DISCORDO. Jesus Nasceu com Natureza Humana Igual à de Adão Antes da Queda

 

"Eu nasci em pecado, e em iniquidade me concebeu a minha mãe" (Salmos 51:5). Esta foi a primeira noção que tive de natureza pecaminosa. O que significa esta natureza pecaminosa?

     O mesmo salmista oferece uma resposta inspirada: "Desviam-se os ímpios desde a sua concepção; nascem e já se desencaminham proferindo mentiras" (Salmos 58:3). No livro de Isaías, as palavras de Deus são mais pesadas: "Tu nem as ouvistes, nem as conhecestes, nem tampouco antecipadamente se te abriram os ouvidos, porque eu sabia que procederias mui perfidamente e eras chamado de trangressor desde o ventre materno" (Isaías 48:8). O problema hereditário do pecador se principia na sua concepção. Alguns nem chegam a nascer - os natimortos - enquanto outros já nascem com defeitos físicos.

     Tenho dois filhos. Não precisei ensiná-los a ser egoístas. Eles começaram a brigar pelo MEU brinquedo desde cedo. O choque maior veio quando a Luísa num acesso de ciúmes sugeriu teria sido melhor que o João Eduardo não tivesse nascido - tudo isto saindo da boca de uma criança com menos de três anos. Antes disso, já tinha habilidade para negar sua participação em alguma travessura. O João Eduardo também lembrou ao tio Paulinho Silvestre que ele não se encontrava em MINHA casa, querendo dar a entender com isto que deveria se comportar de acordo com a sua vontade ou preparar as malas e partir. Meus bebês eram lindos, mas não eram perfeitos. Davi tem razão! Deus tem razão! Não precisei ensinar dois portadores de natureza pecaminosa a pecar. Seus primeiros passos nesse caminho lhe foram naturais. Daqui para frente, a automatização do pecado ou a lei do pecado que habita em mim ou em meus membros (Romanos 7) vem pelo treinamento diário.

     No livro de Isaías também lemos a seguinte verdade: "Ainda que se mostre favor ao perverso, nem por isso aprende a justiça; até na terra da retidão ele comete a iniquidade e não atenta para a majestade do Senhor" Isaías 26:10. Baseado neste texto, já afirmaram com muita propriedade que se colocarmos um recém-nascido com natureza pecaminosa para ser criado por um anjo bom - lá no reino do céu - ainda assim o portador de natureza pecaminosa praticará atos pecaminosos.

     Então, podemos dividir a vida de um portador de natureza pecaminosa em três estágios.

     a) Após a concepção até antes de nascer: "E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal ..." (Romanos 9:11). Os natimortos ou os que nascem com patologias congênitas não são os responsáveis pelos seus problemas. Por exemplo, a mãe pode ter usado um remédio proibido durante a gestação. Jesus nem gripe teve."Ele nunca teve alguma doença em Sua própria carne, mas levou as enfermidades dos outros" (III ME, 133). PORQUE JESUS FOI DIFERENTE DOS NATIMORTOS? Porque Ele não carregou a culpa de seus antepassados. Cristo não somente era o Sacrifício, mas também o Sacerdote que ofereceu o sacrifício. "O pão que Eu darei pela vida do mundo - disse Ele - é a Minha carne." João 6:51. Ele era inocente de toda culpa.” (III ME, 141).

