Alô, DSA: Pode um Pastor ou Associação Impedir que um Grupo se Ajoelhe Diante de Deus?

 

Vitória, ES, 16 de outubro de 2003.

De: Fernando Pretti
Para: www.adventistas.com

 

Caso Soteco (Poá 2): Oração de joelhos!

Quando surgiu o caso da “oração de joelhos”, no grupo do Soteco, eu ainda estava na IASD–MR, e, como disse algures, o assunto era já meu conhecido, tanto no MR, desde 2001, como na própria IASD, desde 1995, quando conheci o irmão Wanderley, ancião do bairro de Laranjeiras – Serra – ES, o qual, infelizmente, veio a falecer de forma trágica este ano.

Irmão Wanderley já enfrentava a AES, não só nesta, mas, em outras questões, pois era um defensor do Espírito de Profecia e de Seus ensinamentos. Entretanto, ele era da “paz”. Dificilmente entrava em atrito com quem quer que seja, e a AES não mexia com ele, por causa disso, e porque o assunto não repercutia além daquela igreja.

Quando o irmão Ezequias Severino entrou em cena, aí a coisa mudou de figura, porque este irmão pregava sobre o assunto em várias igrejas e de vários distritos, além do que tocava em pontos mais nevrálgicos, tais como a “adoração”, em si, a “natureza de Cristo”, a “justificação pela fé”, e assuntos correlatos.

Inclusive, o irmão Ezequias tem dois livros por ele escritos, muito interessantes; um sobre a “adoração”, refutando as posições de um ministro ASD sobre o assunto; e um outro sobre o “Ômega”, este mais amplo, abrangendo muitos assuntos. Penso que ele deverá disponibilizar tais livros neste site, e, especialmente o primeiro, creio, será de grande valia para a irmandade, ainda que sua linguagem seja por demais simples, devendo os leitores atentar mais para o conteúdo do que para a forma.

Pois bem: irmão Ezequias foi perseguido, tal qual eu havia sido, e outros mais que citei antes. E a grande questão versava sobre um “ritual” ou seja, sobre doxologia, sobre formalismos, enfim, nunca se cogitou, pelo menos por parte da AES, a questão teológica, exceto os Pastores Eliseu Lira e Wellington Will, que o fizeram mediante instrução direta nas igrejas e uma apostila sobre o assunto, nas quais tentam demonstrar que a postura da oração pouco importa para Deus.

Quem se der ao trabalho de ler os escritos de Henderson Velten, disponibilizados no site, de cunho bem mais teológico do que os escritos de Ezequias, verá que os ministros da AES, além de não fazerem o que é certo, impedem a membresia de fazê-lo. Verá que é indefensável, tanto pela Bíblia, quanto pelo Espírito de Profecia, a adoração a Deus de forma desleixada e irreverente.

Os ministros tentam confundir os leigos, tentando aplicar casos específicos a situações genéricas, por exemplo, quando dizem que se alguém estiver cozinhando não precisa se ajoelhar, ou se estiver dirigindo, etc. Buscam exemplos isolados (exceções) na Bíblia e no Espírito de Profecia para justificarem sua teologia. Todavia, não estão dispostos a reconhecerem e praticarem a verdade, e, muito menos, ensinarem-na à membresia.

No caso do Soteco, o mais grave é que a AES quis obrigar aos irmãos de lá a adorarem a Deus de uma forma contrária a convicção religiosa deles. Pergunto: estamos num país livre, ou não? Há ainda liberdade religiosa? E, ainda, os irmãos de lá não obrigam a ninguém fazer como eles. As pessoas que quiserem orar em pé, ou sentado, podem fazê-lo. Agora, eles querem ter o direito de orar de joelhos. Como resposta, vêem seu grupo dissolvido e suas cartas de membros serem ameaçadas de exclusão. Como se chama isso?

A AES não sabe o que está fazendo. Não sabe o risco que está correndo. Há advogado lá para orientar o seu presidente? E isso sem contar com a forma da dissolução, na mesa diretiva, sem chance de defesa para o grupo e, pior, com a perseguição a pessoas, o que já é uma tradição neste campo (vide caso Pr. Alcy e outros)!

Repito que não sei o que vão fazer os irmãos de lá. Eu fui para lá agora. Não sou membro, nem da Graciano Neves, sendo apenas um visitante. Tenho um modo particular de pensar, e, realmente, não tenho procuração por escrito do grupo, para representá-lo oficialmente. Tudo o que tenho dito aqui é por minha conta e risco. Todavia, conheço bem a situação porque convivo com eles há muitos anos.

Minha opinião é que o grupo deveria deixar-se dissolver e excluírem-se seus membros, para, depois, questionar isso em outras instâncias. Isto é coerente com minha própria situação, ou seja, estou excluído da IASD, embora tenha pedido meu religamento, conforme já expliquei antes. Este é o caso de vários irmãos pelo mundo afora. Contudo, cada um responde por si.

Concluindo, parece-me uma vergonha nossos líderes entrarem em questão com um grupo de irmãos sobre um assunto, assim, tão claro nas Escrituras. Se fosse o contrário, sim, aí, talvez, a liderança pudesse ter algum fundamento para agir como vem agindo. E, em assim sendo, o meu pedido, e sei que muitos o querem, é que a atual diretoria da AES renuncie e dê lugar a quem possa ajudar este sofrido campo.

Fernando Pretti

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