Deus Atende Oração de Pastor Adventista Numa Capela Católica

(Confissões de um Ex-Pastor - XVIII)

 

No hospital, minha angústia continuava. Informaram-me que não se consegue introduzir uma agulha na veia de um recém-nascido. Então, eles raspam a cabeça da criança e nesta região se consegue uma veia com capacidade para suportar a agulha e a transfusão.  

Que imagem cruel para um pai! Soube que o procedimento já iria começar. Fui falar com a enfermeira-chefe. Ela me recebeu friamente.  

— O que o senhor quer?  

— Enfermeira, alguma coisa está errada, meu filho não está com icterícia. O fundo dos olhos dele não esta amarelado! Do lado dela estava a outra enfermeira, que já havia me batido a porta na cara. O olhar das duas era satânico. Vi este tipo de olhar, muitas vezes na vida, mesmo dentro da igreja.  

— O senhor é médico? Perguntou ironicamente.  

— Não, não sou.  

— Então nos deixe trabalhar em paz!  

— Não sou médico, mas sei mais de medicina do que você, uma enfermeira-chefe! Sou o pai dele e tenho todo o direito de questionar...  

Então, ela também bateu a porta na minha cara, violentamente.  

Precisava orar! Aquela situação toda envolvia uma luta espiritual, tinha certeza. Comecei a procurar no hospital um lugar isolado, onde pudesse me por de joelhos. Não encontrava. Ironicamente, só fui encontrar este local, na capela do hospital.  

Estava lutando contra o senhor daquela capela, a saber, Satanás.  

Mesmo assim entrei. Sabia que Satanás me observava. Coloquei-me de costas para as imagens e em frente a um pilar, me ajoelhei e reclinei minha cabeça:  

— Senhor me perdoe! Só aqui posso me ajoelhar tranqüilo. Não olhe para o local onde estou, pois sei que tudo aqui dentro representa a apostasia de homens que se entregaram a Satanás e perseguiram os Teus santos e os assassinaram, em meio a torturas cruéis que a Inquisição promoveu. Este mesmo Satanás quer destruir, matar, assassinar o meu filho! Pai me ajude! Queira, pelo Teu poder, interferir. Em nome de Jesus, amém!  

Levantei-me, e mesmo na sinagoga de Satanás, Deus Se fez presente.  

— É claro! Como não pensei nisto antes? Estou com o telefone do médico que fez a cesariana. Vou ligar para casa dele e explicar a situação!  

Ao telefone, orei para que ele estivesse em casa. Ele mesmo atendeu!  

Depois da minha explicação, o médico disse:  

— Não sei o que esta acontecendo, pois não fui comunicado de nada. Estou indo para aí imediatamente!  

Uma hora depois, ou menos, ele já estava no hospital, conversando comigo.  

— K, depois que você desligou, eu liguei para cá e suspendi, imediatamente, qualquer procedimento com seu filho.  

Eles já tinham iniciado. Rasparam a cabeça dele, e introduziram uma agulha, mas fique tranqüilo, parou por ai.  

Quando cheguei no hospital, examinei o menino, e percebi que algo estava errado. Era visível, que ele não estava com icterícia. Parece estranho o que eu vou te dizer, K, mas existe um bebê aqui, que nasceu, junto com os demais, e que realmente está com icterícia patológica. Trocaram os exames! O nome do teu filho esta no exame dele! É estranho! Um erro como este, num hospital desta categoria...  

Não era estranho. Para mim, não. Infelizmente, sei do que Satanás é capaz, quando persegue uma pessoa. Como ele foi cruel, ao usar o diretor da escola, Lourisnei, que nem se importando com o meu drama, só quis me cobrar a ausência no trabalho: "Faltou novamente, pastor!"

Havia acabado de ser pai, havia travado uma luta intensa com Satanás pela vida do meu filho e ele me disse somente: "Faltou novamente, pastor!" Sorriso irônico, olhar satânico. Crueldade pura.  

 

Vocês pensam, meus amados irmãos, que é fácil para mim, vir até a internet e contar estas coisas dos meus líderes?  

Pensam que não sofro, com minha consciência, por estar revelando pecados, de homens religiosos, em plena praça pública?  

Pensam que não me importo com os pequeninos de Jesus? Pensam que não me importo porque pareço um bêbado, que causa escândalo, e cambaleia, cai e fala, fala, fala...? Fere-se e fere os outros também!  

Mas o que posso fazer? O que me leva a falar? O mesmo que levou essa ex-esposa de pastor, que agora escreve no Adventistas.Com, a dizer, depois de vinte anos de silêncio:

— Vi muitos líderes despóticos se ocuparem em fazer com que todos cumprissem as regras à risca em vez de amar desinteressadamente, respeitando a individualidade das pessoas, estudando a Palavra de Deus com elas e orando com elas e por elas...  

O mesmo sentimento que a moveu, move a mim também. Estamos ambos mentindo? Estamos sendo usados por Satanás para denegrir a imagem de homens santos que lideram a obra?  

Quando o cantor Cazuza revelou a nação que estava com Aids, veio abaixo o sonho de uma geração inteira, que eu conheci muito bem, que pensava que podia brincar com o pecado. Como disse a revista Veja, o Cazuza foi um aidético que agonizou em praça pública.  

Pois eu sou esse aidético espiritual que agoniza na porta da tua Igreja e diz:  

— Irmão, há algo errado comigo! Sinto que estou morrendo! Você talvez me olhe com desprezo e pense: "Sofre as conseqüências de seus próprios pecados."  

O que você não sabe, não vê, não percebe, e que pastores de renome, como o Bullón, não ousam dizer, por covardia, é que esta é a situação de uma Igreja inteira, é a tua situação!  

A Aids espiritual contaminou Laodicéia, que como os jovens da geração Cazuza, brincou com o pecado, flertou com o poder eclesiástico, namorou o diabo, pensando que poderia sair imaculada deste, talvez até casamento, com o deus deste século!  

O pior de tudo é que Cazuza não reconheceu seu pecado diante de Deus, pelo contrário, O culpou por sua tragédia. E Laodicéia, fará o mesmo? Pelo menos, Cazuza reconheceu sua doença, mas a Igreja de Deus nem isso consegue, pois está cega, com líderes cegos, pastores aidéticos e cristãos fracassados...  

Ex-Pastor K

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