     b) Do nascimento até quando aprendemos a escolher o que é certo ou errado: "Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel...  Na verdade, antes que este menino saiba desprezar o mal e escolher o bem, será desamparada a terra..." (Isaías 7:14 e 16). Lembremos que os nossos filhos "nascem e já se desencaminham proferindo mentiras" (Salmos 58:3). Os exemplos dos meus filhos se encaixam bem nesta situação. Porque Jesus foi perfeito nesta fase, quando ainda não sabia escolher o mal ou o bem? PORQUE ELE FOI DIFERENTE DE MEU FILHO? Jesus era diferente do meu filho. Antes que Jesus aprendesse "a desprezar o mal e a escolher o bem" (Isaías 7:16), sua natureza espiritual semelhante a de Adão antes do pecado recuava do mal. Jesus não teve que passar pela experiência do novo nascimento, para ser recriada a natureza espiritual; Ele já nasceu com natureza espiritual, como Adão antes de pecar. "Cristo não possuía a mesma deslealdade pecaminosa, corrupta e decaída que nós possuímos, pois então Ele não poderia ser um sacrifício perfeito" (III ME, 131). O perfeito sacrifício de Cristo ficaria maculado caso sua natureza não recuasse do mal nessa fase. "A natureza humana de Cristo era semelhante à nossa. E o sofrimento, na verdade, era sentido mais agudamente por Ele, pois Sua natureza espiritual estava isenta de qualquer nódoa de pecado. A aversão ao sofrimento era proporcional a sua intensidade. Seu desejo de evita o sofrimento era tão forte quanto o experimentam os seres humanos..." (CRISTO TRIUNFANTE, Meditações Matinais/2002, página 268)."Nosso Salvador identifica-Se com nossa necessidades e fraquezas no fato de haver-Se tornado um suplicante, um pedinte de todas as noites, buscando do Pai novas provisões de força a fim de sair revigorado e refrigerado, fortalecido para o dever e a provação. Ele é nosso exemplo em tudo. É um irmão em nossas fraquezas, mas não em possuir idênticas paixões. Sendo sem pecado, Sua natureza recuava do mal" (I TS, 220).

     c) Depois que aprendemos a escolher o mal e a praticar o bem: "Ele comerá manteiga e mel quando souber desprezar o mal e escolher o bem" (Isaías 7:15). Jesus desprezava o mal e escolhia o bem. Com Paulo foi diferente. O querer bem estava nele (A sua vontade já sabia escolher entre o que era certo e o que era errado), porém não o efetuar (Ele não tinha foça de vontade para praticar o que era certo). Jesus Cristo tinha a vontade e a força de vontade certas. PORQUE JESUS E PAULO ERAM DIFERENTES? 

***Não é a presença ou ausência de natureza pecaminosa que nos imuniza contra o pecado. Jesus foi diferente de Paulo porque estava unido ao Pai sem cessar. "Cristo veio à terra, tomando sobre Si a humanidade e constituindo-Se representante do homem, para mostrar, no conflito com Satanás, que o homem, tal como Deus o criou, unido ao Pai e ao Filho, poderia obedecer a todo reclamo divino" (I ME, 253).

***Um outro equívoco precisa ser desfeito. Quem foi que disse que a natureza espiritual de Adão antes de pecar e a natureza espiritual de Cristo estavam imunes da tentação? Adão foi tentado e caiu. Satanás comemorou. Cristo veio para passar pela mesma prova de Adão e venceu. O céu comemorou. Como Deus, Ele não podia ser tentado; mas, como homem, podia sê-lo, e isso fortemente, e podia ceder às tentações. Sua natureza humana teria de passar pela mesma prova e provação que Adão e Eva. Sua natureza humana foi criada; ela nem sequer possuía os poderes angélicos. Era humana, idêntica à nossa. Ele estava transpondo o terreno em que Adão caiu. Achava-se agora no ponto em que, se resistisse à prova e provação em favor da raça decaída, redimiria o ignominioso fracasso e queda de Adão, em nossa própria humanidade" (III ME, 129).

***Ao olhar para o deserto, para o getsemâni e para a cruz percebo que Cristo não foi tentado como eu. As minhas tentações são muito pequenas em relação às que Ele padeceu. "Sobre a cruz Cristo conheceu, como nenhuma outra pessoa pode conhecer, o terrível poder das tentações de Satanás" (III ME, 132).

     Para reflexão:

     Se o segundo Adão [JESUS CRISTO] veio com a mesma natureza espiritual isenta de qualquer nódoa de pecado que o primeiro Adão possuía, teria deixado de ser homem?

     Se a missão de Cristo [O SEGUNDO ADÃO] ao revestir-se da humanidade era demonstrar que o homem como Deus criou [O PRIMEIRO ADÃO] unido ao Pai e ao Filho pode obedecer a todo reclamo divino, teria falhado em ser um exemplo para o homem do século XXI? "Cristo veio à terra, tomando sobre Si a humanidade e constituindo-Se representante do homem, para mostrar, no conflito com Satanás, que o homem, tal como Deus o criou, unido ao Pai e ao Filho, poderia obedecer a todo reclamo divino" (I ME, 253).

