Michelson Borges e o "Novo" Argumento Trinitariano do Trono de 3 Lugares!
Apesar de ela própria ter recomendado que a Bíblia fosse nossa única regra de fé e prática, o mais recente argumento em defesa da crença no Espírito Santo como uma terceira pessoa divina, é esta suposta citação de Ellen G. White encontrada no livro Mensagens Escolhidas, Vol. 1, pág. 344:
"Este texto distingue Jesus do Espírito, mas diz que ambos intercedem por nós", argumenta o caçula dos defensores trinitarianos, Michelson Borges. De cara, o ilustre blogueiro não observa a qualificação diferenciada atribuída a Cristo, identificado no texto como "nosso Mediador". EGW (ou seus redatores-fantasmas) não se refere a Ele como "Cristo, um de nossos mediadores". Para ela (ou eles), o Filho de Deus é O nosso (único!) Mediador. Logo depois, passa-lhe despercebida a aparente incoerência da autora (ou autores) do texto em referir-se a Cristo como nosso singular Mediador no início do parágrafo para, na frase seguinte, duplicar a intercessão, atribuindo-a tanto a Cristo como ao Espírito Santo. Outro detalhe importante é a subseqüente inferiorização da suposta intercessão do Espírito, que o desqualifica para postar-se diante de Deus como mediador em nosso favor, uma vez que não dispõe de sangue derramado para apresentar-se diante do Pai e pleitear por nós. De acordo com a citação mencionada, por mais que capriche em Sua "intercessão", o máximo que o Espírito Santo consegue é extrair "orações, penitência, louvor e ações de graça" de nosso coração impuro! Assim, o resultado da atuação do Espírito Santo em nossa vida seria inaceitável para Deus, tendo que ser purificado por gotas do sangue de Cristo! É o que diz o parágrafo seguinte, omitido por Michelson em suas palestras ao vivo ou distribuídas pela internet:
Observe que neste parágrafo que sucede ao citado por Michelson, EGW (ou sua equipe) fala novamente de Cristo como "o Intercessor". Seria Ele singular por ser o único intercessor a estar perante Deus, enquanto o "outro intercessor", Espírito Santo, age aqui na Terra em nosso coração? Por estar aqui na Terra, não estaria o Espírito na presença de Deus? Existe algum lugar do Universo onde o Deus Onipresente não esteja? Como entender essa aparente contradição de EGW? Quem fez acréscimos em seu texto não percebeu a incoerência de raciocínio? Ou ela própria, mesmo inspirada, não percebia a confusão que poderia vir a provocar com afirmações dúbias, não revisadas para melhor compreensibilidade? Se percebermos que tanto a obra realizada no coração humano quanto a intercessão celestial são realizadas pelo mesmo Mediador, não haverá problema! O mesmo Cristo humano que pleiteia por nós no Céu é o Espírito Santo que trabalha invisivelmente em nosso coração. A intercessão é dupla, perante Deus e no coração dos homens, mas o Intercessor é um só. Céu e coração são extremos opostos do mesmo Caminho. No santuário celeste e nos tabernáculos terrestres, Um só é o Sacerdote! O Mediador comunica-Se com as duas partes em litígio. "Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem." I Timóteo 2:5. A intercessão pressupõe ainda uma subordinação ou hierarquização, entre as partes envolvidas. Acima de todos, o Altíssimo, Deus, o Pai. Bem abaixo, isto é, no nível mais inferior, o ser humano. Entre eles, o Mediador, Cristo, Filho de Deus e filho do homem. Ou se o argumento de Michelson estivesse correto, Deus (o Pai) em cima; Jesus Cristo, logo abaixo (ou à direita); mais abaixo (ou mais à direita), o Espírito Santo; e por fim, o ser humano! Seja na vertical ou horizontalmente como sugere Michelson em sua descrição animada do trono de Deus (ver ilustração ao lado), a possibilidade de intercessão contraria totalmente a crença numa Trindade composta por pessoas divinas co-iguais e co-eternas. Cristo não precisaria postar-Se diante do Pai para pleitear em nosso favor, pois, sendo Deus e não apenas Filho de Deus, intercederia por nós diante de Si mesmo! Não diria Ele "o Pai é maior do que eu" (João 14:28), nem que Aquele que envia é maior do que o enviado (João 13:16). Deixaria Cristo de ser então o Caminho que leva ao Pai para ser o caminho que conduz a Si mesmo... Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito, sendo iguais e assentados lado a lado num sofá-trono triangular, seriam clones trigêmeos de um mesmo Deus, dentre os quais nenhum poderia ser chamado Altíssimo, pois o superlativo pressupõe a singularidade. Nenhum outro Deus, seja filho ou espírito, pode pretender ser igual ou semelhante ao Altíssimo, a menos que o Diabo tivesse razão em suas pretensões. (Compare Isaías 14:12-14 e Filipenses 2:5-11.) O texto bíblico, porém, é muito claro. "Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus" (Colossenses 3:1). Cristo está assentado à direita de Deus. Cristo, apenas Cristo, está junto a Deus para interceder em nosso favor. Ele está à direita de Deus, não em lugar de Deus! Esse texto, sim, meu caro Michelson, distingue Cristo de Deus. E agora? Estaria Deus assentado à direita de Si mesmo? -- Robson Ramos Leia também: |
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