Recaída: Ex-pastor que denunciou abusos da liderança da IASD agora surtou contra o Adventistas.Com e precisa de ajuda

Entenda o que é a manipulação emocional narcisista praticada pelo sistema adventista e denunciada recentemente por ex-pastor, que precisa destas informações e ajuda neste momento. Ore por ele e compartilhe com ele este conteúdo.

Narcisista: O Rei da Manipulação

Spa Sorocaba | Psicologia

Você convive com alguém que suga todas as suas energias? Quando se dá conta, está fazendo tudo que a pessoa quer? Já foi seduzido a ponto de transgredir leis ou valores pessoais para agradar o outro?

Se sim, cuidado! Você pode estar lidando com um narcisista.

O termo vem de Narciso, personagem da mitologia grega que apaixonou-se pelo próprio reflexo na água e acabou morrendo afogado. Vulgarmente falando, narcisista é aquele que se preocupa excessivamente com a sua imagem.

Em termos técnicos, falamos em Transtorno de Personalidade Narcisista, uma desordem catalogada no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, que incluem características como obsessão pelo reconhecimento alheio, demanda por constante atenção, inveja crônica, empatia quase nula, atitudes arrogantes, etc.

O limite entre o narcisismo e a autoestima elevada muitas vezes se confunde. Buscar aprovação e gostar de ser o centro das atenções não é patológico. O preocupante é quando essa busca se dá de maneira doentia, atropelando qualquer barreira moral e ignorando as regras de uma boa convivência social.

É comum que o narcisista aja de maneira perversa, sentindo prazer na manipulação. Isso porque pessoas assim possuem um interior tão miserável que é necessário projetá-los nos outros para diminuir sua angústia, como se espalhar sua podridão pessoal fosse capaz de diminuí-la.

O diagnóstico de um narcisista não é frequente, já que, quase sempre, quem busca ajuda é quem convive com ele – não se responsabilizar pelos problemas que causa e culpar os outros é parte dos sintomas. Os danos que um narcisista causa às pessoas do seu convívio podem ser graves: sutilmente, ele esvazia a personalidade do outro e passa a depositar a sua. Seus recursos geralmente envolvem sedução, dramatização excessiva, chantagem emocional, etc. O outro vira um espectro, uma massa humana incapaz de dizer não.

Qualquer um pode se deixar enganar por um narcisista, devido à sua excelência em manipular. Se você sente que foi ou é vítima de alguém assim, não hesite em procurar ajuda. É necessário um trabalho de fortalecimento da personalidade para que você possa se reconstruir e nunca mais passar por isso.

Fonte: https://spasorocaba.com.br/psicologia/narcisista-manipulacao

Etapas do Abuso Narcisista – Saiba como identificar o ciclo

por narcisamente

Primeiramente, as etapas do abuso narcisista são bem diferentes de outros relacionamentos e podem se destacar ou não logo no início.

Entretanto, ao continuar a relação, esses aspectos começam a ficar mais sutis, já que o parceiro passa a considerar como natural.

O resultado, são relacionamentos problemáticos e que podem causar profundas marcas psicológicas e muito sofrimento.

Então, descubra agora como identificar esse ciclo, para quebra-lo e ser capaz de ter uma vida mais saudável e também para procurar um parceiro que ofereça aquilo que você merece.

Tome notas!

1# Love Bombing é uma das etapas do abuso narcisista

love bombing é sempre uma das primeiras etapas do abuso narcisista e também marca o início do relacionamento.

Dessa forma, é aqui que o narcisista encanta o parceiro.

Para isso, faz uma série de demonstrações de afeto, amor e muitas promessas.

Inclusive, não é incomum que esse tipo de indivíduo faça tudo isso em público, para que as pessoas possam admirar o quanto ele é apaixonado.

Isso acontece porque o narcisista aproveite esse acontecimento para as outras pessoas verem.

Logo, nunca é algo do casal, mas algo para ele e para os que o vão admirar.

Ainda que não seja uma regra, claro, essas pessoas fazem de tudo um show: desde o pedido de namoro até uma surpresa mais íntima.

Isso também faz com que o parceiro não saiba como agir e você até pode notar o exagero e a falta de profundidade na ação.

Porém, isso é geralmente ignorado.

2# Ilusionismo

Um fato interessante é que as pessoas com transtorno de personalidade narcisista não amam de fato, mas amam a atenção, a admiração.

Dessa forma, replicam aquilo que é esperado delas, de forma exagerada, para conseguir o que querem.

Sendo assim, a segunda fase pode durar poucos dias, semanas ou até meses e é um verdadeiro show.

Para garantir a atração completa do parceiro, o narcisista faz de tudo: dá atenção, está sempre presente e se mostra interessada.

Devido ao exagero, não é incomum que isso comece a sufocar o parceiro, que passa a não ter mais tempo para si. Mas se sente sendo “cuidado”.

3# Desvalorização

Desvalorização- Etapa do Abuso Narcisista

Depois da segunda etapa, o parceiro do narcisista já está condicionado aquele relacionamento.

Em outras palavras, sente que encontrou a melhor pessoa da sua vida, que não há outra igual.

Assim, o narcisista já pode começar a mostrar que realmente é e, sem motivo, começa a se afastar e acaba com todo o ilusionismo.

Portanto, é como ser a areia escorrendo pelos dedos: não há o que fazer, mas você quer resolver tudo.

E, com isso, começam os abusos do narcisista, como:

    • Tratamento de silêncio;
    • Culpabilização do parceiro por tudo;
    • Jogos emocionais;
    • Gaslighting;
    • Manipulação;
    • Alienação do parceiro com o mundo, entre outras.

Esse ciclo de etapas do abuso narcisista continua.

Sendo que o parceiro se sente cada vez mais desolado e como um “problema”, buscando soluções.

#4 Descarte – Última etapa do ciclo de abuso narcisista.

Por fim, chegamos à última das etapas do abuso narcisista, sendo esta fundamental para entender esse ciclo e identificar esse tipo de relação.

Desse modo, essa etapa acontece quando o narcisista percebe que já sugou o parceiro ao máximo, ou seja, não tem mais o que ganhar daquela relação.

Como resultado, ele começa a buscar uma nova vítima.

Entretanto, eles não terminam o relacionamento, o que eles costumam usar são frases como: preciso de um tempo! , mas simplesmente abandonam o companheiro(a) rápida e friamente e já aparecem publicamente com outra pessoa.

O resultado do descarte gera na vítima um sofrimento descomunal, devido ao condicionamento psicológico a que foi submetida,  fase conhecida como, abstinência emocional.

É importante pensar, então, que não se trata de um relacionamento comum que acabou, pois o estrago emocional da vítima é nítido e muito intenso, levando a até mesmo a depressão.

Assim, o parceiro continua nesse ciclo, sofrendo e esperando, pois como não ouve término ela se sentirá sempre ligada a ele.

O narcisista sempre volta, para a etapa do love bombing para reconquistar ou aposta em pequenas demonstrações de “interesse”, para impedir que o ciclo se quebre após o descarte, pois na cabeça de um narcisista as vítimas pertencem a ele e para eles não existe término e sim um pause.

Enfim, você se sente preso aquele sistema, como se precisasse realmente daquele parceiro para viver e cai em todas as estratégias narcisistas.

Por fim, agora que você já conhece as etapas do abuso narcisista, ficou com alguma dúvida? Comenta aqui embaixo.

Lembre-se: a culpa nunca é da vítima. Você merece mais e deve procurar ajuda para cortar com essa relação.

Fonte: https://narcisamente.com.br/etapas-abuso-narcisista/

Os relacionamentos afetivos com parceiros que possuem o Transtorno de Personalidade Narcisista raramente são saudáveis. Na maior parte das vezes se tornam Relações Abusivas devido às características de personalidade desses parceiros. E é sobre este abuso Narcisista que trataremos neste artigo.

