13. Predições de Ellen White Sobre o Culto a Baal
Uma série de quatro partes na Advent Review
[Revista adventista], de junho de 1986, trata com franqueza de
um sério problema. Um elevado número de jovens criados em
lares e escolas adventistas estão deixando a Igreja por uma
nova razão: estão agora unindo-se a outras igrejas.
A série ("To Catch a Star" [Para agarrar uma
estrela]) deplora o fato óbvio de que a maioria dos jovens
adventistas carecem da visão que motivava a juventude
"missionária voluntária" de gerações anteriores.
"Não emocionante, não suficientemente grande,
e sem relação com a vida"--essas são as
"inadequações específicas" que nossos jovens vêem
no adventismo contemporâneo.
Se a missão adventista do sétimo dia é aquela dos três
anjos de Apocalipse 14, poderia ser verdade que ela é "não
emocionante, não . . . grande, e sem relação com a
vida"? Não, a menos que tenhamos entendido mal a
realidade! Mas por alguma estranha razão, tem assim parecido
a muitos jovens.
O verdadeiro dirigente da Igreja Adventista do Sétimo
Dia não é a Associação Geral nem um clero hierárquico.
É o próprio Cristo, o mesmo Cristo a quem os pioneiros nos
idos da década de 1840 viam como começando o Seu ministério
no Lugar Santíssimo do santuário celestial. Não será Ele
suficientemente emocionante, positivo, grande, e relacionado
com a vida para captar a devoção de todo o coração da
juventude de nossos dias? Ou está essa visão de nossa
juventude pioneira tão irremediavelmente perdida para eles
como a visão de João e Carlos Wesley está perdida para a
juventude metodista moderna?
Se a Igreja Adventista do Sétimo Dia se tornou tão
entediante, como a maioria dos nossos jovens pensam, a razão
não pode ser que o seu Líder seja "entediante".
Segundo a perspectiva profética de Ellen White, o problema
é que um falso cristo usurpou o lugar do Verdadeiro. Ela
diz que o culto a Baal tem cativado muitos de nós tão
seguramente quanto enganou o antigo povo de Deus nos dias de
Elias e Jeremias. O número proporcional pode até ser
semelhante.
Isso não significa que a igreja caiu como se deu com
"Babilônia" ou que tenha deixado de ser o supremo
objeto do amorável cuidado do Senhor. Dissidentes e facciosos
que descartam a igreja como caída não entendem a realidade
do culto a Baal. A plena verdade é boas novas, pois
arrependimento, reforma, e reconciliação com Cristo
tornam-se possíveis quando a realidade é reconhecida, tal
como se deu nos dias de Elias.
Israel em seu tempo era ainda a nação escolhida do
Senhor, e Judá igualmente ao tempo de Jeremias. Segundo a
profecia bíblica, a Igreja Adventista do Sétimo Dia é ainda
hoje portadora da mensagem de Apocalipse 14. A verdade
significa simplesmente que o genuíno arrependimento e reforma
são necessários se esta Igreja deve proclamar "o
evangelho eterno" ao mundo de modo a iluminar a Terra com
glória. E tal experiência espiritual é possível.
Se isso não for verdade, devemos simplesmente
espremer-nos dentro de outro nicho denominacional, ao lado de
"batistas, presbiterianos, luteranos, episcopais, e católicos",
que com outras igrejas, declara a Review, estão
acolhendo crescentes números de jovens adventistas que
abandonam o adventismo. Esses jovens anteriormente
adventistas vêem a "distinção denominacional. . . como
de menor importância do que uma crença geral num Ser
Supremo". Essa mentalidade cancelaria nossa história e
nos poria de volta ao marco zero de um mundo que nunca ouviu a
mensagem adventista do sétimo dia.
Contudo, o cenário profético de Apocalipse não apela
à extinção desse povo singular definido no capítulo 14,
nem a supressão de sua mensagem especial.
A Rejeição da Mensagem de 1888
Conduz ao Culto de Baal
Poucos meses após Mineápolis, Ellen White viu uma de
suas visões mais nítidas e assustadoras: "Impressionei-me
de que grande perigo estava perante nós, no coração da
Obra" (TM 460-471).
Parece que ninguém mais compartilhava de seu peso
d'alma, mas o Senhor a encorajou a crer que Ele não
abandonaria Sua Igreja. "Foram-me apresentadas algumas
coisas que eu não podia compreender; mas foi-me dada segurança
de que o Senhor não permitiria que o Seu povo se envolvesse
na neblina do ceticismo e infidelidade mundanos, amarrado em
molhos com o mundo" (p. 460).