     Se Jesus nasceu com natureza pecaminosa, então, Ele teve que passar pela experiência do novo nascimento. Os que estão na carne não podem agradar a Deus. Para ver e entrar no reino de Deus, os que nasceram na família de Maria e José também precisavam nascer na família de Deus. A criação da natureza humana de Jesus foi especial - Adão e Eva tiveram uma criação especial; Jesus, também.

     Cristo não passou pela experiência do novo nascimento.

     Vejam a experiência humana com o novo nascimento.

JOÃO 1:12 E 13: "Mas a todos quantos os receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, os que crêem no seu nome; os quais não nasceram segundo do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus". Já posso começar a entender o diálogo de Jesus com Nicodemos. No meu primeiro nascimento, eu não escolhi vir ao mundo com essa natureza espiritual caída ou morta. Foi uma decisão de meus pais ou uma falha no método anticoncepcional. Nasci na família Ferreira Marques e "o que é nascido da carne é carne" (João 3:6pp). Como "os que estão na carne não podem agradar a Deus" (Romanos 8:8), é necessário nascer de novo, para ver e entrar no reino de Deus (João 3:3 e 5). No novo nascimento, eu nasço na família de Deus e "o que é nascido do Espírito é espírito" (João 3:6up). Só assim podemos agradar a Deus (Hebreus 11:5 e 6).

Preste atenção à dúvida de Nicodemos. Pode ser a sua também: "Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer a segunda vez? Como pode suceder isto?" (João 3:4 e 9).

Não parece com a dúvida de Maria? "Como será isto, pois não tenho relação com homem algum?" (Lucas 1:34). Parafraseando: ‘Gabriel, não se esqueça de que eu sou virgem!’

O anjo tira nossas dúvidas: "Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus" (Lucas 1:35). No bate-papo com José, Gabriel lhe assegurou que Maria estava grávida do Espírito Santo: "José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo" (Mateus 1:18 e 20). Ou seja, tal como o Espírito Santo envolveu Maria e de uma mulher o filho de Deus nasceu com natureza humana (Filho de Deus e do homem), assim também o Espírito Santo envolve os seres humanos e os recria com natureza divina (homens co-participantes da natureza divina).

Ou seja, a pessoa nascida de novo possui duas naturezas antagônicas lutando pela supremacia: "Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito contra a carne..." (Gálatas 5:17). A natureza carnal herdamos de nossos pais pecadores; a natureza espiritual é um presente de Deus para nós no novo nascimento.

Nós podemos vencer como Cristo venceu.

Segue anexo um comentário da lição da escola sabatina.


LES – HEBREUS 2:5-18.

Encontrei quatro personagens no texto em estudo: os anjos, os homens, Jesus Cristo e o diabo.

Aqui são feitas comparações esclarecedoras entre eles:

** Os homens foram feitos menores do que os anjos (verso 7).

** Jesus Cristo também foi feito por um pouco de tempo menor do que os anjos (verso 9).

Como em Hebreus 1 o Filho de Deus é maior e superior aos anjos [tem nome mais excelente (1:4); é adorado pelos anjos (1:6); é o criador (1:10) e etc], por que houve necessidade que Jesus Cristo se tornasse por um pouco de tempo menor do que os anjos?

Foi a miséria e a escravidão dos outros homens que levou o Filho de Deus a se tornar o Filho do homem – Jesus Cristo.

Com essa idéia em mente, analisemos Hebreus 2:5-18.

 

HEBREUS 2:5: Apesar do destaque dado aos seres angelicais, o mundo que há de vir não será sujeito aos anjos.

 

HEBREUS 2-8: De quem, então, será este privilégio? Dos homens redimidos.

A)  Quem é o homem ideal?

## É um ser criado por Deus menor do que os anjos.

## Na criação, foi coroado de glória e de honra.

## Todas as outras obras da criação ficaram sujeitas ou dominadas pelo homem.

B)   Qual é uma das conseqüências da queda do homem, aqui, mencionada?

## Ainda não vemos todas as coisas a ele sujeitas.

C)  O primeiro Adão – homem ideal – preenche esses critérios? Sim.

## Antes da queda, ele tinha o domínio sobre toda a criação divina (Gênesis 1:26 e 28).

## Após a queda, o homem não mais possui o controle do mundo.

## No mundo porvir, ele recuperará sua grandeza e se tornará até maior do que os anjos. “Aos seres humanos que lutam por conformidade com a imagem divina, será concedido um suprimento do tesouro celeste, uma excelência de poder que os colocarão acima dos próprios anjos que jamais caíram” (Parábolas de Jesus, página 163).

