Leigos Discutem se o Ser Humano Já Nasce Culpado Diante de Deus...

 

É um erro pensar que já nascemos pecadores, ou com propensão para o pecado. Este ensinamento provém de Babilônia. Foi a igreja Católica Apostólica Romana quem difundiu a idéia do pecado original, com isso estabeleceu o ensino e a prática do batismo infantil, como mais uma das suas muitas heresias ensinadas ao povo.

Ninguém nasce pecador ou propenso ao pecado. Este ensino é contrário ao que diz a Bíblia que afirma claramente que os filhos não serão culpados pelos pecados de seus pais. Ezequiel 18:20. Então, como posso eu levar a culpa do pecado de Adão?

A Bíblia nunca ensinou que alguém já nasce condenado a se tornar um pecador ou em outras palavras com desejo, inclinação ou propensão para pecar. Isso não seria justo. Seria o mesmo que ensinar a predestinação ao pecado e foi exatamente isto que Cristo veio mostrar-se contra, através de Sua humanidade. O homem torna-se um pecador e, por este fato, torna-se um condenado. O que parece estar havendo, é uma inversão de valores. 

Uma criança não nasce pecadora. Ela se torna uma pecadora e por isso torna-se culpada. O que todo o mundo herdou de Adão foram as conseqüências do seu pecado e não a sua culpa pelo ato que praticara ou, em outras palavras, seu espírito imundo que ele adquiriu por causa do pecado que voluntariamente cometeu. Quando uma nova vida nasce, o ser humano recebe o espírito divino que o faz reviver. Esse espírito vem de Deus e, portanto, não pode ser um espírito propenso ao pecado, mas sendo livre pode fazer opção pelo mesmo.

Lembro-me que meu filho até aos sete meses de nascido nem água bebera, fazendo uso apenas do leite materno. Até um ano e meio, nunca provara nada com açúcar, até que minha esposa por necessidade começou a trabalhar e meu filho teve que ficar aos cuidados da avó que não tinha nenhum conhecimento na época sobre temperança e começou a administrar alimentos com estes produtos que todos sabemos ser nocivos a saúde.

Quando meu filho pela primeira vez, com quase dois aninhos experimentou um copo de refrigerante, fez uma cara "horrível", como se algo estivesse violando sua natureza!

Após ter provado o mal, foi que Adão passou a ser mau. Ninguém se torna mau, sem antes ter experimentado o mesmo. Adão não era mau e por isso pecou, Adão pecou e por isso se tornou mau. Foi exatamente isso que Deus disse. Gn. 3:22.

Observe que antes de Caim assassinar a seu irmão Abel, Deus lhe adverte que o pecado estava à sua porta e não dentro dele. O pecado não estava dentro de Caim, não estava na sua carne ou no seu corpo, mas buscava entrada em seu coração por meio do seu espírito. Não é a carne (organismo humano) que leva o homem a pecar, mas é o espírito (mente) corrompido pelo pecado.

O pecado é gerado primeiramente na mente ou no espírito do homem para enfim manifestar-se por meio do corpo ou da carne. Foi por isso que Deus instou com Caim para que ele mantivesse o domínio ou a porta do coração fechada ao pecado. Gn. 4:7. Foi após ter permitido a entrada do pecado e ter sido dominado pelo mesmo ou pelo espírito mau que Caim matou a seu irmão.

Como posso ser responsabilizado por um ato que já estou predestinado a cumprir? Não posso crer que Deus tenha permitido a minha existência ou o nascimento de qualquer outra pessoa, com a menor propensão ou inclinação para pecar, ainda mais sendo isso desde o ventre de minha mãe.

Se isto não seria justo aos nossos olhos imperfeitos pelas conseqüências do pecado, como o seria aos olhos daquele que é perfeitamente justo? Segundo a justiça imperfeita dos homens, alguém que tenha cometido um crime, provocado por uma insanidade mental, não pode ser considerado um criminoso, assim sendo, o mesmo não é tratado como tal, mas no máximo como um doente, alguém que necessita de cuidado e não de uma pena, pois a doença já seria a sua própria pena.

Pergunto uma criança de um ano de idade comete pecado? Seria justa a sua destruição eterna por causa do pecado de Adão, que ela nem mesmo sabe quem é ou que é, e o que fez? Nenhum de nós nasceu pecador, mas são muitos os fatores que nos levam ao pecado.

Muitos citam as palavras de Davi, para afirmar uma hereditariedade pecaminosa. Ver Sal. 51:5. Uma análise imparcial revelará que ao fazer tal afirmação, Davi não estava aceitando uma condição original e pessoal pecaminosa. Nascer no pecado ou na iniqüidade não é o mesmo que nascer com pecado ou com iniqüidade.

Davi apenas reconhecia que o ambiente em que nascera, (o mundo que o cercava), já estava contaminado pelo pecado quando ele nascera e isto foi um dos fatores que o influenciara em suas quedas, como no caso por exemplo de Beteseba.

Deus nos facultou o livre arbítrio e foi isto que possibilitou a queda de Adão e Eva. É o livre arbítrio que nos faculta a responsabilidade pelos nossos atos. Nós escolhemos por isso somos indesculpáveis. 

