Papa Francisco: Da ferida não resta nem cicatriz

capa-vejaSemana passada, ao assistir no Jornal Nacional à reportagem sobre acusações feitas contra o papa Francisco de ele ter supostamente certo envolvimento com a ditadura na Argentina, pude perceber a “vontade” de inocentá-lo (e não estou dizendo que ele tem culpa). Patrícia Poeta concluiu a matéria com ar de “estão vendo como o papa não tem culpa?”. Desde que foi eleito, Jorge Mario Bergoglio tem contado com a simpatia geral e da mídia, em especial – principalmente a brasileira. E as semanais provam isso. A revista Veja desta semana destaca a humildade de Francisco (e a escolha não ocasional de seu novo nome) – “Acessível a todos, Francisco é lembrado por sua humildade”.

A revista traz, entre outros, o depoimento do jesuíta Mario Rausch, de 60 anos, que trabalha na Faculdade de Filosofia e Teologia de San Miguel, da qual Bergoglio foi professor e reitor: “Estou convencido de que Bergoglio aceitou enfrentar esse desafio ao reconhecer que essa não é apenas uma decisão dos cardeais, mas uma decisão de Deus, a que não se pode dizer não. Sabemos que não vai ser fácil enfrentar os problemas por que passa o Vaticano hoje. Mas acreditamos que o papa Francisco fará um bem enorme à Igreja. E nós, jesuítas, nos colocamos à diposição para acompanhá-lo nesse novo caminho.”
Hoje o papa celebrou sua primeira missa de domingo, em uma pequena paróquia do Vaticano e não na basílica de São Pedro. Segundo Veja, antes de entrar na igreja, Francisco cumprimentou os devotos que se aglomeravam do lado de fora, gritando “Francesco”, seu nome em italiano. No fim da missa, ele esperou do lado de fora da igreja e saudou as pessoas que saiam, como faz um padre. Pediu a várias pessoas que orassem por ele.
A revista IstoÉ publicou: “Dentre suas paredes milenares, a Igreja abalada por uma crise sem precedentes… esperava a escolha de seu líder. Na praça, o rebanho orava com fé e esperança. Estava prestes a surgir um papa novo para um novo mundo [um papa para o mundo?!]. E ele veio, humilde, e pediu a bênção dos fiéis.” Mais apoteótico e ufanista, impossível. Mas tem mais: “Eis o primeiro papa latino-americano da história, o primeiro não europeu em quase 1.300 anos. Eis o primeiro jesuíta a sentar-se no trono de Pedro. Eis o primeiro a adotar, para comandar a Igreja Católica, o nome Francisco. Eis o início de uma era, a era franciscana.” [Uma nova era?!]

A reportagem com tons quase literários, traz ainda o seguinte: “Enfim, o pontífice solta a voz e a chama da mudança, tão necessária para a alquebrada Igreja Católica, acende com suas palavras, espantando a garoa fina que cai sobre o Vaticano. ‘Fratelli e sorelli, buona sera.’ Um pastor que diz boa noite a seu rebanho é um papa ‘do fim do mundo’, como ele próprio se definiu – com o arremate de um sorriso afetuoso, que definitivamente conquistou os cristãos presentes à praça. ‘É um homem santo’, ouvia-se. Se ainda havia tensão, pela espera da fumaça branca; espanto, pela rapidez da escolha, em 26 horas e cinco escrutínios, e pelo anúncio do nome improvável; e, para muitos, decepção, por não ser um italiano depois de 35 anos, tudo havia se dissipado naquele momento. […] A barca de Pedro está atualmente em águas tão tormentosas que os príncipes do Vaticano preferiram entregar sua direção para uma figura que lhes dê total segurança. […] Com a saída de Bento XVI e a assunção de Francisco, o Vaticano troca um intelectual por um homem das ruas, um pastor. A teoria e a doutrina cedem espaço à prática evangelizadora.”

Tudo indica realmente que esse novo papa caiu na simpatia popular e da imprensa. Todos têm destacado sua simplicidade e potencial evangelizador, justamente do que a Igreja Católica mais precisa nestes tempos em que a perda de fieis tanto preocupa seus líderes.

O potencial ecumêmico de Francisco também é grande, haja vista a declaração sinalizadora do conhecido líder evangélico pastor Rick Warren. Em seu Twitter, ele escreveu: “Bem-vindo, papa Francisco. #HabemusPapam Você tem nossas orações.”
O presidente norte-americano também se manifestou, dizendo: “Estou ansioso para trabalhar com Sua Santidade para fazer avançar a paz, a segurança e a dignidade dos nossos companheiros seres humanos.”
Na próxima terça-feira, dia 19, será realizada a missa de inauguração do pontificado de Francisco. O governo italiano espera que mais de um milhão de pessoas compareçam à Roma para acompanhar a cerimônia. SegundoVeja, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, confirmou presença, assim como a presidente brasileira, Dilma Rousseff, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o vice-presidente americano, Joe Biden.
Como se pode ver, da “ferida mortal” (Ap 13:3) causada pelo poder napoleônico em 1798, não resta sequer cicatriz. Com o novo papa, a influência da Igreja Católica nos rumos do mundo só tende a crescer, conforme anteviu Ellen White, há mais de cem anos:

“‘Vi uma de suas cabeças como ferida de morte, e a sua chaga mortal foi curada; e toda a Terra se maravilhou após a besta’ (Ap 13:3). A aplicação da chaga mortal indica a queda do papado em 1798. Depois disto, diz o profeta: ‘A sua chaga mortal foi curada; e toda a Terra se maravilhou após a besta.’ Paulo declara expressamente que o homem do pecado perdurará até ao segundo advento (2Ts 2:8). Até mesmo ao final do tempo prosseguirá com a sua obra de engano. E diz o escritor do Apocalipse, referindo-se também ao papado: ‘Adoraram-na todos os que habitam sobre a Terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida’ (Ap 13:8). Tanto no Velho como no Novo Mundo o papado receberá homenagem pela honra prestada à instituição do domingo, que repousa unicamente na autoridade da Igreja de Roma […] A sagacidade e astúcia da Igreja de Roma são surpreendentes. Ela sabe ler o futuro. Aguarda o seu tempo, vendo que as igrejas protestantes lhe estão prestando homenagem com o aceitar do falso sábado, e se preparam para impô-lo pelos mesmos meios que ela própria empregou em tempos passados. Os que rejeitam a luz da verdade procurarão ainda o auxílio deste poder que a si mesmo se intitula infalível, a fim de exaltarem uma instituição que com ele se originou” (O Grande Conflito, p. 579, 580).

O teólogo Sérgio Santeli aponta três evidências da cura da ferida:

1) Desde a assinatura do Tratado de Latrão, em 1929, quando a Santa Sé passou a ser reconhecida como um estado independente, 176 países já estabeleceram relações diplomáticas com a Sé papal.

2) Após a publicação do documento final da 5ª Conferência Episcopal da América Latina e do Caribe (Celam), realizada de 13 a 31 de maio em Aparecida do Norte, SP, a mídia divulgou que Bento XVI viu “com particular apreço as palavras que exortam a dar prioridade à Eucaristia e à santificação do Dia do Senhor nos programas pastorais”, contidas nesse documento.

3) O Vaticano divulgou um documento no qual afirma que “fora da Igreja Católica não há salvação”. Por meio desse documento, o Vaticano demonstra explicitamente qual é sua verdadeira intenção, ou seja, readquirir a supremacia mundial perdida no fim da Idade Média. Segundo o próprio Vaticano, só assim “poderá chegar à unidade de todos os cristãos ‘em um só pastor’ (Jo 10:16) e sanar essa ferida que ainda impede à Igreja Católica a realização plena de sua universalidade na história”.

Eu acrescentaria um quarto ponto:

4) A simpatia e a simplicidade (aliadas à tenacidade e persistência de um jesuíta) de Francisco podem ser de grande valia nesse propósito, embora o mundo extasiado e embevecido com a escolha do novo papa mal se dê conta de todos os interesses por trás das aparências e do espetáculo.
Assim como a IstoÉ mencionou, a revista Época, em uma de suas reportagens especiais da edição deste domingo (que dedica 48 páginas ao assunto), trouxe o título “O papa do fim do mundo”. Bergoglio se referiu à sua origem argentina, mas bem que podia estar se referindo a outra coisa…
Michelson Borges 

Nota: Fico pensando o que seria de outra igreja que tivesse um banco, e que esse banco estivesse sendo acusado de corrupção… A imprensa “cairia de pau”. Fico pensando também o que seria de qualquer outra igreja com tantos líderes condenados por pedofilia… A imprensa “desceria o verbo”. Mas há outro aspecto, e sobre esse nem preciso pensar muito, pois o contraste é gritante: Bergoglio disse certa vez que “o casamento gay é um movimento do diabo”. O pastor evangélico Silas Malafaia não chegou a tanto, embora seja bastante contundente em suas declarações, mas quem foi “detonado” pela mídia? Isso mesmo, o pastor. Por que a instituição papal é tão suave e desproporcionalmente criticada e tão poupada? Porque “todo o mundo ficou maravilhado” (Ap 13:3, NVI) com o espetáculo midiático proporcionado pelo papado e sua influência crescente. A conivência da imprensa salta aos olhos (no Brasil, tem até emissora parecendo “assessora direta do Vaticano”), mas isso também é profético.[MB]Leia também: Francisco: o primeiro papa jesuíta” e “O último papa”

Fonte: http://www.criacionismo.com.br/2013/03/da-ferida-nao-resta-nem-cicatriz.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+criacionista+%28Criacionista%29

8 comentários em “Papa Francisco: Da ferida não resta nem cicatriz”

  1. O declí­nio do poder espiritual dentro da igreja estabelecida não foi de súbito. A história da igreja mostra os passos trágicos que finalmente puseram a autoridade civil e religiosa numa só mão. Papas sedentos de poder arrogaram-se o título de “substituto de Deus na terra”, assim usurpando as prerrogativas da divindade. Arrogando-se sucessores de Pedro, pretendiam autoridade, não sobre a igreja apenas, mas sobre todo o mundo. Inocêncio III, por exemplo, (papa de 1198 – 1216), escreveu que “assim como o sol e a lua estão postos no firmamento, o maior como luz do dia, e o menor para iluminar a noite, há dois poderes na terra: o maior, o pontifical e o menor, o real”. Propondo reis e depondo reis, os pontífices tinham aí­ o seu passatempo. Pisoteando os direitos da consciência, esses governantes medievais dominavam prí­ncipes, estados e parlamentos, compelindo a submissão por meio do mais terrível engenho da tirania, a Inquisição. Maquinando e esquematizando para ganhar mais poder, esta igreja dominante continuou a destruir “os santos do Altíssimo”, e a atentar contra a lei de Deus. (Daniel 7:25). Isto devia continuar por 42 meses.

