Clipping: General dos EUA Revela Pretensões
Religiosas do Governo Bush
O Pentágono e o general que conversa com Deus
...O general William Boykin,
promovido a subsecretário adjunto da Defesa, é agora o melhor símbolo da aliança entre
extremistas religiosos e militares, ao pregar uma cruzada cristã contra o islamismo e
proclamar: "Deus pôs Bush na Casa Branca".
...
Misto de chefe militar e pregador religioso, Boykin diz aos fiéis evangélicos que a
guerra antiterrorista é contra o satânico islamismo e que o Deus cristão é maior do que
Alá, "falso ídolo". E mais: Bush foi nomeado por Deus. "Por que está na Casa Branca?",
perguntou a certa altura. "A maioria dos americanos não votou nele. Está na Casa Branca
porque foi colocado lá por Deus neste momento especial."
Até por colocar em dúvida a legitimidade do presidente (a Constituição prevê que deve
ser eleito pelo povo e não nomeado por Deus ou Alá ou quem quer que seja) o tal general
maluco deveria ser logo posto no olho da rua. Mas o forte dos falcões-galinhas, que pregam
o extremismo militarista sem ter sequer feito serviço militar, é exaltar gente desse tipo,
não se horrorizar com as bobagens que diz.
Boykin jura ter fotografado na Somália a prova de "principalidades das trevas" e da
"presença demoníaca, revelada a mim por Deus". Bush chamou uma vez a guerra antiterrorista
de "cruzada" mas depois recuou, agora evita a palavra. Boykin revive isso, para encanto de
bushistas como o pastor Pat Robertson e a colunista Ann Coulter. "Vamos matá-los e
convertê-los ao cristianismo", chegou a escrever Coulter. -- Argemiro Ferreira
Fonte:
http://www.tribuna.inf.br/coluna.asp?coluna=argemiro
Rumsfeld defende
general que prega 'guerra contra Satã'
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, defendeu um
general americano que disse publicamente que a guerra ao terrorismo era uma guerra entre o
Cristianismo e Satã.
O general também declarou que foi Deus que escolheu
George W. Bush como presidente dos Estados Unidos.
Para Rumsfeld, esses comentários do general William G.
Boykin, um alto funcionário do Pentágono que trabalha na inteligência americana, foram
realizados privadamente.
No entanto, a rede de TV americana NBC mostrou vídeos de
Boykin em audiências religiosas dizendo que os muçulmanos reverenciam um "ídolo que não é
Deus".
Rumsfeld preferiu
exaltar as qualidades militares do general e não tecer maiores comentários sobre suas
declarações.
Críticas
"O general tem um currículo exemplar nas Forças Armadas.
Às vezes as pessoas fazem comentários que correspondem aos seus pontos de vista. Essa é a
forma como vivemos, somos livres", disse o secretário de Defesa americano.
Rumsfeld completou
que não viu o vídeo e que, portanto, não poderia fazer mais comentários.
Mas, de acordo com os críticos, as observações do general
vão contra a insistência da administração americana de que a campanha contra o terorismo
não é sinônimo de guerra contra o Islã.
Em outros comentários, Boykin falou que os terroristas
odeiam os Estados Unidos porque "a América é uma nação cristã".
Ele contou que, quando lutava contra milícias muçulmanas
na Somália, em 1993, olhava para os soldados e pensava: "Meu Deus é maior do que o deles,
é um Deus de verdade e não um ídolo".
Fonte:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2003/10/printable/031016_rumsfeldmtc.shtml
Imprensa internacional: O papa e a
guerra santa
"Contrariando todas as previsões, o papa
completou um quarto de século de pontificado."
Foi assim que o jornal espanhol El País comentou
os 25 anos de pontificado de João Paulo Segundo.
Também na Espanha, o ABC diz que João Paulo
Segundo "é um papa exemplar".
Na França, o diário Le Figaro homenageia o papa
com o artigo "Vinte e cinco anos de coragem". O jornal afirma que João Paulo é um gigante
e que "o jubileu de prata é a coroação de um caminho fora do comum, que atravessou as
páginas mais sombrias do século passado."
Monarquia x democracia
Le Temps, de Genebra,
na Suíça, faz uma crítica ao papa e a Igreja Católica.
"Será que 25 anos não é tempo demais para um
pontificado?", escreve o jornal.