Adão pecou porque quis. Ele nem mesmo fora enganado como Eva o foi. Nem Adão e nenhum de nós nascemos com um espírito corrompido. Pode uma criança recém nascida ter dentro de si um espírito imundo? Não, é evidente que não. Mas ao cometer ela o primeiro pecado este espírito que até então fora totalmente puro ou divino agora torna-se imundo e, por isso, é que deve perecer. A carne, segundo Cristo para nada aproveita. João 6:63. A carne que pelas conseqüências do pecado se degenera, envelhece e morre, mas o Espírito (mente, caráter, personalidade) uma vez renovado, como quando nascera esse permanecerá para sempre.

Foi por isso que Cristo disse a Nicodemos que era necessário nascer novamente. Por isso disse aos discípulos que se alguém não se tornasse como uma criança, jamais veria o reino de Deus.

Antes do pecado, Adão possuía apenas uma natureza. Natureza espiritual divina. Após o pecado Adão passou a ter uma nova natureza. Não mais uma natureza, mas uma outra natureza a qual chamamos de natureza carnal. Somente após ter compreendido e aceitado o plano da redenção foi que Adão passou a conviver agora com duas naturezas. A divina (espiritual) que ele readquiriu por meio de Cristo e a carnal que nele permanecera como conseqüência do seu pecado, até que chegasse o sono da morte.

É desta forma, que todos nós nascemos e morremos (espiritualmente) para podermos tornar a nascer de novo, com a mesma natureza de que quando viemos ao mundo, espírito puro, santo e perfeito. É por causa dessas duas naturezas, a carnal (corpo sob a maldição do pecado ou conseqüências do pecado) e a espiritual (mente, caráter e personalidade do Pai e do Filho) que como o apostolo Paulo, vivemos num constante conflito entre estas duas naturezas. Ver Rom.6,7 e 8. A divina ou espiritual que readquirimos ao receber a Cristo e a carnal que a cada dia que se passa mais se degenera ou se corrompe como conseqüência do pecado.  Uma espiritual e uma carnal. Somos espírito e também somos carne. A carne não subsiste sem o espírito e vice versa. Mas é a carne ou o corpo que sofre com a maldição do pecado, foi por este motivo que Paulo entregou a disciplina do corpo alguém da igreja de Corinto para que o espírito fosse ao final salvo no dia do Senhor. Ver. I Cor. 5:3-5.

Que diferença há entre Cristo e nós?

Nenhuma, a não ser o fato de que mesmo sendo como nós, Cristo nunca perdera a condição de unigênito Filho de Deus. Cristo nasceu com natureza espiritual divina e nunca permitiu que esta se corrompesse. Ele não era por este motivo imune ao pecado. Cristo poderia se escolhesse, pecar. Porém não o fez. O segredo qual foi? Todos sabemos. Permanente ligação com seu Pai, o qual o capacitara a vencer. O mesmo poder que capacitou a Cristo se encontra a minha e a sua disposição, porem dele não fazemos uso, como Cristo assim o fez.

Porque pecamos? Certamente não por ter nascido pecadores.

1º - Aprendemos a pecar. Somos todos ensinados a pecar, estimulados a pecar, tentados a pecar.

Teria Eva caído não fosse a serpente tê-la induzido ao pecado? Houve alguém que ensinara a Eva o caminho do mal. Houve alguém que estimulara a Eva no caminho do mal, houve alguém que seduzira Eva à prática do pecado.

2º - Temos liberdade de escolha. Exercício do livre arbítrio concedido pelo Criador. 

Eva fora seduzida, enganada, ensinada e estimulada a pecar, Adão não. Adão pecou simplesmente porque quis. Apesar de ter sido induzido, ensinado e estimulado  a pecar, todavia ele não fora enganado. Sabia exatamente o que estava fazendo. Escolheu deliberadamente pecar.

3º - Desconfiança do e/ou no amor de Deus. Eva desconfiou do amor de Deus por ela. Começou a pensar que Deus pudesse estar escondendo algo dela. Eva desconfiou imaginando que algo muito bom, estava sendo omitido a ela. Algo que a tornaria mais feliz. Porém ela já havia recebido tudo quanto era necessário a sua felicidade. Eva descreu do amor do  Pai, de que Ele não havia provido tudo quanto necessário a sua felicidade e por isso escolheu pecar. Igualmente Adão procedeu. Desconfiou que o Pai não fosse capaz de reparar uma possível perda de sua companheira a qual ele muito amou.

O que é o pecado? Alguns dirão. É errar o alvo. Mas a Bíblia dirá. É a transgressão da lei. I João 3:4. 

Conhece uma criança de nove meses o que é a lei? Sabe ela o que é certo e o que é errado? Deve ela morrer eternamente porque alguém a mais ou menos quase seis mil anos atrás fez algo que não deveria ter feito?  Não é porventura delas o reino dos céus segundo as palavras de nosso Senhor? Onde na Bíblia esta escrito que nascemos com desejos e propensões para o pecado? Será que não estamos aceitando simplesmente algo que alguém um dia no passado imaginou e assim começou a ensinar sobre a condição natural do homem, com base num conceito errôneo da condição natural de Cristo? 

Posso estar totalmente equivocado em minhas afirmações ou totalmente certo. Mas por esses fatores não posso crer num Salvador em nada diferente de mim, a não ser pelo fato de que, Ele, jamais se deixou contaminar por nódoa ou mancha alguma de pecado próprio e que mesmo em igualdade de condições, nunca deixou e nem deixará de ser o unigênito Filho do Eterno. Bendito seja o Seu nome, hoje e para sempre. Amém.  