 

HEBREUS 2:9-13: O homem de hoje não corresponde ao homem ideal descrito acima. O homem caído é capaz de admiráveis conquistas e realizações. Está vasculhando o céu com telescópios, ônibus espaciais, sondas e robôs. A tecnologia permite que retire petróleo e riquezas das profundezas da terra e do mar. Todavia, há forças contra as quais o homem é impotente. Vemo-lo com medo dos outros homens, dos animais. Tem medo até de barata. A expectativa da morte (Hebreus 2:15) fê-lo aprender a melhorar sua expectativa de vida ou adiar o dia de sua morte, mas não pode escapar dela afinal.

 

Quem pode levantar o homem caído e restaurá-lo à sua posição original, ideal?

 

É aqui que entra em cena o terceiro personagem da LES – Jesus Cristo. Ele é outro homem ideal que nasceu aqui na terra – o segundo Adão (I Coríntios 15:45). O remédio para a situação caída do ser humano só se tornou possível porque Jesus Cristo deu passos concretos para execução do plano da salvação. Estando acostumados com um cristianismo que enfatiza a morte vicária e a ressurreição de Cristo, às vezes, deixamos de entender todos os passos da libertação do homem:

 

O PRIMEIRO PASSO: A ENCARNAÇÃO. Ele é “aquele que, por um pouco, foi feito menor do que os anjos” (verso 9). Ele também “foi coroado de glória e de honra” (verso 9). O criador tornou-se parte da criação. Ele teve uma data de nascimento, de aniversário. Por que se fez necessária a encarnação? Após a sua primeira vinda como homem, Ele poderia “pela graça de Deus, prova[R]sse a morte por todo homem” (verso 9). Na cruz, “A humanidade morreu; a divindade não morreu” (I Mensagens Escolhidas, página 301).

 

SEGUNDO PASSO: O APERFEIÇOAMENTO DO AUTOR DA SALVAÇÃO (verso 10). O verso dez inicia dizendo que por causa do Pai todas as coisas existem, inclusive o homem que caiu em desgraça. Como ele desejava reconduzir seus filhos – agora, caídos – à glória, era mister que Ele providenciasse um Salvador para o mundo. Daí ter enviado seu Filho. Mas, antes que experimentasse a morte em lugar do ser humano, fez se necessário que “aperfeiçoasse, por meio de sofrimentos, o Autor da salvação deles” (verso 10).

O que significa o aperfeiçoamento de Cristo?

## Antes de se encarnar, Ele era perfeito em sua natureza.

## Ele se encarnou com a perfeita natureza espiritual que Adão tinha antes de pecar. Ele veio para ser o segundo Adão.

## Mas para ser o Autor da salvação dos homens, precisava passar pelas mesmas provações – sofrimentos ou aflições - pelas quais passam os homens.

 

HEBREUS 2:11-13: Para aqueles que têm dúvidas acerca da perfeita humanidade de Cristo, Paulo nos diz que “tanto o que santifica – Jesus Cristo – como os que são santificados – os homens -, todos vêm de um só – do Pai. Por isso, é que ele – Jesus Cristo – não se envergonha de lhes – os homens - chamar de irmãos” (verso 11).

Os dois versos seguintes são citações do VT que enfatizam a origem comum dos homens e de Jesus Cristo:

a)     A meus irmãos declararei teu nome (verso 12 e João 17:6 e 26).

b)     Cantar-te-ei louvores no meio da congregação (verso 12; Lucas 4:18; Mateus 18:20).

c)     Eu porei nele a minha confiança (verso 13).

d)     Eis aqui estou eu e os filhos que Deus me deu (verso 13 e João 17:2, 6, 9, 11, 12 e 24).

Em outras palavras:

Cristo não se envergonha de nos chamar de irmãos.

Cristo não se envergonha de adorar com os irmãos.

Cristo não se envergonha de confiar no Pai e de se envolver com os irmãos.

