Leitor Opina Sobre História do Ex-Pastor K

 

Prezado Robson,

Aqui vai minha reação inicial sobre a história do Ex-Pastor K.

Muitos, uma maioria mesmo, nem sonham com o que está acontecendo por trás das paredes, dentro da Organização adventista aí no Brasil, pois creio que o pastor mencionado não está só.

Que vergonha que os chamados mensageiros do Mestre Jesus possam agir de tal forma contra outro ser humano! E mais ainda contra um que seja comissionado a levar e repartir a mensagem adventista a seus semelhantes. Esses malditos terão que pagar um alto preço por sua maldade e falta de consideração contra o próximo. É melhor que eles desfrutem o fruto de suas maldades aqui nesse mundo pois não herdarão o mundo do porvir.

Agora, nestas próximas linhas, exponho apenas uma maquinação de meu pensamento e observações por estar morando aqui nos EUA há trinta anos.

A América é vista pelo mundo de formas um tanto negativas por seu passado discriminante quanto às raças de seu povo. Mas posso quase garantir que essas coisas que o Ex-Pastor K relata não poderiam acontecer por aqui. O povo americano chegou a um grau de respeito pessoal quanto às diferentes classes econômicas, as quais são muitas vezes difíceis de se perceber pelo bom nível de vida oferecido a todos aqui, de modo que todos são tratados bem mais igualmente que aí pelos países mal desenvolvidos.

Lembro-me de como até no próprio meio adventista, nas igrejas do Brasil, as pessoas de classe econômica elevada não se comunicavam nem mantinham conversações e muito menos amizade com pessoas de outro nível financeiro. Isso não existe aqui entre as diferentes classes.

Parece que em razão do mencionado acima, no Brasil uma pessoa de alta posição, olha ao que está por baixo com desprezo e falta de compaixão, e essa prática não deixa de fora os que trabalham para nossa Igreja. A experiência do pastor "K" é uma prova para mim completa de que a discriminação no Brasil é forte e existe claramente, apesar de ter outra "cor" e não ser do mesmo tipo que a que existiu aqui nos EUA no passado.

O amor que é pregado dos púlpitos é inexistente parab esses cabeças da organização daí. Falam muito de quantos batismos tiveram cada ano, mas os olhos deles estão na quantidade de dinheiro que receberam de dízimo.

Embora fale tudo isso, não estou de forma alguma dizendo que o Brasil seja um mau país, ou que o povo brasileiro em geral se encaixe nesse panorama do qual falo aqui. Existe um grande número de ricos adventistas no Brasil que ajudaram muito a igreja e que não se separavam dos outros irmãos adventistas por serem de um grau mais elevado.

Uma família que me vem à mente, era a família APOLINÁRIO de Santo André, SP. lá pelos anos de sessenta. Depois daqueles anos, parece que a historia mudou com a nova geração que surgiu depois. Os Apolinários, para bem dizer, construíram aquela igreja. Encomendaram um órgão da América, quando a maioria das igrejas não podiam comprar sequer um piano velho, e Dona Leonor Apolinário era a chefa das Dorcas ali.

Dona Leonor me levava de minha casa em seu carro até lá em SP, nas terças à noite, na igreja central onde estudávamos musica e inglês. Mas haviam outros ali em Santo André, de classe econômica alta, que até se ajuntavam em grupos separados na igreja, no sábado, os quais nem sequer olhavam ou diziam um "bom dia" aos outros irmãos que não eram parte do grupo deles.

Essas pessoas moravam em casa as quais tinham muralhas altas, que, ao passarmos pelas mesmas, não podiam ser vistas da rua. É claro que temiam por sua segurança, penso eu. 

Quanto aos  pastores lideres, eles ao chegarem ao nível que alcançam na Obra, se tornam como os líderes judaicos do tempo de Cristo. Falam de religião, contam vantagens sobre a Obra, mas nunca se lembram dos pastores que realmente estão fazendo com que aconteça todas essas coisas de que eles falam. São mesmo os "lobos devoradores" de quem a Bíblia fala. Estão em busca da fama, do desfrute daquilo pelo qual nunca trabalharam. Devoram os frutos dos esforços de outros, aos quais, no desempenho de suas atividades, pisam e destroém, todos que aparecem em seus caminhos.

Na América felizmente, começando do Governo Federal que é formado de três poderes, existe algo que eles chama "checks and balances". Esse é um sistema onde nenhum desses três poderes dominam sobre o outro. Em realidade, os três juntos trabalham em harmonia para manterem-se sempre num nível igual. É algo puramente cultural e, cada vez mais, cada Estado Americano busca criar leis que reflitam os direitos de cada cidadão. A classe social alta de uma pessoa não oferece soberania daquela pessoa sobre outra de classe inferior a sua.

Desse modo, em nossa igreja aqui nos Estados Unidos, existe também um sistema similar, onde o respeito às categorias e posições acima ou abaixo umas das outras, é exercido para evitar essa falta de respeito e consideração existente aí no Brasil.

Eduardo, EUA.

Leia textos do Ex-Pastor K (em ordem cronológica crescente):

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