O Narcisista possui uma disfuncionalidade em sua auto percepção. Eles se vêem extremamente grandiosos, consideram-se superiores aos outros, acreditando que as pessoas não estão à sua altura e que estão aqui para servi-los de alguma forma, idolatrá-los e reconhecer a todo instante o quanto eles são bons. Consideram-se merecedores de um tratamento especial. Possuem pouca ou nenhuma empatia. Existem diferentes graus de Narcisismo, sendo que o grave beira a Psicopatia. São extremamente sedutores, agradáveis, inteligentes e são mestres na manipulação. Necessitam tirar vantagem em todas as relações. Narcisistas buscam a todo momento reconhecimento, status, poder, controle e privilégios, não medindo esforços para isto.

O Narcisista busca suprimento narcísico em uma relação ‘’afetiva’’, almejando: poder, status, sexo, dinheiro, algum benefício na relação. Geralmente suas vítimas são Empatas, Dependentes Emocionais e/ou pessoas com Baixa Auto Estima.

O abuso Narcisista no relacionamento afetivo se dá em três etapas: Idealização, Desvalorização e Descarte.

Na etapa da Idealização ocorre o chamado ‘’Love Bombing’’ (explosão de amor). Nela o Narcisista se mostra romântico, atencioso, presente e proporciona uma felicidade indescritível ao parceiro. O Narcisista se transforma em uma extensão de todos os desejos e sonhos do parceiro. Ele consegue isso através da Técnica de Espelhamento, onde observa minuciosamente cada necessidade, desejo e sonho da vítima, projetando-se exatamente da forma esperada por ela. Transforma-se em um personagem perfeito.

Neste contexto, a vítima facilmente se identifica e se conecta a esse personagem, sucumbindo-se ao charme e encanto do parceiro e tornando-se viciada nessa sensação de felicidade suprema. Torna-se, ainda dependente desta adrenalina. A vítima fica com a impressão de finalmente ter encontrado sua ‘’alma gêmea’’, de ter encontrado a almejada felicidade, sentindo-se extasiada de amor.

Quando o Narcisista percebe que já fisgou sua isca, estando a vítima totalmente viciada e dependente, ele começa a segunda etapa do abuso, qual seja: A Desvalorização.

Na etapa da Desvalorização o Narcisista adota uma frieza emocional. Aos poucos ele vai se separando emocionalmente da vítima, distanciando-se e alterando o comportamento mesmo sem nenhum motivo aparente.

Diante disso, a vítima fica totalmente perdida, sem entender o motivo de tanta mudança. Neste momento, o Narcisista aplica suas técnicas de abuso: tratamento de silêncio; críticas faladas ou veladas; culpabilização, manipulação; prática de jogos emocionais; e Gaslighting. Pode, ainda apresentar atitudes sádicas, punitivas e agressivas. Nesta etapa, ele acaba por destruir a auto estima da vítima.

Com a separação emocional, a vítima se vê totalmente perdida e começa a questionar o que teria feito de errado. Começa, ainda a se culpar, iniciando uma verdadeira luta para retornar sua relação ao estágio inicial. Contudo, acaba tendo como resposta mais distanciamento, indiferença e desprezo.

Neste contexto, pode acontecer do abusador ministrar pequenas migalhas emocionais para confundir a vítima, logo retornando ao processo de Desvalorização.

Diante disso, a vítima vê o cenário de amor e felicidade ser substituído por desprezo, dor, e distanciamento emocional. Em sua nova realidade torna-se normal engolir abusos, humilhações e buscar forças para lutar por este relacionamento.

A terceira etapa, o Descarte, é uma das mais dolorosas. Após ter sugado a energia vital, a auto estima, bem como despersonalizar a vítima, o Narcisista simplesmente a descarta.

Na maior parte das vezes o Narcisista realiza o Descarte sem apresentar nenhuma explicação, sem demonstrar nenhuma empatia, afeto ou remorso, sinais característicos de quem possui este transtorno.

A dor do término de uma relação com um Narcisista não é uma dor comum, mas sim descomunal. A pessoa sente uma abstinência, similar à de um dependente químico. A dor é tão insuportável que muitas vezes desencadeia Depressão e Crises de Ansiedade nas vítimas, fazendo-se necessária a busca por um Psicólogo e Psiquiatra para conseguir sair deste estado de adoecimento emocional. É importante ressaltar que na maioria das vezes os Narcisistas voltam a procurar suas vítimas e recomeçam assim o ciclo de abuso.

Texto: Mariana Monteiro de Souza Dimas

Fonte: https://gazetadocerrado.com.br/as-etapas-do-abuso-narcisista/

As 5 Fases do Acordar do Abuso Narcisista

Por Dr. Jaime Machado

Descobrir que o seu pai ou mãe era narcisista e que muitas das coisas pelas quais você passou na infância era abuso não deixa de ser um grande choque. Ou pode ser que você descubra que está ou esteve num relacionamento com uma pessoa narcisista. Você acha que finalmente tudo faz sentido mas isto é simplesmente a primeira etapa do seu acordar. Continue lendo…

…e eu mostro a você quão fundo a toca do coelho vai.

— MORPHEUS (MATRIX 1999)

A ilusão da realidade em que acreditava

Durante anos você quiz acreditar que teve uma infância “normal” apesar de algumas coisas que fizeram sofrer. Você acreditou que foi amado apesar de não ter sentido isso. Você foi sujeito a um controlo apertado do que podia fazer, dizer ou ser mas achava que era para seu próprio bem. E a justificação pelos castigos a que foi sujeito era por culpa sua. Era isto que lhe tinham dito e no qual você acreditava mas sem nunca ter realmente pensado no assunto em profundidade.

“Para quê pensar no meu passado? O que tem isso a haver com o meu presente? O que sou agora não tem nada a haver com a criança que eu era.”

— ANÓNIMO

Então quem é responsável pela criação da realidade em que você acredita viver? Quem foi que criou as narrativas, histórias sobre o que aconteceu na sua família? Ou no relacionamento? Sobre como você era ou é? Para quem cresceu numa família narcisista obviamente foi o pai ou mãe narcisista. No relacionamento com uma pessoa narcisista foi obviamente essa pessoa. Você limitou-se a acreditar nessa realidade que lhe foi construída, sem a criticar ou por em causa. Até agora!

O penso rápido da negação

Uma das formas de manter o condicionamento da realidade a que a pessoa foi sujeita é o próprio não pensar no assunto, tentar esquecer (como se fosse possível), apagar da sua memória esses momentos tristes.

É isto que a maior parte das pessoas faz durante muito tempo. É um esforço enorme tentar manter a imagem que estava tudo bem lá em casa, que nada de anormal se passou, que era uma família exemplar ou que o relacionamento era perfeitamente normal, talvez mesmo acima da média, excepcional.

“Como vai você?” e a maioria das pessoas responde automaticamente…

“Tudo bem.” apesar do desespero em que vive.

A negação pode e tem um modo de aturar inconsciente, que passa pela repetição, e que passa a ser o nosso modo de responder automaticamente a muitas situações. Criamos esta ficção da história que vivemos porque é conveniente cómoda e não nos obriga a pensar nem a tomar consciência.

Diga-se a favor da negação que este mecanismo psicológico tem por objetivo proteger o Ego de sofrimento adicional através de nos manter ignorantes sobre nós próprios e assim não sofrer.

A ignorância é uma benção

— THOMAS GRAY

Portanto, há a tendência de continuar a repetir a negação que nos é conveniente para evitar o sofrimento à custa da nossa ignorância sobre nós próprios. Mas no fundo a negação não passa de um penso rápido (pensar rapidamente) sobre o assunto em questão, sem profundidade e que serve de tampão para não nos vermos e não vermos o que nos foi feito nem o sofrimento que daí resultou.

Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade

― JOSEPH GOEBBELS

Como todos os pensos rápidos são coisas de duração limitada e chega o dia em que o penso cai e aí temos de nos confrontar com a realidade que estava subjacente e que a todo o custo tínhamos tentado esquivar de ver.

Por que levei tanto tempo para ver isto?

Esta é uma pergunta que a maioria das pessoas faz a si própria. Pacientes meus colocam esta pergunta com uma ponta de auto-remorso pelo tempo que passaram a se auto-iludir sobre uma realidade que lhes causava dano.