E, no próximo parágrafo, você entenderá por que Cristo não se envergonha de ter-se tornado menor que anjos e também menor do que o primeiro Adão antes da queda. “Satanás apontara o pecado de Adão como prova de que a lei de Deus era injusta, e não podia ser obedecida. Cristo devia redimir, em nossa humanidade, a falha de Adão. Quando este fora vencido pelo tentador, entretanto, não tinha sobre si nenhum dos efeitos do pecado. Encontrava-se na pujança da perfeita varonilidade, possuindo o pleno vigor da mente e do corpo. Achava-se circundado das glórias do Éden, e em comunicação diária com seres celestiais. Não assim quanto a Jesus, quando penetrou no deserto para medir-Se com Satanás. Por quatro mil anos estivera a raça a decrescer em forças físicas, vigor mental e moral; e Cristo tomou sobre Si as mesmas fraquezas da humanidade degenerada. Unicamente assim podia salvar o homem das profundezas de sua degradação. Pretendem muitos que era impossível Cristo ser vencido pela tentação. Neste caso, teria sido colocado na posição de Adão; não poderia haver obtido a vitória que aquele deixara de ganhar” (O desejado de todas as nações, páginas 102 e 103).

 

HEBREUS 2:14-18: Paulo reconhece que, assim como o filho de um homem, Jesus Cristo teve participação comum na carne e sangue. Ele teve placenta, cordão umbilical. Ao se tornar o Filho do homem, o Filho de Deus participou dessa natureza mortal. Este fato em si não poderia justificar o homem, mas foi um passo necessário para que ele socorresse a descendência de Abraão (verso 16). “Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas se tornasse semelhante aos irmãos” (verso 17). Um corpo humano foi preparado para que ele pudesse ofertá-lo como o remédio ou a solução para o problema do homem. Vejam as ações mencionadas por Paulo para descrever os benefícios que nós alcançamos com a perfeita humanidade de Jesus:

1)   PARA QUE DESTRUÍSSE... (verso 14): O homem estava condenado a morrer eternamente, apesar de já ter aprendido a adiar o dia de sua morte. Pela sua morte, Jesus providenciou a destruição do diabo, aquele tem o império ou poder da morte. Pela sua morte, Cristo entrou na casa do valente (Lucas 11:21 e 22), amarrou a satanás, e de lá retornou (Atos 2:24) com as primícias do seu trabalho (Mateus 27:52 e 53). Ele destruiu não só a morte (II Timóteo 1:10), mas também tem as chaves da morte e do inferno (Apocalipse 1:18).

2)   PARA QUE LIVRASSE... (verso 15): O homem estava condenado a viver sujeito à escravidão de seus sentimentos durante toda vida. Se não fosse Jesus, o homem que outrora dominava e sujeitava todas as obras criadas estaria eternamente dominado ou escravizado pelo diabo.

3)   PARA SER... PARA FAZER (verso 17): O homem estava condenado a viver sob a ira de Deus. Daí, a necessidade de um conciliador ou reconciliador. Somente um misericordioso e fiel Sumo-Sacerdote pode fazer propiciação pelos pecados dos homens. Cristo removeu a barreira levantada pela ofensa ao caráter de Deus.

4)   PARA SOCORRER... (verso 18): O homem estava condenado a viver caindo em tentação. Jesus Cristo é poderoso para socorrer os que são tentados, porque Ele mesmo sofreu a tentação, mas sem pecado (Hebreus 4:15).

Resumindo:

** O homem será superior aos anjos porque o governo do mundo vindouro estará em suas mãos; mas, hoje ainda não vemos tal administração.

** Cristo é superior aos anjos. Já foi entronizado ou coroado de glórias e de honras e, antes disso, providenciou o remédio para a debilidade humana: a morte por sua graça (verso 9).

** O capítulo 1 discute a obra de Cristo antes de nascer como homem. Ele é o Filho de Deus, superior aos anjos e os homens são seus servos.

** O capítulo 2 discute a obra de Cristo realizada como homem na terra. Ele é o Filho do homem, menor do que os anjos, e os homens são servidos por Ele – especialmente, na sua morte vicária e no socorro aos tentados.

João Ferreira Marques


Apêndice 1.

Se você deseja compreender os explicações do espírito de profecia acerca da natureza de Cristo, medite nos textos abaixo:

O mistério da encarnação: “Que Deus assim se manifestasse na carne é na verdade um mistério; e sem o auxílio do Espírito Santo não podemos esperar compreender este assunto” (I ME, 249).

