Oremos para que o Exército Brasileiro breve reencontre seu verdadeiro azimute.

O Tempo dos Eunucos
10/01/2023
Cel. Ref. José Gobbo Ferreira

A Nação está vivendo dias de convulsão. Um Líder deste País repetia que “conhecereis a verdade e ela vos libertará”. E a verdade é que o povo brasileiro não deseja golpes militares. Não deseja este ou aquele político no poder. Não deseja que a Constituição seja ignorada. O povo deseja que todos seus direitos constitucionais sejam respeitados, quer eleições livres, limpas e auditáveis e exige que os candidatos sejam pessoas de bem, honestas, como manda a Lei da Ficha Limpa. O povo só quer que a honestidade e a lei prevaleçam, NADA MAIS.

O STF, porém, colocou-se acima da lei, roubou dos cidadãos direitos constitucionais cristalinos e decidiu que haveria de colocar no poder um presidiário condenado por unanimidade em três instâncias e ainda com vários processos a responder.

Para isso retirou arbitrariamente esse apenado da prisão, concedeu-lhe o direito de concorrer à Presidência da República ao arrepio da Lei da Ficha Limpa e fraudou escandalosamente as eleições para que esse criminoso pudesse TOMA-LAS contrariamente à vontade da imensa maioria da população. E se recusa a prestar contas sobre o que, de fato, ocorreu naquele pleito.

Esses, e só esses, são os fatos indiscutíveis geradores desta rebelião. O povo assumiu, com razão, que o governo que USURPOU o poder é ilegítimo e inaceitável. E por isso se rebela.

Pacificamente, se reuniu aos milhares nas portas dos quarteis em todo o País, pedindo às Forças Armadas, FFAA, em particular ao Exército Brasileiro, EB, que apoiassem o Presidente legitimamente eleito, para resolver esses problemas pelos meios disponíveis na Constituição e nas Leis Infra Constitucionais.

Mas os chefes do EB prevaricaram e covardemente se recusaram a cumprir com seus deveres constitucionais e a apoiar os apelos do povo em quase setenta dias de vigília, apelos que eram exatamente aqueles que o Presidente legítimo do País lhes estava dirigindo.

Voluntariamente limitado em suas quatro linhas, o Presidente nunca pediu das FFAA qualquer coisa que fosse ilegal. Direitos constitucionais dos cidadãos foram paulatinamente sendo desrespeitados, cidadãos presos, outros buscando asilo. A Constituição passou a ser um livro ignorado e o Estado Democrático de Direito em nosso País foi pouco a pouco se esvaindo, substituído por um Estado arbitrário de exceção que culminou em uma eleição fraudada.

E os chefes do EB preferiram fingir (e continuam fingindo) não ver nada disso. Aferraram-se às suas zonas de conforto e escolheram não obedecer àquele Chefe inconteste que o povo, a Constituição e os regulamentos lhes haviam designado, o que apaziguaria o cenário político. Preferiram dobrar suas colunas flexíveis ante um criminoso apenado, que os despreza e humilha.

Ontem o EB protagonizou a página mais negra de sua história. Além de não atender aos apelos do povo, ainda reuniu aqueles patriotas que se aglomeravam em sua porta, contando com a proteção de seu Exército, e os entregou à Gestapo do usurpador. Nunca, desde os tempos da Descoberta, se viu neste País uma atitude tão covarde, tão desleal, tão vergonhosa: braço forte para mulheres, idosos e CRIANÇAS. Mão amiga para os usurpadores do poder.

E esses cidadãos patriotas e pacíficos foram conduzidos como gado para o campo de concentração que lhes estava preparado. Sem água, sem alimentos, sem instalações sanitárias adequadas suficientes, tratados como animais e assustados, os mais frágeis começam a perecer. Não há palavras nos limitados dicionários dos homens que possam adjetivar um comportamento tão asqueroso por parte do EB, traindo a proteção que prometeu.

Tempos difíceis produzem homens fortes. Tempos fáceis produzem homens fracos e pusilânimes. Minha geração de soldados passou meses presa em suas casernas, em prontidão rigorosa praticamente ininterrupta, coesos com nossos Chefes, aguardando a hora de abortar mais uma tentativa comunista de tomar o poder. Vencemos e inauguramos a fase dos anos dourados. Os chefes de hoje herdaram o fruto de nossa luta e viveram dias tranquilos, a ponto de um cmt do EB decidir entregar o País ao comunismo apenas para evitar anos de “desconforto”.

Como muitos outros, ele, com o peito coberto de manicacas, achava que isso o tornava um Hércules onisciente. Mas elas, por si sós, não forjam homens, menos ainda líderes. Ficam nas fardas, ao nível da matéria, e ali enferrujam. Em alguns, esses símbolos de força física, se tornam apenas um escudo e um disfarce para sua fraqueza moral. As manicacas que contam são dons do espírito que já vêm conosco do berço. São eles que fazem o verdadeiro soldado. É neles que residem a coragem, a honra, o compromisso com a verdade, a lealdade, o amor à Pátria, a vontade de viver por algo muito maior que a simples subsistência. Inspiram simples homens a agigantar-se, a combater o bom combate, a sustentar a fé e a cumprir a missão.

E não se diga que as palavras deste texto estão semeando discórdia ou desunião dentro do EB. Ninguém ouse culpar o mensageiro pela mensagem. Se algo semeou cisão no Exército foi a covardia e a deslealdade de seus chefes para com um Presidente legitimamente eleito; para com o povo, que depois de setenta dias de vigília agora luta sozinho, escorraçado das ruas de seu País e/ou amontoado em campos de concentração; E, principalmente, para com seus subordinados, que não desejam e nem merecem compartilhar a pecha de covardes.

Sabemos que no EB, em TODOS os postos e graduações, multiplicam-se soldados que têm a defesa da Pátria como missão de uma vida. Sabemos, também, que a maioria deles sofre amargamente a vergonha desses tempos servis que estão vivendo. Mas o tempo dos eunucos há de passar.

Oremos para que o Exército Brasileiro breve reencontre seu verdadeiro azimute.

Ou ficar a Pátria livre ou morrer pelo Brasil!

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