terça, 12 maio 2015 22:30
A ONU pediu hoje uma investigação independente as mortes de vários membros da seita evangélica “Adventistas do Sétimo Dia Luz do Mundo” após confrontos com as autoridades angolanas, um caso que tem motivado balanços díspares.
O porta-voz do Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) pediu hoje que seja nomeada uma comissão independente para investigar o caso que opôs a polícia angolana e o grupo milenarista de inspiração cristã, liderado por José Julino Kalupeteka”, dissidente [líder leigo excluído] da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
“Compreendemos que o Governo lançou uma investigação, mas apelamos ao Governo para garantir uma investigação independente”, disse, em comunicado, o porta-voz da ACNUDH, Rupert Colville.
“Têm existido relatórios alarmantes nas últimas semanas sobre um alegado massacre na província central do Huambo em Angola. Temos trabalhado para recolher mais informação sobre o incidente mas os factos permanecem por esclarecer, com grandes diferenças do número de vítimas”.
Por isso, a ONU pede “um inquérito verdadeiro e independente, com uma rigorosa investigação” que fala um balanço correto do número de vítimas”.
As autoridades referem que morreram nove políticas e 13 civis na sequência de confrontos na Serra Sumé, no Huambo, mas outros relatórios indicam que houve pelo menos uma centena de mortos, enquanto outros assinalam mais de 1.000 mortos, segundo o ACNUDH.
No comunicado, a ONU mostra-se preocupada com a posição do estado angolana sobre aquela confissão religiosa, criticando a atuação dos media estatais que condenaram “violentamente” a seita.
Nesse sentido, “percebemos que alguns dos membros da seita e seus familiares permaneçam escondidos com medo de mais violência”, salientou o porta-voz.
O principal partido da oposição, União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) afirma que 1.080 civis morreram em confrontos entre os seguidores da seita e a polícia angolana, tendo pedido a intervenção da ONU para um “inquérito rigoroso e imparcial”.
Agência LUSA