Cristo não fingiu ter natureza humana: “Cristo não fingiu assumir a natureza humana; Ele de fato a tomou sobre si. Em realidade possuiu a natureza humana” (I ME, 247).

A eternidade do mediador do concerto: Mas ao mesmo tempo que a Palavra de Deus fala da humanidade de Cristo quando aqui na terra, também fala ela positivamente em Sua pré-existência. A Palavra existiu como ser divino, a saber, o eterno Filho de Deus, em união e unidade com Seu Pai. Desde a eternidade era Ele o Mediador do concerto”  (I ME, 247).

Vindo a plenitude do tempo, Deus enviou o Seu Filho: Deus e Cristo sabiam desde o princípio, da apostasia de Satanás e da queda de Adão mediante o poder enganador do apóstata. O plano da salvação foi elaborado para remir a raça caída, para dar-lhe outra oportunidade. Cristo foi designado para o cargo de Mediador da criação de Deus, destinado desde a eternidade a ser nosso substituto e penhor. Antes que o mundo fosse feito estava combinado que a divindade de Cristo fosse envolta na humanidade. ‘Corpo me preparaste’, diz Cristo. Heb. 10:5. Mas Ele não veio em forma humana antes que tivesse chegado a plenitude do tempo. Então veio ao nosso mundo, como Bebê em Belém” (I ME, 250).

A grande humilhação de Deus: Que cena esta para ser contemplada pelo Céu! Cristo, que não conhecia o mínimo vestígio de pecado ou contaminação, tomar nossa natureza em seu estado deteriorado. Isto foi humilhação maior do que o homem finito pudesse compreender. Deus manifestou-Se em carne. Humilhou-Se. Que assunto para o pensamento, para profunda e sincera contemplação!” (I ME, 253).

Cristo venceu tal qual o homem que Deus criou poderia obedecer; isto é, unido ao pai e ao filho: Cristo veio à terra, tomando sobre Si a humanidade e constituindo-Se representante do homem, para mostrar, no conflito com Satanás, que o homem, tal como Deus o criou, unido ao Pai e ao Filho, poderia obedecer a todo reclamo divino” (I ME, 253).

A natureza de Cristo: afetada pelo pecado de adão, mas sem participação no seu pecado: Tomando sobre Si a natureza humana em seu estado decaído, Cristo não participou, no mínimo que fosse, do seu pecado. Era sujeito às debilidades e fraquezas que atribulam o homem... Ele foi tocado com a sensação de nossas fraquezas, e em tudo foi tentado como nós. E, todavia, não conheceu pecado. Era o Cordeiro ‘imaculado e incontaminado’. I S. Ped. 1:19” (I ME, 256).

Ausência de pecado na natureza humana de Cristo: Não devemos ter dúvidas acerca da perfeita ausência de pecado na natureza humana de Cristo” (I ME, 256).

Cristo lutando no lugar de Adão: Cristo, no deserto da tentação, ficou no lugar de Adão para a suportar a prova a que ele deixou de resistir. Ali Cristo venceu em lugar do pecador, quatro mil anos depois de Adão volver costas à luz de seu lar” (I ME, 267).

A mesma prova que Adão: Entrou Cristo assim em Sua vida de conflito, para vencer o inimigo poderoso, suportando a mesma prova a que Adão sucumbira, a fim de que, mediante a luta bem-sucedida, pudesse quebrar o poder de Satanás e redimir da desgraça da queda a raça humana” (I ME, 272).

Como Jesus suportou as provações: Ele pode sofrer, porque foi sustido pela divindade. Ele pode suportar, porque era sem uma mancha de deslealdade ou pecado” (I ME, 302).

Como homem, Cristo podia ser tentado e cair, como Adão caiu: Em sua carta acerca das tentações de Cristo, você diz: ‘Se Ele era Um com Deus, não poderia cair’... O ponto que você me pergunta é: Na cena do conflito de nosso Senhor no deserto, aparentemente sob o poder de Satanás e seus anjos, era Ele susceptível, em sua natureza humana, de ceder a essas tentações? Procurarei responder a essa importante pergunta: Como Deus, Ele não podia ser tentado; mas, como homem, podia sê-lo, e isso fortemente, e podia ceder às tentações. Sua natureza humana teria de passar pela mesma prova e provação que Adão e Eva. Sua natureza humana foi criada; ela nem sequer possuía os poderes angélicos. Era humana, idêntica à nossa. Ele estava transpondo o terreno em que Adão caiu. Achava-se agora no ponto em que, se resistisse à prova e provação em favor da raça decaída, redimiria o ignominioso fracasso e queda de Adão, em nossa própria humanidade” (III ME, 129).

