3 – “Third Person of the Godhead”
O livro “O Desejado de Todas as Nações” possui um texto que nos ajuda a esclarecer este ponto. Apresentamo-lo abaixo: “Ao pecado só se poderia resistir e vencer por meio da poderosa operação da terceira pessoa a [da / a partir da] Divindade, a qual viria, não como energia modificada, mas na plenitude do divino poder.” DTN, pág. 671 (Obs. 1: Embora o texto do livro em português apresente o termo “Trindade”, o original em inglês traz o termo “Godhead”, cuja tradução correta é “Divindade”. Por isso, colocamos o termo “Divindade” no texto acima. Obs. 2: Os termos [da / a partir da] são as duas traduções possíveis do termo “of” existente no texto original, considerando-se a língua inglesa na época em que o texto foi escrito, por volta de 1890. Assim, a preposição “of” pode tanto ser traduzida como “da”, como também ser traduzida “a partir da”) Mais uma vez, vamos analisar com imparcialidade o texto, a fim de não extraírmos dele conclusões precipitadas. Dividiremos a frase em duas partes, para compreendermos seu significado: 1 - Ao pecado só se poderia resistir e vencer por meio da poderosa operação da terceira pessoa a [da / a partir da] Divindade Esta frase está comentando sobre a “terceira pessoa da Divindade”, ou “a partir da Divindade”. Assim, ela nos dá todas as evidências de estar tratando da mesma pessoa descrita no texto de Special Testimonies Series B, a terceira do trio celestial. 2 - a qual viria, não como energia modificada, mas na plenitude do divino poder. Enquanto o texto anterior afirmava que esta pessoa era, ou representava um terceiro grande poder, o Espírito Santo, o texto que estamos analisando afirma que esta pessoa viria na plenitude do divino poder. Perceba que o texto diz apenas isto. Não afirma se esta pessoa possui em si mesma a plenitude o divino poder, nem tampouco afirma que nela habita a plenitude do divino poder. Apenas afirma que esta pessoa viria na plenitude do divino poder. Assim, o texto acima não está afirmando que esta pessoa é um Deus, pois em um Deus habita corporalmente toda a plenitude da divindade (Ex.: Cristo – ver Colossenses 2:9). Entender isto a partir do texto acima, significa ir além do que está escrito. Analisando a seqüência do texto do livro Desejado de Todas as Nações que vimos a pouco, percebemos uma informação que nos deixará intrigados: “Ao pecado só se poderia resistir e vencer por meio da poderosa operação da terceira pessoa a [da / a partir da] Divindade, a qual viria, não como energia modificada, mas na plenitude do divino poder. É o Espírito que torna eficaz o que foi realizado pelo Redentor do mundo. É por meio do Espírito que o coração é purificado. Por Ele torna-se o crente participante da natureza divina. Cristo deu Seu Espírito como um poder divino para vencer toda a tendência hereditária e cultivada para o mal, e gravar Seu próprio caráter em Sua igreja.” DTN, pág. 671 Primeiramente o texto nos afirma que ao pecado só se poderia resistir e vencer através da terceira pessoa “da Divindade” ou “a partir da Divindade”. Já vimos que esta pessoa é chamada de Espírito Santo, segundo o texto de Special Testimonies Series B, pág. 63. Entretanto, a seqüência do texto afirma que “Cristo deu Seu Espírito como um poder divino” para que os homens fiéis vencessem toda a influência do mal e tivessem gravado o caráter dEle em Seu coração. Perguntaríamos então: o que de fato habilita o homem a não mais pecar, ou vencer o pecado? É a terceira pessoa “da Divindade”, ou “a partir da Divindade”, ou é o Espírito de Cristo? A terceira pessoa (que sabemos ser o Espírito Santo) e o Espírito de Cristo são a mesma coisa, ou entidade? Para responder cada uma destas perguntas, vamos analisar passo a passo o texto acima, procurando responda-las somente com o que está escrito. Para tanto, apresentamos novamente os trechos aparentemente controversos do texto acima: a) Ao pecado só se poderia resistir e vencer por meio da poderosa operação da terceira pessoa a [da / a partir da] Divindade b) Cristo deu Seu Espírito como um poder divino para vencer toda a tendência hereditária e cultivada para o mal O trecho “a” do texto afirma que “só” se pode resistir e vencer o pecado pela operação da terceira pessoa. A palavra “só” indica singularidade, ou seja, algo exclusivo. Em outras palavras, quando o texto afirma que “só” se pode vencer o pecado por meio da terceira pessoa, isto significa que a terceira pessoa (o Espírito Santo) é uma participante ativa no processo de ajuda divina para que o homem vença o pecado. O trecho “b” do texto afirma que Cristo deu Seu Espírito como um poder divino para que o homem vença o pecado, a fim de que Seu caráter seja gravado em Sua igreja. Quando lemos “Cristo deu Seu Espírito”, entendemos que Cristo deu algo que era seu, e não de outro. A Bíblia nos explica o que significa Cristo dar Seu Espírito em João 20:22: “E havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.” O espírito de profecia também apresenta uma passagem bem elucidativa, indicando o que é o Espírito de Cristo: “Os que se levantaram com Jesus enviavam sua fé a Ele no santíssimo, e oravam: “Meu Pai, dá-nos o teu Espírito.” Então Jesus assoprava sobre eles o Espírito Santo. Neste sopro havia luz, poder e muito amor, gozo e paz.” Primeiros Escritos, pág. 55 Temos então uma definição clara do que é o Espírito de Cristo. O Espírito de Cristo é aquele que Ele “assopra” sobre os seus servos fiéis. Pelos dois textos que acabamos de ler, um da Bíblia e outro do Espírito de Profecia, percebemos que Jesus não assoprava uma pessoa sobre os homens. Nem a Bíblia nem o Espírito de Profecia mencionam que uma pessoa ou um fantasma saía da boca de Jesus e entrava dentro dos homens. O que saía da boca de Jesus era uma espécie de “vento”. Assim, percebemos claramente que o Espírito de Cristo e a terceira pessoa “da Divindade” ou “a partir da Divindade” são coisas distintas. Entretanto, apesar de serem distintos, ambos têm a mesma função – capacitar o homem a vencer o pecado. Se o Espírito de Cristo e a terceira pessoa não são a mesma coisa, mas possuem a mesma função, só podemos chegar a uma conclusão lógica que harmoniza estas duas afirmações: a de que os dois (o Espírito de Cristo e a terceira pessoa) trabalham juntos, ou seja, se combinam, para o mesmo propósito - habilitar o homem a vencer o pecado. Como eles (o Espírito de Cristo e a terceira pessoa) se combinam? Podemos compreender isto pela própria das duas afirmativas extraídas do texto do livro Desejado de Todas as Nações que vimos a pouco. A primeira afirma que “só” se pode resistir ao pecado mediante a operação da terceira pessoa “da Divindade” ou “a partir da Divindade”. A palavra “operação”, contida na afirmativa, significa que a terceira pessoa possui uma participação ativa neste processo, ou seja, é ela que opera para que o homem seja capacitado a vencer o pecado. A segunda afirmativa, por sua vez, demonstra uma ação que poderíamos nominar de “passiva”, uma vez que diz apenas que Cristo “deu” Seu Espírito. Assim, enquanto a terceira pessoa é representada como um agente ativo, o Espírito de Cristo é representado como agente por assim dizer “passivo”, que é concedido para que a terceira pessoa opere. Percebemos então o seguinte processo implícito: - A terceira pessoa vem na plenitude do divino poder. Isto porque vem aos homens trazendo o Espírito de Cristo, como um poder divino. A Bíblia afirma que em Cristo habita, corporalmente, toda a “plenitude do divino poder”, a plenitude da Divindade: “...Cristo; porquanto, nEle, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade.” Colossenses 2:8,9 Em Cristo “habita” toda a plenitude da divindade. Assim, Seu Espírito é a “plenitude do divino poder”, pois nele habita corporalmente a plenitude do divino poder. O texto do livro Desejado de Todas as Nações afirma que a terceira pessoa vem na plenitude do divino poder, mas não afirma que na terceira pessoa “habita” a plenitude do divino poder. Isto ocorre somente com Cristo. Percebemos então que, uma vez que não habita a plenitude do divino poder na terceira pessoa, ela precisa recebê-la de alguém para que possa vir à terra na plenitude do divino poder. De quem então ela recebe a plenitude do divino poder? Ela o recebe da pessoa na qual reside a plenitude do divino poder, ou seja, de Cristo. Ele envia o Seu Espírito, que é a plenitude do divino poder, como um poder divino, através da terceira pessoa. Assim, de fato o homem só pode vencer o pecado através da poderosa operação da terceira pessoa, que vem na plenitude do divino poder, porque é ela quem traz o poder divino, contido no Espírito de Cristo, que habilita o homem a vencer o pecado. Perceba que o texto do livro O Desejado de Todas as Nações, que estamos analisando afirma que o homem pode vencer o pecado não através do poder da terceira pessoa, e, sim, através da operação da terceira pessoa, pois o homem só pode vencer o pecado através do poder de Cristo. Assim a “operação” da terceira pessoa é a ação de trazer o poder divino, o “Espírito” que recebeu de Cristo para os homens. Dentro do contexto que analisamos acima, temos dois elementos distintos, ou entidades, que entitulamos de Espírito Santo. O primeiro é a “terceira pessoa da Divindade”, ou a partir da Divindade”. O segundo, é o Espírito de Cristo, a plenitude do divino poder. Vamos agora procurar saber o que significa cada um destes dois elementos. Assim, o primeiro que procuraremos entender é:
3. 1 - O que é a “plenitude do poder divino”? Já vimos, pelo estudo do texto do livro Desejado de Todas as Nações, pág. 671, que acabamos de fazer, que o Espírito de Cristo é a plenitude do poder divino manifestada. O capítulo do livro no qual este texto está inserido está comentando sobre a vinda do “Consolador”, mencionado por Jesus em João 14:16. Assim, o “Consolador” corresponde à plenitude do poder divino, o Seu Espírito que seria outorgado para os discípulos. Sobre o “Consolador”, o Salvador assim o disse: “Eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco.” O termo da língua grega que dá origem à palavra “outro” na tradução para o português é “allos”. Allos significa “outro de mesma natureza”. Assim, em João 14:16, Jesus está afirmando que seria enviado um Consolador de natureza divina. Mas qual é a natureza divina? O profeta Samuel, ao conversar com Saul, referindo-se a Cristo, nos dá uma informação importante sobre este ponto: “Então, Samuel lhe disse: O Senhor rasgou, hoje, de ti o reino de Israel e o deu ao teu próximo, que é melhor do que tu. Também a Glória de Israel não mente, nem se arrepende, porquanto não é homem, para que se arrependa.” 1 Samuel 15:29 Samuel chama a Jesus, o filho de Deus de “Glória”. O profeta Jeremias faz o mesmo em seu livro: “Houve alguma nação que trocasse os seus deuses, posto que não eram deuses? Todavia, o meu povo trocou a sua Glória por aquilo que é de nenhum proveito.” Jeremias 2:11 Ezequiel, ao ver Jesus em seu estado divino, chamou-o de “glória do Senhor”: “Então, se levantou a glória do SENHOR de sobre o querubim, indo para a entrada da casa; a casa encheu-se da nuvem, e o átrio, da resplandecência da glória do SENHOR.” Ezequiel 10:4 “E eis que, do caminho do oriente, vinha a glória do Deus de Israel; a sua voz era como o ruído de muitas águas, e a terra resplandeceu por causa da sua glória.” Ezequiel 43:2 Ezequiel diz que a voz da glória era como a voz de muitas águas, a mesma expressão utilizada pelo apóstolo João para descrever a voz de Jesus quando glorificado: “Os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas.” Apocalipse 1:15 Assim, percebemos claramente que, segundo a Bíblia, Jesus é a própria Glória, tanto que é inclusive chamado de Glória em diversos versículos. Por isso sua glória era vista quando Sua presença adentrava o santuário: “Tendo Salomão acabado de orar, desceu fogo do céu e consumiu o holocausto e os sacrifícios; e a glória do SENHOR encheu a casa. Os sacerdotes não podiam entrar na Casa do SENHOR, porque a glória do SENHOR tinha enchido a Casa do SENHOR. Todos os filhos de Israel, vendo descer o fogo e a glória do SENHOR sobre a casa, se encurvaram com o rosto em terra sobre o pavimento, e adoraram, e louvaram o SENHOR, porque é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre.” II Crônicas 7:1-3 Por ser Glória, Jesus é também chamado de o “Rei da Glória” e o “Deus da Glória”: “Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó portais eternos, para que entre o Rei da Glória. Quem é esse Rei da Glória? O SENHOR dos Exércitos, ele é o Rei da Glória.” Salmos 24:9,10 “Ouve-se a voz do SENHOR sobre as águas; troveja o Deus da glória; o SENHOR está sobre as muitas águas. A voz do SENHOR faz dar cria às corças e desnuda os bosques; e no seu templo tudo diz: Glória!” Salmos 29:3,9 Assim, se há algum termo que represente a natureza divina, este termo chama-se glória: “E cantarão os caminhos do SENHOR, pois grande é a glória do SENHOR.” Salmo 138:5 Se Jesus, o Deus Filho, é Glória, o Deus Pai também o é, pois Ele afirmou: “Eu e meu Pai somos um.” João 10:30. Deus Pai é o Deus da glória, pois a própria Bíblia o chama de Glória, em II Pedro 1:17: “Porque não vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo seguindo fábulas engenhosamente inventadas, mas nós mesmos fomos testemunhas oculares da sua majestade, pois ele recebeu, da parte de Deus Pai, honra e glória, quando pela Glória Excelsa lhe foi enviada a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.” II Pedro 1:16,17 Sabemos que foi Deus, o Pai, quem enviou a voz dizendo “Este é meu Filho amado em quem me comprazo.” Pedro afirma que a Glória Excelsa foi quem enviou a voz, chamando portanto o Pai de Glória Excelsa. Foi o Deus Pai, a Glória Excelsa, quem deu a glória a Jesus Cristo, segundo o Filho mesmo afirma: “E, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo. ... Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; ... Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo.” João 17: 5, 22, 24 Se o termo que define a natureza do Pai e do Filho é a “glória”, o “Consolador”, o Espírito Santo, mencionado por Jesus, por ser de natureza divina, deveria então estar relacionado com a glória. Jesus disse que o “Consolador” procederia do Pai: “Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim;” João 15:26 O Consolador é o Espírito da Verdade, que procederia do Pai. O termo “procede” encontrado neste verso é a tradução do termo grego “ekporeuomai”, que significa “vir de dentro”. Este mesmo termo aparece em Mateus 4:4, onde Jesus diz: “nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que procede [ekporeuomai] da boca de Deus.” Assim como a palavra sai de “dentro” do ser, o “Consolador” sai de “dentro” do Pai, conforme explica Jesus. Ora, se o Pai é o Deus da Glória, o que sairá de dentro dEle? A própria Glória. Assim, o “Consolador”, o Espírito da Verdade, realmente é da mesma natureza de Jesus, pois procede do Pai (que é Glória), e portanto é a Glória. É da mesma natureza de Jesus, pois Jesus é Glória. Não é um ser separado de Jesus, pois sai de dentro do próprio Pai, sendo portanto algo inerente ao Pai, ou seja, um atributo do Pai a ser concedido. O conceito acima apresentado (“Consolador”, Espírito da Verdade = Glória) fica mais claro ao estudarmos o batismo de Jesus. Após o batismo, Mateus menciona o seguinte: “Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele.” Mateus 3:16 O texto é claro em afirmar que o Espírito de Deus desceu sobre Jesus na forma de uma pomba. Este Espírito é o mesmo “Consolador” mencionado em João 14:16, pois vem da mesma fonte (Deus Pai). Vejamos então como o Espírito de Profecia descreve este evento: “Ao sair da água, Jesus se inclinou em oração à margem do rio. ... O olhar do Salvador parece penetrar o Céu ao derramar a alma em oração. ... Suplica ao Pai poder para vencer a incredulidade deles, quebrar as cadeias com que Satanás os escravizou, e derrotar, em seu benefício, o destruidor. Pede o testemunho de que Deus aceite a humanidade na pessoa de Seu Filho. Nunca dantes os anjos haviam ouvido tal oração. Anseiam trazer a Seu amado Capitão uma mensagem de certeza e conforto. Mas não; o próprio Pai responderá à petição do Filho. Diretamente do trono são enviados os raios de Sua glória. Abrem-se os céus, e sobre a cabeça do Salvador desce a forma de uma pomba da mais pura luz – fiel emblema dEle, o Manso e Humilde. ... João ficara profundamente comovido ao ver Jesus curvado como suplicante, rogando com lágrimas a aprovação do Pai. Ao ser Ele envolto na glória de Deus, e ouvir-se a voz do Céu, reconheceu o Batista o sinal que lhe fora prometido por Deus.” DTN, págs. 111, 112 “Satanás com toda a sua sinagoga - pois Satanás professa ser religioso - determinaram que Cristo não devia executar os conselhos do Céu. Depois de Cristo ser batizado, curvou-Se nas margens do Jordão; e nunca antes ouvira o Céu tal oração como a que saiu de Seus lábios divinos. Cristo tomou sobre Si nossa natureza. A glória de Deus, em forma de uma pomba de ouro polido, pousou por sobre Ele e, da infinita glória, foram ouvidas estas palavras: "Este é o Meu Filho amado, em quem Me comprazo." Mat. 3:17.” Temperança. pág. 284 Enquanto o texto bíblico afirma que o Espírito Santo veio sobre Jesus na forma de uma pomba, o Espírito de Profecia deixa claro que esta pomba era feita da mais pura luz, esta composta por raios da glória do Pai. A seqüência do texto confirma que João Batista viu a Glória de Deus envolvendo a Jesus. O agente “Consolador”, de natureza divina, que age como regenerador no processo de santificação do homem, é a própria glória do Pai. Através da ação da glória, o homem é conduzido pelo caminho da santificação até a terminação do trabalho da graça na alma, que é chamada de “glorificação”. O próprio termo “glorificação” significa “ser elevado à glória celestial”. Assim, o Espírito Santo é a própria glória que conduz à santificação e à glorificação, que representa o final do processo de santificação. Temos um exemplo bem claro disto no Espírito de Profecia, quando este menciona a glorificação dos 144.000 ao final do tempo de angústia: “Ao declarar Deus a hora, verteu sobre nós o Espírito Santo, e nosso rosto brilhou com o esplendor da glória de Deus, como aconteceu com Moisés, na descida do