É provável que este material careça e muito de aprimoramento ou de uma total modificação, por isso deixo em aberto todo tipo de comentário sobre o mesmo, para que eu mesmo, possa aprender e crescer com a experiência dos mais experientes na fé.

Milton Figueiredo


Discordo em parte...

Todos nascemos com o "mal" dentro de nós. A memória genética traz o "mal", em nossos membros desde o nosso nascimento. Gostos de nossos antepassados nos são transferidos. Cristo herdou o "mal", latente na natureza humana, é deste mal que Paulo fala: No tocante ao homem interior, sinto prazer na lei de Deus, mas vejo outra lei NOS MEUS MEMBROS...

Todos trazemos o mal conosco, herdamos, mas não somos culpados do mal, não trazemos sobre nós a condenaçào pelo mal que há em nós e, sim, trazemos a condenação após pecarmos, pois o mal é a herança que trago, o pecado é que me traz condenação. O mal eu herdo, o pecado eu cometo.

Cristo herdou o mal, a maldição da hereditariedade, mas nunca permitiu que este mal se transformasse em pecado. Herdou um corpo de lobo, mas nunca permitiu que o seu corpo de lobo se manifestasse. Sempre seu "eu" interior, sua "mente" dominou o corpo nunca permitindo que o mal que ali estava pudesse aflorar. Por isso condenou o pecado "na carne", como diz o apóstolo. Deixou preso na carne o pecado, sendo perfeito. Ou seja, da mesma forma que tomou o corpo humano, inclusive com os efeitos do pecado, degradado e sujeito a doenças (não as tendo pela mensagem de saúde vivida), nunca permitiu que o mal que "morava" na carne, encontrasse expressão. Levou nossos pecados "na carne" para o céu e os introduziu no santuário celestial.

Propôs a troca: Assumo vossa natureza de lobo, para poder vos dar minha natureza de cordeiro.

Rogério Buzzi


Resposta do autor:

Irmão Rogério, talvez o problema desse aparente desentendimento esteja na terminologia das palavras. O que você considera pecado ou "mal", eu chamo de conseqüência. Pode ser que ao final seja a mesma coisa, talvez. Contudo, prefiro explanar o assunto da forma como coloquei anteriormente por ser mais compreensível até mesmo para uma criança pequena e também porque não coloca em dúvida a justiça divina e o imutável amor de YaHWeH, nosso Pai.

Milton Figueiredo


Irmão Milton:

Da mesma forma, peço que me tolere...

Não se pode confundir mal com pecado. A rosa tem espinhos por causa do "mal". "Maldita é a terra por causa de ti, cardos e abrolhos nascerão. A abelha tem ferrão por causa do mal. Você e eu não temos 4 metros e pouco, por causa do mal. Uma criança recém nascida chora de dor de cólica por causa do mal. Briga com outras querendo o brinquedo para si por causa do mal.

O pecado nos separa de Deus, não o mal. Mas por causa do mal, este corpo deverá ser destruído para poder ser reconstruído isento deste mal (glorificado) e estar apto a contemplar o Criador vindo em glória. Somente os 144.000, serão transformados vivos, glorificados vivos, para, sem ver a morte, poder contemplar o Criador. É o teto máximo do plano da redenção.

"Podeis fazer coisas boas sendo ensinados a fazer o mal?"

Não somos condenados pelo mal que há em nós (inimigos internos). Não somos condenados por gostar de coisas que nos prejudicam. Somos inclinados ao pecado. O lobo não é condenado por "prestar culto à lua", por comer carne, por não aceitar um líder, por gostar de brigar. Mas quando o faz, demonstra o que está em seu coração.

Nosso criador poderia ter feito nosso sangue de qualquer cor (há milhares de cores), mas a cor é vermelha, cor do pecado, demonstrando que o que corre em nossas veias, ainda que não possamos ver no microscópio, é puro pecado. Quando os israelitas foram mordidos pela serpente, o veneno em suas veias, que os paralisava, era o símbolo disto, e não eram condenados por ter o veneno, o "mal", correndo em suas veias e, sim, por não olhar para o salvador.

Cristo herdou o mal, a maldição, pois foi "feito maldição por nós", assumiu a pele de lobo, para poder nos dar a pele do cordeiro, mas, mesmo assumindo a pele de lobo, nunca permitiu que o lobo aflorasse. Tinha tendências ao pecado herdadas, não adquiridas, por isso não eram dEle propriamente dito, pois não as pertenciam por aquisição e, sim, por herança. Por isso, Satanás não lhe podia acusar de pecado. Quando tentado a olhar para a beleza de Jerusalém, a ele oferecida, desviou o rosto, para que a herança maldita não tivesse chance de aflorar nem em pensamento.

A igreja católica chama de pecado original, nada tem que ver com o que estamos ensinando. Ela diz que Jesus veio com a natureza pré-Adão, como a dos anjos e diz que herdou esta natureza de Maria. Nós dizemos não, herdou o "mal" de maria, as tendências que todos temos. Diz que se as crianças não forem "batizadas" vão para o limbo (lugar alternativo entre céu,inferno e purgatório, específico às crianças). Ensinam que o batismo tira o pecado, nós ensinamos (pelo menos deveríamos) que o batismo é apenas a demonstração de nossa morte para o mesmo.

Não sei se fui entendido no que tentei explicar, mas não consigo ver de outra forma.