Foi também esta pergunta levou o psicólogo Leo Festinger a estudar o fato de as pessoas procurarem coerência interna entre aquilo em que acreditam e factos ou realidades que contradizem as suas crenças. Assim, quando há discordância entre o que a pessoa acredita e os factos ou realidades, a pessoa tende a criar racionalizações que justifiquem a sua crença, atitudes ou comportamentos. Por exemplo: “O meu pai batia-me porque eu era uma criança traquina.” Deste modo a pessoa que diz isto diminuí tomada de consciência que foi abusado, justifica o comportamento de abuso, e o pai é ilibado de maus tratos e, de certo modo, isto não vai afetar a relação que existiu ou existe entre os dois.

A este modo de defesa inconsciente das nossas crenças psicológicas, Leo Festinger, deu o nome de Dissonância Cognitiva.

Contudo, não fique a pensar que a Dissonância Cognitiva é só um processo psicológico inconsciente, longe disso. Quando uma pessoa é confrontada, seja por ela própria ou por terceiros, com algo que contradiz aquilo em que acredita, produz-se também uma reação física. A pessoa sente mau estar, desconforto e ansiedade, como se fosse um ataque pessoal. E no fundo é, pois aquilo em que acreditamos faz parte de nós, do nosso Eu. A maior parte das pessoas vive identificada com os seus conteúdos de consciência que nesta caso são as suas crenças e, assim elas são aquilo em que acreditam.

Você é aquilo em que acredita.

— JAIME MACHADO

A pessoa nesta situação de confronto interno só concebe duas saídas para eliminar a dissonância e reduzir a sua ansiedade:

  • os factos e realidades são ignoradas ou justificadas,
  • a pessoa tem de mudar a sua maneira de ser, isto é a sua crença

Mudar a sua maneira de ser ou naquilo em que acredita dá mais trabalho e exige suportar mais desconforto, o que vai levar a que a maioria das pessoas optem por justificar os factos ou realidades discordantes.

Tempo de acordar

Não há ilusão que dure sempre nem justificação que seja eterna e, mais cedo ou mais tarde algo cede, especialmente quando a pessoa passa por experiências ou situações de crise. São nestes momentos que as crenças e realidades em que acreditava são postas em causa e os seus alicerces testados ao máximo.

O que você sabe você não pode explicar, mas você sente. Você sentiu isso durante toda a sua vida, que há algo errado… Você não sabe o que é, mas está lá, como uma farpa na sua mente, deixando você louco.

— MORPHEUS MATRIX (1999)

É com sofrimento que vemos as velhas estruturas de crenças à volta das quais construímos as nossas vidas ruírem, deixando uma sensação de insegurança do novo que está para vir. Por outro lado, há uma possibilidade de renovação que está no horizonte, novas ideias, novas possibilidades que podem rejuvenescer o nosso ser para crescer maior para um futuro mais largo, mais livre.

O despertar do abuso narcisista é um trabalho de demolição das nossas crenças internas que nos aprisionavam.

— JAIME MACHADO

As 5 fases do acordar

As cinco fases do acordar são de certo modo semelhantes aos 5 Estágios da Morte do modelo criado por Elisabeth Kübler-Ross.

Se você está a acordar do abuso narcisista, você vai pelas seguintes fases: Negação, Raiva, Negociação, Depressão e Aceitação.

O objetivo é dar a conhecer as cinco fases que irá passar, e ter um melhor conhecimento dos processos e desafios de cada uma das fases. Isto vai ajudar a passar por cada uma das fases com mais consciência e menos turbulência emocional. Vamos mergulhar nas 5 etapas e conhecê-las mais detalhadamente.

Negação

A primeira fase que a pessoa passa é pela fase de negação. Vimos acima que a pessoa começa a responder com uma atitude de negação quando confrontada com novas informações que põe em causa a sua actual realidade, o modo como percepciona o que acontece e as crenças que estão por base.

negação que estamos a falar aqui é um processo psicológico chamado de mecanismo de defesa pela corrente de psicologia analítica ou chamado de distorção cognitiva pela corrente da psicologia cognitiva. Apesar das definições serem um pouco diferentes o resultado final é o mesmo: a negação da realidade ou informações que a põem em causa. Vimos também acima como a negação faz parte do processo de Dissonância Cognitiva que visa manter as crenças base que suportam a actual realidade em que acreditamos.

Nesta fase a pessoa tenta por todos os meios agarrar-se à antiga realidade que começa a ruir pois é psicologicamente mais fácil de “digerir” do que aceitar e acomodar às novas informações com as quais é confrontada.

Nesta fase, é muito comum a pessoa ter reações ou opiniões que reafirmam a opinião ou “narrativa oficial” criada pela pessoa narcisista. Todas as informações que lhe são apresentadas e que vão contra a “narrativa oficial” e suas crenças presentes são rotuladas como “malucas”, amorais ou simplesmente teorias da conspiração.

O ponto chave da negação nesta fase é que ninguém gosta de admitir que está errado, muito menos admitir que foi enganado. É por isso que é infinitamente mais fácil negar as novas informações do que aceitá-las.

Raiva

A negação só funciona até um certo ponto. Quando deixa de funcionar a pessoa começa a sentir raiva pois percebe que a realidade anterior em que acreditava era uma mentira criada pela pessoa narcisista para a usar e manipular. A teia de mentiras, falsidades, abusos e manipulações cruéis tornam-se claramente visíveis. A “narrativa oficial” do narcisista passa a ser vista como um conjunto de mentiras que servem somente os propósitos egocêntricos do narcisista. A pessoa começa finalmente a tomar consciência do abuso e manipulação a que foi sujeita e a apontar culpas ao narcisista.

É aqui que a pessoa começa a ver para além da “narrativa oficial” do narcisista, para além das mentiras e manipulação. É muito comum surgir o desejo de desmascarar a pessoa narcisista aos olhos dos outros. Surge a vontade de ter de comunicar aos outros esta nova realidade e o quão tóxico é o narcisista. Só que isto em geral leva a mais frustração e raiva pois a maioria das outras pessoa não estão prontas a abdicar da imagem positiva que têm da pessoa narcisista. Estas pessoas não vão acreditar, não vão levar isto a sério.

Perguntas de pessoas que passam por essa fase podem ser: “Por que eu? Não é justo!”; “Como isso pode acontecer comigo?”; “Quem é o culpado?”; “Por que isso aconteceu?”.

A raiva é uma reação perfeitamente normal de defesa que sentimos quando os nossos limites pessoais não estão a ser respeitados e o abuso está presente. No entanto, aqui a raiva é em relação à descoberta do passado de abuso e manipulação que ocorreu e do qual a pessoa não estava consciente. A raiva não só é dirigida à pessoa narcisista mas também para a própria pessoa, por ter acreditado nessa realidade ilusória do narcisista e ter-se deixado abusar e manipular por ela.

A par da raiva muitas pessoas também sentem outro sentimento: a culpa. Elas culpam-se por sentirem raiva, pois até aqui tinham sido condicionadas a nunca sentirem descontentamento em relação às ações do narcisista (muitas vezes os narcisistas fazem-se de vitimas para a outra pessoa sentir culpa e assim melhor a manipular). Muitas destas pessoas lidam mal com isto, não sabem o que fazer com a raiva. É uma coisa nova para elas com a qual não estavam habituadas a lidar e muito menos a permitir-se exprimir.

Algumas acham que a raiva não é natural, reprimem-se, criam juízos de valor negativos sobre si próprias do tipo “Eu sou boa pessoa, como posso sentir isto?”. Acontece que a raiva é uma emoção natural, é o nosso sistema de alarme contra abuso e manipulação que tinha sido desativado pelo narcisista e que agora volta a começar a funcionar. Depois há que diferenciar entre raiva e agressão, que são duas coisas bem diferentes. A raiva é uma emoção genuína que faz parte do ser humano. A agressão é uma decisão de causar dano a outrem. A pessoa pode permitir-se sentir raiva sem que haja agressão.

Apesar da raiva ajudar à pessoa a finalmente sair da ilusão em que estava, tem um lado negativo: leva a um enorme dispêndio de energia. Nesta fase a pessoa oscila entre o ataque da anterior realidade e a defesa da nova, ora isto é um esforço considerável que desgasta muito. Isto leva a que a pessoa gaste muita energia e fique exausta e cansada.

