 1844, o que se manteve por quase uma década. Outros pontos de sua compreensão bíblica tiveram que se corrigidas com o passar do tempo, o que é muito natural no campo da pesquisa e conhecimento. Assim, o fato de que alguns deles negavam a Trindade e Divindade de Cristo e do Espírito Santo de modo algum deve servir como "norma" da boa teologia. Oferecemos abaixo e dividido em vários segmentos o capítulo 7 de nosso livro O Desafio da Torre de Vigia que trata sobre a Divindade. Não pretendemos ter todas as respostas a este assunto, mas cremos que haverá subsídios úteis para aprofundamento da questão. Deve-se observar que a linguagem desse capítulo tem que ver com os ensinamentos das chamadas "testemunhas de Jeová", daí a referência constante às mesmas e a sua literatura (quando nenhum autor é indicado).***
I - Mistério Revelado, Mas Não Explicado - Introdução: A Bíblia não oferece uma exposição didática, sistemática, sobre a natureza da divindade, como Paulo faz com o tema da “justificação pela fé” em Romanos, Gálatas, Efésios, por exemplo. Assim, este tema é profundo e a própria Bíblia fala que nossa mente limitada não pode entender tudo sobre Deus e Seus modos de agir, como reconhecem as próprias “testemunhas” em A Verdade Que Conduz à Vida Eterna, págs. 181 e 21 (ver abaixo, Obs. 2.A). Antes da análise dessa importante questão da Divindade, deve-se levar em conta o seguinte: As “testemunhas” são induzidas a crer que os cristãos em geral admitam uma Divindade constituída, seja de três deuses, ou de um deus com três cabeças, enfim, numa concepção sobre a Divindade deturpada e longe da realidade. É mister, pois, esclarecer que não se trata de nada disso. Os cristãos admitem um só Deus, criador e mantenedor do Universo: [Empregar a Tradução Novo Mundo (doravante referida como T.N.M.) para os versos seguintes]--Isa. 44:24, 6 e 14 (“não há outro”); o único Criador: Isa. 44:24 e 45:18) o único Salvador: Isa. 43:11, 45:21; o Deus verdadeiro que não compartilha Sua glória com nenhum outro: Isa. 42:8; 48:11; o “primeiro”e “último”: Isa. 44:6; a única Rocha: Isa. 44:8, Sal. 92:15. - Em suma, Jeová é o ÚNICO Deus verdadeiro, o único CRIADOR, o único SALVADOR, exclusivo em Sua GLÓRIA, o único ‘PRIMEIRO’ e ‘ÚLTIMO’ e a única ROCHA. Contudo. . . - A Bíblia também apresenta a Cristo como Deus , como Criador, como único Salvador, como o que compartilhava a glória de Seu Pai, e o que é o “Primeiro” e o “Último”, como a “Rocha”, segundo analisado amplamente neste estudo. 1. A palavra “Trindade” não consta da Bíblia, assim como dela
não constam outros termos teológicos tais como “teocracia”, “classe ungida”,
“milênio”, “ascensão”, “servo de congregação”, etc. 2. A própria Bíblia diz que “Deus é misterioso”, ou o “Deus que se oculta”. Isa. 45:15. A) Ele está muito além de nossa finita compreensão: Rom. 11:33 e
34. B) Deus Se oculta (Isa. 45:15) e Se revelaria mais plenamente na
consecução do plano de salvação mediante Cristo, perfeita revelação do Deus de
amor: Heb. 1:1-3; João 1:18. C) CONCLUSÃO: Se não entendemos tantas coisas sobre Deus, Suas leis e Seu modo de agir, como pretenderemos entender tudo sobre Sua natureza divina? 3. Na Bíblia há outros “mistérios”, fatos além de nossa limitada compreensão: A) O “mistério da iniqüidade”: II Tess. 2:7. B) O “mistério da piedade”: Rom. 16:15. C) Paulo fala do “mistério da Sua vontade”: Efés. 1:9, 10 e
3:3-9. II - Três Deuses ou Três Pessoas Divinas? 1. Os crentes trinitarianos não adotam a noção de existência de
três deuses, ou de um Deus com três cabeças, etc. Crêem, antes, em que três
personalidades co-eternas e co-iguais formam uma só Divindade. 2. O termo “pessoa”, que confunde alguns, é usado em sentido
analógico. Trata-se de mera comparação, um pobre recurso humano na tentativa de
expressar coisas divinas. 3. Existentes desde a eternidade: A) O Pai: Dan. 7:9 (“Ancião de Dias”). 4. Separados, mas unidos: A) Mat. 3:16, 17: Jesus, o Espírito e a voz do Pai. B) João 14:26: “O Espírito Santo a quem o Pai enviará em Meu nome”. C) Atos 7:55, 56: “Estando cheio do Espírito Santo . . . viu a
Jesus em pé, à mão direita de Deus”. D) Três unidos na Criação: Efé. 3:9; Gên. 1:2 (“O Espírito de
Deus movia-Se sobre as águas”) e Heb. 1:8-10 (cf. João 1:3). E) O trono da Divindade: Apoc. 7:17. F) Mesmas características para os três: 5. A tríplice operação e essência do Divino Ser: A) Criação do Universo: a) Pai: Sal. 102:24, 25; b) Filho: Col.