monte Sinai.” Primeiros Escritos, pág. 15 Assim, a partir do momento em que o homem aceita a Jesus como seu Salvador e é por Ele justificado, passa a receber mais e mais da glória (Espírito de Deus) durante o processo de santificação, até que este seja glorificado, terminando-se assim o trabalho de santificação pela glória (Espírito) de Deus. O apóstolo Paulo explica este processo de maneira bem detalhada: “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito.” 2 Coríntios 3:18 No texto acima, Paulo afirmou que, durante o processo de santificação, nós vamos contemplando a glória de Deus como por espelho. Nós não podemos receber diretamente a plenitude da glória de Deus, pois então seríamos fulminados, uma vez que a glória de Deus é como fogo consumidor: “O aspecto da glória do SENHOR era como um fogo consumidor no cimo do monte, aos olhos dos filhos de Israel.” Êxodo 24:17 Assim, precisamos receber esta glória não em sua plenitude, mas como por um espelho, para que a possamos suportar. Recebemos uma medida da glória (Espírito) de Deus, que nos abre o entendimento para compreendermos melhor a verdade e andarmos nela. Ao andarmos na verdade que passamos a compreender, ser-nos-á concedida mais glória (mais uma porção do Espírito), e desta forma vamos sendo transformados de glória em glória, na imagem e semelhança de Jesus, o Senhor. Jesus, quando estava vivendo na Terra como homem, pediu a Deus que o glorificasse, isto pouco antes de Sua crucifixão: “Tendo Jesus falado estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti, ...e, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo.” João 17: 1, 5 Como entendemos que o “Consolador” , o Espírito Santo da promessa é a própria glória, percebemos que, ao Jesus pedir ao Pai que o glorificasse, estava pedindo que o Pai lhe concedesse a promessa do Espírito Santo (que é a glória). A Bíblia afirma que Deus atendeu a oração de Seu Filho. Analise os seguintes textos: “A este Jesus Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas. Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis.” Atos 2:32, 33 “Cristo, ... que, por meio dele, tendes fé em Deus, o qual o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, de sorte que a vossa fé e esperança estejam em Deus.” I Pedro 1: 19-21 Enquanto o texto de Atos mostra que Deus atendeu a oração de Jesus, dando-lhe o Espírito Santo, o texto de Pedro afirma que o que Jesus recebeu a glória, confirmando mais uma vez ser o Espírito Santo “Consolador” a glória. Ainda sobre o texto de Atos, verificamos que Jesus recebeu o Espírito Santo (glória) do Pai, e enviou para os discípulos. Assim, os discípulos receberam uma porção especial da glória do Pai, por ocasião do Pentecostes. Percebemos que esta também era a glória do Filho, pois primeiramente Ele a recebeu para que depois a enviasse em grande medida. Entendemos, portanto, que o Espírito de Cristo, mencionado no texto do livro “O Desejado de Todas as Nações, pág. 671”, que vimos a pouco, que seria dado aos discípulos após a Sua ascensão como agente regenerador e capacitador para que o homem vencesse o pecado, era a Sua própria glória. Esta era a Glória que Ele receberia do Pai após sua ascensão. Tendo recebido esta glória, enviou-a em especial medida para os discípulos. Uma vez que a plenitude do poder divino é o Espírito de Cristo, como vimos no início desta seção, temos que a plenitude do poder divino representa a plenitude da própria glória de Cristo. Assim, quando o texto afirma que a terceira pessoa viria na plenitude do divino poder, isto significa que esta pessoa receberia a plenitude do poder de Cristo e o derramaria sobre os discípulos. Deste modo, o processo para a outorga do Espírito aos discípulos descrito no livro “O Desejado de Todas as Nações, pág. 671” pode ser exemplificado da seguinte forma: 1 – O Pai, atendendo a oração de Jesus, dá glória ao Seu Filho (o glorifica – ver I Ped. 1:21); 2 – Jesus, tendo recebido a promessa do Pai, concede a plenitude de Sua glória, que é o Seu Espírito, à terceira pessoa (Atos 2:32, 33; DTN pág. 671); 3 – Mediante a operação da terceira pessoa, a glória é concedida aos discípulos (DTN pág. 671), na medida do que estes podem suportar (II Cor. 3:18). Obs.: Estudaremos quem é a terceira pessoa na próxima seção. Com base no que vimos até aqui, percebemos que realmente o “Consolador” já habitava com os discípulos, quando Jesus afirmou em João 14:17: “ele habita convosco”. Isto porque uma porção pequena da glória (Espírito) de Deus já estava com eles. Deus já a havia concedido, principalmente por ocasião da grande comissão, quando Jesus designou setenta para que o precedessem nos lugares por onde Ele iria passar (ver Lucas 10:1. 17-19). Compreendemos também porque Jesus afirmou que se Ele não fosse, o “Consolador” não viria (João 16:7). Enquanto Jesus não fosse ao Céu, não seria glorificado pelo Pai, e não poderia portanto enviar a glória, através da terceira pessoa, para os discípulos.
3.2 - O que está contido na glória (Espírito) de Deus? O Espírito de Profecia menciona alguns elementos que estão contidos na glória (Espírito) de Deus. Leiamos o texto: “Os que se levantaram com Jesus enviavam sua fé a Ee no santíssimo, e oravam: “Meu Pai, dá-nos Teu Espírito.” Então Jesus assoprava sobre eles o Espírito Santo. Neste sopro havia luz, poder e muito amor, gozo e paz.” Primeiros Escritos, pág. 55 Vemos aqui cinco elementos explícitos contidos na glória (Espírito) de Deus, que Jesus assopra sobre os santos: Luz; Poder; Amor; Gozo e Paz.
1 - Luz O fato de a glória, que é o “Consolador”, conter muita luz explica o texto de João 14:26: “Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.” João 14:26 Sem a iluminação divina, não podemos lembrar as palavras de esperança e conforto uma vez pronunciadas pelo Salvador e expressas em Sua Palavra, e nem compreender as verdades bíblicas. À medida que vamos recebendo glória, vamos compreendendo mais e mais as verdades bíblicas. Por isto vamos crescendo de “glória” em “glória”, espiritualmente (II Cor. 3:18). Também é a iluminação proporcionada pela glória de Cristo (o Espírito Consolador) que capacita os homens a compreender o amor de Deus. Sobre o “Consolador”, Ellen G. White afirma o seguinte: “ 'Aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em Meu nome, Esse vos ensinará todas as coisas.' Não haveis mais de dizer: Não posso compreender. Não vereis por um espelho, imperfeitamente. Sereis capazes 'de compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento'.” O Desejado de Todas as Nações, pág. 670 O texto acima afirma que, através da luz trazida pela glória, o Espírito Santo, o homem seria habilitado a compreender o amor de Cristo, que excede todo o entendimento. Este processo está bem descrito na carta de Paulo aos Efésios: “Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai, ... para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior; e, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus.” Efésios 3:14, 16-19 Paulo descreve com precisão o processo de operação do Espírito Santo. Primeiramente, ele pede ao Pai para que os efésios sejam fortalecidos com poder segundo a glória de Deus. Como a glória traz consigo o poder, Paulo pede ao Pai para que os efésios recebam a glória, que é o Espírito, e ela esteja no interior deles. Estando a glória no interior deles, o poder naturalmente também o estará. Em seguida, Paulo afirma que é desta forma que Cristo habita no coração: assim, habite Cristo no vosso coração pela fé. Mediante a iluminação trazida pela glória (Espírito), os efésios seriam capacitados a compreender qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo.
2 - Poder Uma vez que a glória de Jesus contém também poder, podemos entender com facilidade o textos como os seguintes: “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele;” Atos 10:38 “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.” Atos 1:8 Quando Deus deu a Jesus Cristo a glória, após Ele ascender ao Céu, junto com ela também foi outorgado o poder, porque a glória também contém poder. Sabemos que Jesus recebeu todo o poder após ascender ao Céu, pois Ele mesmo afirmou isto aos discípulos: “Então Jesus chegou perto deles disse: Deus deu-me todo o poder no Céu e na Terra.” Mateus 28:18
3 - Amor A Bíblia afirma que Deus é amor: “E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele.” I João 4:16 “Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor.” 1 João 4:8 “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade,” Gálatas 5:22 Como a glória contém também amor, uma vez que Deus é glória Ele também é amor. Além disso, o amor é apresentado como um dos frutos do Espírito. Uma vez que o Espírito é a glória, e o amor é um dos atributos da glória, temos mais uma vez a confirmação de que o “Consolador”, o Espírito, é a glória.
4 - Gozo “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.” Romanos 14:17 “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade,” Gálatas 5:22 Uma vez que o “Consolador”, o Espírito Santo, é a glória, e esta contém alegria, é claro que aqueles que a recebem sentirão alegria. É por isso que ela é um dos frutos do Espírito.
