Estou Indignado com o Procedimento do Presidente da Paulista Sul

Estou Indignado com o Procedimento do Presidente da Paulista Sul

Caro Editor,

Tenho acompanhado recentemente a trajetória do irmão Artur C. Araújo, e estive presente na Igreja de Santo Amaro no dia de sua expulsão. Porém, no momento da votação, o pastor retirou todos que não possuíam a carta na mesma Igreja, alegando que a votação deveria ser realizada apenas com os membros da Igreja, porque "assuntos de família devem ser discutidos apenas com os familiares, sem a presença de visitas". Foram praticamente essas as palavras utilizadas pelo pastor.

Antes de proceder a votação, o pastor fez um sermonete para terminar o culto mais cedo (10h30 da manhã estávamos todos "dispensados"). Foi um sermão absurdamente tendencioso, estava claro que o pastor estava preparando os que ficariam para que votassem a favor da expulsão do Artur.

O pastor utilizou não apenas a Bíblia, como também o discurso de um padre católico para incitar as pessoas presentes. Da Bíblia, extraiu um trecho do livro Atos, Capítulo 5, a partir do versículo 17 até o final do capítulo. Este trecho conta sobre a prisão dos apóstolos. O principal trecho foi "O parecer de Gamaliel", no qual um fariseu chamado Gamaliel, mestre da lei, dá o seu parecer sobre a prisão e condenação dos apóstolos.

Gamaliel disse que, se o movimento dos apóstolos era realmente divino e aceito por Deus, este prevaleceria, ao contrário dos movimentos como o de Judas, o galileu, e Teudas, que foram se dissipando até desaparecerem. Com isto, Gamaliel evitou que os apóstolos fossem condenados à morte.

Deste trecho, o pastor tirou a lição de que a IASD não pode mais agir como Gamaliel. Ele afirmou categoricamente que é contrário à decisão de Gamaliel, argumentando que movimentos como a Igreja Católica e muitas outras religiões permanecem até hoje firmes, mesmo não possuindo a aprovação de Deus. E que por este fato, a IASD tinha o dever de conter, a qualquer custo, qualquer movimento contrário ao que prega a Igreja.

Em seguida, o pastor citou I Coríntios 1:17, que fala sobre a "Exortação à Unidade". Ele utilizou esse trecho para induzir as pessoas a pensar que a união dentro da Igreja é uma prioridade nos tempos de hoje. Mais uma vez, o pastor utilizava a Bíblia para condicionar os irmãos.

Depois, citou alguns movimentos e teses dentro da Igreja Adventista e seus resultados. Todos eles, terminando com a expulsão dos irmãos manifestantes. Neste ponto, eu já estava tão decepcionado, que passei a ignorar as palavras do pastor, e perdi praticamente o resto do sermão.

O resultado foi a expulsão do rapaz, mostrando que a Igreja Adventista não difere muito da Católica, principalmente quando se trata de perseguição e inquisição.

Nunca tive um contato direto com este rapaz e também nunca participei do seu grupo de estudos, mas o acontecido me fez pesquisar mais sobre o assunto e sobre ele mesmo.

Entrei em contato com diversas pessoas que o conhecem e descobri que o Artur é uma pessoa muito amável, calma e justa. Durante as preliminares de sua expulsão, ele manteve a calma e a tranqüilidade de sempre, muito fiel e apegado aos ensinamentos de Deus, muito ao contrário daquilo que os pastores estavam praticando no momento da exclusão.

Comprei o seu livro, e notei que ele é uma compilação de mensagens escritas pela Ellen G. White, outros livros adotados pela IASD e também muito apoiado pela Bíblia. Muito diferente do livro publicado pela IASD para competir com o livro dele, o qual é baseado em uma tese e tem uma bibliografia extremamente duvidosa.

Deixo aqui, registrada a minha indignação com a IASD Santo Amaro e a direção da Associação Paulista Sul, em especial ao pastor Roberto, que não só participou da expulsão do Artur, como também voltou dois Sábados depois com um sermão sobre família, como se nada tivesse acontecido no sábado anterior.

Esta é a nossa Igreja: Repressora, inquisitória, julgadora, prepotente e arrogante... Essa é a nossa Igreja: A "dona da verdade".

Um forte abraço,

Eduardo