Uma estratégia eficiente neste fase é redirecionar toda a energia da raiva para a pesquisa factual do assunto, saber mais, procurar grupos de apoio e procurar apoio de um psicoterapeuta competente e especializado em casos de narcisismo. Mais pessoas estão começando a adotar essa linha de ação (e manter sua sanidade).

Mudamos quando a dor de permanecer é maior do que a dor de mudar. As consequências do que vivemos dão a dor que nos motiva a mudar.

— HENRY CLOUD

Negociação

A pessoa chega a um certo ponto e verifica que apesar da raiva ter ajudado a sair de onde estava, a mudar, a ter uma nova perspetiva da realidade, não foi muito eficaz a confrontar o narcisista, nem a levar o narcisista a assumir responsabilidade ou culpa pelo que fez e, muito menos, a convencer outras pessoas do quão tóxico o narcisista é. Depois, a raiva consome muita energia e deixa a pessoa esgotada. É aqui que a pessoa começa a entrar na fase de negociação.

Nesta fase a pessoa tenta salvar o que pode, tenta conciliar ambas as realidades, tenta trazer o narcisista à razão. Tenta mostrar ao narcisista a sua nova realidade e procurar justificação. Tenta também salvar o que pode do resto do relacionamento que está severamente afectado; há a procura de um novo equilíbrio. Tudo isto na esperança de que mais sofrimento possa ser evitado e uma certa harmonia encontrada.

A pessoa vai rapidamente concluir que tentar negociar com o narcisista não funciona pois ele não está interessado em clarificar o que se passou, a chegar a um acordo ou a assumir qualquer tipo de responsabilidade. Tentar negociar com o narcisista é chegar a mais confusão, humilhação, drama e dor.

Apesar de a pessoa estar segura da sua nova realidade começa a não ter força para continuar pois acha que tentou tudo o que estava ao seu alcance para mudar a situação, fazer ver ao narcisista a sua perspective e também mudar o relacionamento com ele. A desilusão aumenta e a frustração começa a tomar lugar pois a pessoa acha que esgotou todas as suas possibilidades de atuação e pensa que afinal não conseguiu nada.

Este fase é mesmo o último recurso para a velha realidade, para o antigo relacionamento e as crenças que suportam isso. Isto dá lugar à “morte” da velha realidade e relacionamento em que viveu, como das crenças em que acreditava para que tudo isso funcionasse. A pessoa já não tem energia para tentar salvar o que está para trás, sente-se esgotada e, seguidamente dá-se a fase da depressão.

Depressão

É na fase da depressão que você percebe que a sua velha realidade era uma ilusão e que vocês estava completamente enganada. Essa realidade anterior era falsa e tóxica. O chegar a esta tomada de consciência tira energia para agir, há tendência para introspecção, repensar o que funcionou e não. A pessoa sente-se deprimida, esgotada e tem a sensação de que foi traída por si própria (por ter acreditado naquilo tudo).

O desespero porque está a passar leva a pensamentos de desânimo e desalento, do tipo: “Estou tão triste, para quê preocupar com o que quer que seja?”; “Aquela pessoa nunca me amou, então qual é o sentido de tudo disto?”; “Eu não posso continuar, porquê continuar assim?”

Com a morte dessa realidade, do relacionamento e das coisas em que acreditava, foi-se também a energia e a motivação que estava ligada a essa realidade. Há tendência para querer ficar em silêncio, retrair-se, deixar-se estar triste e taciturna.

Esta fase parece não ser relevante mas é super importante para uma nova reorganização interna, queimar qualquer idealização anterior, ficar de novo com os pés bem assentes na terra, reagrupar e acumular nova energia interior para finalmente aceitar a sua nova realidade e construção dos seus novos valores (as novas crenças que vão direcionar a sua nova vida).

Aceitação

Nesta fase a pessoa olha à sua volta e permite-se ver o que realmente está na sua frente. Aceita que o narcisista nunca vai mudar; que o narcisista nunca a amou nem vai amar; que nunca vai obter responsabilização por parte do narcisista pelo sofrimento que ela passou. Mas a par de tudo isto começa também a aceitar-se a si própria, que tem direito de se amar, de se tratar bem, de ser quem é.

Com a aceitação vem o ser capaz de se sentir confortável com a sua nova realidade, de aceitar criar os seus limites e valores pessoais, de estabelecer as suas novas metas que vão orientar a sua nova vida.

É também nesta fase que surge compaixão própria pelo caminho trilhado, pela coragem que tivemos de seguir em frente, por tudo o que fizemos e pela transformação que passamos. Isto também é o início da reconstrução do amor perdido por nós próprios, aquilo que muitos chamam de auto-estima e amor próprio.

Começam a ocorrer pensamento do tipo: “Vai ficar tudo bem.”; “Não posso lutar contra isto que aconteceu mas posso muito bem me preparar para isto.”; “Tenho é de pensar no que está à frente e ir em frente.” É aí que outras pessoas começam a notar algo muito diferente. Ela já não é a mesma pessoa de antes. Começa a haver uma nova luz nos olhos e a confiança em reconstruir toma lugar.

Com a aceitação, tanto dentro como fora, ocorre uma nova integração ao nível do nosso Eu Profundo, do modo como nos relacionamos connosco e a sensação de alguma paz interior, como também de finalmente ser capaz de receber e dar amor de modo equilibrado.

Pensamentos finais

É bom ter em mente que a passagem por estas fases não é linear. Muitas vezes a pessoa vai para a fase seguinte e depois volta para anterior e por assim adiante. Isto é mesmo assim, não caia no engodo de apressar ou saltar fases. A coisa não funciona assim, há que dar tempo ao tempo para que as nossas mudanças interiores sejam bem enraizadas na realidade e não num desejo idealizado de resolver abruptamente ou evitar a dor da viagem que está à nossa frente.

Por último, é útil ter apoio nesta viagem tumultuosa. Procure o apoio de um bom psicoterapeuta competente e com experiência no abuso narcisista para que possa ajudar neste processo.

Esta viagem não é fácil mas vale apena!

E você? Em qual das fases você se encontra?

Fonte:
https://jaimemachado.org/5-fases-acordar-abuso-narcisista/

7 frases para neutralizar um narcisista manipulador

Os narcisitas manipuladores também têm seus pontos fracos. E com algumas estratégias efetivas de comunicação é possível neutralizá-los.

Neutralizar um narcisita manipulador não é tarefa fácil, pois ele é uma pessoa altamente persuasiva, com muita habilidade para fazer com que os outros vejam o mundo a sua maneira.

No começo, conviver com um narcisita pode ser emocionante porque eles são sedutores, aventureiros e encantadores. Porém, com o passar do tempo, o narcisista manipulador começa a mostrar o seu verdadeiro caráter e é aí que surgem os problemas.

As pessoas que sofrem do Transtorno da Personalidade Narcisista (TPN) acham que são superiores aos outros. Têm uma percepção exagerada da sua importância. São controladoras, egoístas e manipuladoras. Não sentem nenhuma empatia. Demandam muita atenção. Nunca estão satisfeitas com nada, querendo sempre mais.

Como são indivíduos bastante difíceis de lidar, a convivência com um narcisista costuma ser exaustiva, especialmente para aqueles que tem problemas de autoestima ou que são dependentes emocionais.

No entanto, como todos nós, o narcisista manipulador também tem seus pontos fracos. E com algumas estratégias de comunicação é possível neutralizá-los. A seguir, apresentamos 7 frases que podem ajudá-la a manter esse tipo de pessoa longe de você.

1. Não tenho medo de você

Uma das formas que o narcisista manipulador encontra para dominar e manipular os outros é causando medo e fazendo ameaças. No começo, ele busca observar as fraquezas da outra pessoa para usá-las a seu favor no futuro. Se você conta algo íntimo a um narcisista manipulador, é muito provável que em algum momento ele irá ameaçar dividir o seu segredo com outras pessoas.