5 – Paz “Glória, porém, e honra, e paz a todo aquele que pratica o bem, ao judeu primeiro e também ao grego.” Romanos 2:10 O texto que vimos acima afirma que quem recebe a glória recebe também a paz. Uma vez que a glória é o Espírito, quem recebe também a paz. A Bíblia confirma isto em várias passagens. Apresentamos abaixo apenas algumas delas: “Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz.” Romanos 8:6 “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.” Romanos 14:17 Por fim, como a glória carrega também a paz, um dos frutos que ela produz naqueles que a recebem é a paz: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade.” Gálatas 5:22
O conceito de que o “Consolador”, o Espírito Santo da promessa, é a glória de Jesus, que lhe foi outorgada pelo Pai, transmitida aos homens, parece ter sido entendido por Ellen G. White ao lermos uma série de seus testemunhos. Apresentamos a seguir um que parece deixar claro que ela compreendeu este conceito: “Por meio de Cristo deveria cumprir-se o propósito de que era um símbolo o tabernáculo – aquela construção gloriosa, com suas paredes de ouro luzente refletindo em matizes do arco-íris as cortinas bordadas com querubins; a fragrância do incenso, sempre a queimar, a invadir tudo; os sacerdotes vestidos de branco imaculado; e no profundo mistério do compartimento interior, acima do propiciatório, entre as figuras de anjos prostrados em adoração, a glória do Santíssimo. Em tudo Deus desejava que Seu povo lesse o propósito para com a alma humana. Era o mesmo propósito muito mais tarde apresentado pelo apóstolo Paulo, falando pelo Espírito Santo: “Não sabeis vós que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” I Cor. 3:16” A Verdade Sobre os Anjos, pág. 101 Ela faz neste texto um comparativo de glória de Jesus, o Shekiná, que habitava no lugar Santíssimo do santuário terrestre, com homem como sendo o templo de Deus, onde também deve habitar a glória divina. Ainda no mesmo texto, ela afirma que era exatamente este comparativo que Paulo estava fazendo ao dizer que o Espírito de Deus habita em nós. Parece também que ela entendia o conceito de o Espírito de Cristo ser a Sua própria glória imputada passo a passo no homem ao mencionar reiteradas vezes o Espírito Santo “Consolador”, como sendo o Espírito de Cristo. Citamos como exemplo um texto onde ela deixa transparecer isto: “Cristo presente com os crentes pelo Espírito Santo – “E eu rogarei ao Pai, e Ele dará a vocês outro Consolador, que estará sempre convosco; o Espírito da verdade; o qual o mundo não pode receber, porque não o viu, nem o conhece: mas vós o conheceis; porque Ele habita em vós, e estará em vós” [João 14:16,17]. Cristo estava para partir para Seu lar nas cortes celestiais. Mas Ele garantiu aos Seus discípulos que Ele enviaria para Eles outro Consolador, que estaria com eles para sempre. Todos os crentes em Cristo poderiam confiar implicitamente na guia deste Consolador. Ele é o Espírito da verdade, mas esta verdade o mundo não pode discernir nem receber. Antes de os deixar, Cristo deu aos Seus seguidores uma promessa positiva de que após a Sua ascensão Ele iria enviar para Eles o Espírito Santo. “Portanto ide,” Ele disse, “e ensinai a todas as nações, batizando-as em nome do Pai [um Deus pessoal] e do Filho [um Salvador pessoal], e do Espírito Santo [enviado do Céu para representar a Cristo]: ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado: e eis que Estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.” [Mat. 28:19, 20]. Cita João 14:26-28.] Esta garantia positiva foi dada para os discípulos, para ser dada a todos que crêem nEle até ao final da história terrestre. Cristo queria que Seus discípulos entendessem que Ele não os deixaria órfãos. “Não os deixarei desamparados,” Ele declarou; “Voltarei para vós. Ainda um pouco, e o mundo não Me verá mais; mas vós me vereis: porque eu vivo, vós também vivereis” [versos 18 e 19]. Uma preciosa, gloriosa garantia de vida eterna! Mesmo estando Ele para Se ausentar, sua relação com Ele era para ser como a de uma criança com seu pai. A influência do Espírito Santo é a vida de Cristo na alma. Nós não vemos Cristo e falamos com Ele, mas Seu Espírito está tão perto de nós em um lugar como em outro. Aqueles nos quais habita o Espírito revelam os frutos do Espírito – amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé,” – Manuscript Releases, Vol. 12, pág. 260; MS. 41, 1897, pp. 7-11 (“Words of Confort”). White Estate Washington, D.C. March 31, 1983 Perceba que no texto acima ela comenta o “Consolador”, o Espírito da Santo da promessa, afirma ser este o mesmo da fórmula batismal de Mateus 28:19, e diz que este é o Espírito de Cristo. Em verdade, à luz do que já conhecemos, percebemos que ela está se referindo neste texto à gloria de Cristo, que é o Espírito Santo da promessa, e não à terceira pessoa, que efetua a operação de levar esta glória aos homens. Quando a glória de Cristo chega até os homens, isto vale pela Sua própria presença, uma vez que Cristo mesmo é glória (I Samuel 15: 29, Ezequiel 43: 2). Compreendendo isto, percebemos que não há qualquer mal em se denominar Cristo como sendo o próprio Espírito Santo, uma vez que ambos são glória. É neste sentido que a Bíblia chama Jesus de Espírito Santo em Atos 20:28: “Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue.” Atos 20:28
3.3 - O homem tomado de “toda a plenitude de Deus” É a iluminação proporcionada pela glória de Cristo (o Espírito Consolador) que capacita os homens a compreender o amor de Deus. Sobre o “Consolador”, Ellen G. White afirma o seguinte: “”Aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em Meu nome, Esse vos ensinará todas as coisas.” Não haveis mais de dizer: Não posso compreender. Não vereis por um espelho, imperfeitamente. Sereis capazes “de compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento”.” O Desejado de Todas as Nações, pág. 670 O texto acima afirma que, através da luz trazida pela glória, o Espírito Santo, o homem seria habilitado a compreender o amor de Cristo, que excede todo o entendimento. Este processo está bem descrito na carta de Paulo aos Efésios: “Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai, ... para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior; e, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus.” Efésios 3:14, 16-19 Paulo descreve com precisão o processo de operação do Espírito Santo. Primeiramente, ele pede ao Pai para que os efésios sejam fortalecidos com poder segundo a glória de Deus. Como a glória traz consigo o poder, Paulo pede ao Pai para que os efésios recebam a glória, que é o Espírito, e ela esteja no interior deles. Estando a glória no interior deles, o poder naturalmente também o estará. Em seguida, Paulo afirma que é desta forma que Cristo habita no coração: assim, habite Cristo no vosso coração pela fé. Mediante a iluminação trazida pela glória (Espírito), os efésios seriam capacitados a compreender qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo. Por fim, Paulo afirma que é através da glória de Cristo imputada aos crentes efésios que eles seriam tomados de toda a plenitude de Deus. Perceba que esta é a mesma expressão que aparece no texto do livro “O Desejado de Todas as Nações”, pág. 671. O texto do livro sugere que a terceira pessoa vem na plenitude do divino poder. Assim, mediante a operação da terceira pessoa, a plenitude do divino poder, que sabemos ser a plenitude da glória de Cristo, é comunicada aos homens, a fim de que eles sejam tomados de toda a plenitude de Deus, como afirma o texto de Efésios 3:19.
