Eleição de Erton C. Köhler como presidente mundial reforça tese da influência dos gaúchos na estrutura administrativa da IASD

A eleição de Erton C. Köhler como presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia reforça fortemente a tese da influência dos gaúchos na estrutura administrativa da denominação, conforme analisado no livro O Leviatã Adventista.

Com base no conteúdo do PDF e na trajetória histórica da liderança adventista no Brasil e na América do Sul, podemos destacar os seguintes pontos que confirmam essa influência gaúcha:


1. Origem gaúcha da nova liderança global

Erton C. Köhler nasceu em Caxias do Sul (RS). A eleição dele não é um evento isolado, mas sim o ápice de um processo de décadas de consolidação de poder por parte de líderes do sul do Brasil, especialmente do Rio Grande do Sul, dentro da estrutura organizacional da igreja.


2. A “Escola Gaúcha de Administração Eclesiástica”

O livro O Leviatã Adventista cita expressamente a existência de uma linha de pensamento e gestão associada aos líderes do sul do Brasil, principalmente os formados nos internatos adventistas do Sul, como o Instituto Adventista Cruzeiro do Sul (IACS) e o Instituto Adventista de Ensino (IAE) — onde muitos líderes gaúchos foram treinados.

Essa escola é marcada por:

  • Visão institucional centralizadora.

  • Ênfase em disciplina e autoridade hierárquica.

  • Rejeição de estruturas mais participativas ou comunitárias.

Erton Köhler, mesmo tendo atuado em outras regiões, representa esse modelo ao manter rigor administrativo e fidelidade institucional como marcas de sua liderança.


3. Ascensão pelo Ministério Jovem e Divisão Sul-Americana

Köhler galgou posições estratégicas — Diretor de Jovens, depois Presidente da Divisão Sul-Americana — que são espaços historicamente dominados por líderes do sul do país. Esses cargos criam uma base política e relacional sólida para influenciar decisões na Associação Geral.

O livro mostra como o Ministério Jovem foi uma porta de entrada para a elite administrativa adventista brasileira, especialmente entre os líderes do Sul.


4. Continuidade de um ciclo de sucessão interna entre sulistas

A eleição de Köhler pode ser vista como a consolidação de uma linhagem administrativa “sulista”, que já vinha se estendendo dentro da Divisão Sul-Americana e nos bastidores da Associação Geral. Ele sucede Ted Wilson, mas já era secretário executivo mundial — ou seja, a ascensão foi planejada e construída com apoio de bastidores influentes, possivelmente articulados por redes do sul.


5. Estilo administrativo compatível com o perfil institucional defendido no Sul

O autor de O Leviatã Adventista critica um modelo de governo eclesiástico baseado em burocracia técnica, concentração de poder e manutenção da imagem institucional acima de tudo — traços também reconhecidos no estilo de liderança de Köhler.

Sua atuação à frente da Divisão Sul-Americana consolidou programas massivos (como Impacto Esperança), com alto grau de organização, visibilidade e controle — características típicas da “escola gaúcha”.

✅ Conclusão

A eleição de Erton C. Köhler é mais do que uma vitória pessoal ou regional: ela valida a tese sociológica de que o Sul do Brasil, especialmente o Rio Grande do Sul, tem exercido influência desproporcional na construção do modelo organizacional da Igreja Adventista. A liderança mundial agora encarna essa herança — um marco histórico com raízes locais, mas com impacto global.

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