Poderia, talvez, ter sentido quantos de nossos jovens
contemporâneos se envolveriam com essas névoas, amarrados em
molhos com o mundo, satisfeitos como uma mera crença
"num Ser Supremo", destituídos de uma clara concepção
da obra do Sumo Sacerdote no cósmico Dia da Expiação?
Muitos dentre os nossos jovens acham o adventismo como
uma concha oca e monótona porque perderam a visão que os
pioneiros tinham do santuário e da mensagem de 1888 de
esperançosas Boas Novas. A visão de Salamanca de Ellen White
faz referência a esse vazio do fracasso em 1888. Ela predisse
que em conseqüência dessa descrença, a antiga apostasia de
Israel nos afligiria:
"Os preconceitos e opiniões que prevaleceram
em Mineápolis não estão mortos de modo algum; as sementes
ali semeadas em alguns corações estão prontas a brotarem à
vida e produzir uma messe semelhante. Os topos foram cortados,
mas as raízes nunca foram erradicadas, e ainda produzem seu
fruto não santificado para envenenar o julgamento, perverter
as percepções, e cegar o entendimento daqueles com quem
estamos ligados, com respeito à mensagem e mensageiros . . .
"A infidelidade tem conquistado terreno em nossas
fileiras; pois é moda apartar-se de Cristo, e dar lugar ao
ceticismo. O clamor do coração de muitos tem sido: "Não
queremos esse homem dominando sobre nós". Baal, Baal é
a escolha. A religião de muitos entre nós será a religião
do Israel apóstata, porque amam seu próprio caminho, e se
esquecem do caminho do Senhor. A verdadeira religião, a única
religião bíblica, que ensina o perdão somente mediante os
méritos de um Salvador crucificado e ressurreto, que advoga
justificação pela fé no Filho de Deus, tem sido diminuída,
criticada, ridicularizada e rejeitada. . . . Que tipo de
futuro apresenta-se diante de nós se falharmos em chegar à
unidade da fé [de 1888]?"
(TM 467, 468; 1890).
Podemos responder a sua pergunta de modo bem simples: o
tipo de futuro a que temos agora chegado.
A experiência pós-1888 traumatizou Ellen White, pois
viu quase com horror como Satanás poderosamente tentaria
destruir a singularidade da missão deste povo. Vários anos
depois, ela disse:
"Tudo seguirá em frente em meio a aparente
prosperidade; mas Satanás está bem desperto, e está estudando
e aconselhando-se com seus anjos malignos sobre outro modo de
ataque onde possa ter êxito. . . . O grande conflito se fará
mais e mais forte, e se tornará mais e mais determinado.
Mente será disposta contra mente, planos contra planos, princípios
de origem celestial contra princípios satânicos. A verdade
em suas variadas fases estará em conflito com o erro em suas
formas sempre mutantes e crescentes, as quais, se possível,
enganarão os próprios escolhidos. . . .
"Ministros não santificados estão-se unindo
contra Deus. Estão louvando a Cristo e ao deus deste mundo no
mesmo fôlego. Enquanto professamente recebem a Cristo, abraçam
Barrabás, e por suas ações declaram: "Não este homem,
mas Barrabás". . . Deixemos que o filho do engano e do
falso testemunho seja acolhido por uma igreja que tenha tido
grande luz, grande evidência, e essa igreja descartará a
mensagem que o Senhor enviou, e receberá as mais irrazoáveis
asserções e falsas suposições e teorias. . . .
"Muitos se postarão em nossos púlpitos com a
tocha da falsa profecia nas mãos, acesas pela tocha infernal
de Satanás. . .
"O conflito deve tornar-se mais e mais ferrenho.
Satanás avançará no campo e personificará
a Cristo. Ele representará mal, aplicará mal e perverterá
tudo que possa, para enganar." (TM 407-411; 1897; ênfase
acrescentada).
O Que É o Culto a Baal?
São essas predições de culto a Baal uma séria
preocupação para nós hoje, ou foi um problema apenas temporário,
confinado a Battle Creek no século dezenove? Nossa reação
natural a essa inspirada predição é dizer, "Impossível!
Incrível! Podemos ser 'miseráveis' e tudo o mais, contudo não
estamos espiritualmente 'pobres' assim!" Por
outro lado, nossa consciência silenciosamente nos diz que
algo está errado. Pode ser que isso faça sentido, afinal
de contas. Quem é Baal?
Na linguagem do antigo Israel, Baal era a simples
palavra para senhor ou marido:
"É significativo que nos tempos patriarcais .