"O caráter absolutista" adquirido durante o pontificado
de João Paulo Segundo, continua o diário "não parece mais sustentável em um mundo no qual
a maioria dos católicos vive em democracias".
"No momento, o papado funciona como um direito monárquico
divino. Não seria chegada a hora do direito divino democrático?", alfineta Le Temps.
...
Guerra santa
Nos Estados Unidos, o jornal Los Angeles Times
comenta a nomeação do general William Jerry Boykin como subsecretário de inteligência do
Departamento de Defesa americano.
"O principal militar apontado para caçar (Osama) Bin
Laden e (Saddam) Hussein é um evangélico que fala abertamente do 'Exército de Deus'",
escreve o diário em sua primeira página.
O jornal lembra vários discursos do general dizendo que
ele faz parte desse "Exército de Deus".
Num deles, comentando uma operação na Somália, o general
disse, segundo o jornal: "Sabia que meu Deus era maior do que o dele. O meu era o Deus
verdadeiro e o dele apenas um ídolo".
Ainda de acordo com o jornal californiano, Boykin disse a
grupos religiosos em junho que islâmicos radicais odeiam os Estados Unidos "porque somos
uma nação cristã, por causa de nossas bases de fundação e de nossas raízes judaico-cristãs
(...) e o inimigo é um sujeito chamado Satanás".
Fonte:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2003/10/printable/031016_imprensaamt.shtml
Pentágono não demitirá
general que fez declarações polêmicas sobre o Islã
19h37 - 22/10/2003
WASHINGTON, 22 out (AFP) - O Pentágono informou esta
quarta-feira que não pedirá a demissão do general William Boykin, autor de polêmicas
declarações que comparam a guerra contra o terrorismo a uma luta entre cristianismo e
islamismo.
O secretário de Defesa americano, Donald Rumsfeld, anunciou na terça-feira uma
investigação interna sobre as declarações de Boykin, que em junho foi designado
subsecretário adjunto do Pentágono para liderar o serviço de inteligência encarregado da
busca de Osama Bin Laden e outros dirigentes de organizações terroristas.
O presidente republicano da comissão das Forças Armadas do Senado, John Warner, pediu na
terça-feira o afastamento do general Boykin até o final da investigação.
O porta-voz do Pentágono, Lawrence DiRita, alegou esta quarta-feira que Boykin pediu
desculpas, e que ele mesmo solicitou uma investigação interna. DiRita destacou que o
general tem uma carreira militar exemplar.
"Não sou um fanático ou um extremista, somente um soldado com uma grande fé", afirmou
Boykin.
Uma das declarações mais polêmicas de Boykin se referiu ao líder militar somali muçulmano
Aidid.
"Sabia que meu Deus era muito maior que o seu. Sabia que meu Deus era verdadeiro, enquanto
o seu não passava de um ídolo", clamou o general durante um discurso pronunciado em várias
igrejas dos Estados Unidos.
Fonte:
http://noticias.uol.com.br/inter/afp/2003/10/22/ult34u78531.jhtm
Comentário de general sobre islã será revisado pelo Pentágono
Por Thom Shanker :: 15:38 22/10
WASHINGTON - Um militar que comparou a batalha contra os terroristas islâmicos à guerra
contra o "Satã" pediu que o Pentágono iniciasse uma revisão oficial de seus comentários, e
o secretário de Defesa Donald H. Rumsfeld disse, na última terça-feira, que tal inquérito
começará em breve.
Rumsfeld disse que o militar, tenente-general William
Boykin, pediu que o inspetor-geral revisasse a questão. "E eu indiquei que se esse pedido
é seu, eu o considero adequado", afirmou Rumsfeld.
Boykin, vice-subsecretário de defesa para inteligência e questões de guerra, emitiu um
comunicado dizendo que parte das declarações foram tiradas do contexto. Em discursos em
igrejas e cafés da manhã, Boykin disse que militantes islamitas tentam destruir a América
"porque somos um país cristão". Ele disse em encontros evangélicos que os muçulmanos
cultuam um "ídolo", e não um "verdadeiro Deus".
Mesmo antes do anúncio de Rumsfeld, os dois membros seniores do Comitê de Serviços Armados
do Senado escreveram para o secretário de defesa, recomendando que a questão fosse
conduzida ao inspetor-geral do Pentágono.