Não levar essas ameaças a sério é uma boa maneira de mostrar a ele que não está intimidada. Assim que notar que o narcisista está tentando deixar você acuada, seja clara e, de uma forma tranquila, diga “não tenho medo de você e das suas ameaças. Pode fazer o que achar que deve. Não me afetará.”

Se dita com segurança e transmitindo verdade, esta simples frase é poderosa porque um narcisista manipulador não sabe como agir com quem ele não consegue intimidar.

2. Não

O narcisista manipulador tem muita dificuldade em escutar não porque acredita que sempre tem razão e que todos os seus desejos devem ser cumpridos. Esse tipo de gente não aceita opiniões diferentes da sua, chegando a fazer inúmeras ameaças quando sente que não tem o controle da situação.

Se diz não de uma forma assertiva e tranquila, o narcisista manipulador, que já está acostumado a escutar sempre sim de você, ficará surpreso e extremamente incomodado. Embora em um primeiro momento elle seguramente tentará manipulá-la (gritando, ameaçando, se fazendo de vítima), se você passa a dizer não com frequência, ele mudará a imagem que tem ao seu respeito – que é uma pessoa manipulável – e buscará outra vítima.

3. O mundo não gira ao seu redor

Todo narcisista manipulador acha que é único, especial e que o outro existe para satisfazer as suas necessidades. A relação com  uma pessoa assim costuma ser muito desigual. Uma das partes dá demais sem receber nada em troca.

Se você deseja acabar com essa dinâmica, dizer esta frase pode ser um bom começo. Especialmente se ela vem acompanhada de uma mudança de atitude. Você deve deixar de dar prioridade aos desejos dele e passar a cuidar mais das suas próprias necessidades e interesses.

4. Não me pressione

O narcisista manipulador geralmente é impulsivo, não sabe esperar e quando deseja algo passa a pressionar o outro até conseguir o que quer. É muito insistente, chegando a ser chato.

Pressionar também é uma estratégia usada por ele para não dar tempo para a outra pessoa refletir. Assim, se você não quer tomar uma decisão apenas por pressão (e correr o risco de se arrepender), seja clara e direta.

Você pode dizer “não gosto de me sentir pressionada a tomar uma decisão precipitada”, “não estou cômoda e não quero decidir tão rápido”, “preciso mais tempo para pensar e decidir o que fazer. enquanto isso, por favor, não me pressione.”

5. Não mude de assunto

É muito chato quando alguém muda de assunto no meio de uma discussão, mas quando o outro faz isso para não assumir seus erros e a responsabilidade por seus atos, o jogo é bastante cruel.

Em uma discussão, o narcisista manipulador é especialista em reverter o jogo para que pareça que a outra pessoa é culpada. Se faz de vítima, muda o sentido do que foi dito e faz o possível para que o outro acredite que ele não tem culpa de nada.

Logo, se você notar que um narcisista manipulador está tentando mudar de assunto para não ter que assumir seus erros, centre de novo a conversa no seu ponto principal. É muito provável que ele não admitirá seu erro, mas saberá que não pode mais confundir você tão facilmente.

6. Não me compare

Uma das estratégias utilizadas por um narcisista manipulador para dominar alguém é fazer constantes comparações com os outros, destacando o que essa pessoa não tem. A comparação constante é uma forma de menosprezar e humilhar. Quem age assim tem como principal objetivo deixar o outro fragilizado e inseguro para depois manipulá-lo.

Uma forma de evitar que o narcisista manipulador destrua a sua autoestima é dizer para que não compare você com ninguém. Você pode falar “entendo e respeito o seu ponto de vista, mas conheço as minhas qualidades, sei quem sou e não vou perder meu tempo com esse tipo de comparação. Não faça mais isso.”

7. Não quero mais estar com você

Talvez esta seja a frase mais difícil de dizer a um narcisista manipulador, pois terminar a relação com alguém assim exige muita força interior.

O narcisista manipulador pode fazer com que você se apaixone por ele com tanta força que você pode sentir que está perdendo um pedaço seu quando a relação termina. Ele é especialista em ser o centro da vida do outro. E quando a relação termina deixa um enorme vazio porque a vítima não sabe mais quem é. Judith Orloff, psiquiatra.

No entanto, se você decidiu terminar o relacionamento, o mais importante é tentar não ceder e estar preparada para o que virá. O narcisista manipulador odeia ser rejeitado e não aceitará facilmente o fim. Mas com determinação, apoio psicológico e mudança de comportamento é possível se libertar.

Fonte: https://br.mundopsicologos.com/artigos/7-frases-para-neutralizar-um-narcisicta-manipulador

 

Abuso narcisista

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Abuso narcisista foi originalmente definido como uma forma específica de abuso emocional de crianças por pais narcisistas – pais que exigem que a criança desista de seus próprios desejos e sentimentos para atender às suas necessidades.[1] O termo surgiu no final do século XX devido às obras de Alice Miller e outros neo-freudianos, rejeitando a psicanálise como sendo semelhante à pedagogias venenosas.[2]

A cultura da auto-ajuda pressupõe que alguém abusado por pais narcisistas quando criança provavelmente lida com problemas de codependência na idade adulta. Um adulto que está ou esteve em um relacionamento com um narcisista provavelmente têm dificuldades em não saber o que constitui um relacionamento “normal”.[3]

Nos últimos anos, o termo foi aplicado de forma mais ampla para se referir a qualquer abuso por um narcisista, inclusive nas relações entre adultos.[4]

Relações adultas

O abuso narcisista também pode ocorrer em relações entre adultos, onde a pessoa narcisista tende a procurar um parceiro bem-sucedido (independente, educado e atraente) e empático para obter admiração de seus atributos próprios – suprimento narcísico. O narcisista cria uma relação dinâmica de agressor e vítima através de um ciclo de abuso que resulta em ligação traumática o que torna difícil para seu parceiro deixar o relacionamento que é cada vez mais abusivo.

Codependentes podem voluntariamente buscar relacionamentos com narcisistas.[5]

Os relacionamentos dos narcisistas são caracterizados por um período de intenso envolvimento e idealização de seu parceiro, seguido de desvalorização, e um descarte rápido do parceiro.[6] No início de um relacionamento com um narcisista, só é mostrado ao parceiro o “eu ideal” do narcisista, que inclui pseudo-empatia, bondade e charme superficial. Uma vez que o parceiro se compromete com o relacionamento (por exemplo, através do casamento ou uma parceria comercial), o verdadeiro eu do narcisista começará a surgir.

O abuso narcisista inicial começa com comentários depreciadores até o desprezo, adultério, sabotagem e, às vezes, abuso físico.[5] No núcleo de um narcisista está uma combinação de senso de importãncia e baixa auto-estima. Esses sentimentos de inadequação são psicológica projetada na vítima. Se a pessoa narcisista se sentir sem atrativo, diminuirá a aparência do parceiro romântico. Se o narcisista comete um erro, este erro se torna falha do parceiro.[7]

Os narcisistas também se envolvem em abusos insidiosos, abuso manipulativo, dando sugestões sutis e comentários que resultam na vítima questionar seu próprio comportamento e pensamentos. Isso é chamado de gaslighting.[8] Qualquer pequena crítica do narcisista, seja real ou percebida, geralmente desencadeia raiva narcisista e uma aniquilação da pessoa narcisista. Isso pode assumir a forma de gritos ou de sabotagem silenciosa (criar armadilhas, esconder pertences, propagar rumores etc.).