Nessa natureza é que nosso Senhor foi tentado: “Mediante a providência tomada quando Deus e o Filho de Deus fizeram um concerto para libertar o homem da escravidão de Satanás, foram providos todos os meios para que a natureza humana se unisse com Sua natureza divina. Nessa natureza é que nosso Senhor foi tentado. Ele poderia ter cedido às enganosas sugestões de Satanás, como Adão o fez, mas devemos adorar e glorificar o Cordeiro de Deus por não haver cedido um i ou um til em nenhum ponto” (III ME, 130 e 131).

Cristo não possuía natureza pecaminosa: Cristo não possuía a mesma deslealdade pecaminosa, corrupta e decaída que nós possuímos, pois então Ele não poderia ser um sacrifício perfeito” (III ME, 131).

Cristo foi tentado como os seres humanos: As tentações às quais Cristo foi submetido eram uma terrível realidade. Como livre agente moral, Ele foi posto à prova, com liberdade para ceder às tentações de Satanás e agir em oposição à vontade de Deus. Se assim não fora, se não fosse possível que Ele caísse, não poderia ter sido tentado em todos os pontos como a família humana é tentada” ( III ME, 131).

Nenhum homem foi tentado como Cristo: Sobre a cruz Cristo conheceu, como nenhuma outra pessoa pode conhecer, o terrível poder das tentações de Satanás” (III ME, 132).

Como podemos vencer? seguindo o exemplo de Cristo: Não exerceu em Seu próprio benefício nenhum poder que o homem não possa exercer. Enfrentou a tentação como homem, e venceu na força que Lhe foi concedida por Deus. Ele nos dá um exemplo de perfeita obediência. Tomou as providências para que nos tornemos participantes da natureza divina, e nos assegura que podemos vencer como Ele venceu. Sua vida testificou que com a ajuda do mesmo poder divino que Cristo recebeu, é possível ao homem obedecer à lei de Deus” (III ME, 132).

A natureza humana de Cristo nunca teve uma doença: Ele nunca teve alguma doença em Sua própria carne, mas levou as enfermidades dos outros” (III ME, 133).

A natureza humana de Cristo levou as nossas enfermidades: Ao vir ao mundo em forma humana, ao ficar sujeito à lei, ao revelar aos homens que Ele levava sobre Si  suas enfermidades, suas tristezas, suas culpas, não Se tornou um pecador. Podia dizer diante dos fariseus: ‘Quem de vós Me convence de pecado?’ Não houve nEle nenhuma mancha de pecado. Postou-Se diante do mundo como imaculado Cordeiro de Deus” ( III ME, 133).

Cristo, o cordeiro imaculado: Cristo foi a única pessoa que andou sobre a terra em quem não havia nenhuma mancha de pecado. Ele era puro, imaculado e irrepreensível. Que houvesse sobre a terra Alguém sem a contaminação do pecado perturbava grandemente o autor do pecado, e ele não deixou de usar nenhum meio para vencer a Cristo com o seu poder ardiloso e enganador”( III ME, 134).

Não houve doping na natureza humana de Cristo:Tende em mente que a vitória e a obediência de Cristo são as de um verdadeiro ser humano. Em nossas conclusões, cometemos muitos erros devido a nossas idéias errôneas acerca da natureza humana de nosso Senhor. Quando atribuímos a Sua natureza humana um poder que não é possível que o homem tenha em seus conflitos com Satanás, destruímos a inteireza de Sua humanidade. Ele concede Sua graça e poder imputados a todos os que O aceitam pela fé. A obediência de Cristo a seu Pai era a mesma obediência que é requerida do homem” (III ME. 139).

Cristo não possuía nossas paixões pecaminosas e recuava do mal: “Nosso Salvador identifica-Se com nossa necessidades e fraquezas no fato de haver-Se tornado um suplicante, um pedinte de todas as noites, buscando do Pai novas provisões de força a fim de sair revigorado e refrigerado, fortalecido para o dever e a provação. Ele é nosso exemplo em tudo. É um irmão em nossas fraquezas, mas não em possuir idênticas paixões. Sendo sem pecado, Sua natureza recuava do mal” (I TS, 220).


