Jesus Faz Muito Mais que Estender-Nos a Mão

Tenho lido os comentários da lição à luz da mensagem da Justificação pela Fé, de 1888, traduzidos pelo Matheus e quero lhe dizer que eles têm sido uma bênção. Fiz  alguns comentários em cima do comentário da lição 8 e estou lhe passando em anexo.

Um forte abraço.

Cleiton Heredia, São Paulo - SP.


Nota do Editor:

A leitura dos comentários abaixo, portanto, pressupõe o conhecimento prévio do texto: "Criança que Não For Boazinha Não Entrará no Céu?" (Comentários da Lição 8, para 22 de março de 2003, à Luz da Mensagem de Justificação pela Fé, de 1888). Se ainda não o leu, queira, por favor, fazê-lo, antes de começá-la.


Ponto 1 da Introdução

(1) Todos os que vêem o evangelho como a verdade fundamental da "mensagem do terceiro anjo, em verdade", desejam e oram pela fim de toda diferença, e pela unidade e completa harmonia na igreja. Isto ocorrerá quando nós aceitarmos esta importante verdade do concerto eterno.

Quem dera que assim fosse: “unidade e completa harmonia na igreja”. Infelizmente temos que estar preparados para oposição e rejeição dentro da própria igreja, tal como aconteceu em 1888:

“Então será revelado nas igrejas o maravilhoso poder de Deus. Este poder, porém, não moverá aqueles que não se tinham humilhado perante o Senhor e que não abriram a porta do seu coração ao arrependimento e à confissão dos seus pecados. Na revelação deste poder, que iluminará o mundo todo com a glória de Deus, verão somente algo que, na sua cegueira, consideram como perigoso e que despertará medo neles. A seguir levantar-se-ão e resistirão a este poder. Por o Senhor não atuar segundo as suas idéias e imaginações, opor-se-ão a esta obra. Dizem, ‘porque não reconheceremos o Espírito de Deus, nós que estivemos por tantos anos na obra do Senhor?” R&H 23.12.1890.

“Na Conferência Geral de Minneapolis, Minnesota, em 1888 foi escarnecido, criticado e rejeitado o Anjo do Apoc.18:1, que tinha vindo para fazer a Sua obra. E quando trouxer novamente esta mensagem para crescer a mesma até ao alto clamor, será novamente ridicularizada, contrariada e rejeitada pela maioria.” Taking up a Reproach.

“A tríplice mensagem Angélica não será reconhecida; a luz, que iluminará o mundo inteiro com a sua glória será chamada uma falsa luz por aqueles que não suportam o aumento da sua clareza. A obra, que podia ser feita, será negligenciada pela incredulidade daqueles que rejeitam a verdade” R&H 27.5.1890

Ponto 4 da Introdução

(4) Esta mensagem não é dirigida somente à igreja, mas sim está previsto que alcance o mundo todo. Deus confiou a "preciosa mensagem" de verdade à igreja remanescente, tal como enviou o Seu Filho unigênito ao povo judeu, que O rejeitou, expulsando-O do mundo através do assassinato, por considerar que a Sua influência menosprezava a autoridade da igreja e a obediência à lei. Ellen White afirma que nós fizemos a mesma coisa "em grande medida", com a preciosa verdade do terceiro anjo, mantendo-a afastada do mundo e da igreja.

Mas está chegando  o tempo (se é que já não estamos vivendo nele), em que se levantarão homens cheios do Espírito Santo, e a semelhança de Pedro proclamarão: “Portanto, saiba com certeza toda a casa de Israel, que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo” Atos 2:36. Contemporanizando: “Portanto, saiba com certeza toda a Igreja Adventista do Sétimo Dia, que a essa mensagem, a quem vós rejeitastes, Deus a fez a solene verdade de salvação para estes últimos dias”. E então veremos, a semelhança (e até mais) do que aconteceu no após o Pentecostes, em um único dia milhares de pessoas aceitando a Jesus como seu único e todo suficiente Salvador.

Comentários da Lição

A lição de domingo (dia 16) nos fala da salvação como uma oferta. É isto mesmo; mas não é só isso. Em uma simples oferta, a importância cabe a quem a aceita ou a rejeita (e o orgulho está presente); mas se compreendermos a salvação como um dom ou uma dádiva a importância corresponde a Deus, o Doador. "E este será o Seu nome, com o qual Deus O chamará: o Senhor, Justiça Nossa" (Jeremias 23:6). Deus amou o mundo de tal maneira, que DEU o Seu Filho unigênito... Leia com muita atenção Romanos 5:14-21 e veja se é uma simples oferta, ou um dom. Como a Lição afirma, Cristo morreu por toda a humanidade. Deus DEU algo a todo o mundo, e se esperava que o povo do Israel tornasse isto conhecido por todos. O amor de Deus, o sacrifício de Cristo, ambos foram –e são- incondicionais. A condição para recebermos a bênção é a fé genuína.

O ato de Deus em nos salvar independe de nossa fé, pois ao exercermos a fé, ela já é em si uma conseqüência da salvação que Cristo esta realizando em nós (“Jesus, Autor e Consumador de nossa fé” Heb.12:2). Mas isto não significa que todos serão salvos (universalismo), pois ainda podemos recusar.