A fase de descarte pode ser rápida e ocorre uma vez que o suprimento narcisista é obtido em outros lugares. Nos relacionamentos românticos, o suprimento narcisista pode ser adquirido ao ter casos românticos. O novo parceiro está na fase de idealização e só testemunha o “eu ideal”; assim, mais uma vez, o ciclo de abuso narcisista começa. Os narcisistas não assumem a responsabilidade por dificuldades de relacionamento e não apresentam sentimento de remorso. Em vez disso, eles acreditam ser a vítima no relacionamento.[9]

Referências

  1.  James I. Kepner (14/10/2014). Body Process: A Gestalt Approach to Working with the Body in Psychotherapy. CRC Press. pp. 73–. ISBN 978-1-317-75818-1.
  2.  Nota: Em For Your Own Good, Alice Miller credita Katharina Rutschky e seu trabalho de 1977 Schwarze PädagogikComo a inspiração para considerar o conceito de “pedagogia venenosa” [1] que é considerado como tradução do termo original de Rutschky Schwarze Pädagogik (literalmente “pedagocia negra”). Fonte: Zornado, Joseph L. (2001). Inventing the Child: Culture, Ideology, and the Story of Childhood. [S.l.]: Routledge. p. 77. ISBN 0-8153-3524-5
  3.  Cynthia Bailey-Rug (7/8/2016). It’s Not You, It’s Them: When People Are More Than Selfish. Lulu.com. p. 80 – 81. ISBN 978-1-365-31305-9.
  4.  Cynthia Bailey-Rug (16/7/2015). Life After Narcissistic Abuse: There Is Healing and Hope. Lulu.com. p. 1. ISBN 978-1-329-35112-7.
  5. ↑ Ir para:a b Sam Vaknin (2007). Malignant Self Love: Narcissism Revisited. Narcissus Publishing. ISBN 978-80-238-3384-3.
  6.  G. David Elkin (1999). Introduction to Clinical Psychiatry. McGraw Hill Professional. p. 171. ISBN 978-0-8385-4333-7.
  7.  Zayn, C. & Dibble, K. (2007). Narcissistic Lovers: How to Cope, Recover and Move On. Publisher: New Horizon Press
  8.  Stern, R. (2007). The Gaslight Effect: How to Spot and Survive the Hidden Manipulation Others Use to Control Your Life. Publisher: Harmony
  9.  C. Bailey-Rug, Life After Narcissistic Abuse (2015)

Manipulação emocional: saiba o que é e os 8 sinais de uma manipulação

Atualizado em 10 dez 2021

Reconhecer uma chantagem emocional

A manipulação emocional nem sempre é fácil de ser identificada e ela pode trazer consequências muito prejudiciais para as pessoas manipuladas.

Por isso, é importante darmos a devida atenção às relações que estabelecemos ao longo da vida e ao que essas relações representam em nosso cotidiano e, consequentemente, aos impactos que elas trazem para a nossa saúde mental.

A manipulação emocional pode estar presente em qualquer modelo de relacionamento, seja ele interpessoal ou profissional. Ela pode se apresentar de maneira sutil ou explícita e, por isso, identificá-la em alguns casos pode ser um pouco mais delicado.

A manipulação emocional nem sempre é óbvia e ela também pode ser compreendida como chantagem emocional.

Tanto a chantagem emocional quanto a manipulação emocional são as mais discretas das violências que podem ocorrer em um relacionamento. Geralmente elas são ignoradas por parecerem irrelevantes.

No entanto, psicólogos alertam que esse tipo de comportamento pode denunciar e mascarar outros tipos de comportamentos mais sérios e transtornos mentais.

Ao longo do artigo iremos nos aprofundar um pouco mais em cada um desses comportamentos.

O que é manipulação emocional?

Manipulação emocional é quando uma pessoa se utiliza de palavras, gestos ou simulação de sentimentos para influenciar o outro de forma consciente com o objetivo de conseguir o que se deseja.

Todos nós, em algum momento da vida, já fizemos ou já fomos alvo de chantagem emocional. Aprendemos e desenvolvemos essa capacidade desde a infância, quando queríamos a atenção dos nossos pais.

Mas, é na idade adulta que a chantagem emocional passa a ser uma arma de manipulação para alcançar objetivos. Este tipo de persuasão pode levar a situações críticas e suas consequências podem ser desastrosas.

São notórias a inteligência e a envolvência que pessoas chantagistas possuem. Muito mais comum nos relacionamentos amorosos, a chantagem emocional é uma forma de violência, tornando o outro um escravo de desejos e vontades incabíveis.

Fazer charme, negociar, entrar em acordo é saudável dentro de um relacionamento e faz parte da convivência a dois. Cabe aprender a distinguir o que são combinados do que são jogos de manipulação.

A chantagem emocional, quando não identificada precocemente, tende a reprimir a liberdade e o livre arbítrio, dando a quem é vítima da chantagem, a sensação de estar sempre em débito com o outro.

Conheça 8 sinais de manipulação emocional

Como mencionado anteriormente, esse tipo de manipulação pode ser muito sutil. Por isso, compilamos os 8 sinais mais comuns que podem facilmente ser identificados em manipuladores emocionais. Confira a seguir.

1. Manipulam por meio de palavras

Um manipulador pode dizer coisas de uma maneira que pareçam extremamente genuínas e honestas. Eles, geralmente, são treinados na arte de esconder suas verdadeiras intenções.

O manipulador tem como base a ideia de sempre sentir que está tirando proveito de qualquer situação e, principalmente, de que sempre está no controle da própria vida e da vida do outro.

Isso acontece porque eles não suportam a ideia de que algo não seja exatamente da maneira que lhes agrada e, por isso, manipulam pessoas e circunstâncias para que os resultados saiam como o planejado. O objetivo da pessoa manipuladora é satisfazer as suas próprias vontades.

Não por menos, manipuladores também são pessoas extremamente frustradas pois, embora encontrem no caminho pessoas suscetíveis à manipulação, estar no controle é uma ilusão – afinal, a vida não acontece detalhadamente da maneira que planejamos.

Quando contestados, manipuladores irão inverter a situação e buscar alguma falha anterior do outro, para justificar a sua ação.

Irão recorrer ao passado, situações em que foram complacentes e buscar referências em defeitos reconhecidos no parceiro, para tirar o foco do assunto em questão. Assumem uma postura de vítima, despertando o sentimento de culpa no outro.

2. Inconformidade e autopunição

Ao ser confrontado sobre o seu comportamento ou quando não concorda com atitudes alheias, o chantagista irá demonstrar inconformidade e pode recorrer à autopunição.

Frases como “eu não mereço isso”, “você não pode fazer isso comigo” ou o inverso, como “eu realmente mereço isso”, “sou a pior pessoa do mundo”; são recorrentes em discussões com manipuladores.

3. Distorcem os fatos

Um comportamento muito comum dos manipuladores é o de distorcer situações e fatos para não se prejudicarem ou simplesmente não assumirem qualquer tipo de erro ou culpa.

Com isso, facilmente invertem todo o contexto de uma situação, sendo capazes até mesmo de envolver terceiros numa história apenas para “provar” a sua razão. Eles têm o hábito de estruturarem tão bem as suas convicções que conseguem fazer com que as pessoas acreditem em suas histórias.

Manipuladores são pessoas que não suportam a ideia de ter qualquer falha em evidência.

Por essa razão, também são pessoas que assumem poucas responsabilidades na vida, já que acreditam que o outro deve se submeter a ele, mas ele jamais deve se submeter ao outro.

4. São bons em fazer as outras pessoas sentirem culpa

A culpa é uma das grandes armas da manipulação emocional, em especial quando o manipulador está dentro de um relacionamento amoroso.

É importante sempre lembrarmos que os manipuladores estão o tempo inteiro em alerta, para jamais se sentirem prejudicados em qualquer situação que seja. A busca pelo próprio bem-estar, a qualquer preço, é o combustível dessas pessoas.

Por isso, quando um manipulador está num relacionamento, ele tende a culpar o outro por tudo o que não vai bem na relação, sem jamais cogitar a hipótese de que ele também tem responsabilidade naquilo que não está bom.

Se o outro faz qualquer cobrança na relação, o manipulador rapidamente encontrará argumentos para dizer que o que não vai bem é porque o outro não está fazendo por onde.

Frases comuns nesse tipo de relação: “Você está me cobrando, mas não tem olhado para os próprios erros”; “Eu não fico cobrando você o tempo inteiro das coisas que eu não gosto”; “Você só sabe reclamar e por isso a nossa relação está indo de mal a pior” – mesmo que nada disso seja verdade, o manipulador na maioria das vezes consegue convencer o outro de que, realmente, a culpa não está nele.

Manipuladores irão recorrer a tudo. E um bom drama, exige uma boa performance teatral. Choro, autoflagelamento, dores repentinas no peito, gritos, pode fazer parte da cena.