1:16; c) Espírito Santo: Gên. 1:1, Jó 26:13. III - O Misterioso “Anjo de Jeová” 1. A) “Anjo”, em hebraico maleq; em grego ággelos = mensageiro. (Ver Juízes 2:1). B) Deus enviaria Seu anjo para acompanhar o povo: Êxo. 23:20;
cf. Juízes 2:1-5. C) O próprio Jeová aparece como um anjo: Gên. 16:9-13; 18:1-3,
22, 27, 30-33. L) CONCLUSÃO: Este “anjo de Jeová” não é outro senão Aquele que Se fez Filho do homem, o único mediador entre Deus e os homens. Não obstante, a Bíblia O identifica claramente como o próprio Jeová (comparar Judas 9 com Zacarias 3:1, 2 e Gên. 22:15, 16). IV - Jesus é Jeová 1. Jeová, o Salvador: A) Esclarece o Seja Deus Verdadeiro: “O nome Jesus
. . . é apenas a forma abreviada do nome hebraico Je-hoshua, o qual
significa Jeová é o Salvador”. -- Op. Cit., pág. 29.
A) Jesus tratado como Jeová: comparar Sal. 102:22 e 25-28 com
Hebreus 1:10-12. 3. Profecias Messiânicas: A) Emanuel, Deus conosco: Mat. 1:23. B) “Deus forte” ou “poderoso”: Isa. 9:6, cf. Isa. 10:21, onde
Jeová é também chamado de “Deus forte” (ver T.N.M.). Ver ainda Jer. 32:18. C) O que salva o povo: Comparar Isa. 43:11 com Mat. 1:21. D) “Pai da Eternidade”: Isa. 9:6. E) A vitória sobre os inimigos: Sal. 110:1-6 (ver T.N.M.). V - A Deidade do Espírito Santo 1. Características e qualidades que indicam personalidade: A) O Espírito é volitivo, tem querer e determinação: Rom. 8:27. B) É agente (parakletos), ou seja, consolador, advogado,
instrutor, guia, amparador, representante: João 14:16, 26; 15:26; 16:7. C) É tratado por pronome pessoal: João 16:14; Efés. 1:14. D) Seu nome é citado entre outras pessoas: Atos 11:28; Mat. 28:19; II Cor. 13:13. E) É um outro Consolador, isto é, além de Cristo que também o
era: João 14:16. F) Tem conhecimento, sabe as coisas divinas: I Cor. 2:11. G) Ensina: Luc. 12:12; João 14:26. H) Convence: João 16:8; Gên. 6:3. I) Perscruta: I Cor. 2:10, 11. J) Pode impedir: Atos 16:6, 7. L) Concede, permite: Atos 2:4. M) Administra, distribui: I Cor. 12:11. N) Fala: Atos 10:19; 13:2; João 16:13; Mat. 10:18-20. O) Toma decisões: I Cor. 12:11. P) Guia: João 16:13; Gál. 5:18. Q) Anuncia: João 16:14, 15. R) É entristecido: Efés. 4:30. S) Intercede: Rom. 8:26. T) Chama, procura: Apoc. 22:17; I Cor. 2:10. U) É resistido e tentado: Atos 7:51; 5:9. V) Agrada-se: Atos 15:28. X) Comissiona: Atos 13:2; 20:28. Z) Pode ser difamado e blasfemado: Mat. 12:31, 32.
