Perseguição no Brasil: Polícia investiga empresário por suposta intolerância contra católicos

Segundo o Ministério Público, Marcos Pegoretti disse em vídeo que terço é ferramenta satânica

pegoretti

Marcos Pegoretti vai depor na semana que vem

A polícia está investigando o empresário do ramo do petróleo Marcos Pegoretti, a pedido do Ministério Público Estadual (MP-ES), por chamar os santos e o terço católico de ferramentas satânicas para afastar as pessoas de Deus em um vídeo divulgado na internet. Segundo o MPES, o empresário disse ainda que “o diabo usa a imagem de Maria para fazer a festa”.

Denominado “Culto – Profeta Marcos Pegoretti”, o vídeo foi publicado no YouTube há cerca de 15 dias, segundo o Ministério Público, que classificou como ato odioso de intolerância e discriminação religiosa, com postura altamente desrespeitosa, capaz de ofender os praticantes do catolicismo e de desmoralizar seus símbolos religiosos.

De acordo com o pedido de instauração de inquérito policial enviado à Delegacia de Fundão, o vídeo é uma gravação de um trecho de um culto ministrado na “Igreja Evangélica – Comunidade Sementes e Cristo”.

Segundo o documento, o empresário diz literalmente que “o diabo usa a imagem de Maria, uma Senhora privilegiada de Deus, para fazer a festa”. E diz ainda, segundo o documento, que “as ferramentas do catolicismo são única e exclusivamente satânicas”.

Para o promotor de Justiça da Promotoria Geral de Justiça de Fundão e autor do pedido, Egino Rios, o discurso promove rivalidades e embates entre religiões diferentes, o que é ilegal. Tal conduta se enquadra como crime de preconceito, conforme a Lei 7.716/89 da Constituição Federal, que pune crimes de preconceito de raça, cor, etnia, religião e procedência nacional.

“Recebemos diversas denúncias. Grande parte da população é católica e, além disso, o empresário é um grande empregador da região, o que torna a situação mais difícil”, ressalta.
Rodrigo Henrique da Rosa, delegado responsável pela Delegacia de Fundão, explicou que expediu ontem intimação e que até o início da semana que vem, o empresário será ouvido pela polícia.

“Temos uma cópia do vídeo e vamos ouvir o empresário. Se for comprovado crime de racismo, ele pode pegar até cinco anos de reclusão. O crime é inafiançável e não prescreve”, conclui.
No canal do Youtube onde o vídeo foi publicado e que recebe o nome do próprio empresário, o conteúdo não existe mais.
Arcebispo: Igreja deve ser respeitada

Diante da abertura de investigação policial do empresário Marcos Pegoretti, acusado pelo Ministério Público Estadual (MP-ES) por intolerância e discriminação religiosa, “por ofender os praticantes do catolicismo e desmoralizar seus símbolos religiosos”, o arcebispo da Arquidiocese de Vitória dom Luiz Mancilha Vilela pede respeito.

“A Igreja respeita a fé de todos os que creem diferente dela e gostaria também de ser respeitada na sua profissão de fé e nos seus símbolos. Quanto ao pedido do Ministério Público, não nos cabe julgar. O processo deve seguir o trâmite legal”, explicou dom Luiz.

Já o presidente da Associação de Pastores de Vitória (ADV), o pastor Romerito Oliveira da Encarnação, explicou que a associação preza pela tolerância e diversidade religiosa.
“Cabe ao Estado dar condições de liberdade de manifestação religiosa e convivência pacífica sem tentar perseguir nenhum segmento em especial, nem invadir a crença de determinados grupos ou manifestações religiosas”, explica.

Já em relação à afirmação de intolerância e preconceito, Romerito explica que só poderia emitir uma opinião sobre o conteúdo do vídeo se tivesse assistido ao material.

Outro lado

Não se pronunciou sobre o caso

Procurado pela reportagem de A GAZETA, o empresário do ramo do petróleo Marcos Pegoretti disse que não iria se pronunciar sobre a abertura de inquérito policial.

Fonte: http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2015/10/noticias/cidades/3910997-policia-investiga-empresario-por-intolerancia-contra-catolicos.html

1 comentário em “Perseguição no Brasil: Polícia investiga empresário por suposta intolerância contra católicos”

  1. cinco anos de prisão??? absurdo. Uma pessoa pode falar algo e depois se arrepender de ter dito, eu sou contra a profanação e a imoralização dos simbolos católicos ou de qualquer outra religião. Mas o MP querer levar esse caso à prisão não concordo, e já que é assim, então o MP deveria ingressar com ação penal contra dezenas que na parada gay até fazem sexo com crucifixos, isso sim é um grande desrespeito. Acredito que crime de opinião (e não racismo), deveria regular as ofensas públicas à religião ou convicção individual ou coletiva, dependendo do caso, da extensão e da gravidade do “dano”; a pena deveria ser a simples retratação, e não prisão.

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