EGW Ensina a Existência de uma Hierarquia Entre o Filho e o Pai

Uma das pernas sobre as quais está assentada a Doutrina da Trindade, é aquela que  afirma não existir hierarquia entre o Pai e o Filho. A lógica trinitariana  propõe uma suposta igualdade entre as pessoas divinas que exclui qualquer tipo de hierarquia entre elas. Com essa premissa colocada, segundo dogma trinitário, o Pai não exerce nenhuma autoridade ou poder sobre o Filho. Sendo os dois essencialmente divinos por natureza, não fica estabelecida entre eles qualquer tipo de relação hierárquica, nenhum tipo de subordinação. A subordinação que a bíblia apresenta, é apenas uma subordinação funcional que ocorreu restritamente durante o período encarnatório.  Antes da encarnação Cristo não era subordinado ao Pai  e após sua ascensão, a subordinação funcional que existiu na Terra, desapareceu.

"Não existe distância entre as pessoas da divindade. Todas elas são divinas, e assim compartilham seus poderes e qualidades divinas. Nas organizações humanas, a autoridade final repousa sobre uma pessoa - um presidente, rei ou primeiro-ministro. Na economia da divindade, a autoridade final reside sobre os três membros." Nisto Cremos, pág. 42.  

Apesar de o texto citado ser auto-explicativo, alguns comentários apenas para realçar a explicação, serão feitos. Segundo o dogma trinitariano, na relação entre as pessoas divinas, nenhum tipo de hierarquia está presente. Nenhuma das três pessoas divinas detém a palavra final em nenhum assunto. Todas as questões são resolvidas de forma  equitativa de tal modo, que as decisões finais são resultado do consenso entre os três membros da divindade. O Pai não decide sozinho, nem o Filho ou o Espírito Santo.   

Além de fazerem a defesa do dogma trinitariano, atuais teólogos adventistas defensores da Trindade, andam escrevendo que a Sra. White era trinitariana desde o início do seu ministério profético.  

"Decididamente, Ellen White acreditava na total divindade de Cristo. Nós podemos caracterizá-la como trinitariana em suas convicções, desde os primeiros anos." WHIDDEN, Woodron W. Ellen White e a humanidade de Cristo. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2004. p. 18  

Além de ter sido trinitariana, segundo a nova visão teológica da IASD, os escritores da igreja adventista dizem que foi Ellen White quem conduziu a igreja adventista à aceitação do trinitarianismo.  

"A única maneira de os pioneiros, em seu contexto, efetivamente separarem as Escrituras da tradição foi pelo abandono de qualquer doutrina que não pudesse apoiar-se unicamente na Bíblia. Assim, eles inicialmente rejeitaram a doutrina tradicional da Trindade, a qual claramente contém elementos não pertencentes às Escrituras. À medida que prosseguiram trabalhando com base nas Escrituras, periodicamente desafiados e estimulados pelo Espírito Santo através das visões de Ellen White, gradualmente convenceram-se de que o conceito básico de um Deus em três pessoas de fato aparece nas Escrituras."    WHIDDEN, Woodrow, Jerry Moon, John W. Reeve. A Trindade. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2003. p. 230.  

"Qual foi o papel de Ellen White no processo ? As evidências mostraram que as visões recebidas por Ellen  conduziram a denominação através de estágios claramente discerníveis rumo a uma plena aceitação do conceito bíblico da Trindade."    WHIDDEN, Woodrow, Jerry Moon, John W. Reeve. A Trindade. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2003. p. 248.  

Qualquer adventista mais sério que não acredita cegamente no que os seus teólogos dizem, deveria procurar nos escritos de Ellen White elementos que possam caracterizá-la como trinitariana, mesmo por que, ela nunca de auto-definiu como trinitariana, nunca sequer usou a palavra trindade em seus escritos, não atacou ou defendeu a Doutrina da Trindade de maneira direta.  

A única maneira sensata para descobrir o posicionamento teológico da Sra. White nesse assunto, é tentar encontrar em sua obra, as teses trinitarianas e umas dessas teses é negar a existência de hierarquia entre o Pai e o Filho.  

Ao contrário da tese trinitariana, o Dom Profético claramente  mostra que existe uma profunda hierarquia entre Deus, o Pai e seu Filho, Jesus Cristo.  

Mesmo antes de Cristo vir a esse mundo, o Dom Profético já o vê em submissão ao Pai.  