A) É eterno, como Deus: Heb. 9:14. B) É onipresente, como Deus: Sal. 139:7-10. C) É onisciente, como Deus: I Cor. 2:10, 11. D) É criador, como Deus: Jó 33:4; Sal. 104:30. E) É Senhor (Jeová-T.N.M.), como Deus: II Cor. 3:17, 18. F) É Recriador, como Deus: João 3:6; I João 5:4. G) É também Jeová: comparar Jer. 31:33, 34 com Heb. 10:15, 16. A) Não poderia, uma mera influência, descer em forma corpórea. B) Se o Espírito Santo é apenas a força ativa de Deus, então João 17:39 significaria em última análise, que Deus não tinha força ativa na Terra antes da época cristã. VI - Textos Irrefutáveis Que Comprovam a Trindade 1. A visão de Isaías: A) Adonai, Jeová, “Santo, Santo, Santo” (Isa. 6:1-10). B) Jeová estava ali: A visão da glória divina implica logicamente a presença do próprio Jeová, que é especificamente mencionado no v. 1. C) Jesus estava ali: João 12:36-41 revela que “Isaías disse isto quando viu a glória dEle (a glória de Jesus, conforme o contexto)” . D) O Espírito Santo estava ali: Quem o afirma é o apóstolo Paulo, falando inspiradamente em Atos 28:25-27. E) CONCLUSÃO: Uma cuidadosa e atenta comparação de Isa. 6:1-10; João 12:36-41 e Atos 28:25-27 lança luz sobre a doutrina da Trindade e representa prova inescapável em favor dessa doutrina, mesmo quando se utiliza a T.N.M., preparada com a intenção de negá-la. 2. O “Shema” e a “Unidade Composta” : A) A tripersonalidade divina não implica em triteísmo, mas
monoteísmo. Se 1 + 1 + 1 = 3, também 1 x 1 x 1 = 1 (ver este Est., Subt. III,
1ª). B) Comentário erudito de um teólogo abalizado: “No texto citado [Deut. 6:4], a palavra ‘único’, ou melhor, ‘um’, é echod, e NÃO INDICA uma ‘unidade absoluta’ em muitas passagens através do Velho Testamento, e muitas vezes indica a ‘unidade composta’, e isto constitui antes um argumento em favor da Trindade da Divindade (Jeová). Por exemplo, em Gên. 2:24 está: ‘deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne’. No hebraico está bosor ECHOD. Por certo que isto não significa que no casamento os esposos se tornam uma pessoa, mas que se tornam um na unidade de sua substância e, aos olhos de Deus, são considerados uma pessoa. Notemos bem que isto é verdadeira unidade, contudo não uma ‘unidade solitária’, mas uma ‘unidade composta’. Citemos outro exemplo. Os doze espias que Moisés enviara a Canaã, voltaram trazendo um enorme cacho de uvas (hebr. eschol ECHOD). Núm. 13:23. Ora, desde que haveria centenas de grãos de uva nesta única haste, por certo não se tratava de uma unidade solitária ou absoluta, contudo a palavra echod é aí empregada para descrever o cacho. É conclusivo que as uvas eram consideradas uma no sentido de serem da mesma origem, o que prova tratar-se de uma unidade composta”--A. B. Christianini, Radiografia do Jeovismo, 1ª edição, pág. 189. C) A afirmação de que os que crêem na Trindade adotam a idéia de
que há três pessoas unidas em uma só, com um corpo e três cabeças, etc., é,
pois, falsa e demonstra o desconhecimento do verdadeiro ensino a respeito da
Divindade, conforme sustentado pelos cristãos em geral. VII - Passagens-Chave Deturpadas na “Tradução do Novo Mundo” 1. João 8:58 (ver Subt, IV § 2, E). 2. João 1:1: A) Na expressão “e o verbo era Deus” a palavra “Deus” (aparece
no original sem o artigo. Isso dá margem às “testemunhas” (pretenderem que deve
ser entendido como “um deus” ou “deus”, grafando a palavra minúscula para
contrastar o Verbo (deus) com Jeová (Deus). B) Na defesa de suas teses falsas, as “testemunhas” (chegam a
valer-se do condenável recurso da elipse (citação propositadamente incompleta,
dando sentido alheio às intenções do autor, conforme denunciado por A. B.