O inverso também pode ocorrer, sempre de forma exagerada, como o silêncio súbito, não reação, apatia e olhar vago, podem ser usados para sensibilizar o outro e amenizar as cobranças.

5. Minimizam a dor e as inseguranças das outras pessoas

Manipuladores possuem pouca ou quase nenhuma responsabilidade afetiva. Para eles, a tristeza, a dor e a vulnerabilidade do outro são caracterizadas como frescuras e fraquezas de personalidade.

Isso acontece porque eles têm dificuldade em enxergar as outras pessoas com empatia.

Sendo assim, ao ouvir a queixa de alguém sobre uma angústia ou um conflito, seja no trabalho ou na vida pessoal, certamente o manipulador dirá que aquilo é bobagem e que o outro está fazendo “tempestade em copo d’água”, fazendo essa pessoa realmente pensar que aquele sofrimento não é importante.

Outra característica comum nestes casos é de o manipulador diminuir o sofrimento do outro contando histórias pessoais, como se ele passasse por problemas muito maiores e mais difíceis – querendo, obviamente, demonstrar que continua “firme e forte apesar de também passar por tudo isso”.

6. Manipuladores tendem a ter comportamentos passivo-agressivos

Embora os manipuladores tenham pouca empatia com as outras pessoas e priorizem o próprio bem-estar, eles entendem que não podem viver sozinhos, afinal, convivemos em sociedade e precisamos das outras pessoas por diversas razões.

No entanto, mesmo que não esteja acontecendo nenhuma situação específica, o manipulador pode sentir vontade de atacar emocionalmente a outra pessoa, apenas por diversão. Com isso, facilmente demonstram comportamentos passivo-agressivos com as pessoas ao redor.

Ou seja, muitas vezes fazem uma crítica sutil em tom de brincadeira ou machucam o outro com palavras, inventam histórias (as chamadas fofocas) e depois dizem que aquela “não foi a intenção”. Esses comportamentos também podem vir disfarçados de “só queria ajudar”, “não imaginei que tomaria essa proporção” ou “você não sabe brincar”.

7. Manipuladores são vampiros energéticos

Mesmo que a manipulação e os comportamentos da pessoa manipuladora sejam sutis, com a convivência as pessoas ao redor começam a sentir que a presença daquela pessoa causa desconforto.

Com o passar do tempo, as pessoas percebem que estão evitando contar sobre as suas vidas pessoais ou mesmo se sentem “pisando em ovos” porque sabem que se expuserem as suas fragilidades, serão motivo de chacota.

Vampiros energéticos são pessoas que ao se aproximarem, trazem consigo uma sensação imediata de desconforto, fazendo com que as pessoas ao redor se sintam esgotadas emocionalmente sem entenderem exatamente o porquê dessa sensação.

8. Tendem a ser agressivos

Quando não conseguem o que querem, manipuladores podem demonstrar comportamentos extremamente agressivos, seja através de palavras ou ações. Isso acontece porque eles não aceitam que as suas vontades não sejam atendidas e esperam que o outro faça o que for preciso para agradá-los.

Quando o manipulador percebe que algo não saiu da maneira como ele desejava e que os seus comportamentos manipuladores não foram capazes de atingir os resultados esperados, ele parte para a agressão como forma de obrigar o outro a fazer aquilo que ele quer de uma forma ou de outra.

Uma das armas usadas pelo chantagista também são as ameaças de vingança ou contra si mesmo. O chantagista irá tentar controlar o outro ameaçando com ações severas e extremas.

“Você vai me perder para sempre”, ” eu vou me matar”, “nunca mais seremos felizes”, são algumas frases que podem ser usadas no fervor dos confrontos.

Perceba que há uma diferença clara entre ameaças e alguém que está sofrendo com depressão e corre o risco de vida, devido a algum transtorno psicológico.

Procure perceber se quem está se comportando assim precisa de ajuda, ou se são apenas blefes para conseguir o que quer.

Sinais de manipulação emocional

É possível lidar com uma pessoa manipuladora?

Ao identificar um manipulador, algumas pessoas podem sentir vontade de ajudar e podem até mesmo acreditar que com elas essa pessoa será diferente. Mas, infelizmente, não é bem isso o que acontece na prática.

Por isso, é muito importante que estejamos sempre atentos ao espaço que oferecemos para algumas pessoas em nossas vidas – isso inclui até mesmo o relacionamento entre familiares.

Pensar em si mesmo não é um defeito, afinal, isso faz parte do nosso crescimento e amadurecimento e, inclusive, é recomendado por psicólogos e psiquiatras. Mas é importante que isso não seja motivo para submeter outras pessoas a situações degradantes apenas em busca de benefícios próprios.

Sendo assim, o ideal é que, ao identificar uma pessoa manipuladora, você se afaste completamente para que a sua própria saúde emocional seja preservada.

Em casos em que o afastamento não seja uma opção (como num ambiente de trabalho, por exemplo), você ainda pode manter um contato estritamente profissional com essa pessoa, sem ter uma relação estreita ou de amizade.

Lidar com um chantagista emocional não é fácil. É necessário autocontrole, autoconfiança e saber dizer “não”. Não acredite em tudo o que uma pessoa manipuladora fala. Ela estará de olho em seus pontos fracos, e irá usá-los para obter o que deseja.

Também é importante entendermos que pessoas manipuladoras podem sim ter os seus comportamentos moldados, mas isso somente é possível de acontecer quando eles identificarem, pelos seus próprios meios, que esses comportamentos precisam ser revistos. A partir disso, somente com a ajuda de um psicólogo é que esse processo poderá trazer resultados positivos.

Fonte: https://www.psicologoeterapia.com.br/blog/manipulacao-emocional-o-que-e-e-os-sinais/

 

ETAPAS DO RELACIONAMENTO NARCISISTA

 

1ª fase- EXPLOSÃO DE AMOR: nessa fase, após escolher a vítima perfeita o narcisista enche ela de amor: elogia o tempo todo, gostam das mesmas coisas que você, está disponível 100% para você, diz frases como: “nunca mais vou te abandonar”, “como não te encontrei antes?”… e logo se declara para você, diz que te ama cedo demais presenteando até com aliança.

2ª fase- DESPREZO: nessa fase, após ter conseguido conquistar a vítima e tê-la em suas mãos o narcisista começa a despreza-la, criticá-la, diminuí-la, privação de sexo com o intuito de destruir a autoestima da vítima! Ela sem entender vai começar a fazer de tudo para conseguir resgatar a primeira fase tão perfeita, e é onde começa o desgaste!

3ª fase- DESCARTE: nessa fase, após desprezar a vítima, destruir sua autoestima e estar totalmente alimentado por suprimento narcisista ele a descarta! Da maneira mais fria possível e do nada. Dizendo a famosa frase: “eu não te amo mais”. A vítima sofre MUITO.

4ª fase- RECONQUISTA: o narcisista nunca termina um relacionamento. A vítima fica como “step”, quando faltar suprimento narcisista ele irá voltar para tentar te reconquistar e sugar mais de você! Só que se você ceder o abuso será ainda maior nessa segunda fase, porque ele sabe que o que fez com você anteriormente não foi suficiente. Portanto a melhor maneira de lidar com essa fase é agir de maneira neutra e não ceder a reconquista, pois seu sofrimento será garantido. Essa fase pode acontecer em meses ou anos, tem casos que ele reapareceu depois de anos.

Fonte: http://leandromotta.psc.br/index.php/noticias/352-ciclo-do-abuso-narcisista

Sete traços psicológicos do narcisismo que um narcisista nunca admitiria

Aprenda a detectar quando o egocentrismo e a manipulação são fruto de uma personalidade patológica

KRISTIN SULENG

Não fazer terapia nem ter passado pela consulta de um psicólogo não significa que você não tenha uma personalidade narcisista, totalmente patológica. Afinal, onde você encontraria um profissional do seu nível? “Em alguns casos, quando os narcisistas aceitam ir à terapia, a primeira premissa é que o profissional esteja à altura de suas expectativas, tem que ser de reconhecido prestígio e estar altamente capacitado para atendê-lo”, afirma o psicólogo José Elías Fernández. Ou o que é quase pior: talvez haja um narcisista por perto, tornando sua vida impossível, sem que você consiga imaginar qual é a causa de seus delírios.