3.4 - Terceira pessoa “da” Divindade ou “a partir” da Divindade? Para concluirmos a análise das duas afirmativas do texto extraído do livro “O Desejado de Todas as Nações”, pág. 671, teríamos que compreender o seguinte: qual é o entendimento correto: “terceira pessoa da Divindade, ou “terceira pessoa a partir da Divindade”? Para relembrarmos dele, vamos lê-lo novamente: “Ao pecado só se poderia resistir e vencer por meio da poderosa operação da terceira pessoa a [da / a partir da] Divindade, a qual viria, não como energia modificada, mas na plenitude do divino poder. É o Espírito que torna eficaz o que foi realizado pelo Redentor do mundo. É por meio do Espírito que o coração é purificado. Por Ele torna-se o crente participante da natureza divina. Cristo deu Seu Espírito como um poder divino para vencer toda a tendência hereditária e cultivada para o mal, e gravar Seu próprio caráter em Sua igreja.” DTN, pág. 671 Já estudamos, neste material, que este texto apresenta dois agentes que capacitam o homem a resistir o pecado: a terceira pessoa e o Espírito de Cristo. na seção anterior, vimos que o Espírito de Cristo é a Sua glória, e representa a plenitude do Seu poder que é comunicada aos homens mediante a operação da terceira pessoa. Vimos também que este processo se processa da seguinte forma: 1 – O Pai, atendendo a oração de Jesus, dá glória ao Seu Filho (o glorifica – ver I Ped. 1:21); 2 – Jesus, tendo recebido a promessa do Pai, concede a plenitude de Sua glória, que é o Seu Espírito, à terceira pessoa (Atos 2:32, 33; DTN pág. 671); 3 – Mediante a operação da terceira pessoa, a glória é concedida aos discípulos (DTN pág. 671), na medida do que estes podem suportar (II Cor. 3:18). Pela análise do processo, percebemos que a terceira pessoa recebe a plenitude do poder divino de Cristo e o comunica para os homens. Resta-nos agora responder dois questionamentos: a) Quem é a terceira pessoa? A tradução correta do texto será “terceira pessoa da divindade”, ou “terceira pessoa a partir da Divindade”? b) Como se processa a operação da terceira pessoa, ou seja, como ela recebe a plenitude do poder divino de Cristo e o outorga aos homens? A fim de facilitar a didática de nosso estudo, iremos responder uma pergunta de cada vez. Assim, primeiramente, responderemos à primeira pergunta: a) Quem é a terceira pessoa? A tradução correta do texto será “terceira pessoa da Divindade”, ou “terceira pessoa a partir da Divindade”? Para responder isto, analisemos primeiramente os textos onde Ellen G. White apresenta o termo “third person of Godhead”, que pode tanto ser traduzido como “terceira pessoa a partir da Divindade” como “terceira pessoa da Divindade”. O primeiro texto que trazemos a lume é o próprio texto extraído do livro “O Desejado de Todas as Nações”, pág. 671, que estamos analisando: “Ao pecado só se poderia resistir e vencer por meio da poderosa operação da terceira pessoa a [da / a partir da] Divindade, a qual viria, não como energia modificada, mas na plenitude do divino poder.” DTN, pág. 671 (Obs. 1: Embora o texto do livro em português apresente o termo “Trindade”, o original em inglês traz o termo “Godhead”, cuja tradução correta é “Divindade”. Por isso, colocamos o termo “Divindade” no texto acima. Obs. 2: Os termos [da / a partir da] são as duas traduções possíveis do termo “of” existente no texto original, considerando-se a língua inglesa na época em que o texto foi escrito, por volta de 1890. Assim, a preposição “of” pode tanto ser traduzida como “da”, como também ser traduzida “a partir da”) Uma vez que este texto foi analisado na primeira seção deste material, apresentamos novamente o que foi visto de forma um pouco mais resumida, apenas para lembrar a você do que já foi visto. Dividimos a frase em duas partes, para compreendermos seu significado: 1 - Ao pecado só se poderia resistir e vencer por meio da poderosa operação da terceira pessoa a [da / a partir da] Divindade Esta frase está comentando sobre a “terceira pessoa da Divindade”, ou “a partir da Divindade”. Assim, ela nos dá todas as evidências de estar tratando da mesma pessoa descrita no texto de Special Testimonies Series B, analisado na seção 1, a terceira do trio celestial. 2 - A qual viria, não como energia modificada, mas na plenitude do divino poder. Enquanto o texto anterior afirmava que esta pessoa era, ou representava um terceiro grande poder, o Espírito Santo, o texto que estamos analisando afirma que esta pessoa viria na plenitude do divino poder. Perceba que o texto diz apenas isto. Não afirma se esta pessoa possui em si mesma a plenitude o divino poder, nem tampouco afirma que nela habita a plenitude do divino poder. Apenas afirma que esta pessoa viria na plenitude do divino poder. Assim, o texto acima não está afirmando que esta pessoa é um Deus, pois em um Deus habita corporalmente toda a plenitude da divindade (Ex.: Cristo – ver Colossenses 2:9). Entender isto a partir do texto acima, significa ir além do que está escrito. Outro textos do Espírito de Profecia que dissertam sobre a terceira pessoa, nos dão um pouco mais de informações e podem contribuir no processo de identificá-la. Apresentamos abaixo alguns deles: “Cumpre-nos cooperar com os três poderes mais altos no Céu – o Pai, o Filho e o Espírito Santo – e esses três poderes operarão por meio de nós, fazendo-nos coobreiros de Deus.” Special Testimonies, Series B, Nº 7, pág. 51 (1905) / Evangelismo, pág. 617 Até o momento, pelos textos que analisamos, obtivemos as seguintes informações sobre a “terceira pessoa a partir da Divindade” ou “terceira pessoa da Divindade”: -É uma pessoa (DTN pág. 671); -É um grande poder (Special Test. Series B Nº7, pág. 63; Ev. Pág. 617) -É um dos três poderes mais altos do Céu (Special Test. Series B. Nº 7, pág. 51 / Ev. 617) Para compreendermos quem é a terceira pessoa, vamos pesquisar as informações que possuímos na Bíblia e no Espírito de Profecia sobre a origem dos seres desde os tempos mais remotos, para identificarmos se a terceira pessoa teve alguma origem, e se teve, quando surgiu e quem ela é. Está claro para nós que, se existe uma “terceira pessoa da Divindade”, ou “terceira pessoa a partir da Divindade”, também existe uma segunda pessoa da Divindade e uma primeira pessoa da Divindade. Biblicamente falando, e também como já vimos no início deste material, inquestionavelmente reconhecemos ser Deus, o Pai, a primeira pessoa da Divindade, ou a partir da Divindade, aquele de quem são todas as coisas, tal como nos coloca o texto de I Coríntios 8:6: “Todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também, por ele.” A Bíblia também nos mostra uma segunda pessoa da Divindade, ou a partir da Divindade, pelo qual são todas as coisas, na qual habita a plenitude da Divindade, porque ao Deus Pai, a primeira pessoa, aprouve que nela residisse a plenitude: “...E um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também, por ele.” I Coríntios 8:6 “Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo; porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade.” Colossenses 2:8,9 “Porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude” Colossenses 1:19 Assim, Cristo é, sem dúvida, a segunda pessoa “da Divindade”, ou “a partir da Divindade”. Ao pesquisarmos o Espírito de Profecia, no que tange aos seres existentes desde os primórdios da eternidade, percebemos que nestes escritos há informações bastante pertinentes ao nosso objetivo – definir quem é a terceira pessoa, mencionada por Ellen G. White na passagem do livro “Desejado de Todas as Nações”, pág. 671, que estamos analisando. Trazemos a seguir ao lume as citações mais esclarecedoras que encontramos. a.1) O Princípio “"Deus é amor." Sua natureza, Sua lei, são amor. Assim sempre foi; assim sempre será. "O Alto e o Sublime, que habita na eternidade", "cujos caminhos são eternos", não muda. NEle "não há mudança nem sombra de variação."... O Soberano do Universo não estava só em Sua obra de beneficência. Tinha um companheiro - um cooperador que poderia apreciar Seus propósitos, e participar de Sua alegria ao dar felicidade aos seres criados. "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus." João 1:1 e 2. Cristo, o Verbo, o Unigênito de Deus, era um com o eterno Pai - um em natureza, caráter, propósito - o único ser que poderia penetrar em todos os conselhos e propósitos de Deus.” Patriarcas e Profetas, págs. 33, 34 O texto acima nos mostra como foi o princípio de tudo. No princípio da eternidade, havia Deus o Pai, e Jesus o Filho. Segundo o texto acima, Jesus, o Filho, era um em natureza, caráter e propósito com o Pai. O texto afirma também que Jesus era o único ser que possuía esta prerrogativa. Assim, no princípio de tudo, haviam apenas dois seres, Deus e Jesus. Outro texto do Espírito de Profecia coloca isto de forma bem clara: “Antes que os homens ou anjos fossem criados, “o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. João 1:1.” A Verdade Sobre os Anjos, pág. 23 a.2) Quem veio à existência depois de Deus e Cristo? Vimos, pelos textos do Espírito de Profecia acima apresentados, que no princípio haviam dois seres, Deus e Jesus Cristo – a primeira e segunda pessoas “da”, ou “a partir da” Divindade. Após isto, a primeira referência que a mensageira nos dá quanto à existência de outros seres aparece no relato da criação das inteligências celestiais, os anjos: “O Pai operou por Seu Filho na criação de todos os seres celestiais. "NEle foram criadas todas as coisas, ... sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades: tudo foi criado por Ele e para Ele." Col. 1:16. Os anjos são ministros de Deus, radiantes pela luz que sempre flui de Sua presença, e rápidos no vôo para executarem Sua vontade. Mas o Filho, o Ungido de Deus, "a expressa imagem de Sua pessoa", o "resplendor da Sua glória", "sustentando todas as coisas pela palavra do Seu poder", tem a supremacia sobre todos eles.” Patriarcas e Profetas, pág. 34 “Quando o Senhor criou esses seres [angélicos] parar estarem diante de Seu trono, eram eles belos e gloriosos. Sua amabilidade e santidade equivaliam a sua exaltada posição. Estavam investidos da sabedoria de Deus e cingidos com a armadura celestial.” A Verdade Sobre os Anjos, pág. 26 Segundo os textos que vimos acima, após o Pai e o Filho, foram criados os seres celestiais, os anjos. Estes foram “investidos da sabedoria de Deus e cingidos com a armadura celestial”, o que demonstra sua exaltada posição. Entre os anjos que foram criados, um foi exaltado para ser o líder de todas as inteligências celestiais: “Deus o fez [a Lúcifer] bom e formoso, tão semelhante quanto possível a Si próprio” A Verdade Sobre os Anjos, pág. 26 “Deus o havia feito [a Lúcifer] nobre, havendo-lhe outorgado ricos dotes. Concedeu-lhe elevada posição de responsabilidade. Nada lhe pediu que não fosse razoável. Deveria ele administrar o cargo que Deus lhe atribuíra, num espírito de mansidão e devoção, buscando promover a exaltação de Deus, o qual lhe dera glória, beleza e encanto.” A Verdade Sobre os Anjos, págs. 26 e 27 “Lúcifer, no Céu, antes de sua rebelião foi um elevado e exaltado anjo, o primeiro em honra depois do amado Filho de Deus.” A Verdade Sobre os Anjos, pág. 27 “Lúcifer, o "filho da alva", sobrepujando em glória a todos os anjos que rodeavam o trono, ... [estava] ligado pelos mais íntimos laços ao Filho de Deus.” A Verdade Sobre os Anjos, pág. 28 Lúcifer foi criado como o primeiro dos anjos, tão semelhante quanto possível à Deus. Ele era o primeiro logo abaixo de Cristo, antes de Sua queda. Entretanto, ele não era Deus. Ele era um ser criado, pois fora criado por Deus. Assim, por ser era criado, ele não fazia parte da Divindade, pois não era Deus. O texto abaixo confirma exatamente o que concluímos até aqui: “Lúcifer era o querubim cobridor, o mais exaltado dentre os seres criados. Sua posição era a mais próxima do trono de Deus,” A Verdade Sobre os Anjos, pág. 28 Perceba pelo texto que Lúcifer, além de ser o mais exaltado dentre os seres criados, era o mais próximo do trono de Deus. Assim, com facilidade podemos entender que no Céu haviam três pessoas, necessariamente nesta ordem de importância: Deus o Pai, Deus o Filho – Jesus Cristo, e Lúcifer, o primeiro dos seres criados, querubim cobridor que estava mais próximo do trono. Todos os outros seres do universo estavam abaixo destes três seres em hierarquia. Teríamos então a seguinte estruturação de pessoas, a partir da Divindade, antes da queda de Lúcifer: -1ª pessoa a partir da Divindade: Deus Pai, que é Deus; -2ª pessoa a partir da Divindade: Jesus Cristo, que é Deus; -3ª pessoa a partir da Divindade: Lúcifer, que não é Deus. Cientes disso, podemos responder com segurança qual é o entendimento e a tradução correta do termo “third person of the Godhead”, que aparece reiteradas vezes nos escritos de Ellen G. White. Como vimos anteriormente, há dois entendimentos possíveis quanto a esta expressão: -“terceira pessoa da Divindade”; -“terceira pessoa a partir da Divindade”. Acabamos de perceber, pela análise dos textos do Espírito de Profecia, que haviam dois seres que eram e são Deus – o Pai e Jesus Cristo, e logo abaixo deles, mais próximo do trono estava um ser que era em importância o primeiro depois de Cristo – Lúcifer, querubim cobridor, um ser criado, que não era Deus. Assim, no princípio, haviam dois seres que são Deus e um terceiro que não é Deus. Não havia três Deuses. Se não havia três Deuses já naquele tempo, não haveria depois daquele tempo. Isto porque um dos atributos divinos é a eternidade, e uma vez que já existiam seres criados (os anjos), não haveria como “aparecer” um terceiro Deus que fosse eterno após eles terem sido criados, que substituiria eventualmente a posição de Lúcifer. Desta forma, vemos que só há uma maneira de entender o termo “third person of the Godhead” escrito diversas vezes por Ellen G. White, e esta é: “TERCEIRA PESSOA A PARTIR DA DIVINDADE”. Só podemos entender desta maneira este texto, porque se aceitássemos o entendimento “terceira pessoa da Divindade”, estaríamos admitindo que há um terceiro Deus, o que vimos não ser verdade pelos textos do Espírito de Profecia que analisamos a pouco. Os textos afirmam claramente haverem dois seres que são Deus: Deus Pai e Jesus Cristo, e o terceiro ser em importância no universo já não era um Deus, mas sim um anjo criado. Um anjo criado não é um Deus, e portanto não faz parte da Divindade. Assim, ele só pode ser considerado a “terceira pessoa a partir da Divindade” expressão que deixa claro não ser ele um Deus. Nossa história não termina por aqui. Sabemos que Lúcifer se rebelou contra o governo do Céu, tornando-se Satanás, a serpente, o acusador. Por isso, Satanás foi destituído de sua exaltada posição e por fim expulso do Céu: “Houve então batalha no Céu. O Filho de Deus, o Príncipe dos Céus, junto com Seus anjos leais, empenhou-se em conflito com o arqui-rebelde e os que a este se uniram. O Filho de Deus e os anjos sinceros e leais prevaleceram, ao passo que Satanás e seus simpatizantes foram expulsos do Céu.” A Verdade Sobre os Anjos, pág. 45 Caindo Lúcifer de seu elevado posto, poderíamos imaginar que este ficara vazio, por não estar mais lá o seu antigo ocupante. Entretanto, o Espírito de Profecia nos mostra que houve um ser que foi elevado a este posto que outrora fora de Lúcifer. Vejamos alguns textos esclarecedores do Espírito de Profecia sobre esta questão: “Na crise suprema, quando coração e alma se rompem sob o fardo do pecado, Gabriel é enviado para fortalecer o divino Sofredor, animando-O a prosseguir no caminho manchado de sangue. Signs of the Times, 9 de dezembro de 1897. Nessa horrível crise, quando tudo estava em jogo, quando o misterioso cálice tremia nas mãos do Sofredor, abriu-se o Céu, surgiu uma luz por entre a tempestuosa treva da hora da crise, e o poderoso anjo que se acha na presença de Deus, ocupando a posição da qual Satanás caíra, veio para junto de Cristo. O anjo não veio para tomar-Lhe o cálice das mãos, mas para fortalecê-Lo a fim de que o bebesse, com a certeza do amor do Pai.” A Verdade Sobre os Anjos, pág. 195 “As palavras do anjo: "Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus", mostram que ocupa posição de elevada honra, nas cortes celestiais. Quando viera com uma mensagem para Daniel, dissera: "Ninguém há que se esforce comigo contra aqueles, a não ser Miguel [Cristo], vosso príncipe." Dan. 10:21. De Gabriel, diz o Salvador em Apocalipse: "Pelo Seu anjo as enviou e as notificou a João, Seu servo." Apoc. 1:1. E a João o anjo declarou: "Eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas." Apoc. 22:9. Maravilhoso pensamento - que o anjo que ocupa, em honra, o lugar logo abaixo do Filho de Deus, é o escolhido para revelar os desígnios de Deus a homens pecadores.” A Verdade Sobre os Anjos, págs. 152, 153 Os textos acima revelam claramente que o anjo Gabriel foi elevado à posição da qual Satanás (Lúcifer) havia sido destituído, e é ele o ser comissionado por Deus para revelar Seus desígnios aos homens pecadores. Por ocupar o lugar que outrora pertencera a Lúcifer, é ele que passou a ser a terceira pessoa a partir da divindade: “Gabriel... o anjo que ocupa, em honra, o lugar logo abaixo do Filho de Deus” Assim, segundo o Espírito de Profecia, após a queda de Lúcifer, a hierarquia do universo ficou da seguinte forma: -1ª pessoa a partir da Divindade: Deus Pai, que é Deus; -2ª pessoa a partir da Divindade: Jesus Cristo, que é Deus; -3ª pessoa a partir da Divindade: Gabriel, querubim cobridor, que não é Deus. Percebemos então que o entendimento da citação de Ellen G. White “third person of the Godhead” deve continuar sendo o mesmo: “TERCEIRA PESSOA A PARTIR DA DIVINDADE”, uma vez que quando o ser que era a terceira pessoa a partir da Divindade – Lúcifer, um anjo criado – foi destituído de seu posto, foi colocado em seu lugar outro ser criado – Gabriel, um anjo, que também não é Deus. Confirmando então o que entendemos até aqui temos que: - o anjo Gabriel, querubim cobridor, é atualmente a terceira pessoa a partir da Divindade, posição que uma vez pertenceu a Lúcifer. Uma vez que compreendemos isto, voltemos ao texto do livro “O Desejado de Todas as Nações”, pág. 671, objeto de nossa análise, buscando agora compreendê-lo na íntegra: “Ao pecado só se poderia resistir e vencer por meio da poderosa operação da terceira pessoa a [da / a partir da] Divindade, a qual viria, não como energia modificada, mas na plenitude do divino poder. É o Espírito que torna eficaz o que foi realizado pelo Redentor do mundo. É por meio do Espírito que o coração é purificado. Por Ele torna-se o crente participante da natureza divina. Cristo deu Seu Espírito como um poder divino para vencer toda a tendência hereditária e cultivada para o mal, e gravar Seu próprio caráter em Sua igreja.” DTN, pág. 671 Sobre este texto, já havíamos chegado às seguintes conclusões: 1 – O Pai, atendendo a oração de Jesus, dá glória ao Seu Filho (o glorifica – ver I Ped. 1:21); 2 – Jesus, tendo recebido a promessa do Pai, concede a plenitude de Sua glória, que é o Seu Espírito, à terceira pessoa (Atos 2:32, 33; DTN pág. 671); 3 – Mediante a operação da terceira pessoa, a glória é concedida aos discípulos (DTN pág. 671), na medida do que estes podem suportar (II Cor. 3:18). Pela análise do processo, percebemos que a terceira pessoa recebe a plenitude do poder divino de Cristo e o comunica para os homens. Agora que entendemos que a terceira pessoa a partir da Divindade é Gabriel, vemos que é pela atuação dele que a glória de Jesus (que vimos ser o “Consolador”, o Espírito Santo da promessa) é transmitida para os homens. Gabriel vem na plenitude do poder divino, ou da glória divina, uma vez que a glória contém o poder, porque recebe esta plenitude da glória de Jesus, no qual habita a plenitude da Divindade (Colossenses 2:9). Por ocupar a posição da qual Lúcifer foi destituído, Gabriel também foi investido da função de comandar as hostes