II. Conclusão

 

A Igreja Evangélica Brasileira está num ponto histórico difícil de ser concisamente explicado. Muitos têm-se aplicado à busca de uma consagração pessoal mais palpável; outros esperam e já antevêem um reavivamento bíblico que não só levará júbilo aos céus mas afetará a situação brasileira em sua totalidade (incluindo a vida política)! Missões nacionais e internacionais têm sido a bandeira de outros grupos que despertaram para a realidade de que precisamos cumprir o "ide" em toda a sua extensão. A euforia do vigor espiritual jovem (e 47% da população brasileira têm menos de 20 anos!) tem balançado as estruturas eclesiásticas no País. O tradicionalismo estéril tem sido reavaliado e, em muitos casos, trocado por uma vida real de serviço produtivo que promove a glória de Deus. O liberalismo tem percebido que a falta de reverência e temor do que Deus considera inegociável, criou um mapa sem rumo que leva a um descompromisso sem fronteiras confirmando o homem em seu caminho de perdição eterna.

É maravilhoso ver cristãos questionando aspectos práticos de sua vida com Deus, buscando melhora. Por outro lado é muito triste ver a falta de zelo pela manutenção da pureza da doutrina bíblica. É lamentável a contemplação de um cristianismo que se tem vendido à Psicologia a fim de redescobrir a sua habilidade e autoridade para lidar com o homem e seus problemas.

A Igreja foi escolhida e conquistada por Cristo para refletir a Cristo e não o mundo, e felizmente isso tem sido verdade em muitos casos. No entanto, Satanás tem-se utilizado dessa busca genuína para nos oferecer um outro tipo de promoção, matéria na qual líderes e liderados cristãos são, muitas vezes, vulneráveis: a idéia de que precisam ser grandes o suficiente para cumprir cabalmente esse glorioso ministério. Essa arapuca diabólica tem usado iscas com cheiro de inferno, mas em cápsulas que, com a bênção e aprovação de nomes e entidades quê gozam de prestígio acadêmico e eclesiástico, têm minado a saúde e fertilidade da Igreja de Cristo.

 

É preferível pensar que é por falta de informação e esclarecimento que muitos líderes evangélicos no Brasil podem ser classificados como integracionistas, querendo biblificar a Psicologia e psicologizar a Bíblia, buscando uma combinação mais eficaz para lidar com os problemas da humanidade. Ao tentarmos isso demonstramos que não conhecemos a Bíblia e/ou a Psicologia.

 

As Escrituras enfatizam que a sabedoria do homem e a sabedoria de Deus são diferentes; elas diferem entre si como a noite do dia, as trevas da luz. As questões de 2 Coríntios 6:14-15 são penetrantes:

"Que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? ou que comunhão da luz com as trevas? Que harmonia entre Cristo e o maligno? Ou que unido da crente com o incrédulo?" A resposta óbvia é nenhuma! Esse tipo de relacionamento não existe! No entanto, nós temos sido engodados, levados a crer que enquanto Psicologia não conflita com a Bíblia, ela é boa e aceitável.

 

A essência da crise está centrada na autoridade e suficiência da Palavra de Deus. Para o incrédulo isso não faz diferença; a Bíblia é apenas mais um tratado teórico perdido no mar das possibilidades inconcretizáveis! Mas para o cristão deveria ser diferente e essa diferença é diretamente proporcional à genuinidade da aceitação de Cristo como Salvador pessoal e Senhor da nossa vida, e a maneira séria e decisiva como Ele nos ensinou a encarar a Palavra de Deus.

 

O testemunho da Bíblia a respeito de si mesma é claro: "...nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação, porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens falaram da parte de Deus movidas pelo Espírito Santo. Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra." 2 Pedro 2:20-21 e 2 Timóteo 3:16:17.

 

O testemunho da Bíblia a respeito de sua eficiência e suficiência para a vida do cristão é óbvio: "... se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. Visto como pelo seu divino poder nos tem sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude, pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas para que por elas vos tomeis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo." João 8:31-32 e 2 Pedro 1:34.

Que Deus nos ajude a ver isso antes que seja muito tarde, amém! – Tradução do original em inglês “PSYCHOLOGY:SCIENCE OR RELIGION?”, 1989. Publicado em português e distribuído por Firme Fundamento, Caixa Postal 205, 12940, Atibaia, SP.

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REFERÊNCIAS:

1.  Sigmund Koch, "The Image of Man in Encounter Groups", The American Scholar, outubro de 1973, pág. 636.

2.  Sigmund Koch, "Psychology Cannot Be a Coherent Science", Psychology Today, setembro de 1969, pág. 66.

3.  Webster's New Collegiate Dictionary, 1974.

4.  Roger Mills, "Psychology Goes Insane, Botches Role as Science", The National Educator, julho de 1980,pág. 14.

5.  E. Fuller Torrey, "The Mind Game", Hall Pub., Inc., 1972, pág. 8.

6.  CarL 6. Jung, "Modern Man lo Searcb of a Soul", Harcourt Brace, 1973, págs. 240, 241.

7.  Sigmundo Freud, "The Future of an llusion", W. W. Norton Co., 1961, pág. 43.

8. Thomas Szasz, "The Myth of Psychotherapy", Anchor/Doubleday, 1978, pág. 25.

9. Ibidem, pág. xxiv.

10. "Aspects of Integration", Papel apresentado na reunião da Western Association of Christians for Psychological Studies em Santa Barbara, CA, em junho de 1976.

11. Jay E. Adams, "More than Redemption", Baker, 1979, págs. Xi, xii.

12. David 6. Bermer, Balcer EncycíopediaofPsychology, Baker, 1985.

13. Ed Payne, Presbyterian Journal, dezembro de 1986, pág. 24.

14. E. Fuller Torrey, "The Death of Psychiatry", Chilton Book Co., 1974, pág. 36.

15. Barbara Brown, "Supermind", Harper & Row Publishers, 1980, pág. 6.

16. E. Fuller Torrey, op.cit., pág. 40.

17. Thomas Szasz, op.cit, pág. 7.

18. Thomas Szasz, "The Myth of Mental Illness", Harper & Row Publishers, 1974, pág. 262.

19. Hans J. Eysenck, "Psychotherapy, Bebavior Therapy, and the Outcome Problem", fita áudio cassette T-308, Guilford Publications, 1979.

20. American Psychiatric Association Commission on Psychotherapies, "Psychotherapy Research: Methodological and Efficacy Issues", 1982, pág. 228.

21. "Ambiguity Pervades Research on Effectiveness of Psychotherapy", Brain/Mind Bulletim, 4 de outubro de 1982, pág. 2.

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