. . o marido é o mestre, o baal,
da esposa, que é dependente dele para sua própria sobrevivência
e sobre quem ele tem uma autoridade não compartilhada por
outros." (B. G. Sanders, Christianity
After Freud, Geoffrey Bles Ltd., London, 1949, p. 88; cf.
Oséias 2:16).
Baal,
o deus dos cananeus, significa "o senhor", freqüentemente
a maneira ordinária de falar do verdadeiro Deus de Israel,
o SENHOR, Javé. O babilônio Adon, helenizado como Adonis,
tem o mesmo significado. É uma palavra cognata do hebraico
Adonai, ou "o Senhor". Assim, quando os profetas de
Baal oraram no Monte Carmelo, clamavam, "Oh, Senhor,
Senhor, ouve-nos", enquanto Elias preservava uma distinta
diferença em sua concepção de Deus (1 Reis 18:26).
Assume-se comumente que havia uma vasta diferença
evidente entre a verdadeira religião de Israel e as religiões
contemporâneas do paganismo. Mas os eruditos declaram que
ocorriam surpreendentes semelhanças--um sacrifício matinal e
da noitinha conduzidos diariamente, um dízimo pago aos
sacerdotes, animais oferecidos sem mancha, livros sagrados e
salmos penitenciais, muitos conceitos e idéias que eram cópias
da verdadeira.
Os templos de Babilônia e Assíria tinham muito em
comum com o templo de Salomão. O povo de Israel freqüentemente
tropeçava nessas semelhanças e era enganado em várias
formas de adoração apóstata. Era difícil para Israel
sentir que estava adorando um falso deus quando o nome era
aquele que comumente se empregava para o verdadeiro Deus. A
linguagem e terminologia eram semelhantes, mas somente um
profeta inspirado e aqueles que nele criam podiam discernir
como os motivos e concepções diferiam. A predição de Ellen
White suscita a assustadora possibilidade de que uma
apostasia tão séria tem mansamente penetrado na Igreja
moderna enquanto dormimos. Se for verdade, a situação é
assustadora, mas não desesperadora. O arrependimento foi possível
ao tempo de Elias, e é possível nos nossos.
A apostasia no tempo de Elias é freqüentemente
entendida de modo equivocado como um desvio da verdade tão
óbvia e chocante ao ponto de fazer os israelitas parecerem de
forma incomum insensíveis e inescusáveis. Os fatos são que
a apostasia de Israel foi gradual e inconsciente, requerendo
cerca de um século para assumir as proporções que Elias
reconheceu em seus dias. Ele deve ter tido uma mente muito
perspicaz para discerni-la (cf. 3T 273; PK 109, 133, 137).
Devemos nos lembrar que Elias ainda vive, tendo sido
trasladado. Sentir-se-ia ele em casa entre nós, reconhecendo
Jezabel e seus profetas?
Sendo, Baal, um falso cristo, é óbvio que todo
culto do eu que é disfarçado como culto a Cristo e que foge
ao princípio da cruz será, em realidade, culto a Baal.
As raízes descem fundo, freqüentemente abaixo de nossa
consciência.
O uso verbal do nome de Cristo e outra terminologia
cristã nada representa no que tange à identificação da
verdade. O inimigo de Cristo deve "personificar a
Cristo", ou seja, assumir Sua aparência e
usurpar-Lhe a identidade mediante enganos muito sutis. Mas
muito antes da personificação virá a sua falsa
representação. O não-adventista Frederick A. Voigt
reconheceu um aspecto desse engano supremo: "A 'Ética
Cristã' é o Anticristo do mundo ocidental. Trata-se da mais
insidiosa e formidável corrupção que já afligiu este
mundo".
Um pequeno exemplo é o culto do amor ao eu. Mediante
uma sutil manipulação das Escrituras, o amor pecaminoso do
eu tem sido transformado numa virtude. Durante os últimos
quinze anos tem sido ensinado com todo empenho a nossos jovens
como um suposto dever cristão. A ordem divina para amar nosso
semelhante como amamos a nós mesmos é distorcida numa ordem
para amar o eu, quando, de fato, o Senhor ensinou que a motivação
de nossa natureza pecaminosa de nascença de amor ao eu é
agora redirecionada mediante genuína fé a um amor semelhante
ao de Cristo por nosso semelhante.
