A. Psicologia como Ciência.

 

Esse é o primeiro e maior de todos os mitos relacionados com a Psicologia, defendido conjuntamente por cristãos e não cristãos: a psicoterapia (incluindo aconselhamentos psicológicos com todas suas técnicas e teorias), é uma ciência - o jeito de se entender e socorrer a humanidade, com base em evidências concretas, colhidas de dados consistentes e mensuráveis.

Ao estudarmos a Palavra de Deus, descobrimos que homens e mulheres de Deus buscam sabedoria e conhecimento em ambos: a Palavra revelada e o mundo físico. Paulo ensina que todos nós somos responsáveis diante de Deus por causa da evidência que a criação dá de Sua existência:

Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são por isso indesculpáveis; Romanos 1:20.

E Davi cantou:

Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Salmo 19:1-2.

Estudo científico e um caminho válido para se entender as obras de Deus e pode perfeitamente ser usado com enorme benefício em muitas áreas da vida. Ciência verdadeira desenvolve teoria com base em observações. Ela examina cada teoria com rigorosidade para testar se se descreve realidade científica como resposta. O método científico é posto em evidência quando se observam e registram dados comprováveis para chegar a uma conclusão que vai confirmar ou anular a teoria.

Durante a metade do século XIX, filósofos quiseram estudar a natureza humana, aplicando métodos científicos para a observação, registro e tratamento do comportamento humano. Eles criam que se o ser humano pudesse ser estudado sob uma perspectiva comprovadamente científica, sem dúvida teríamos uma fórmula precisa para entender o comportamento presente, predizer o comportamento futuro e alterar os possíveis desvios provenientes da utilização de ferramentas científicas.

Psicologia, em seu maior expoente, a Psicoterapia, tem-se gabado de ocupar uma postura científica. Entretanto, do ponto de vista estritamente científico, ela não tem alcançado, nem de perto, as condições para se enquadrar no campo da ciência.

Na tentativa de avaliar o status da Psicologia, a Associação Psicológica Americana apontou Sigmundo Koch para planejar e dirigir um estudo que foi subsidiado pela Fundação Nacional da Ciência. Esse projeto envolveu 80 dos mais destacados estudiosos que deveriam pesquisar e comparar os fatos, teorias e métodos da Psicologia. Os resultados foram publicados numa série de 7 volumes intitulada Psychology: a Study of Science. A equipe escreveu sobre a ilusão de considerar Psicologia como ciência, nestes termos:

Devido a insistência de se atribuir qualidades científicas à Psicologia, elevando assim a sua credibilidade, a esperança de uma ciência psicológica tornou-se quase indistinguível do fato em si. A história inteira da Psicologia pode ser vista como um intento ritualista de se apropriar dos métodos da ciência a fim de sustentar que a Psicologia é científica. 1

Koch ainda afirma que "através da história da Psicologia como ciência, o que se tem podido ver como resultado não passa de uma coleção desordenada de dados, sem uniformidade e com resultados caracterizados pelo insucesso, o que não é condizente com os princípios claros e definidos da ciência." 2

O fato é que aquelas afirmações que descrevem o comportamento humano ou apresentam os resultados provindos de pesquisas comprováveis, podem ser tidas como científicas. No entanto, quando nos movemos do ponto de descrever esse comportamento para o de explicar e tentar mudar isso, nós deixamos o campo da ciência e adentramos o da opinião.

A mudança de descrição para prescrição é sinônimo de mudança de objetividade para a opinião subjetiva, e opinião sobre o comportamento humano, quando apresentada como sendo absoluta, e conseqüentemente um fato científico, é meramente a evidência clara de uma pseudociência. As diversas opiniões serão resultantes de premissas ir'-certas (opiniões, explanações subjetivas, suposições) o que leva direto a falsas conclusões.

O Dicionário define pseudociência como "um sistema de teorias, suposições e métodos erroneamente tidos como científicos."3 Pseudo ciência ou pseudocientismo inclui o uso de rótulos científicos para proteger e promover opiniões que não são, na sua inteireza, comprováveis ou refutáveis (são confusos). Psicoterapia serve para ilustrar a idéia de pseudociência: se ela tivesse se aprovado como ciência, nós te damos hoje um consenso entre os profissionais a respeito dos problemas comportamentais provenientes das nossas desordens psico-emotivas e como tratá-las. A verdade é que este campo está cheio de teorias e técnicas contraditórias, que quando postas lado a lado expressam a confusão que nega a possibilidade de ser enquadrado no campo da ciência onde a lei da comprovação é imperativo absoluto.

Com tudo isso, a Psicoterapia cresceu e tem crescido muito, apresentando incontáveis explicações a respeito do homem e seus problemas comportamentais. O psicólogo Roger Mills, no seu artigo "Psicologia é insana quando quer fazer-se ciência", escreve:

O campo da Psicologia hoje é literalmente uma confusão. O número de técnicas, métodos e teorias se iguala ao número de terapeutas. Eu tenho visto, pessoalmente, terapeutas convencerem seus clientes de que todos os seus problemas vieram de sua infância, de seus pais, das estrelas, da dieta que adotaram, de seu estilo de vida, de seu passado.4

Com mais de 250 sistemas diferentes de psicoterapia, cada um proclamando superioridade sobre os demais, é difícil de ver um resultado que confirme a pressuposição de que Psicoterapia tenha alguma coisa a ver com ciência.

Os atuais fundamentos da psicologia não são científicos, mas sim a junção de vários pontos de vista filosóficos, especialmente envolvidos com determinismo, comportamento, humanismo, existencialismo e até mesmo evolucionismo. O psiquiatra famoso, E. Fuller Torrey, desabafou-se contra isso com palavras contundentes:

As técnicas usadas por psiquiatras ocidentais estão, com raríssimas excessões, no mesmo nível das técnicas usadas pelos doutores de bruxaria.5

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