Christianini, em Radiografia do Jeovismo, pág. 37 (2ª edição) (comparar
com Est nº 4, Subt III): “Num dos muitos apêndices da Tradução Novo Mundo, em
inglês, citam uma reconhecida autoridade no Grego, o Dr. Robertson, mas nisto
revelam falta de lisura. Na página 776 do Novo Testamento em exame, citando
palavras do Dr. Robertson, ‘entre antigos escritores O THEOS era
empregado para designar a religião absoluta, distinguindo-a dos deuses
mitológicos’, deixam propositadamente de citar a sentença seguinte em que o Dr.
Robertson diz: ‘No Novo Testamento, contudo, embora tenhamos PROS TON THEON
(João 1:1, 2) é muitíssimo mais comum encontrarmos simplesmente THEOS,
especialmente nas Epístolas’. E isto destrói todo o castelo de cartas construído
sobre a omissão do artigo! Mais ainda: indica falta de honestidade mental.
Porque o que o erudito Dr. Robertson quis dizer é que os escritores do Novo
Testamento não empregam freqüentemente o artigo com Theos e mesmo assim o
sentido é perfeitamente claro no contexto, ou seja, que significa o Único Deus
Verdadeiro”. 3. Filipenses 2:6-9: A) Cristo não renuncia a ser Deus. Simplesmente toma a forma
humilhante de servo por ocasião da Encarnação. B) A passagem deve ser entendida à luz de seu contexto. C) Palavra-Chave: Harpagmos (“usurpação” ). 4. Tito 2:13; II Pedro 1:1: A) Pela regra de Sharp, “Quando a conjunção kai [que corresponde ao nosso “e”] liga dois nomes do mesmo caso, se o artigo vem antes do primeiro nome e não é repetido antes do segundo nome, este último sempre se refere à mesma pessoa descrita no primeiro nome” . B) Em ambos os versos acima, a T.N.M. desrespeitou a regra de
Sharp, acrescentando “de” que não existe nos originais. 5. Colossenses 1:15-17: A) A T.N.M. traz palavras apócrifas [outras] repetidas vezes
nestes versos (em edições anteriores da T.N.M. nem sequer aparecia entre
colchetes, como se pode ver em Certificai-vos, ed. 1970, pág. 266). B) Será que os “helenistas” da “Sociedade” não temem a condenação de Apoc. 22:18 e Prov. 30:5, 6? 6. Hebreus 1:8: A) A T.N.M., buscando fugir à clara realidade da referência à divindade de Cristo neste verso, faz uma tradução ridícula, transformando o Criador em um “trono para sempre”. B) Na Nova Terra estará o trono “de Deus e do Cordeiro” (Apoc. 22:1 e 3). Logo, Cristo terá um trono junto a Deus, o que é bem diferente de ter a Deus como o Seu trono. 7. Passagens em que se fala de adoração prestada a Jesus (transformada em mero “prestar homenagem”): Mat. 4:8; João 4:24; Apoc. 7:11 e 11: 15, 16. A) O verbo grego proskuneo nesses textos tem o sentido de “adorar” , conforme é usado corretamente em edições mais antigas da T.N.M. nesses mesmos textos. B) Contudo, o mesmo verbo proskuneo, quando aplicado a
Cristo, tem seu sentido alterado na Bíblia jeovaísta para “prestar homenagem” :
Mat. 2:2, 11; 8:2; 9:18; Mar. 5:6; 15:19; Luc., 24:52; João 9:38. C) Mas, incrível como seja, na T.N.M. proskuneo torna a ter o sentido de adorar com relação a um mero anjo, uma divindade pagã e o próprio Diabo!: Apoc. [Revelação] 22:8; Atos 19:27; Apoc. [Rev.] 13:4; Mat. 4:9; Luc. 4:7. VIII - Refutando Objeções 1ª - Não existe lógica em crer que três “pessoas” formem uma. Qualquer um sabe que 1 + 1 + 1 = 3. A doutrina da Trindade não tem lógica nenhuma. Resposta: A) Quem disse que a lógica humana é o recurso a ser utilizado
para compreender as coisas do Alto? A Bíblia diz que “o homem natural não aceita
as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las
porque elas se discernem espiritualmente” . I Cor. 2:14. 2ª - A idéia trinitária procede de concepções pagãs. Egípcios, hindus e outros povos que viviam e ainda vivem na ignorância é que mantinham tal idéia. Resposta: A) Em nenhum povo pagão, antigo ou moderno, existe uma concepção