Rogério Buzzi


Querido e amado irmão Rogério, Que a graça de YeHosHua esteja sobre a vossa vida bem como a de todos os demais leitores deste site.

Irmão Rogério, ainda não posso concordar com este argumento ou vosso pensamento apresentado segundo seu entendimento do assunto, tendo em vista que não consigo dissociá-lo da justiça e do imutável amor de Deus.

Este modo de pensar, ou seja, de que alguém já nasça com o mal dentro de si, parece-me muito perigoso de aceitar, pois é exatamente este argumento que deu origem ao ensino do batismo de crianças e bebês. Isso fere a regra de ensino dos apóstolos que claramente afirmaram, ser necessário o arrependimento e a confissão das nossas culpas antes do recebimento do batismo.

Irmão Rogério, gostaria de acrescentar o seguinte: Deus o Pai, YaHWeH, é o único que pode gerar vida. Toda vida é fruto do Espirito de YaHWeH. O próprio Cristo foi fruto do Espírito Santo, bem como Adão também. Se é o Espírito Santo ou Espírito de Deus que dá origem a vida, como pode esta vida ser gerada com o mal em si?

Nem o homem nem outra coisa qualquer pode criar ou gerar uma vida. O homem é apenas um veiculo ou meio pela qual YaHWeh traz a existência uma nova vida ou ser. Lembre-se das palavras do Salvador: Mt. 3:9 "... e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão".  

Nossa personalidade é formada ao longo de nossa existência. A nossa mente é moldada. Hoje compreendo mais claramente o que Deus quer dizer ao afirmar que : "Ensina a criança no caminho que deve andar e até quando for velho não se desviará dele" Pv. 22:6.  Todo pecado é formado na mente e não na carne.

A carne só exterioriza aquilo que foi gerado na mente em decorrência da formação da personalidade humana. Cristo disse: "A boca fala do que o coração (mente) está cheio". Uma coisa é nascer com as conseqüências do pecado, outra bem diferente é nascer com o pecado. Quando Adão pecou, o legado que nos deixou foram as "conseqüências" e não o pecado em si. Paulo deixa isso bem claro em sua carta aos Romanos. 

"Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. Rm. 5:12. Veja, Paulo, não diz que o pecado passou a todos os homens, mas a morte.

Creio que a questão pode estar em que alguns partem da causa para as conseqüências e outros, das conseqüências para causa, conforme a visão objetiva de cada um.

Sem querer ser redundante, mas apenas ressaltar, digo-lhe que no texto ou verso que Davi afirma ter sido gerado em pecado, Sl. 51: 5, claramente se nota uma tentativa de justificar-se diante de Deus, tamanha fora a gravidade do seu pecado. Davi reconhece sua culpa, mas a semelhança de Eva e de Adão, o medo das conseqüências leva-o, a tentar se valer, do argumento, de que já nascera num mundo de pecado, e este mundo ou ambiente dominado pelo mal, ("...o mundo inteiro jaz no maligno. I João5:19.") tem parte ou responsabilidade pelas circunstancias que o levara a cometer tal ato.

É evidente que uma criança herda as conseqüências do pecado de seus seus pais, mas não o pecado em si, ou o mal em si. Isso é tão evidente que até mesmo a ciência é capaz de comprovar pelo estudo da genética humana. Contudo, uma coisa é conseqüência outra coisa é causa. Uma criança é definitivamente pura aos olhos do Criador até que ela entre em contato com o pecado que lhe é transmitido por diversos fatores dentre os quais, alguns dos mais importantes em nossa visão fraca e defeituosa, já apresentamos em e-mail anterior.

Sendo assim não há como nos justificar diante do Criador a não ser nos méritos substituto de Cristo, uma vez que toda escolha é pessoal e voluntária. Josué 24:15: "Porém, se vos parece mal servir ao SENHOR, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR".

Desta forma, Cristo nosso Senhor, nasceu como qualquer um de nós nascemos. Com uma natureza humana (carnal), sob os efeitos do pecado, contudo uma natureza espiritual ou divina, a qual manteve incólume pela comunhão permanente com o Eterno e evidentemente pelo cuidado quase que perfeito de seus pais humanos em sua educação.

Para que Maria pudesse cuidar e educar bem a Cristo, Deus a capacitara, enchendo-a de sua "graça", (poder, Espírito, sabedoria, iluminação). Só sendo perfeitamente humano, com possibilidade plena para pecar por escolha e não por tendência, é que o grande amor do Pai se torna evidente, como também sua perfeita justiça. Houvesse Cristo nascido com o pecado, ou com natureza pecaminosa como alguns insistem em afirmar, e Ele próprio necessitaria de um Salvador, pois já não seria mais puro aos olhos do Criador.

Que Deus nos ilumine a todos no correto entendimento deste importante assunto. Que me corrija se estiver errado ou a aqueles que, contrário ao que estamos tentando mostrar, da mesma forma também estejam em erro.

Por favor, irmãos, tolerem-me no amor.

Milton Figueiredo


Não, amado em Cristo, não é apenas terminologia de palavras. Creio que realmente pensamos diferente sobre detalhes do assunto. Principalmente porque vejo o mal como conseqüência e o pecado como escolha. Posso fugir da escolha. Pelo livre arbítrio, escolho o pecado ou não, mas não posso fugir da conseqüência, nem antes, nem depois. Mas, a meu ver, isto é o mais bonito nisto tudo. Consigo amá-lo e você a mim, bem como ambos ao nosso grupo sem que, com isso, violemos nossas consciências. E sei que me amas porque quase posso vê-lo ao escrever, medindo palavras para não ferir a mim ou qualquer outro leitor do texto.