Em uma carta datada de 17 de outubro, e divulgada na terça-feira, o senador John Warner,
presidente do comitê, e o senador Carl Levin of Michigan, democrata sênior, disseram que
declarações inflamatórias de militares "podem ser facilmente exploradas por inimigos dos
EUA, e contribuir para uma erosão do apoio dentro do mundo árabe".
http://ultimosegundo.ig.com.br/useg/nytimes/artigo/0,,1389361,00.html
Bush
critica comentário de general sobre o Islã
Por Douglas Jehl :: 05:25 23/10
WASHINGTON - Na quarta-feira (22), o presidente Bush manifestou sua oposição aos
comentários de um alto general do Pentágono, que havia colocado a guerra contra o
terrorismo em termos religiosos. Mas o Departamento de Defesa afirmou que o general não
seria transferido de função.
Estes comentários de Bush foram os primeiros em público
sobre o general William G. Boykin, vice-secretário de Defesa para Inteligência. Boykin
comparou a batalha contra os militantes islâmicos a uma luta cristã contra o demônio e
afirmou em encontros evangélicos que um líder militante na Somália adorava uma "imagem"
não um "Deus real".
Bush, falando diante de um grupo de muçulmanos moderados durante uma escala em Bali,
Indonésia, afirmou que os comentários do general "não refletiam minha opinião".
As declarações do presidente foram apresentadas quando alguns congressistas republicanos
já sugeriam que Boykin deveria ser afastado temporariamente, ou deveria até renunciar. "A
realidade política aqui é que ninguém acredita que Boykin resistirá", afirmou um
congressista republicano, que falou sob a condição do anonimato.
Mas de acordo com um porta-voz do Pentágono, Larry DiRita, "ninguém pensava em pedir sua
renúncia".
Na quarta-feira (22), o secretário de Defesa Donald H. Rumsfeld deveria se encontrar com
senadores dos dois partidos para uma reunião sobre o Iraque, e alguns congressistas
afirmaram que a questão Boykin deveria ser abordada.
Dois congressistas republicanos afirmaram que Rumsfeld cometeu um erro em não criticar
Boykin, e que ele havia permitido que a lealdade pessoal interferisse na sabedoria
política.
Boykin, um oficial altamente condecorado que foi confirmado pelo Senado em junho para o
cargo de defesa, afirmou na última sexta-feira que desejava se desculpar "àqueles que se
ofenderam com minhas declarações". Mas ele esclareceu em um comunicado que não tinha
intenção de renunciar.
Segundo os líderes religiosos de muitas seitas, as palavras de Boykin poderiam inflamar o
sentimento antiamericano no mundo islâmico.
http://ultimosegundo.ig.com.br/useg/nytimes/artigo/0,,1390085,00.html
General
Casts War in Religious Terms
The
top soldier assigned to track down Bin Laden and Hussein is an evangelical Christian who
speaks publicly of 'the army of God.'
By
Richard T. Cooper, Times Staff Writer
WASHINGTON — The Pentagon has assigned the task of
tracking down and eliminating Osama bin Laden, Saddam Hussein and other high-profile
targets to an Army general who sees the war on terrorism as a clash between
Judeo-Christian values and Satan.
Lt. Gen. William G. "Jerry" Boykin, the new deputy undersecretary of Defense for
intelligence, is a much-decorated and twice-wounded veteran of covert military
operations. From the bloody 1993 clash with Muslim warlords in Somalia chronicled in "Black
Hawk Down" and the hunt for Colombian drug czar Pablo Escobar to the ill-fated attempt
to rescue American hostages in Iran in 1980, Boykin was in the thick of things.
Yet the former commander and 13-year veteran of the Army's top-secret Delta Force is
also an outspoken evangelical Christian who appeared in dress uniform and polished jump
boots before a religious group in Oregon in June to declare that radical Islamists hated
the United States "because we're a Christian nation, because our foundation and our
roots are Judeo-Christian and the enemy is a guy named Satan."
Discussing the battle against a Muslim warlord in Somalia, Boykin told another audience,
"I knew my God was bigger than his. I knew that my God was a real God and his was an
idol."
"We in the army of God, in the house of God, kingdom of God have been raised for such a
time as this," Boykin said last year.