da Divindade como exposta pelos cristãos: três pessoas co-eternas e co-iguais
formando uma só Entidade Divina, com seus componentes agindo independentemente,
mas numa unidade de intenções e substância. B) A idéia das “testemunhas” , insinuando que um Deus principal
e Todo-poderoso criou um Deus secundário (o Deus Poderoso), sendo este último
inferior ao primeiro, é que se aproxima das concepções pagãs quanto a seus
deuses de diferentes poderes. 3ª - Em Apoc. 3:14 há a afirmação de que Cristo foi a primeira criatura de Deus e em Colossenses 1:15 é dito que Ele foi o “primogênito de toda a Criação”, logo, o primeiro a ser criado. Resposta: A) Em Apoc. 3:14, onde Cristo é referido como “o princípio da
Criação de Deus” , deve-se analisar a questão textualmente: a palavra
“princípio” nem sempre tem o sentido de “começo” , podendo ainda significar “lei
que rege alguma coisa” , como qualquer bom dicionário demonstrará. Também pode
significar “teoria” , “preceito” e termos análogos. B) No original grego, a palavra para “princípio” em Apoc. 3:14 (archê)
é a raiz da palavra “autor” de Heb. 12:1. Portanto, pode-se entender
perfeitamente que Cristo é o princípio, ou o autor da Criação de Deus. É o
agente da Criação, como revelado em Col. 1:16; João 1:3, etc. C) O fato de ser o “primogênito” não representa que foi criado
em primeiro lugar. Ele também é o “primogênito entre os mortos” (Col. 1:18) não
por ter sido o primeiro a ressurgir, pois antes dEle vários o fizeram (Lázaro, a
filha de Jairo, o menino ressuscitado por Elias, etc.). É primogênito no sentido
de ter a primazia sobre todas as coisas, conforme o próprio contexto
indica: ver Col. 1:18. 4ª - A Bíblia nos informa que Cristo foi gerado (Sal. 2:7; cf. Atos 13:33). Qualquer dicionário indica que “gerar” tem o mesmo sentido de “criar”. Resposta: A) Não basta recorrer ao dicionário para entender o sentido dos termos bíblicos. No caso de primogênito, como vimos, o sentido bíblico é outro. Certos termos biblicos adquirem outras conotações de sentido, ou têm valor relativo numa representação simbólica. B) No Salmo 2:7, de linguagem evidentemente poética, temos a
palavra “gerar” , mas com que significado? Em que momento o Cristo foi gerado? A
que “dia” referia-se Paulo ao falar em “hoje” (Atos 13:33)? C) Pode-se objetar que o título “Filho de Deus” foi dado a Jesus
antes de Sua ressurreição, e Ele mesmo o aplicou para Si (Mat. 16:15, 16; João
3:18). Isso parecia indicar que é ao momento de Sua encarnação, e
particularmente à ocasião de Seu nascimento, que Jesus foi designado pela
expressão “Filho de Deus” . O anjo que anunciou a Maria que ela conceberia e
daria à luz o Salvador do mundo, indica que Ele seria chamado “Filho do
Altíssimo” (Luc. 1:31, 32). E quando de Seu batismo, a voz ouvida do Céu O
declarou também Filho de Deus (Mat. 3:17). D) CONCLUSÃO: Jesus era Filho de Deus no ventre materno, e ainda por ocasião de Seu batismo e ministério. Contudo, em razão de Sua ressurreição dentre os mortos, esse título foi proclamado “poderosamente” diante do Universo. O fato de que o lugar de habitação dos mortos não pôde retê-Lo em seus laços provam Sua filiação divina. 5ª - Os textos de João 1:3 e Colos. 1:16 dizem que todas as coisas foram feitas “por intermédio” de Cristo, e não exatamente por Ele. Resposta: A) Se compararmos estas passagens com Isa. 44:24 e Sal. 33:8 e 9
veremos que Deus estava só ao criar todas as coisas, mas que tudo criou mediante
Sua Palavra, da qual não poderia estar jamais desvinculado. 6ª - Prov. 8:22, referindo-se à sabedoria de Deus, que é o Verbo de João 1:1, mostra que no princípio Deus a produziu. Resposta: A) Inúmeras versões bíblicas que não foram feitas com o intuito de contestar a divindade de Cristo falam que no princípio Deus “possuía” a Sabedoria. B) Se Deus não dispunha de Sabedoria antes de formá-la, seria um