"O grande Criador convocou os exércitos celestiais para, na presença de todos os anjos, conferir honra especial a Seu Filho. O Filho estava assentado no trono com o Pai, e a multidão celestial de santos anjos reunida ao redor. O Pai então fez saber que, por Sua própria decisão, Cristo, Seu Filho, devia ser considerado igual a Ele, assim que em qualquer lugar que estivesse presente Seu Filho, isto valeria pela Sua própria presença. A palavra do Filho devia ser obedecida tão prontamente como a palavra do Pai. Seu Filho foi por Ele investido com autoridade para comandar os exércitos celestiais. Especialmente devia Seu Filho trabalhar em união com Ele na projetada criação da Terra e de cada ser vivente que devia existir sobre ela. O Filho levaria a cabo Sua vontade e Seus propósitos, mas nada faria por Si mesmo. A vontade do Pai seria realizada nEle." História da Redenção, pág. 13.     

O texto não permite dúvidas:  

a- O Pai confere honra ao Filho.  

b- Por decisão do Pai, o Filho deve ser considerado pelos anjos, igual a Ele  

c- O Filho recebeu do Pai autoridade para comandar a hoste celeste.  

d- Na criação do mundo o Filho faria a vontade do Pai e não a sua própria.  

e- Por decisão do Pai, a presença do Filho deveria ser encarada como sua própria presença.  

Poderíamos encher este artigo de textos que mostram uma clara situação de hierarquia entre o Pai e o Filho, mas a clareza do texto apresentado, dispensa redundância.  

Se houve necessidade de os anjos ouvirem da própria boca de Deus, que por sua decisão, seu Filho deveria ser considerado igual a Ele e receber adoração que só a Deus, o Pai era devida, certamente os anjos viam uma clara distinção entre o Pai e o Filho.  

No mesmo livro "História da Redenção", é mostrado que Lúcifer por reconhecer a distinção que havia entre o Pai e o Filho, ambiciona a posição do Filho, pois este, Lúcifer o via como o segundo na hierarquia celeste.   

Lúcifer, no Céu, antes de sua rebelião foi um elevado e exaltado anjo, o primeiro em honra depois do amado Filho de Deus. Seu semblante, como o dos outros anjos, era suave e exprimia felicidade. A testa era alta e larga, demonstrando grande inteligência. Sua forma era perfeita, o porte nobre e majestoso. Uma luz especial resplandecia de seu semblante e brilhava ao seu redor, mais viva do que ao redor dos outros anjos; todavia, Cristo, o amado Filho de Deus, tinha preeminência sobre todo o exército angelical. Ele era um com o Pai, antes que os anjos fossem criados. Lúcifer invejou a Cristo, e gradualmente pretendeu o comando que pertencia unicamente a Cristo. História d a Redenção. p. 13  

Na hierarquia celeste que o Dom Profético oferece, O Pai está no topo, Cristo assume seu lugar logo após o lugar  do Pai e Lúcifer aparece como o terceiro na ordem celeste. È por ter visto a distinção entre o Pai e o Filho que o Inimigo ambicionou o lugar do Filho e não o lugar do Pai. Satanás, assim como os adventistas trinitarianos, não podia aceitar a idéia de que Deus tivesse um Filho.  

"Lúcifer estava invejoso e enciumado de Jesus Cristo. Todavia, quando todos os anjos se curvaram ante Jesus reconhecendo Sua supremacia e alta autoridade e direito de governar, ele curvou-se com eles, mas seu coração estava cheio de inveja e rancor. Cristo tinha sido introduzido no especial conselho de Deus, na consideração de Seus planos, enquanto Lúcifer não participara deles. Ele não compreendia, nem lhe fora permitido conhecer, os propósitos de Deus. Mas Cristo era reconhecido como o soberano do Céu; Seu poder e autoridade eram os mesmos de Deus. Lúcifer pensou em si mesmo como o favorito entre os anjos no Céu. Tinha sido grandemente exaltado, mas isto não despertou nele louvor e gratidão ao seu Criador. Aspirava à altura do próprio Deus. Gloriava-se na sua altivez. Sabia que era honrado pelos anjos. Tinha uma missão especial a executar. Tinha estado perto do grande Criador e o resplendor incessante da gloriosa luz que cercava o eterno Deus tinha brilhado especialmente sobre ele. Pensava como os anjos tinham obedecido a seu comando com grande entusiasmo. Não era seu vestuário belo e brilhante? Por que devia Cristo ser assim honrado acima dele?" História da Redenção. p. 14  