On at least one occasion, in Sandy, Ore., in June, Boykin said of President Bush: "He's
in the White House because God put him there."
Boykin's penchant for casting the war on terrorism in religious terms appears to be at
odds with Bush and an administration that have labored to insist that the war on
terrorism is not a religious conflict.
Although the Army has seldom if ever taken official action against officers for
outspoken expressions of religious opinion, outside experts see remarks such as Boykin's
as sending exactly the wrong message to the Arab and Islamic world.
In his public remarks, Boykin has also said that radical Muslims who resort to terrorism
are not representative of the Islamic faith.
He has compared Islamic extremists to "hooded Christians" who terrorized blacks,
Catholics, Jews and others from beneath the robes of the Ku Klux Klan.
Boykin was not available for comment and did not respond to written questions from the
Los Angeles Times submitted to him Wednesday.
"The first lesson is to recognize that whatever we say here is heard there, particularly
anything perceived to be hostile to their basic religion, and they don't forget it,"
said Stephen P. Cohen, a member of the special panel named to study policy in the Arab
and Muslim world for the U.S. Advisory Commission on Public Diplomacy.
"The phrase 'Judeo-Christian' is a big mistake. It's basically the language of Bin Laden
and his supporters," said Cohen, president of the Institute for Middle East Peace and
Development in New York.
"They are constantly trying to create the impression that the Jews and Christians are
getting together to beat up on Islam We have to be very careful that this doesn't become
a clash between religions, a clash of civilizations."
Boykin's religious activities were first documented in detail by William N. Arkin, a
former military intelligence analyst who writes on defense issues for The Times Opinion
section.
Audio and videotapes of Boykin's appearances before religious groups over the last two
years were obtained exclusively by NBC News, which reported on them Wednesday night on
the "Nightly News with Tom Brokaw."
Arkin writes in an article on the op-ed page of today's Times that Boykin's appointment
"is a frightening blunder at a time that there is widespread acknowledgment that
America's position in the Islamic world has never been worse."
Boykin's promotion to lieutenant general and his appointment as deputy undersecretary of
Defense for intelligence were confirmed by the Senate by voice vote in June.
An aide to the Senate Armed Services Committee said the appointment was not examined in
detail.
Yet Boykin's explicitly Christian-evangelical language in public forums may become an
issue now that he holds a high-level policy position in the Pentagon.
Officials at his level are often called upon to testify before Congress and appear in
public forums.
Boykin's new job makes his role especially sensitive: He is charged with speeding up the
flow of intelligence on terrorist leaders to combat teams in the field so that they can
attack top-ranking terrorist leaders.
Since virtually all these leaders are Muslim, Boykin's words and actions are likely to
draw special scrutiny in the Arab and Islamic world.
Bush, a born-again Christian, often uses religious language in his speeches,
but he keeps references to God nonsectarian.
At one point, immediately after the Sept. 11, 2001, terrorist attacks, the president
said he wanted to lead a "crusade" against terrorism.
But he quickly retracted the word when told that, to Muslim ears, it recalled the
medieval Christian crusaders' brutal invasions of Islamic nations.
In that context, Boykin's reference to the God of Islam as "an idol" may be perceived as
particularly inflammatory.
The president has made a point of praising Islam as "a religion of peace." He has
invited Muslim clerics to the White House for Ramadan dinners and has criticized
evangelicals who called Islam a dangerous faith.
The issue is still a sore spot in the Muslim world.
Pollster John Zogby says that public opinion surveys throughout the Arab and Islamic
world show strong negative reactions to any statement by a U.S. official that suggests a
conflict between religions or cultures.
"To frame things in terms of good and evil, with the United States as good, is a
nonstarter," Zogby said.
"It is exactly the wrong thing to do."
For the Army, the issue of officers expressing religious opinions publicly has been a
sensitive problem for many years, according to a former head of the Army Judge Advocate
General's office who is now retired but continues to serve in government as a civilian.
"The Army has struggled with this issue over the years. It gets really, really touchy
because what you're talking about is freedom of expression," he said, speaking on
condition of anonymity.
"What usually happens is that somebody has a quiet chat with the person," the retired
general said.
* Times staff writer Doyle McManus contributed to this report.
Fonte:
http://www.latimes.com/features/religion/la-na-general16oct16000427,1,5308503.story
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