Embora o assunto, no que diz respeito a detalhes, não encaixe de forma perfeita, estamos unidos na verdadeira base, cerne da questão. Cristo herdou a natureza pós-queda. Isto é o mais importante.

Deus seja louvado por isso, e que possa ser glorificado em nossas ações e palavras.

Rogério Buzzi


Comentário de outro leitor

Li o artigo do irmão Milton Figueiredo e quero dizer que fiquei preocupado com alguns de seus pensamentos. Pelo que entendi, ele afirma que toda criança nasce santa (sem pecado ou tendências carnais).

Isso quer dizer que todo bebê morto antes de praticar o pecado, está salvo? Então os pais fariam um bem a eles se os deixasse morrer tão logo nascessem. Que absurdo! Onde tais ensinamentos nos levariam?

Nascemos com uma natureza separada de Deus (carnal), e o pecado pode ser definido como separação de Deus. Em outras palavras, não somos pecadores porque cometemos atos pecaminosos, mas sim, cometemos atos pecaminosos porque somos pecadores (nascemos lobos, com natureza de lobos, e não de cordeiros). Somente após a iniciativa de Deus em nos resgatar de nossa irremediável condição perdida, é que temos condições de aceitar Sua graça e sermos renovados pelo dom do novo nascimento.

É a graça de Cristo que coloca em nós a inimizade contra o pecado (Gen.3:5), pois ela não é algo natural (nem mesmo para um bebê). Não estou aqui defendendo a doutrina católica do pecado ou culpa original. Muito embora não nascemos tendo que responder pela culpa de Adão, todos nós nascemos com a conseqüência do erro de Adão em nossa própria carne, ou seja, nascemos com tendências hereditárias ao pecado.

Desajudados, sem a intervenção de Deus em nossas vidas, essas tendências hereditárias ao pecado são tão fortes que nos é impossível por nós mesmos (inerentemente) resisti-las. E como não podemos resisti-las, invariavelmente pecamos, e ao pecar nos tornamos culpados.

Desta maneira, mesmo que um bebê fosse levado para o Céu e ali fosse educado por santo e incontaminado anjo, mesmo assim, devido estas tendências hereditárias irresistíveis em suas próprias forças, ele acabaria cometendo atos pecaminosos (egoístas ou egocêntricos).

Jesus explicou isto, ao afirmar que a única solução para o nosso problema nato (tendências hereditárias carnais), é o novo nascimento. Existe algo de errado com nosso primeiro nascimento (“o que nasce da carne é carne”), e por isso precisamos ser renovados pela graça de Deus através do novo nascimento (“o que nasce do espírito é espírito”).

Jesus nasceu com as mesmas tendências hereditárias que todos nós possuímos, mas não precisou passar pela experiência do novo nascimento, pois foi desde o ventre nascido também do espírito (gerado com natureza espiritual). Apesar de Jesus ter a mesma natureza que nós possuímos (com tendências hereditárias semelhante àquelas que possuímos), nunca pecou, pois sempre manteve pelo poder do Pai em Sua vida esta natureza humana carnal sujeita a Sua natureza espiritual.

E esta mesma natureza espiritual que Cristo possuiu durante toda a Sua existência, é a natureza a qual somos convidados a receber pela graça e poder de Deus: “Desse modo Ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas vos torneis participantes da natureza divina” II Pedro 1:4.

Nas argumentações do irmão Milton com o irmão Rogério Buzzi, encontrei um outro pensamento que penso ser perigoso:

“Hoje compreendo mais claramente o que Deus quer dizer ao afirmar que : ‘Ensina a criança no caminho que deve andar e até quando for velho não se desviará dele’ Pv. 22:6.  Todo pecado é formado na mente e não na carne.”

Pensamento perigoso, pois desta forma não precisamos de um salvador, mas sim de uma boa “educação celestial”. Não precisamos ser educados, precisamos ser salvos de nossa irremediável condição perdida.

Mas no final fiquei feliz por ver que é possível divergir sem perder o amor e a união. Nossa igreja, membros e líderes, precisam aprender deste exemplo e união e amor em meio às diferenças de pensamento.

Cleiton Heredia


Resposta de Milton ao irmão Cleiton

Pelo que entendi, o irmão crê que "tendência carnal" é o mesmo que pecado. Querido irmão, não creio que "tendência carnal" seja pecado, a não ser que o irmão possa provar pela bíblia este pensamento. O que poderia chamar-se de tendência carnal? Fome é uma tendencia carnal? Sede é uma tendencia carnal? Desejo sexual é uma tendência carnal? Sim é evidendente que nossa carne necessita de todas estas coisas, mas fome, sede e desejo sexual são pecados? Claro que não. Fazem parte de nossa natureza, pois foi desta forma que o Criador nos fez, mesmo antes do pecado.

Mas quando estas tendências carnais que também poderíamos chamar de necessidades fisiológicas fogem ao controle da razão, aí elas se tornam pecados. Sim, creio que uma criança nasça sem pecado com base no que a bíblia afirma acerca do pecado. I João 3:4: "Todo aquele que pratica o pecado transgride a lei, porque pecado é a transgressão da lei." A não ser que alguém me prove biblicamente que uma criança já nasce sabendo o que é certo e o que é errado. Prefiro crer na inocência de um bebê.