Deus imperfeito, incapaz de criar um Universo tão perfeito. A Bíblia, porém,
fala que Ele já possuía a Sabedoria (a segunda pessoa, o Verbo) antes de Suas
obras mais antigas, pois “no princípio” o Verbo estava com Deus, e o Verbo era
Deus” . C) Se o Verbo (a Palavra) que era o instrumento de Deus para
criar todas as coisas (Sal. 33:6, 9; Gên. 1:3, 6, 9, 11, etc.) inexistiu por
algum tempo, teria Deus sido mudo antes de contar com Sua Palavra? D) A exemplo da Sabedoria e da Palavra, dispunha Deus, desde a
eternidade, de Seu Espírito, ou seja, Sua mente, conforme demonstra Paulo em I
Cor. 2:10, 11. 7ª - Jesus declarou que “o Pai é maior do que Eu” , e disse que não sabia certas coisas que eram do exclusivo conhecimento do Pai (ver João 14:28; Mat. 24:36) . Resposta: A) Como Verbo encarnado, Aquele que seria “chamado Filho de Deus”, Cristo era subordinado ao Pai no propósito de cumprir cabalmente sobre a Terra a missão a que viera-sofrer a morte em lugar do homem. B) “Corretamente entendida, a expressão ‘Meu Pai é maior do que
Eu’, encerra uma alta significação, pois somente coisas da mesma ordem de
magnitude ou homogêneas podem ser comparadas. Nenhum homem ou ser angelical
jamais poderia dizer ‘Deus é maior do que Eu; porquanto os criados e os
não-criados são de ordem diferente! . . . Somente Cristo, mesmo como servo,
podia estabelecer comparação com o Pai”.--A. B. Christianini, Radiografia do
Jeovismo, 2ª edição, pág. 167. 8ª - A Bíblia assegura que Cristo nada podia fazer de Si mesmo, mas tudo quanto fazia estava em harmonia com a vontade de Seu Pai e que apenas cumpria aquilo que era segundo a Sua vontade (João 5:19, 30) . Resposta: A) O mesmo Jesus que declarou nada fazer de Si mesmo, também disse que tinha todo o poder no Céu e na Terra. Mat. 28:18. Jesus nada fazia de Si mesmo, não porque não podia, mas porque, para os propósitos do plano da salvação, não devia. A Sua comida era fazer a vontade dAquele que O enviou (João 4:34). Ele poderia ter escapado à cruel morte no Calvário, mas sendo que isso representaria a renúncia ao plano de salvação, preferiu submeter-Se à vontade soberana da Divindade: cf. Mat. 26:39. B) O próprio contexto da passagem de João 5:19 indica que tudo quanto o Pai realiza, “o Filho o faz igualmente” , considerando-Se, portanto, tão poderoso quanto o Pai. C) A expressão “Filho de Deus” (na concepção judaica equivalia a fazer-se igual a Deus (ver João 5:18). Diz uma autoridade em hebraico: “Os judeus, de acordo com o uso hebraico da palavra, tiveram razão ao compreender que a pretensão de Jesus em ser o ‘Filho de Deus’ era equivalente a afirmar que era igual a Deus, ou simplesmente Deus”.-- A Trindade, L. Boettner, pág. 65.
Resposta: A) O fato de o “Espírito” (ser derramado não serve como prova de que não seja uma personalidade, ou “pessoa” . O termo “pessoa” , empregado com referência à Divindade, denota a pobreza do vocabulário humano para referir-se às coisas do Alto, tendo, pois, mero valor comparativo (ver Subt. II, § 2). B) Podemos indagar também: É Cristo uma pessoa, de personalidade própria? Admitirão as “testemunhas” que sim. Então, novamente perguntamos: como podemos “revestir-nos” de Cristo, segundo Paulo recomenda? Ora, seria possível revestir-nos de uma pessoa? Cristo não Se parece com nenhuma peça de tecido . . . (Gál. 3:27). C) A própria Tradução Novo Mundo reproduz as palavras de Paulo ao dizer, “já estou sendo derramado” (2 Tim. 4:6). Ora, indiscutivelmente Paulo era uma pessoa. . . D) Satanás, que é uma “pessoa” , uma personalidade, pode entrar noutra pessoa, como no caso de Judas: João 13:27. E) CONCLUSÃO: Assim como podemos encher-nos do Espírito, podemos revestir-nos de Cristo, e também o Espírito Santo pode ser “derramado”, como a T.N.M. diz ter sido o apóstolo Paulo.