Apêndice 2.

Aqui vai um resumo final da natureza humana de Cristo.

A) CRISTO NÃO POSSUÍA NOSSAS PAIXÕES PECAMINOSAS E RECUAVA DO MAL: "Nosso Salvador identifica-Se com nossa necessidades e fraquezas no fato de haver-Se tornado um suplicante, um pedinte de todas as noites, buscando do Pai novas provisões de força a fim de sair revigorado e refrigerado, fortalecido para o dever e a provação. Ele é nosso exemplo em tudo. É um irmão em nossas fraquezas, mas não em possuir idênticas paixões. Sendo sem pecado, Sua natureza recuava do mal" (I TS, 220).

B) CRISTO NÃO POSSUÍA NATUREZA PECAMINOSA: "Cristo não possuía a mesma deslealdade pecaminosa, corrupta e decaída que nós possuímos, pois então Ele não poderia ser um sacrifício perfeito" (III ME, 131).

C) AUSÊNCIA DE PECADO NA NATUREZA HUMANA DE CRISTO: "Não devemos ter dúvidas acerca da perfeita ausência de pecado na natureza humana de Cristo" (I ME, 256).

D) A NATUREZA HUMANA DE CRISTO SEM NÓDOA DO PECADO: "A natureza humana de Cristo era semelhante à nossa. E o sofrimento, na verdade, era sentido mais agudamente por Ele, pois Sua natureza espiritual estava isenta de qualquer nódoa de pecado. A aversão ao sofrimento era proporcional a sua intensidade. Seu desejo de evita o sofrimento era tão forte quanto o experimentam os seres humanos..." (CRISTO TRIUNFANTE, Meditações Matinais/2002, página 268).

E) A NATUREZA HUMANA DE CRISTO NUNCA TEVE UMA DOENÇA: "Ele nunca teve alguma doença em Sua própria carne, mas levou as enfermidades dos outros" (III ME, 133). Por isso Jesus tinha menos de dois metros, não possuía a mesma beleza que Adão, morreu em lugar de pecadores, e assim por diante! Após quatro mil anos de pecado, o vigor físico, mental e moral de Cristo era menor do que o de Adão. Essas foram as fraquezas que Cristo herdou da humanidade degenerada, mas não herdou natureza pecaminosa. “Por quatro mil anos estivera a raça a decrescer em forças físicas, vigor mental e moral; e Cristo tomou sobre Si as mesmas fraquezas da humanidade degenerada” (DTN, 102 e 103).

Espere um pouco! O que Jesus tinha que o meu filho não têm?

Meu filho adoece; Jesus, não! Meu filho já nasceu gripado; alguns são natimortos... e Jesus nem gripe pegava.

Meu filho nem precisou ser ensinado a fazer as coisas erradas (Salmos 58:3); no caso de Jesus, a sua natureza espiritual isenta de qualquer nódoa de pecado recuava do mal.

Basta observar duas crianças egoístas que nem sabem falar, mas brigam pelo MEU brinquedo e entenderá o que estou tentando lhe dizer.

"Ainda que se mostre favor ao perverso, nem por isso aprende a justiça; até na terra da retidão ele comete a iniquidade e não atenta para a majestade do Senhor" Isaías 26:10. Baseado neste texto, já afirmaram com muita propriedade que se colocarmos um recém-nascido com natureza pecaminosa para ser criado por um anjo bom - lá no reino do céu - ainda assim o portador de natureza pecaminosa praticará atos pecaminosos. Jesus era diferente do meu filho, porque estava isento deste natureza pecaminosa. Antes que Jesus aprendesse "a desprezar o mal e a escolher o bem" (Isaías 7:16), sua natureza espiritual semelhante a de Adão antes do pecado recuava do mal.

Andréia Sousa resumiu assim o tema em questão:

 

adão antes de pecar

Jesus Cristo na terra

Natureza moral

Sem tendência para pecar

Sem tendência para pecar

Natureza física

Perfeita

imperfeita

Ambiente

Puro e santificado

Ambiente pecaminoso

Conduta

Tinha tudo a seu favor e pecou

Tinha tudo contra Ele, mas não pecou

João Ferreira Marques

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