O auto-respeito genuíno é, de fato, uma virtude, mas
torna-se autêntica mediante uma apreciação do amor altruísta
de Cristo revelado na cruz. A verdadeira auto-estima é assim
enraizada em Sua expiação. Mas o amor, do tipo "eu
primeiro" é oposto à devoção a Cristo e Sua obra. É
compreensível que um inimigo promova o culto do eu como se
fosse ensino de Cristo. O que é difícil entender é por que
os adventistas do sétimo dia devam promovê-lo.
Indubitavelmente é ignorância ou desconsideração
com as declarações de Ellen White sobre o culto a Baal que
tem tornado possível que a filosofia da Nova Era seja
tolerada em nosso meio na medida em que se dá. Mas o
fundamental em toda nossa confusão moderna é o erro de
admitir-se um falso cristo pelo verdadeiro em conseqüência
de nossa tragédia de 1888. As raízes remontam a quase um século.
Estamos todos familiarizados com a descrição do estágio
final da personificação de Satanás quando ele imitar o
segundo advento:
"Como ato culminante no grande drama de engano,
o próprio Satanás personificará a Cristo . . . como um ser
majestoso de brilho ofuscante . . . jamais superado por
qualquer coisa que olhos mortais tenham contemplado. A
exclamação de triunfo soa pelo ar: "Cristo veio! Cristo
veio!" As pessoas se prostram em adoração perante
ele, enquanto ergue as mãos e pronuncia uma bênção sobre
eles. . . . Sua voz é suave e mansa, contudo plena de
melodia. . . . Esse é um tremendo engano, quase insuperável
(GC 624)."
A visão de Salamanca de 1890 desfaz um mistério. Em
conseqüência de nossa incompreensão de 1888 quanto ao
verdadeiro Cristo, esse falso cristo encontrará um meio de
introduzir-se mediante representação falsa por falsas
doutrinas e errôneos conceitos antes de dar o passo final de personificação
física. É assim que as palavras de Ellen White podem ser
cumpridas. "A religião de muitos entre nós será a
religião do Israel apóstata"--culto a Baal. Onde
quer que o eu se torne o verdadeiro objeto de devoção
enquanto professamos servir a Cristo, há um culto a Baal.
Onde quer que a busca por promoção, prestígio e poder sejam
as verdadeiras motivações do ministério, ali teremos
profetas de Baal.
Mas isso não pode ocorrer onde a verdadeira mensagem
de justificação pela fé é entendida e crida. O culto a
Baal é fruto de uma espécie de ensinos corruptos que
incentivam uma profissão de fé em Cristo enquanto o eu não
é crucificado com Ele:
"A época atual caracteriza-se por idolatria, tão
verdadeiramente como foi aquele em que viveu Elias. Nenhum
objeto de adoração precisa ser visível; pode não haver
qualquer imagem para os olhos perceberem; . . . multidões têm
uma concepção errônea de Deus e Seus atributos, e estão tão
verdadeiramente servindo a um falso deus como estiveram os
adoradores de Baal." (PK 177).
"Nesta época o anticristo aparecerá como o
verdadeiro Cristo . . . Mas o verdadeiro líder de toda esta
rebelião é Satanás revestido como um anjo de luz. Os homens
serão enganados e o exaltarão em lugar de Deus, e o deificarão."
(TM 62; 1893).
"Cristo será personificado, mas num ponto
haverá uma assinalada distinção. Satanás fará o povo
desviar-se da lei de Deus." (FE 471, 472; 1897).
"Aqueles que não se acham inteiramente
consagrados a Deus podem ser levados a realizar a obra de
Satanás, conquanto ainda gabando-se de que estão no serviço
de Cristo." (5T 103).
Uma justificação pela fé falsificada é inevitável
quando a própria fé não é definida em termos neotestamentários.
A motivação popular centralizada no temor ou esperança de
recompensa não é o da "fé que opera por amor (agape)".
Assim, o culto a Baal encontra um meio para introduzir-se
mediante teorias populares, mas inadequadas de justificação
pela fé.
Como Jeremias Confrontou o Culto a Baal
No tempo de Jeremias, Judá caiu na adoração a Baal tão
imperceptivelmente aos sacerdotes e ao povo quanto se dera com
Israel ao tempo de Elias. O livro de Jeremias é um livro de
texto quanto ao confronto com a adoração de Baal.
(1) Devido a tratar-se de uma apostasia inconsciente,
os dirigentes e povo tentaram negar sua existência:
"Como podes dizer: Não estou maculada, não
andei após os Baalins? Vê o teu rasto no vale, reconhece o
que fizeste. . . . ainda
dizes: Estou inocente. . . porquanto dizes: Não pequei".