Exemplos de Idéias do Velho Concerto

O autor deste livro para crianças era um homem muito bom e sincero. Ele aparentemente nunca teve a oportunidade de conhecer a visão de 1888 sobre os dois concertos, ou sua história. Tudo isto estava encerrado nos arquivos. "Sofreu resistência a luz que deve iluminar toda a Terra com a sua glória, e pela ação de nossos próprios irmãos tem sido, em grande medida, conservada afastada do mundo" (Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 235). O autor não pode ser declarado culpado disto, bem como muitas outras pessoas que ensinaram estes conceitos errôneos. Mas não podemos nos esquecer do grande número de crianças que foram levadas sem necessidade à "escravidão" como resultado de serem ensinadas nestas idéias do velho concerto.

Realmente isto é muito sério! Que tipo de ensino têm recebido nossos filhos? Como ensinar o Concerto Eterno (Também chamado Novo Concerto, Justificação pela Fé, Cristo justiça nossa, Terceira mensagem Angélica, Evangelho Eterno) para os pequeninos? A ilustração a seguir pode ajudar:

Um homem cai em alto mar sem saber nadar. Ele começa a se debater e fazer todos os esforços possíveis para tentar se salvar, mas quanto mais se esforça mais cansado fica e menos chance tem de sobreviver por mais tempo. Ele vai morrer com toda a certeza. De repente aparece Jesus num belo barco salva-vidas...

[Este é um momento importantíssimo na ilustração, pois a seqüência que daremos na história poderá reforçar o conceito errôneo do velho concerto ou poderá ensiná-los os princípios divinos do novo concerto]

Se quisermos ensinar o velho concerto para elas continuaremos da seguinte forma:

... Jesus pega uma bóia salva-vidas e lá de cima do barco grita para o homem prestes a afundar pela terceira e última vez: “Ei amigo, vim salvá-lo! Tenho aqui em minhas mãos a sua salvação. E aí, o que me diz? Você aceita que eu lhe jogue esta bóia?”. O homem grita em desespero: “Sim Senhor, EU aceito tua salvação!”. Então, porque o homem aceitou, Jesus lhe joga a bóia, e o homem rapidamente a agarra (justificação à moda do velho concerto – há razões de se vangloriar posteriormente). Agora Jesus lhe grita novamente: “Ei amigo, tenho aqui uma corda! Se você me prometer que irá fazer tudo aquilo que eu lhe pedir, posso jogá-la pra você e então rebocá-lo até terra firme. O que me diz? Promete ou não?”. E o homem, com medo de se perder em alto mar e com vista na recompensa, mais que depressa responde: “Sim Senhor, EU prometo!” (santificação à moda do velho concerto – novamente há razões de se vangloriar).

Agora, se quisermos ensinar o novo concerto, daremos a seguinte seqüência:

“...Jesus ao ver aquele homem em desespero, totalmente sem qualquer esperança, e prestes a morrer, com o risco de Sua própria vida, pula em alto mar em meio àquelas ondas revoltosas, nada até chegar pertinho do homem a perecer, e lhe coloca a bóia salva-vidas. Em seguida Jesus diz ao homem: “Filho, meus esforços são mais que suficientes para te salvar. Eu já fiz tudo aquilo que você precisava. Pelos meus méritos sua salvação já é uma realidade. Você quer continuar nesta bóia, e assim continuar sendo salvo por mim?”.

O homem tem duas escolhas: Dizer “Sim” e continuar permitindo que o Senhor complete seu resgate; ou dizer “Não” e com isso recusar seu dom gratuito (É interessante notar que o homem só passa a ter escolha depois que o Senhor o alcançou e iniciou o seu resgate – Isto é maravilhoso - Deus nos salva para que tenhamos a possibilidade de escolhê-lo ou recusá-lo).

É neste sentido que afirmamos que é mais fácil ser salvo do que se perder: para ser salvo é só permitir que o Senhor continue a boa obra que Ele já iniciou; para se perder é necessário recusar deliberadamente a salvação já em andamento. Quando o homem diz “sim” para o Senhor, ele está manifestando aquilo que chamamos de fé (justificação pela fé à luz do novo concerto). O Senhor então continua: “Posso levá-lo em segurança até terra firme?”

O homem novamente pode permitir ou recusar. Se ele achar que o Senhor já fez a parte dEle e agora compete a ele se esforçar para alcançar terra firme, logo perceberá que estará perdido em pleno alto mar. Agora se ele permitir que o Senhor lhe leve em segurança em Seus braços, verá que a base para sua viagem até terra firme se dá nas mesmas condições de quando ele foi salvo ao estar afundando - Fé (Col.2:6), ou seja, basta permitir que o Senhor continue realizando aquilo que ele jamais conseguiria realizar por si mesmo. Esta viagem é aquilo que costumamos chamar santificação.

Um profundo amor nascerá no coração do homem ao ser levado nos braços do Senhor em direção à terra firme. Ele olhará para tudo aquilo que o Senhor realizou e continua realizando em sua vida, e dirá: “Como poderei não amá-lo?” (Santificação à luz do novo concerto – obediência com base no amor e não na recompensa ou no medo).

“O amor de Cristo nos constrange” II Cor.5:14

 

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