de anjos leais. O Espírito de Profecia confirma isto, conforme podemos ver pelo texto abaixo: “O anjo mais poderoso do Céu, aquele que ocupava o lugar antes pertencente a Satanás, recebeu ordens do Pai e, revestido da armadura celestial, afastou as trevas de seu caminho. Seu rosto lembrava um relâmpago, e suas vestes eram tão alvas como a neve. … O rosto que [os soldados romanos] contemplam não é o de um guerreiro mortal; é a face do mais poderoso dos exércitos do Senhor. Este mensageiro é o que ocupa a posição da qual caiu Satanás. Fora aquele que nas colinas de Belém proclamara o nascimento de Cristo. A terra treme à sua aproximação, fogem as multidões das trevas.” A Verdade Sobre os Anjos, pág. 208 Percebemos que Deus, operando por Seu poder na pessoa do anjo Gabriel, fez com que as hostes das trevas, juntamente com o príncipe das trevas, Satanás, fugissem. Outro texto do Espírito de Profecia confirma que as hostes satânicas fugiram de diante de Gabriel naquela ocasião: “Satanás não triunfara. Seus anjos haviam fugido diante da intensa e penetrante luz dos anjos celestes. Queixaram-se amargamente a seu rei, de que a presa lhes fora arrebatada com violência, e que Aquele a quem tanto odiavam havia ressuscitado dentre os mortos.” A Verdade Sobre os Anjos, págs. 210, 211 Através de Gabriel, Deus opera para manter em sujeição as hostes das trevas. Este processo é descrito por Ellen G. White na seguinte citação: “O príncipe da potestade do mal só pode ser mantido em sujeição pelo poder de Deus na terceira pessoa da divindade, o Espírito Santo.” Special Testimonies, Série A, Nº 10, pág. 37 (1897) / Evangelismo, pág. 617 Não podemos confundir o que é o Espírito Santo da promessa, o “Consolador”, que conforme vimos é a glória do Pai, com a menção que Ellen G. White faz na citação acima sobre a terceira pessoa a partir da Divindade – Gabriel. Porque ela chama Gabriel de Espírito Santo, nesta citação? Simples. Primeiro porque ela mesmo afirma que os anjos são espíritos ministradores: “Precisamos conhecer melhor do que conhecemos a missão dos anjos. Convém lembrar que cada verdadeiro filho de Deus tem a cooperação dos seres celestiais. Exércitos invisíveis, de luz e poder, auxiliam os mansos e humildes que crêem nas promessas de Deus e as invocam. Querubins, serafins e anjos magníficos em poder, estão à destra de Deus, sendo "todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação". Heb. 1:14.” Atos dos Apóstolos, pág. 154. Assim, fica claro que Ellen G. White afirma serem os anjos “espíritos”. Desta forma, não é sequer estranho que ela chame a Gabriel de “Espírito”. A palavra “Santo” significa “separado para um fim sagrado”. Não podemos negar de forma alguma que um anjo que é escolhido para estar logo abaixo de Cristo, e comissionado para revelar os desígnios de Deus a homens pecadores (ver “A Verdade Sobre os Anjos”, pág. 153), foi “separado para um fim sagrado”. Assim, porque Gabriel, um espírito ministrador, foi separado para um fim sagrado, ele é de fato UM Espírito Santo. Ele não é o Espírito Santo da promessa (conforme já vimos, este é a glória de Deus). Assim como Gabriel é um Espírito Santo, uma vez que ele é um espírito ministrador que foi separado para um fim sagrado, outros anjos também o podem ser, na medida que são separados por Deus para um fim sagrado. A diferença neste caso entre Gabriel e os outros anjos é que aqueles não são a “terceira pessoa a partir da divindade”, como Gabriel o é. Pelo que vimos até agora, após analisar os dois textos concernentes à terceira pessoa a partir da divindade (“O Desejado de Todas as Nações”, pág. 671 e “Evangelismo”, pág 617), percebemos que Gabriel vem na plenitude do poder divino porque o recebe de Cristo, no qual “habita corporalmente a plenitude da Divindade” (Col. 2:8,9). Uma vez que Gabriel vem até a Terra na plenitude do poder divino, os anjos maus, inclusive Satanás, que compõem as hostes da trevas, fogem de diante da sua presença. Assim, Gabriel pode ser um agente repressor das forças do mal, representadas por Satanás e seus anjos, quando comissionado por Deus para isso. Sendo o mais poderoso anjo dos exércitos do Céu, Gabriel, comissionado por Deus, dirige as hostes de anjos santos na constante batalha travada para restringir os poderes das trevas. Assim, o trabalho de Gabriel, pela ação do poder divino que lhe foi concedido por Cristo, é de restringir as forças do mal (os anjos de Satanás), e também de entregar ao homem a glória que o capacitará a vencer o pecado e resistir o mal, representado por Satanás e seus anjos. O Espírito de Profecia deixa este conceito claro pela seguinte citação: “O mal vinha se acumulando por séculos e só poderia ser restringido pelo eficaz poder do Espírito Santo, a terceira pessoa a partir da Divindade, que viria com não modificada energia, mas na plenitude do poder divino.” Testemunhos para Ministros, pág. 392 [Obs.: Embora a versão em língua portuguesa do livro apresente o termo “Trindade”, a invés de “Divindade”, o texto original apresenta o termo “Godhead”, cuja tradução correta é “Divindade”. Por isso, apresentamos o texto com sua tradução correta. Outro ponto pertinente é a colocação da expressão “a partir da”, ao invés da expressão “da”. Esta diferença também existe entre o texto que apresentamos acima e o texto do livro traduzido para o português e editado pela Casa Publicadora Brasileira porque, conforme já vimos anteriormente neste material, o único entendimento possível (e portanto que representa a melhor tradução) do termo “third person of the Godhead”, pertencente ao original inglês deste texto, é: “terceira pessoa a partir da Divindade”.] Uma vez que Gabriel recebe de Cristo a plenitude do poder divino, ele, a terceira pessoa a partir da Divindade, tem então poder para restringir a mal (Satanás e seus anjos), e também distribui o poder que recebeu para os homens, a fim de que eles sejam capacitados a resistir o mal. Perceba que, mesmo ao Gabriel receber a plenitude do poder divino, ele não passa a possuir este poder para nunca mais o perder. Ele é apenas apresentado como um “conduto transmissor” deste poder (deste particular trataremos com detalhes na próxima seção). Gabriel não se tornou um grande poder para combater o mal porque ele assim o quis. Ele se tornou um grande poder para combater o mal porque a Providência Divina assim o determinou. Deus o escolheu como conduto, de forma que pela vontade divina Gabriel foi comissionado a entregar-se completamente ao plano da redenção. Naturalmente, concluímos que se Gabriel hoje desempenha este importante papel na execução do plano da redenção, o faz apenas porque aceitou este plano para sua vida de forma voluntária, uma vez que Deus aceita de suas criaturas apenas uma obediência voluntária, e não compulsória. Ellen G. White mostrou ter esta compreensão do papel de Gabriel quando escreveu a seguinte citação, que traduzimos diretamente do original em inglês do livro “Consels on Health”: “The Godhead was stirred of pity for the race, and the Father, the Son and the Holy Spirit gave themselves to the working out of the plan of redemption.” Consels on Health, pág. 222 Tradução: “A Divindade moveu-se de compaixão pela raça, e o Pai, o Filho e o Espírito Santo deram-se a si mesmos ao executarem o plano da redenção.” (Obs.: Embora a tradução mais correta e mais comumente utilizada do termo “working out” do idioma inglês seja “execução”, a versão que contém a tradução para o português deste livro apresenta como tradução deste termo a palavra “elaboração” que além de praticamente não ser utilizada é altamente tendenciosa neste caso, considerando-se o contexto onde esta está inserida, uma vez que favorece um entendimento Trinitariano. Explicamos: Se for utilizado como tradução do termo “working out” a palavra “elaboração”, o texto passa a dar o entendimento de que três serem fizeram parte da elaboração do plano da redenção. Isto contradiria o próprio Espírito de Profecia, que afirma claramente que somente “dois”, duas pessoas participaram da elaboração do plano da redenção: “Deus e Cristo sabiam, desde o princípio, da apostasia de Satanás e da queda de Adão mediante o poder enganador do apóstata. O plano da salvação foi elaborado para remir a raça caída, para dar-lhe outra oportunidade. Cristo foi designado para o cargo de Mediador da criação de Deus, destinado desde a eternidade a ser nosso substituto e penhor.” A Verdade Sobre os Anjos, pág. 24 O texto acima afirma que Deus, o Pai, e Jesus Cristo sabiam desde o princípio que o homem cairia. Assim, elaboraram o plano da redenção antes que fosse trazida à existência qualquer criatura. Isto fica explicíto pelo texto a seguir: “O plano da nossa redenção não foi um pensamento posterior, formulado depois da queda de Adão. Foi a revelação “do mistério que desde tempos eternos esteve oculto”.” A Verdade Sobre os Anjos, pág. 25 Se só existiam o Pai e o Filho quando o plano da redenção foi elaborado, foram somente eles, duas pessoas, que participaram da “elaboração” de tal plano.) Percebemos pelo texto do livro “Counsels of Health” que vimos acima, que Gabriel, a terceira pessoa da divindade, neste caso chamado de Espírito Santo, deu-se ao trabalho da execução do plano da redenção, cumprindo o comissionamento divino, a exemplo do que a Divindade (o Pai e o Filho) havia feito. Já estudamos a pouco que não há qualquer problema em Ellen G. White nominar a Gabriel de Espírito Santo. Também vale a pena re-enfatizar que o fato de Gabriel vir à terra na plenitude do poder divino não o qualifica de forma alguma como um Deus, isto porque, segundo a Bíblia, o próprio homem pode receber a plenitude de Deus: “E assim, habite Cristo em vosso coração, ... a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus.” Efésios 3:17-20 Assim como o homem, quando recebe toda a plenitude de Deus, mediante o recebimento de Sua glória, não se torna Deus por isso, Gabriel, ao receber a plenitude da glória de Deus, não se torna Deus por isso.