(Jeremias 2:23, 35).
"Por que nos ameaça o Senhor com todo este
grande mal? qual é a nossa iniqüidade, qual é o nosso
pecado, que cometemos contra o Senhor nosso Deus? Então lhes
respondereis: Porque vossos pais me deixaram, diz o Senhor, e
se foram após outros deuses." (16:10, 11).
"Porque, ó Judá, segundo o número das tuas
cidades, são os teus deuses; . . . levantastes altares para
vergonhosa cousa, isto é, para queimares incenso a Baal. . .
O Senhor me fez saber, e eu o soube; então me fizeste ver
as suas maquinações" (11:13, 18).
(2) Esse culto apóstata era combinado com o verdadeiro
culto ao Senhor em Seu templo, em Jerusalém:
"Furtais e matais, cometeis adultério e jurais
falsamente, queimais incenso a Baal e andais após outros
deuses que não conheceis, e depois vindes e vos pondes diante
de Mim nesta casa, que se chama pelo Meu nome, e dizeis:
Estamos salvos; sim, só para continuardes a praticar estas
abominações! . . . porque os filhos de Judá . . . puseram
os seus ídolos abomináveis na casa que se chama pelo Meu
nome, para a contaminarem" (7:9, 10, 30).
(3) Os líderes religiosos na sede da nação ajudavam
e propagavam essa apostasia:
"Pois estão contaminados, assim o profeta como
o sacerdote; até na minha casa achei a sua maldade, diz o
Senhor. . . Nos profetas de Samaria bem vi eu loucura;
profetizavam da parte de Baal, e faziam errar o meu povo,
Israel. . . .
". . . dos profetas de Jerusalém se derramou a
impiedade sobre toda a terra. . . .
". . . profetas . . . cuidam em fazer que o Meu
povo se esqueça do Meu nome pelos seus sonhos que cada um
conta a seu companheiro, assim como seus pais se esqueceram do
Meu nome por causa de Baal." (23:11, 13, 15, 26, 27).
Graças a Deus Ele prometeu "enviar . . . Elias, o
profeta, antes da vinda do grande e terrível dia do Senhor"
(Mal. 4:5). Precisamos dele desesperadamente! (Ellen White dá
a entender que "Elias" é a mensagem que começou em
1888; ver RH 18 de fevereiro de 1890). Ao mesmo tempo devemos
entender como o inimigo anseia em contrafazer mesmo a vinda de
Elias, e incentivará qualquer "reformador"
auto-designado que se levanta em sua própria vaidade para
apressar-se por onde os anjos temem trilhar. "A palavra
do Senhor veio a Elias; ele não buscou ser o mensageiro do
Senhor." (5T 299).
Babilônia Continuou a Cair?
Sem entender a mensagem de 1888 e sua história em relação
ao Dia de Expiação celestial, nossa juventude acha difícil
ver como a Igreja Adventista do Sétimo Dia se ajusta ao plano
de Deus para o mundo hoje. A tentação é quase irresistível
de ver o adventismo como outra opção religiosa, um estilo de
vida não necessariamente mais válido do que qualquer outro
respeitável grupo religioso que reconhece um "Ser
Supremo".
Há inumerável quantidade de pessoas e pastores
bondosos e sinceros em igrejas populares observadoras do
domingo. Eles são tão felizes, amoráveis, zelosos e
dedicado a suas famílias quanto o somos às nossas, em alguns
casos de mentalidade mais missionária do que nos temos
tornado. O êxito deles em crescimento da igreja supera
enormemente o nosso em muitos casos, e seus padrões morais
parecem elevados. A pergunta do Senhor, "Que fazeis de
mais?" é uma que eles têm o direito de dirigir-nos
(Mateus 5:47). E essa é a pergunta embaraçosa que muitos de
nossos jovens estão formulando.
A plena luz da terceira mensagem angélica em
verdade "tem sido em grande medida deixada longe do
mundo" desde a época de 1888 (cf. 1SM 234, 235). Como
resultado, o mundo tem-se postado numa relação diferente
com Deus do que o Seu plano previa. Enquanto "Elias"
tem tido que ir para o exílio, alguns "Obadias" têm
tido que nutrir os sinceros profetas do Senhor "numa
caverna", por assim dizer. A queda de Babilônia tem sido
limitada. Ela ainda não se tornou o que será quando o alto
clamor for proclamado. A voz de Apocalipse 18:4 ainda não
se fez ouvir clara e poderosamente, "Retirai-vos dela,
povo Meu".