Um criança de 9 meses por exemplo sabe definir o que é pecado, poderia ela sentir arrependimento por algo de errado que tenha cometido? O que é que uma criança de nove meses poderia cometer de errado conscientemente?

Creio ser muito perigosa a forma do irmão pensar, pois este pensamento pode induzir a muitos, pensarem da seguinte forma. "Bom, eu peco porque já nasci um pecador e se assim já nasci não é justo que Deus me condene pois foi desta forma que Ele me criou." Temos assim um ótima justificativa para o pecado, não acha? Temos também um forte braço aliado aos que acreditam na teoria da pré-destinação incondicional.  

O irmão poderia provar que um bebê que morre antes de pecar estaria irremediavelmente condenado a morte eterna? O melhor é não especular. Absurdo é pensar em deixar uma criança morrer. Não importa o motivo que seja. Pensar em deixar morrer é o mesmo que assassinar mesmo que involuntariamente. Isso sim, parece-me um absurdo. 

Querido irmão, em nossa Bíblia a única afirmação que encontramos é de a que os pecados são causa da separação entre Deus e os homens. Ver Isaías 59:1-2. O texto nem de longe insunua que já nascemos separados de Deus, muito pelo contrário, o texto afirma que Deus continua com sua mão estendida para o pecador.

O irmão poderia citar somente um verso da bíblia, que diz que já nascemos separados de Deus? Certas afirmações como: "Nascemos lobos" parecem provir de uma forte influência das mensagens do Pr. Bullón, que infelizmente, tem sido quase que idolatrado hoje nas igrejas da corporação adventista.  

Irmão, gostaria de analisar o assunto em cima de textos da biblia, mas o irmão não cita praticamente nenhum. Todavia, gostaria de esclarecer que a grande confusão que algumas pessoas continuam a fazer é confundir a palavra tendência com a palavra conseqüência. Veja, o irmão diz que já nascemos com a consequência e depois diz que a consequência é o mesmo que tendência. Consequência é uma coisa e tendência é outra.

Vejamos pelo dicionário qual o sentido das duas palavras.

1- Consequência: [Do lat.consequentia.] S.f. Resultado, efeito..., Dedução conclusão.

2- Tendência: [Do lat. tendentia, nom. e acusativo pl. de tendes, tis,  tendente.] S.f. inclinação, propensão ... Vocação, pendor... Intenção, disposição.

Veja pelo dicionário, neste caso usei o Aurélio, que consequência e tendência são palavras de significados diferentes e não palavras sinônimas, desta forma, não podem ser a mesma coisa como o irmão abordou anteriomente. 

Sou contra qualquer tipo de especulação, contudo para exemplicar gostaria de criar a sequinte situação para uma análise a respeito do assunto: Tendo em mente que Deus invariavelmente não muda e nem se arrepende como o ser humano. Ver Mal. 3:6 e Nm. 23:19. Se Cristo houvesse desistido de salvar a humanidade enquanto ainda não havia morrido pelo homem, Enoque, Elias e Moises, estariam irremedialvemente perdidos também? Mesmo tendo o Senhor já os levado aos céus? 

Cristo veio Salvar pecadores e como todos pecaram (a bíblia diz que todos pecaram e não, que nasceram pecadores) Cristo morreu por todos. Todos precisamos de um salvador, não porque nascemos pecadores, mas que, por causa do pecado estamos sujeito as conseqüências do pecado, sendo que a principal delas é a morte. Rm.6:23. A morte passou a todos os homens, diz a bíblia, e não o pecado.

É por isso que necessitamos de um salvador que nos livre da morte e que nos capacite a vencer o pecado, algo que aprendemos a praticar desde muito cedo. Uma vez vencido o pecado, pois este é o que nos separa de Deus, como afirma o texto de Isaias 59:2, somos reintegrados na família celeste. Uma vez que nos tornamos pecadores, não podemos vencer o pecado por nós mesmos a não ser pelo poder de Deus que nos é concedido quando dEle lançamos mão, (Cristo poder de Deus, I Cor.1:24) (Sem Mim nada podeis fazer, João 15:5) assim como o próprio Cristo necessitou fazer para também vencer, durante todo o tempo em que esteve entre nós em forma humana ao lançar mão do Espírito de Seu Pai, o Espírito Santo.

O Espírito Santo, é também o Espírito de Cristo, que nós recebemos ao receber a Cristo. Assim Cristo vivendo em nós é o poder de Deus que nos capacita a vencer o pecado e o sangue por Ele (Cristo) derramado, nos purifica  de todo o pecado cometido.

Aqui faço uma outra advertência, pois muitos ensinam que o sangue de Cristo purifica pecados que serão cometidos ainda no futuro. Ora, se esta purificação fosse incondicional, toda a humanidade poderia simplesmente reclamar esse direito e automaticamente estar salva mesmo em total condição de pecado. O sangue de Cristo só purifica pecados confessados e abandonados, irmãos. Não sejamos enganados. Ninguém que deliberadamente cometa pecados terá o perdão divino.