Resposta:
B) A analogia com o “espírito” de Paulo em I Cor. 5:3-5 não tem
validade, pois o apóstolo fala figuradamente. C) Em Atos 15:28, por outro lado, ao Espírito “pareceu bem” , na
tomada da decisão durante o Concílio de Jerusalém. O v. 8 diz que Deus lhes dera
o Espírito Santo, e com o Espírito presente à reunião é que chegaram a um
consenso. Subsídios Adicionais Para o Estudo do Tema da Divindade Caro Osvaldo: Estive relendo este seu e-mail sobre João 8:58 (e 59) e há mais algumas reflexões a respeito: 1o.) O assunto da discussão não é a idade de Cristo, e sim Ele defendendo Sua Messianidade. Só o fato de dizer que era pré-existente a Abraão já demonstra que Ele está Se referindo à Sua condição de Quem veio do Alto com uma missão especial--Ele se fez carne, e se fez Filho (no Velho Testamento não há essa noção de Deus ter um Filho). Ele também diz que Abraão viu o Seu dia e se alegrou, uma declaração por demais significativa e que prova indisputavelmente a intenção da discussão. 2o.) O fato de Jesus ser submisso ao Pai é apenas uma indicação de Sua humilhação como Servo sofredor, o Messias, o Verbo que se fez carne e habitou entre nós. Mas "o Verbo era Deus" (Jo. 1:1). A tradução das TTJ deste verso tem por base um entendimento errado das regras do grego original, como fica demonstrado num dos materiais que lhe mandei. 3o.) O ponto culminante, e que provocou a ira dos judeus, foi Ele ter-Se confessado como o "Eu sou" de Êxodo 3:14. Aliás, você mesmo nos dá munição para comprovar isso ao citar outras versões que ajudam ainda mais a perceber esse fato. Assim, transcrevo das próprias palavras de sua mensagem: 1869: "Desde antes de Abraão existir, eu tenho existido." The New Testament, de G. R. Noyes. 1935: "Eu já existia antes de Abraão nascer!" The Bible-An American Translation, de J. M. P. Smith e E. J. Goodspeed. 1965: "Antes de Abraão ter nascido, eu já era aquele que eu sou." Das Neue Testament, de Jörg Zink. [Compare com Êxo. 3:14]. 1978: "Antes de Abraão nascer, já eu era aquele que [Eu] sou." O Novo Testamento, Interconfessional. [Compare com Êxo. 3:14] 1986: "Antes de Abraão vir à existência, eu tenho sido." -- Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas. Errada, pois no grego é "ego eimi", corretamente traduzida na Kingdom Interlinear Translation da Torre de Vigia como "I am" (eu sou). Também é interessante que um dos temas que levantou foi do nome divino IHVH. Bem, estas são apenas quatro consoantes. O que se pode fazer com quatro consoantes impronunciáveis? Sabia que o livro Santificado Seja o Teu Nome, das TTJ, declara que a pronúncia Jeová deriva da tradição católica-romana? Foi um sacerdote católico que inventou esse nome, usando as vogais de Adonai em conexão com o tetragrama. Portanto, é pura tradição, e as TTJ são induzidas a respeitarem esse nome e o proclamarem por todo o mundo, etc., só que estão proclamando uma tradição católica! Em sua introdução, a Kingdom Interlinear Translation admite que "Yahweh" [ia'rrueh] seria uma pronúncia mais exata. Então, por que não adotam a que é mais exata, em vez de ficarem com a tradição católica? Este assunto está em debate também no Fórum Voluntário Adventista On-Line. Clique aqui para visitar. Leia também: |
Para entrar em contato conosco, utilize este e-mail: adventistas@adventistas.com |