Nosso Senhor nos diz claramente qual é o problema: Ele
ainda não pode trabalhar por sua Igreja Remanescente tão
poderosamente quanto gostaria (cf. 6T 371). A expressão grega
que nosso Senhor emprega significa que o tornamos tão
nauseados que Ele sente-se a ponto de vomitar (Apocalipse
3:16, 17).1 Seria
demais declarar que pessoas sinceras que estão próximas de
Jesus também se sentem nauseadas, como se dá com Ele, pelo
culto a Baal centralizado no eu que prevalece no moderno
equivalente do templo do Senhor? A vaidade de espírito, a
superficialidade dos sermões, o louvor e lisonja de homens e
mulheres, o gritar nos microfones, as gesticulações e termos
jocosos, e o patético legalismo egocêntrico--como Cristo se
sente? E como aqueles que Ele descreve em Apocalipse 18:4 como
"Meu povo" se sente?
É terrível pensar que o culto a Baal tem-se
infiltrado no Israel moderno como ocorreu no antigo Israel,
mas a serva do Senhor insiste que é verdade. A natureza
humana sendo a mesma em todas as épocas, nossa tendência
tem sido a mesma como a do antigo povo do Senhor--assimilar o
pensamento das pessoas ao nosso redor. A rejeição da
mensagem de 1888 estabeleceu o padrão por quase um século de
tal assimilação, começando com a exposição de idéias
falseadas na sessão de 1893 que se propunha ser a mesma genuína
justificação pela fé.2
Esse foi somente o começo. Temo-nos volvido vez após
vez para as igrejas populares e sua liderança em busca de idéias
e inspiração que presumimos tratar-se da mesma mensagem, não
discernindo as distinções fundamentais. Já nos anos da década
1890 havia tendências de confundir a justificação pela fé
católica como sendo a genuína (GCB 1893, pp. 244, 261, 262,
265, 266).
Pouco após a I Grande Guerra, tomamos emprestado o
entusiasmo da "vida vitoriosa" do The Sunday
School Times [Tempos da escola dominical]. O livro de
Froom Movement of Destiny [Movimento predestinado] até
se gaba que a mensagem de 1888 era essencialmente a mesma que
uma vasta parcela dos pregadores evangélicos ensinavam (pp.
255-258, 319-321, ed. de 1971).
Isso não significa dizer que todas essas idéias sejam
más, mas o conceito singular da purificação do santuário
tem estado ausente de tudo isso. Esse vácuo tem propiciado
que o culto a Baal invada o arraial.
A Mensagem de 1888 e o Dia da Expiação
Conquanto a queda de Babilônia não esteja ainda
completa, os estágios iniciais tiveram lugar. Algo essencial
está decididamente faltando nas doutrinas e experiência das
igrejas que não entendem o ensino escriturístico do dia
antitípico da expiação. Por demais afastado por várias
gerações de seus pioneiros da era 1844, não podem ser
tidas por responsáveis pela verdade que desconhecem a menos
que também a tenham rejeitado. Não obstante, são
tragicamente mais pobres por não conhecê-la.
Em uma de suas primeiras comunicações Ellen White
descreve o início desse processo de privação. Ela recebeu
iluminação profética quanto à causa básica da alienação
espiritual do moderno cristianismo do "evangelho
eterno" de Apocalipse 14. Em sua visão ela contemplou a
transição do ministério do Sumo Sacerdote celestial do
primeiro compartimento para o segundo. O conhecimento dessa
mudança de ministério foi rejeitado por multidões de cristãos.
O que torna este relato importante não é a questão de culpa
ou falta dela pela rejeição da luz de 1844. A realidade é o
terrível engano que se introduziu por falta de uma verdade
vital concernente a Cristo e Sua obra deste tempo no Dia da
Expiação final e do sábado do quarto mandamento. Esta
declaração tem profundas implicações:
"Não vi um raio de luz passar de Jesus para a
descuidada multidão após ter-Se levantado, e foi deixada em
completa escuridão. . . . Aqueles que se levantaram com Jesus
dirigiam-Lhe a fé no [compartimento] santíssimo, e oravam:
"Meu Pai, concede-me o Teu Espírito". Então Jesus
soprou sobre eles o Espírito Santo. Nesse sopro havia luz,
poder e muito amor, gozo, e paz.
"Volvi-me para olhar o grupo que ainda estava
inclinado perante o trono [do primeiro compartimento]; não
sabiam que Jesus o havia deixado. Satanás parecia estar junto
ao trono, tentando levar avante a obra de Deus. Vi-os olhando
para o alto, para o trono, e orando: 'Pai, concede-nos o Teu
Espírito'. Satanás então lhes soprava uma ímpia influência;
nela havia luz e muito poder, mas não o doce amor, gozo, e
paz."