Nesse caso, até que não aprenda a desenvolver a inteligência emocional, consiga controlar seus sentimentos e os dos demais, reconheça suas qualidades e capacidade em sua justa medida, aceite as críticas, desenvolva a autoestima e tenha objetivos realistas, mais vale ficar de olho. Os narcisistas podem ser muito tóxicos. Mas será mais difícil para eles se esconder se você conhecer todos os traços de uma personalidade narcisista que os psicólogos detalharam para que você não baixe a guarda.

Os narcisistas são arrogantes e prepotentes, mas não por acaso. Acreditam-se únicos, especiais e donos e senhores de uma existência maravilhosa que está muito longe da que os demais poderiam sequer imaginar. “Esse conceito grandioso de sua personalidade e de sua vida os leva a pensar que não podem se relacionar com qualquer um, que devem procurar pessoas de sua categoria”,explica Fernández, membro do Colégio de Psicólogos de Madri. “Por isso a maioria das pessoas significa pouco para eles”, acrescenta.

Curiosamente, têm consciência de seus defeitos, e alguns até sabem que exageram suas habilidades para muito além da realidade. “Por isso precisam ser admirados constantemente”, afirma Fernández. O ruim é que, em seu afã por sobressaírem-se, exageram suas conquistas a um limite tão estratosférico que se tornam pessoas insuportavelmente competitivas. “São os únicos que conseguem triunfos na vida (outros conseguem e não sabem), os demais não estão a sua altura, e se fixam no negativo das pessoas à sua volta” para se destacarem em comparação, afirma o psicólogo.

Também acreditam que suas experiências têm mais valor do que a dos demais, e sentem que devem ser o exemplo para aqueles que os rodeiam. Não fazem isso para dar conselhos, mas para ser o centro do discurso. Isso faz suas relações sociais se deteriorarem e então precisam de novos contatos que os admirem, ainda que, com o tempo, modulem o discurso para assumir que geram rejeição.

Têm a mesma capacidade de ouvir que as pedras

O mundo dos narcisistas é pequeno, limita-se ao que pensam e fazem, em sua cabeça só cabem ecos de seus próprios pensamentos. “Não ouvem os outros porque nada lhes importa. A avidez por admiração os leva a crer que tudo em sua vida é excepcional, não existem fatos normais, sua existência é maravilhosa, cheia de triunfos e notoriedade”, descreve Fernández.

No entanto, em suas relações pessoais e sociais impera a inveja, tanto que a sentem pelas conquistas alheias como pela que acreditam que os outros têm por suas conquistas. A cautela é a norma se um narcisista se aproxima de você, pois se precisam apoiar-se em seus colegas para sobressair, não duvidarão em fazê-lo.

A mentira é uma das muletas dos narcisistas, mas suas histórias são distantes, difíceis de confirmar

São os piores companheiros que se pode ter porque sua falta de receptividade os torna incapazes de ajudar os outros. “Em situações como viagens, quando se faz com alguém que não se conhece bem, é preciso tomar cuidado porque a personalidade aflora. As narcisistas podem aparecer a qualquer momento”, adverte o especialista.

Sucesso ilimitado, essa fantasia que os acompanha

Criar uma realidade paralela também é um dos traços indicativos dos narcisistas. “A maior parte do tempo não vivem na realidade. Seus conceitos errados sobre suas capacidades os colocam em um mundo de fantasias e de poder sobre os demais. A única coisa que fazem, com a esperança de alcançar o sucesso a todo custo, é enganar a eles mesmos e aos demais”, reflete Fernández.

As pessoas narcisistas só conseguem alcançar o objetivo com uma imaginação excessiva. “Costumam mentir. Um clássico é que te falem de coisas distantes que você nunca poderá comprovar, mas quanto mais enganam a si mesmos, mais acreditam naquilo. Com sua fantasia ilimitada exageram e rentabilizam o que é bom, que em boa parte pegaram de outros”, destaca o psicólogo. Todos mentimos, mas não mais de duas vezes por dia: o número determina quando poderia ser um problema. Sem dúvida, não lhes dê ouvidos se colocarem a culpa em você; na vida do narcisista o fracasso sempre pertence ao mundo exterior.

Escondem suas emoções, sobretudo sua vulnerabilidade

“Se alguém próximo a um narcisista está passando um mau momento, não dará a menor importância. Mas quando eles se sentem mal querem que os demais lhes deem seu apoio”,explica Fernández. Seu problema é que pretendem se colocar no centro de gravidade de suas relações, mas são despojados de empatia, e isso os impede de se colocar no lugar dos outros. Mas costumam ser vulneráveis.

O que acontece é que os narcisistas sentem a necessidade de esconder seus defeitos a todo custo, e conseguem transformar sua insegurança em uma falsa fortaleza cujo objetivo é que ninguém possa prejudicá-los. “Para conseguir não demonstrar sua vulnerabilidade, farão tudo que for necessário, como falar demais, mudar de assunto, menosprezar os demais, apontar seus defeitos… tudo com o propósito de não se mostrarem frágeis”, reforça.

São viciados em controle… e não só nisso

Os narcisistas não conseguem manter as mãos longe do timão. “Querem que ninguém consiga revelar sua insegurança e sua falta de autoestima”, e por isso tentam de qualquer forma levar toda situação para seu terreno, destaca Fernández.

Costuma-se dizer que as redes sociais são um campo perfeito para o narcisismo, mas a afirmação não é totalmente correta. O caráter visual e estético dessas plataformas pode intensificar sua conduta, mas não é um lugar confortável para eles porque é um mundo que não podem controlar. “Sua personalidade não tolera críticas, e por fim saem da rede social porque não aguentam”, acrescenta o psicólogo clínico Jorge Barraca. Além disso, são incapazes de assumir a realidade crua, que os selfies publicados nas redes não interessam a ninguém.

Ao contrário do que se pensa, os narcisistas fogem das redes sociais porque não têm controle sobre elas

Uma via frequente para compensar os sentimentos de dor e frustração são os vícios, seja por compras, álcool, outras drogas, esporte, sexo ou jogo. “O vício, que interfere em sua vida pessoal, profissional e social, se relaciona com a necessidade de sentir euforia constantemente e aplacar o mal-estar, pois a pessoa narcisista não consegue aceitar que em sua vida haja dor, sente intolerância ao apagamento e à tristeza”, explica Barraca.

Se fizerem com você, será seu marionete

Se olhássemos os contatos da agenda de um narcisista, aponta o psicólogo clínico Barraca, veríamos que o critério para classificá-los distingue quem pode servi-los e quem não. “Os narcisistas costumam se aproveitar dos outros. Fazem isso, por exemplo, com pessoas bem posicionadas para ganhar sua confiança. Isso costuma acontecer muito na política. Lançam mão de assessores que os ajudam a ascender e se apropriam dos acertos de quem os rodeia para subir”, descreve o profissional.

Isso porque os narcisistas dominam a sutil arte de levar para seu campo tanto as pessoas como as situações, impedindo o livre fluir dos acontecimentos. Sempre estão vigiando, prestes a reconduzir quem tente dizer ou fazer algo que não gostam, ou que não lhes permita manifestar sua grandiosidade e poder frente aos demais. Amigos desse tipo só trazem problemas, todos os dias, pois sempre se colocam acima de você, constantemente querem rebaixá-lo e tentam fazê-lo servir a seus propósitos

Um narcisista nunca se identifica como tal

Se depois de ler todas essas características você acredita que o melhor a fazer é marcar uma consulta no psicólogo mais caro de sua agenda, pode ficar tranquilo. Um verdadeiro narcisista nunca se identificará com esses traços. “Para a pessoa narcisista, as aspirações nunca são desmedidas. Se são o centro das atenções, é porque merecem. Para essas pessoas é ridículo tentar identificar-se com esses pontos”, afirma Barranco.

Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/12/20/actualidad/1545331610_895054.html

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