3.5 – O derramamento do Espírito Santo na visão do profeta Zacarias Agora que entendemos qual é o papel de Gabriel no processo de outorga da glória divina ao homem, estamos em condições de responder a segunda pergunta que propomos nesta seção: b) Como se processa a operação da terceira pessoa, ou seja, como ela (Gabriel) recebe a plenitude do poder divino de Cristo e o outorga aos homens? Para responder esta pergunta, vamos recorrer ao Espírito de Profecia. Vemos no livro “Testemunhos para Ministros” uma citação bastante esclarecedora: “A contínua concessão do Espírito Santo à igreja é representada pelo profeta Zacarias por meio de outro símbolo, que contém uma admirável lição de encorajamento para nós. Diz o profeta: "E tornou o anjo que falava comigo, e me despertou, como a um homem que é despertado de seu sono, e me disse: Que vês? E eu disse: Olho, e eis um castiçal todo de ouro, e um vaso de azeite no cimo, com as suas sete lâmpadas; e cada lâmpada posta no cimo tinha sete canudos. E, por cima dele, duas oliveiras, uma à direita do vaso de azeite, e outra à sua esquerda. E falei e disse ao anjo que falava comigo, dizendo: Senhor meu, que é isto? E respondeu e me falou, dizendo: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel, dizendo: Não por força, nem por violência, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos. E, falando-lhe outra vez, disse: Que são aqueles dois raminhos de oliveira que estão junto aos dois tubos de ouro e que vertem de si ouro? Então Ele disse: Estes são os dois ungidos, que estão diante do Senhor de toda a Terra." Zac. 4:1-4, 6, 12 e 14. Das duas oliveiras, o óleo dourado era conduzido através de tubos de ouro, para o bojo do castiçal e daí para as lâmpadas de ouro que iluminavam o santuário. Da mesma sorte, dos santos que permanecem na presença de Deus, Seu Espírito é transmitido aos instrumentos humanos que se consagram ao Seu serviço. A missão dos dois ungidos é comunicar luz e poder ao povo de Deus. É para receber bênção para nós que eles estão na presença de Deus. Como as oliveiras esvaziam-se nos tubos de ouro, assim procuram os mensageiros celestes comunicar tudo que de Deus receberam.” Testemunhos para Ministros, págs. 509 e 510 O texto acima mostra que a concessão do Espírito Santo à igreja é representada pela visão de Zacarias capítulo 4. Nela o profeta vê duas oliveiras, das quais verte um óleo dourado para o bojo (recipiente acumulador) do candelabro. O que representa o óleo da profecia de Zacarias? Outro texto do Espírito de Profecia nos dá a resposta: “O óleo é o símbolo do Espírito Santo. Assim é representado o Espírito na profecia de Zacarias.” Parábolas de Jesus, pág. 407 Entendemos então que o que verte das oliveiras para o bojo do castiçal é o Espírito Santo, representado pelo óleo na visão de Zacarias. O texto do livro “Testemunhos para Ministros” que estamos analisando afirma que as oliveiras são os santos que permanecem na presença de Deus. São também os dois ungidos: “Das duas oliveiras, o óleo dourado era conduzido através de tubos de ouro, para o bojo do castiçal e daí para as lâmpadas de ouro que iluminavam o santuário. Da mesma sorte, dos santos que permanecem na presença de Deus, Seu Espírito é transmitido aos instrumentos humanos que se consagram ao Seu serviço.... A missão dos dois ungidos é comunicar luz e poder ao povo de Deus. É para receber bênção para nós que eles estão na presença de Deus. Como as oliveiras esvaziam-se nos tubos de ouro, assim procuram os mensageiros celestes comunicar tudo que de Deus receberam.” Testemunhos para Ministros, pág. 510 Como acabamos de ler, o texto também afirma que os dois ungidos são mensageiros celestes. Estes dois ungidos permanecem na presença de Deus e comunicam tudo o que dEle recebem. Quem são estes mensageiros celestes? Uma citação do livro “A Verdade Sobre os Anjos” nos traz a importante revelação: “"Falei mais e disse-lhe: Que são as duas oliveiras à direita do castiçal e à sua esquerda? E, falando-lhe outra vez, disse: Que são aqueles dois raminhos de oliveira que estão junto aos dois tubos de ouro e que vertem de si ouro? E ele me respondeu: ... São os dois ungidos, que estão diante do Senhor de toda a Terra." Zac. 4:11-14. Os ungidos que estão diante do Senhor de toda Terra mantêm a posição uma vez outorgada a Satanás como querubim cobridor. Por intermédio dos seres santos, que circundam Seu trono, o Senhor mantém constante comunicação com os habitantes da Terra.” A Verdade Sobre os Anjos, págs. 150 e 151 Percebemos, pela revelação dada no texto acima, que os dois ungidos que estão diante do Senhor de toda a Terra, são dois querubins cobridores. A missão dos dois querubins cobridores é comunicar tudo o que de Deus receberam. Eles recebem o óleo, que é o Espírito Santo (a glória divina) e então vêm à Terra e “esvaziam-se”, comunicando aos homens o Espírito Santo. Segundo a Bíblia, é desta maneira que o Espírito Santo, a glória divina é comunicada aos homens. O Senhor de toda a Terra, mencionado no texto, representa Cristo. A Bíblia mesmo revela que Deus, após a ressurreição de Cristo, o pôs como Senhor de toda a Terra: “Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.” Filipenses 2:9-11 Assim, os dois ungidos comunicam aos homens a glória divina (Espírito Santo) que receberam de Cristo. Como vimos anteriormente neste estudo, dos querubins cobridores o mais exaltado é Gabriel. Assim, temos que Gabriel é um dos ungidos mencionados em Zacarias 4. Por ser o mais exaltado entre os anjos e o primeiro abaixo de Cristo (a terceira pessoa a partir da Divindade), Gabriel é o mais exaltado entre os dois ungidos, e é por isso que Ellen G. White afirma em diversas citações que ele vem na plenitude do poder divino. Sendo o mais exaltado, é o que mais glória recebe de Cristo, e por isso é o mais capacitado a comunicar glória aos homens. Ellen G. White compreendia que o derramamento da glória de Cristo (o Espírito Santo) se fazia pela ministração dos dois querubins cobridores ungidos de Zacarias 4. Isto fica explícito ao lermos a seguinte citação do livro Evangelismo: “Há homens que ficam nos púlpitos como pastores, professando alimentar o rebanho, enquanto as ovelhas estão morrendo por falta do pão da vida. Há longos e arrastados discursos grandemente compostos de narrativas de anedotas; mas o coração dos ouvintes não é tocado. Pode ser que os sentimentos de alguns sejam tocados, podem derramar algumas lágrimas, mas seu coração não foi quebrantado. O Senhor Jesus tem estado presente ao apresentarem o que se chamava sermão, mas suas palavras eram destituídas do orvalho e chuva do Céu. Davam evidências de que os ungidos descritos por Zacarias (ver capítulo quatro) não lhes haviam ministrado para que pudessem ministrar aos outros. Quando os ungidos se esvaziam pelos canudos de ouro, o dourado óleo flui deles para os vasos de ouro, para escorrer para as lâmpadas, as igrejas. É esta a obra de todo fiel e dedicado servo do Deus vivo.” Evangelismo, pág. 209 O texto declara claramente que o orvalho e chuva do Céu que representam o Espírito Santo, não acompanhavam as palavras dos pastores mencionados no texto porque estes não haviam recebido a ministração dos dois querubins ungidos. Ela ainda explica didaticamente como o Espírito Santo (a glória) é distribuído às igrejas: “Quando os ungidos se esvaziam pelos canudos de ouro, o dourado óleo flui deles para os vasos de ouro, para escorrer para as lâmpadas, as igrejas.” Assim, percebemos claramente como se processa a operação não somente da “terceira pessoa a partir da Divindade” – Gabriel, como também do segundo querubim ungido para que a glória divina, o “Consolador”, o Espírito Santo da promessa, seja comunicada aos homens. Por tudo o que estudamos até aqui, percebemos claramente qual era o entendimento de Ellen G. White com relação à natureza do Espírito Santo e a maneira pela qual é distribuído aos homens e opera no seu coração. Fica claramente estabelecido que não há utilizar os textos da mensageira do Senhor, quando analisados à luz de tudo o que ela escreveu sobre o tema, para apoiar a crença em uma doutrina como a Trindade. Como verificamos que o mesmo ocorre ao analisarmos os textos bíblicos concernentes ao tema, a não crença nesta doutrina hoje resulta da impossibilidade de encontrar qualquer base na bíblia ou nos escritos de Ellen G. White que possa eventualmente apoiá-la. De fato, segundo a revelação divina, não existem três deuses, e sim “dois”, que são “um” – o Pai e o Filho. Portanto: “...Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos.” (Apocalipse 5:13) Amém!. Download Índice
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