A única coisa de errada com o primeiro nascimento é o fato de que todos já nascemos condenados à morte, por causa do pecado ou como conseqüência do pecado. Sem Cristo, esta condição jamais seria desfeita. Cristo veio para pôr um fim a este ciclo de nascimento e morte. Da mesma forma que de Adão recebemos a morte se com ele compactuamos com o pecado, por Cristo recebemos a vida, se por meio dEle, somos renovados.

Algumas pessoas dissociam carne do espírito, volto a afirmar que isso sim é entrar em terreno perigoso. É de todos o entendimento que o espírito não subsiste sem a carne (corpo) e nem a carne sem o espírito. Qualquer explicação diferente disto, é entrar em terreno espírita. O novo nascimento ocorre na mente, uma mudança da mente, dos pensamentos, sentimentos, dos desejos e da vontade. Ver Rm.12: 2. Paulo diz claramente que somos renovados em outras palavras, nós nascemos novamente pela renovação dos nossos pensamentos e sentimentos.   

Cristo esteve em condição inferior a Adão para resistir ao pecado. Adão possuía todas as condições favoráveis para manter-se fiel e puro.  Estava num ambiente perfeito e gozava de perfeição em todas as suas faculdades físicas e mentais. Cristo nasceu com uma natureza humana ou "carnal"  degenerada por quase quatro mil anos de pecado. Suas condições físicas em muito distavam do estado que Adão encontrava-se antes de ter caído em pecado.

Querido irmão, houvessem Adão e Eva, comido da árvore da vida na condição de pecadores, tornar-se-iam em pecadores imortais. Uma vez nesta condição de imortalidade, que necessidade teriam de um salvador?  

Gostaria que os irmãos que desejam questionar meu pensamento acerca deste assunto, que o fizessem apresentando textos bíblicos para que possamos analisá-los e, se corretamente interpretados, possamos concordar com o mesmo.

Sei que o irmãos podem ainda não concordarem com meu entendimento do assunto, mas peço que continuem a me amar e a me tolerar até que Deus me revele por meio de Sua palavra meus erros para que eu mude e venha comungar a mesma fé de todos os salvos.

Milton Figueiredo


Opinião Feminina

Olá irmão Robson, li os artigos dos irmãos a respeito da culpa humana diante de Deus e achei interessante a discussão. Gostaria de contribuir com algumas considerações, se porventura estiverem erradas que me perdoem.

Percebo na conversa dos irmãos uma mesma antiga indagação (filosofia pra ser mais clara), se a criança nasce pura ou não, é um ser angelical - inocente ou não. Muitos teóricos da chamada ciência humana - filosofia, sociologia, psicologia  e entra neste barco a atual teologia, já que a mesma também mantém em sua grade curricular o estudo destas outras "ciências" - já se preocuparam com esta questão e muito tem a dizer. Seria necessário levarmos em consideração diversos fatores que interferem em nossa existência e desenvolvimento. Um deles é o tempo.

Para nós entendemos que seguimos uma linha única de crescimento - ontem fui criança - hoje adulto e amanhã serei idoso. Mas será que estes tempos estão desvinculados entre si como se estivéssemos programados e  prontos para ser aquilo unicamente? O passado foi passado e acabou? Lógico o tempo traz uma colaboração muito grande na construção do que somos, ou o que passamos a ser. Mas o tempo só existe para nós mesmos - humanos e limitados pela morte - para Deus  não existe tempo, digo neste sentido de longevidade ou brevidade. Para nós o tempo é sempre absoluto - passado, presente ou futuro. Acredito que sofremos influência de todo o tempo já passado na Terra. Seis mil anos, parece muito mas para quem sempre existiu é como nada. Entretanto são seis mil anos de pecado na Terra. A humanidade até hoje só aprendeu a fazer o mal, infelizmente.

Outro fator importante é o meio. Para alguns teóricos inatistas já nascemos prontos, o meio não causa nenhuma mudança em nós. Já os ambientalistas descrevem o meio como responsáveis pelo desenvolvimento  - porém apenas desenvolve características que  nascemos com elas. Outros teóricos afirmam categoricamente somos formados a partir de nossa vivência: social, histórica e cultural. Acredito ser o mais válido.

Não tenho intenção de basear-me em "teorias" filosóficas, apenas as citei como exemplo de estudos, e há muitos deles sobre a infância. Como nascemos? Em e com  pecado ou isento deste? O pecado é genético? Ou temos apenas tendências para o pecado?  Ou é o meio que nos ensina a ser pecador?

Biologicamente carregamos em nossos cromossomos a herança genética de nossos pais, todas as informações sobre nós estão ali. Mas estas informações não interferem em nossas escolhas. Isso é muito importante: O livre arbítrio: temos o direito de fazer aquilo que achamos certo. Lógico todo ser humano deseja ser feliz, mas fora dos padrões divinos não existe felicidade. Neste sentido a criança, ao fazer escolhas nos primeiros momentos de vontade própria ela alicerça seu caráter.

"Até a criança se dá a conhecer pelas suas ações, se o que faz é puro e reto." Provérbios 20:11.

"Não retires da criança a disciplina, pois, se a fustigares com a vara, não morrerá." Provérbios 23:13

"Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus. E quem receber uma criança, tal como esta, em meu nome, a mim me recebe". Mateus 18:4-5

Observem que para o autor de Provérbios a criança é vista como alguém que precisa de correção, mas para Jesus a criança é exemplo de humildade.

Como pode um bebê recém-nascido ser culpado se é a prática do mal que é pecado?