O Dragão não suportou o fato do Pai ter dito aos anjos que  Cristo, seu único Filho, tinha direito de ser adorado da mesma maneira que o Pai, que Cristo como Filho, tinha a mesma natureza do Pai, o mesmo poder e glória do Pai, mas mesmo assim, os anjos o viam como Filho de Deus e entendiam que deviam honrar apenas a Deus, o Pai. Por ser Filho, Cristo teve a preferência do Pai em detrimento de Lúcifer, simples criatura. Após o encontro do Pai com os anjos, a posição do Pai, do Filho e de Lúcifer ficaram claramente definidas no reino de Deus. O Pai é o único Deus, Cristo o único Filho de Deus, e Lúcifer, entre os anjos, a criatura mais exaltada. Lúcifer não aceitou seu lugar na hierarquia celeste e os anjos leais a Deus e a Cristo, argumentaram com ele sobre as razões pelas quais Cristo recebera de Deus o comando de todo o céu. O anjo rebelde decididamente se colocou contra a autoridade conferida por Deus a seu único Filho. Satanás nunca aceitou a ordem que Deus estabeleceu pelo seu poder sobre o Universo. No céu ele tentou subverter essa ordem e, não tendo conseguido, foi expulso. Na Terra, o Inimigo continuou sua luta até conseguir que o Cristianismo negasse Cristo como Filho de Deus,  como aquele que recebeu do Pai autoridade para comandar, colocando-o ao lado do Pai, não como Filho, mas como um segundo Deus, ao lado do próprio Satanás, como o terceiro Deus, agora com outro nome: Espírito Santo, a terceira pessoa da trindade.   

"Houve controvérsia entre os anjos. Lúcifer e seus simpatizantes lutavam para reformar o governo de Deus. Estavam descontentes e infelizes porque não podiam perscrutar Sua insondável sabedoria e verificar o Seu propósito em exaltar Seu Filho e dotá-Lo com tal ilimitado poder e comando. Rebelaram-se contra a autoridade do Filho."  

"Os anjos que eram leais e sinceros procuraram reconciliar este poderoso rebelde à vontade de seu Criador. Justificaram o ato de Deus em conferir honra a Seu Filho e, com fortes razões, tentaram convencer Lúcifer de que não lhe cabia menos honra agora do que antes que o Pai proclamasse a honra que tinha conferido a Seu Filho. Mostraram-lhe claramente que Cristo era o Filho de Deus, existindo com Ele antes que os anjos fossem criados, que sempre estivera à mão direita de Deus, e Sua suave, amorosa autoridade até o presente não tinha sido questionada; e que Ele não tinha dado ordens que não fossem uma alegria para o exército celestial executar. Eles insistiam que o receber Cristo honra especial de Seu Pai, na presença dos anjos, não diminuía a honra que Lúcifer recebera até então. Os anjos choraram. Ansiosamente tentaram levá-lo a renunciar a seu mau desígnio e render submissão ao" História da Redenção. p. 15  

Lúcifer não tendo aceito seu lugar na hierarquia celeste, os anjos leais a Deus e a Cristo, argumentam com ele sobre as razões pelas quais Cristo recebera de Deus o comando de todo o céu. O anjo rebelde decididamente se colocou contra a autoridade conferida por Deus a seu único Filho. Satanás nunca aceitou a ordem que Deus estabeleceu pelo seu poder sobre o Universo. No céu ele tentou subverter essa ordem e, não tendo conseguido, foi expulso. Na Terra, o Inimigo continuou sua luta até conseguir que o Cristianismo negasse Cristo como Filho de Deus,  como aquele que recebeu do Pai autoridade para comandar, colocando-o ao lado do Pai, não como Filho, mas como um segundo Deus, ao lado do próprio Satanás, como o terceiro Deus, agora com outro nome: Espírito Santo, a terceira pessoa da trindade.   

O que mais me espanta é perceber que a IASD, apesar de ter recebido toda a luz para impedí-la de cair nas ciladas do inimigo, rejeitou a luz que foi dada por Deus através da pessoa de Ellen White e hoje, tem a coragem de afirmar que a Serva do Senhor um dia tenha sido trinitariana. -- Elpídio da Cruz Silva, adventista há mais de vinte anos, excluído da igreja em 29/11/2003, por não crer na doutrina católica da trindade e falar contra ela.

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