(Primeiros Escritos 55,
56).
"Por rejeitarem as duas mensagens anteriores,
eles [os rejeitadores] tinham de tal modo obscurecido o seu
entendimento que não podem ver luz na mensagem do terceiro
anjo, que revela o caminho para o lugar santíssimo. Vi que
como os judeus crucificaram a Jesus, do mesmo modo as igrejas
nominais crucificaram estas mensagens, e, portanto, não têm
conhecimento do caminho para o santíssimo, e não podem
beneficiar-se com a intercessão de Jesus ali. δ
semelhança dos judeus, que ofereciam seus sacrifícios inúteis,
eles oferecem suas inúteis orações ao compartimento que
Jesus deixou; e Satanás, satisfeito com o engano, assume um
caráter religioso, e atrai a mente desses professos cristãos
para si mesmo, operando com o seu poder, seus sinais e
maravilhas de engano. . . . Ele também vem como um anjo de
luz, e espalha sua influência sobre a terra por meio de
falsas reformas. As igrejas estão vibrando e consideram que
Deus está operando maravilhosamente por elas, quando trata-se
da obra de outro espírito. (ibid., pp. 260, 261).
É essa percepção profética válida? Se for, tem
implicações de vasto alcance. Explica o mistério da confusão
que vemos no moderno mundo cristão. Conquanto uma aparente
prosperidade espiritual caracterize muitas das igrejas que
"não têm o conhecimento do caminho para o [lugar] santíssimo"
e que "não podem beneficiar-se com a intercessão de
Jesus ali", as questões finais da marca da besta testarão
a devoção de todos a Cristo.
Membros deixam a Igreja Adventista porque, alegam,
encontram "amor", "calor humano" e
"poder" espiritual nas outras igrejas, não
discernindo a verdadeira natureza do amor de Cristo como agape.
Assim são facilmente enganados por uma sentimentalidade
superficial. É possível entender essa situação confusa à
parte da percepção profética do dia final de expiação?
E pode nossa própria impotência espiritual ser
identificada com a perda de contacto com esse Sumo Sacerdote
especial e único que adentrou o ministério do segundo
compartimento ao final da profecia dos 2.300 anos? Sua obra
final é emocionante, positiva, grandiosa, relacionada com a
vida! Temos também perdido um entendimento prático de Sua
obra, de modo que nossa missão pareça em conseqüência
"árida". Analisemos essas declarações de Primeiros
Escritos:
(1) Uma geração específica de cristãos na era de
1844 rejeitou a proclamação endossada pelo Espírito da
primeira e segunda mensagens, e muitos mileritas rejeitaram a
terceira mensagem angélica. (A esmagadora maioria dos cristãos
e seus ministros hoje nada entendem disso).
(2) Deus é eminentemente justo. Ele não pode
considerar culpados esses modernos descendentes da geração
rejeitadora de 1844 se não compreenderam a mensagem
suficientemente para rejeitá-la de modo inteligente. Não há
razão para supor que muitas dessas pessoas não estão
vivendo sinceramente à altura de toda a luz que possuem e
assim são individualmente aceitas pelo Senhor.
(3) Contudo, a questão fundamental não é mera salvação
pessoal em preparação para a morte. Uma vez que a profecia bíblica
indica que a vinda do Senhor está próxima, a questão básica
é uma preparação para a Sua vinda e as provas finais que a
antecedem. E não devemos nos esquecer a motivação
transcendente de preocupação pela honra e vindicação do
Salvador de modo que o grande conflito possa findar em vitória
para Ele.
Para que isto tenha lugar em qualquer comunidade de
corações e vidas humanas, a verdade plena da justificação
pela fé deve ser claramente compreendida. E as igrejas
populares não podem entender essa verdade, conquanto sinceras
possam ser, pois "não têm conhecimento do caminho para
o santíssimo [lugar], e não podem beneficiar-se com a
intercessão de Jesus ali".
A genuína justificação pela fé não é somente uma
verdade, mas uma experiência que a acompanha, a qual o Sumo
Sacerdote celestial ministra em Sua obra final de expiação.
Séculos seguidos de ignorância dessa verdade não podem
resolver o problema. A terceira mensagem angélica em verdade
é vitalmente necessária. Na ausência dessa verdade,
nenhuma corporação de pessoas em parte alguma pode estar
preparada para a segunda vinda de Cristo, a despeito de sua
filiação religiosa.