  2. Nostradamus tem uma profecia que diz:Centúria I, quadra 43:“Antes que advenha a mudança de impérioVirá um caso bastante maravilhosoA fortaleza mudada, o pilar da rochaMas transmutado sobre o rochedo negro.”Muitos achavam que seria um papa negro. No entanto, as vestes do papa que é negra. O papa é jesuíta, sendo o 1º jesuíta a ser eleito. Comentaram que ele estava incomodado por usar branco, afinal suas vestes, como jesuíta, sempre são pretas. Tambem o lider da ordem dos Jesuitas, por ser uma ordem paralela a Igreja Catolica… é conhecido como o “PAPA NEGRO”. Esse apelido foi difundido pela propria igreja católica, por isso podemos interpretar que : “o pilar da rocha transmutado sobre o rochedo negro”.Disse que o caso bastante maravilhoso seria a renúncia do papa Bento XVI.Francisco o nome adotado pelo PAPA eleito criou desta forma um link com a profecia, pois Francisco de Assis tinha como nome de nascimento o Giovanni di PIETRO (PEDRO) di Bernardone, ou seja, Pedro dentro do Nome. E a cidade de Assis constitui uma cidade da época de Roma, ou seja, uma cidade Romana, logo Pedro Romano continua valendo. Lembrando que profecias são para serem interpretadas, nem sempre é uma coisa que você identifique, claramente necessitando se aprofundar para decifrar o enigma.

  3. Parece evidente que os dogmas da Igreja não serão mexidos, principalmente aqueles centrais, e nem temas que são caros à Igreja como casamento de pessoas do mesmo sexo, entre outros, não sofrerão qualquer processo de mudança dentro da organização religiosa. O que deve mudar é a forma com que a Igreja se relaciona com seus fiéis, adotando um modelo latino-americano, mais humanizado e próximo do povo. Com esse perfil mais humano, humildade e acima de tudo, com sua capacidade gerencial ja demonstrada em outras ocasiões de sua vida religiosa ele será capaz de transfigurar a Igreja de Cristo.

  4. Esta é uma das passagens que falam do famoso papa negro. A mudança de império pode ser tanto o fim da Igreja Católica (ou sua mudança de Roma para Jerusalém) , quando à mudança do papa Bento XVI para o novo papa, Francisco I. O caso maravilhoso, então, seria a renúncia de Bento XVI. A rocha é o papa, que se transmutou sobre o rochedo negro, ou seja, o papa negro. Mas o que Bergoglio tem a ver com papa negro? Em um post anterior, escrevi que o “negro”, mais do que se referir à cor de pele, estaria se referindo a uma ordem negra. Então, Bergoglio é o primeiro papa jesuíta da história. É fato escrito e comprovado que os jesuítas cometeram algumas das maiores atrocidades da história, como o extermínio de protestantes e carnificinas em civilizações colonizadas. É, nesse ponto de vista, uma ordem negra. Mas, mais do que isso, o líder dos jesuítas é chamado de papa negro (Black Pope), e usa uma batina preta. Considerando que o líder dos jesuítas tem autoridade sobre os demais, a igreja poderia acabar sendo governada pelo papa negro por trás dos panos.

  5. Ao final de 1206, Pedro Bernardone, convencido de que nem as razões nem a força podiam torcer o ânimo de Francisco, decidiu recorrer ao Bispo, instaurando-se um julgamento como nunca aconteceu na história de outro santo. O palco do julgamento foi a própria Praça Comunal de Assis, junto à igreja de Stª Maria e à casa do bispo, bem à vista de todos.

  6. A Igreja Católica está preparada para ter um papa latino-americano, mas isso não significaria um direcionamento de suas políticas para a região, apesar de a América Latina abrigar a maior população católica do mundo, disseram especialistas e religiosos à Reuters.

  7. Ter simpatia por alguém não significa estar caído aos seus pés, vale lembrar que o Presidente apresentado na matéria não tolera à Igreja se intrometendo com o Estado como era na sociedade Feudal e na Sociedade Absolutista, hoje o Estado é Laico, à própria igreja IASD tem simpatia pelo papado, com respeito a união igreja e estado isto está um abismo de distância, sem mencionar países como a China, Coréia do Norte, sem contar os Islamicos, judeus e com respeito a mídia fazer vista grossa com os abusos da Igreja Católica isso não condiz com a verdade todos sabem de seus escandalos. Fique na Paz de Deus.

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