Vantagens da Crença na Trindade

Uns anos atrás, ao estarmos apresentando nossa programação habitual sobre a Trindade e as “testemunhas de Jeová” na igreja de Vila das Belezas, na capital paulista, na parte da tarde, quando o tema de nossa programação gira em torno de questões históricas e doutrinárias das TTJ, dois indivíduos que se dizem adventistas apareceram na igreja e ao final perguntaram-nos desafiadoramente por que nossa igreja agora admite a doutrina da Trindade que era negada pelos pioneiros.

Eles traziam cópia Xerox de um artigo da revista O Ministério Adventista que discutia o problema desses ensinos originais de alguns líderes denominacionais, porém não o material completo. Ou seja, exibiam (e até distribuíam entre membros da igreja) parte do artigo que fala do problema, mas não a sua superação posterior com a adoção do entendimento que tem caracterizado os cristãos ao longo dos séculos.

Portanto, evidenciava-se a desonestidade daquelas pessoas suprimindo parte da informação necessária para se ter o quadro completo.

Lembro-me de ter indagado àqueles indivíduos algo que repito nesta oportunidade e que pode servir de reflexão a quantos se levantem contra este ensino oficial da denominação com suas novidades ideológicas de discutível validade: Em que essa noção de que Cristo não é divino como o Pai, ou que o Espírito Santo não é um Ser em igualdade de condições e autoridade tem contribuído para fortalecer a vida espiritual individual e coletiva dos que a acatam, e de que modo tem auxiliado na tarefa de evangelizar o mundo? Creio ser este um ponto fundamental.

Se o objetivo desses é apenas demonstrar uma suposta “superioridade” intelectual, ou mesmo pretensamente espiritual (ver Isa. 65:5) é bom lembrar as palavras de Paulo de que “o saber ensoberbece, mas o amor edifica” (1 Cor. 8:1) e também sua advertência: “Não ultrapasseis o que está escrito; a fim de que ninguém se ensoberbeça a favor de um em detrimento de outro” (1 Cor. 4:6).

No meu sermão sobre o tema da Trindade que tenho apresentado em igrejas pelo Brasil e aqui nos Estados Unidos, ilustro ao final a questão da beleza e valor deste tema do seguinte modo: Certa feita, entrevistamo-nos com um professor universitário, responsável pela cantina da UFPB, para pedir que liberasse o sábado para uma funcionária do estabelecimento que desejava batizar-se em nossa igreja. Depois de expormos nossas razões de guardar o sábado e tudo o mais, ele parou para pensar um pouco, e disse: “Tudo bem, vamos dar um jeito e superar a dificuldade quanto ao sábado. A jovem pode ter o sábado livre”.

Ficamos felizes com tal decisão, mas aquele professor incrédulo e possivelmente ateu em seguida fez questão de zombeteiramente acrescentar: “No dia do juízo irei apresentar a Deus um osso canceroso, e pedirei a Ele contas por isso”.

O que aquele homem quis dizer com isso é que Deus não sabe nada do que significa a dor e o sofrimento humanos. Por conseguinte, ele e qualquer outro que não acatou os Seus princípios teria razões para justificar-se de não se ter tornado um cristão. Para os que não crêem que Jesus Cristo era o mesmo Deus, o Verbo que Se fez carne (e se fez Filho), mas um Ser menor, de hierarquia inferior na Divindade, o argumento desse materialista adquire enorme peso.

Realmente, se não entendermos que “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo” (Col. 5:19), não haveremos de ter a mesma compreensão e apreciação do Deus que amou o mundo “de tal maneira” que nos deu o Seu Filho Unigênito, tomou a forma humana, e recebeu sobre Si a maldição do pecado. Em vez disso, Ele, quando muito, teria mandado um Representante a Ele inferior, para resolver o problema do pecado que sobre todos pesa.

Então, naquele dia muitos poderiam protestar: “O Senhor mesmo ficou todo o tempo assentado no Seu alto e sublime trono, rodeado de querubins e serafins, e não quis saber de sentir na própria ‘carne’ o que é a miséria desta vida de dor, sofrimento, abandono e injustiça de toda ordem... O Senhor apenas enviou Outro Ser, inferior, para identificar-Se com o homem. Assim, o Senhor não pode julgar-nos devidamente, não sabe o que experimentamos aqui sobre a Terra, não vivenciou nossas agruras. Eu tenho todo motivo para não ser condenado pois o Senhor não compreende de fato a nossa situação...”

Contudo, o que lemos nas Escrituras é que “Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre Si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas Ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados” (Isa. 53:4, 5).

Não é mediante a lógica e o raciocínio humanos que vamos entender as coisas pertinentes ao Eterno. Paulo fala da “loucura da pregação” cristã aos judeus e gregos e acentua que “o homem natural não aceita as cousas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente” (1 Cor. 2:14).

Lamentavelmente, diante de tais dificuldades alguns em nosso meio preferem a pregação da loucura, o ir “além do que está escrito”, a busca pelas explicações “naturais” que não caracterizam os que buscam o princípio da sabedoria que é o temor do Senhor.

Oremos por esses nossos irmãos confundidos e ensoberbecidos pela falsa sabedoria.

Abraços,

Prof. Azenilto G. Brito
Ministério
Sola Scriptura

Leia também:

Retornar

Para entrar em contato conosco, utilize este e-mail: adventistas@adventistas.com