Vejam as palavras da irmã White sobre este assunto:

"Freqüentemente os bebês mostram primeiro uma vontade muito determinada. Caso essa vontade não seja posta em sujeição a uma vontade mais sábia do que os desejos não educados da criança, Satanás assumirá o controle da mente e moldará a disposição em harmonia com a sua vontade". Carta 9, 1904.

Acredito que o caráter começa a ser desenvolvido a partir do primeiro momento de manifestação própria - escolha, vontade própria. O caráter é a única coisa que iremos levar para o céu, se assim formos salvos. Ele é desenvolvido desde os primeiros momentos, isto é algo muito importante. Os sentimentos da mãe podem ser transferidos para o bebê, mas Deus diz a culpa e o pecado dos pais  Não, sinceramente não é minha opinião, é bíblico. Conseqüências sim, culpa não. Então porque Enoque, Elias e Moisés foram trasladados, dois destes sem ver a morte? Podemos concluir que o problema não é a carne (para nada aproveita), porque esta será transformada, mas o caráter - este não irá sofrer transformações.

Nesse sentido entendo o que Cristo quis dizer sobre nascer de novo - não é nascer da carne, pois já nascemos uma vez, não adiantaria nascer da carne novamente, pois  infelizmente fomos ensinados a praticar o mal - mas podemos ser ensinados a fazer o bem, Jesus disse como isso é possível: "Está escrito nos profetas: "E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim". João 6:45.  Este é o novo nascimento, nascer do Espírito...

Vamos refletir nestes versículos:

"Pode o etíope mudar a sua pele ou o leopardo as suas manchas? Nesse caso também vós podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal." Jeremias 13:23

"Que tendes vós, vós que, acerca da terra de Israel, proferis este provérbio, dizendo: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram? Tão certo como eu vivo, diz o SENHOR Deus, jamais direis este provérbio em Israel. Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá". Ezequiel 18:3-4 e também "Naqueles dias, já não dirão: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram. Cada um, porém, será morto pela sua iniqüidade; de todo homem que comer uvas verdes os dentes se embotarão". Jeremias 31:29-30

Jesus foi nosso exemplo, Ele nasceu como um de nós, venceu o pecado pela graça e poder advindos da comunhão e oração com o Pai  e Ele disse que esta vitória estaria ao nosso alcance também.

Resumindo e falando um português claro: a criança ao nascer não é culpada, mas torna-se culpada devido a influência do mundo em que vive, e o mundo jaz no maligno... Então é preciso nascer de novo! De novo: uma nova chance em e com Deus! Isto é maravilhoso!

Que a paz de Cristo seja com todos, no amor de Deus.

Suzilene Vieira


Cleiton X Milton (Respostas intercaladas)

Irmão Milton,

Não mencionei nenhum verso bíblico, pois usaria os mesmos já apresentados pelo o irmão Rogério Buzzi.

Para que eu compreenda melhor seus pontos de vista, responda-me de forma objetiva as questões que coloco abaixo:

1) Todo ser humano nasce neste mundo sem tendências herdadas para o mau?

Resposta: Sim, na minha opinião.

2) Se pecamos, a culpa será sempre do meio que nos cerca e nunca por problemas inerentes a nossa natureza?

Resposta: Não. Adão não pecou somente por causa da circunstância. Ele pecou por livre e espontânea vontade. Ele escolheu pecar. Fez exercício da faculdade do livre arbítrio que Deus lhe concedera. 

3) Se a morte é conseqüência do pecado que a pessoa comete e não pelo pecado que seus pais cometeram, então porque uma criança recém-nascida que nunca pecou morre?

Resposta: Ver Deuteronômio 24:16. A morte é a conseqüência do pecado em si. É o mal que se instalou no mundo e no homem. E não o resultado de um ou mais pecados específicos que alguém cometa, ainda que um determinado pecado possa ser, ou seja, responsável diretamente pela morte de uma pessoa.   

4) Quando você diz que uma criança nasce pura, esta afirmando que ela nasce com a mesma natureza que Adão possuía logo que saiu das mãos do Criador, ou seja sem nenhum desvio natural para o erro?

Resposta: Sim. Uma criança é pura até o momento em que saiba discernir entre o bem e o mal e possa escolher entre um e o outro. Se Deus não houvesse comunicado ao casal no Éden que tocar na árvore da ciência do bem e do mal, era algo errado, jamais poderia tê-los condenado. Mas como eles foram advertidos anteriormente, já não lhes restava nenhuma justificativa se não por meio de sua própria condenação ou de Alguém que pagasse o preço por essa justificativa. Neste caso, alguém igual a eles mas que não merecesse a condenação e que, voluntariamente, trocasse de posição. Cristo se fez igual, e assumiu o desafio.  

5) Você acredita que se uma criança recém-nascida for levada para o céu por um anjo, e lá crescer, ela nunca pecará?

Resposta: Veja, Lúcifer foi criado perfeito, vivia na presença do Altíssimo, num ambiente perfeito ( o céu ) e contudo pecou. O único que nos garante isso é o próprio Criador mediante Sua palavra. Ver Naum 1: 9. A angústia não se levantará por duas vezes.   

Um abraço, Cleiton.

Resposta: Que o Eterno seja o vosso guia, que Ele mesmo vos conduza a toda verdade. Seu irmão, amigo e servo em Cristo. Milton Figueiredo.

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