(4) Ellen White é objetiva ao descrever Satanás como
um sutil manipulador. Ele tem êxito somente quando
"atrai a mente desses professos cristãos",
desviando-os da obra especial e singular de Cristo no
Compartimento Santíssimo. Segundo a declaração de Primeiros
Escritos, o seu método é aparentar perpetuar o
mesmo ministério de Cristo que prosseguiu no primeiro
compartimento desde Sua ascenção até 1844. Seu intento é
eclipsar um conhecimento da mudança nesse ministério.
O ministério do Sumo Sacerdote deve mudar, porque Ele
não pode ministrar para sempre o Seu sangue em substituição
para cobrir a perpétua pecaminosidade de Seu povo. Ele
precisa realizar algo no dia da expiação que nunca foi
realizado anteriormente. Precisa ter um povo que vence,
"assim como" Ele venceu, um povo que "condenou
o pecado na carne" mediante Sua fé. Satanás precisa
eliminar essa verdade e eclipsá-la se possível. Assim, o
enganador atrai as mentes "para si mesmo" desviando
o seu interesse da obra singular que o verdadeiro Sumo
Sacerdote deve realizar.
Se fabricantes do Terceiro Mundo podem imitar relógios
suíços Φmega de modo a enganar compradores
sofisticados, é difícil crer que Satanás tem neste tempo
polido uma imitação altamente bem sucedida de Cristo e da
verdadeira mensagem do evangelho? Ela inclui "luz e muito
poder, mas não o doce amor [agape], gozo, e paz".
Ele tem estudado diligentemente a obra do verdadeiro Espírito
Santo e inventado uma extraordinária imitação que enganará,
se possível, os próprios eleitos. Tem sua justificação
pela fé falsificada quase aperfeiçoada pelo engano.
Logicamente, falta uma compreensão da obra de Cristo no Lugar
Santíssimo, aquele ingrediente vital do agape que
somente pode purificar os corações humanos de todo temor e
motivação egocêntrica que perpetua o pecado.
(5) Se Ellen White estiver correta, multidões de
"sinceros" cristãos "amoráveis" sucumbirão
ante a terrível pressão de restaurar a intolerância
religiosa da Idade Média e impor a marca da besta. Várias
formas de terrorismo podem facilmente forçar isso para uma
nação, um mundo, e igrejas dadas ao materialismo,
sensualidade e espiritismo "espiritual". Ellen White
desmascara o horrível espectro de um falso cristo espalhando
"sua influência sobre a terra por meio de falsas
reformas, . . . a
obra de outro espírito" (ibid., p. 261).
(6) Há trigo e joio crescendo junto em "Babilônia"
como há dentro da igreja que professa levar a terceira
mensagem angélica. Mas o impasse de um século precisa ser
resolvido. A raça humana está num processo de desintegração
moral e espiritual. Defrontamos problemas de suicídio global
potencial devido ao abuso de drogas, embriaguez, infidelidade,
despedaçamento de lares, violência, polarização de ricos e
pobres, terrorismo, e a sombra do desastre nuclear sempre
pairando sobre o horizonte.
O grande conflito entre Cristo e Satanás provavelmente
parecerá resolver-se numa competição para ver o que
pode preservar a vida neste planeta. "A besta" fará
com que pareça que é o salvador do mundo. Assim, a sua marca
será por fim promovida como o único meio de impedir a
destruição da raça humana. As "falsas reformas"
introduzidas pelo "sumo sacerdote" falso que
pretendeu assumir o ministério do primeiro compartimento do
santuário celestial será o meio para efetuar esse vasto
engano.
(7) Assim, há verdades inerentes à mensagem de 1888
da justiça de Cristo que não são compreendidas por qualquer
segmento de cristãos que não entendem o ministério em dois
compartimentos do Sumo Sacerdote celestial. O
"evangelho" proclamado pelo poder da "ponta
pequena" virtualmente justifica o pecado e, portanto,
logicamente sustenta a rebelião de Satanás. Esse é o
segredo da impiedade que invade o mundo moderno em todos os níveis.
Todas as igrejas por toda parte desesperadamente precisam ter
o evangelho das três mensagens angélicas em verdade
efetivamente a elas comunicado.
Por que a Mensagem do Terceiro Anjo
em Verdade é Necessária
A mensagem do terceiro anjo em verdade proclama um
Salvador que "condenou o pecado na carne", oferecendo
a única refutação válida para as acusações de Satanás
contra Deus. Eficazmente "condena o pecado", ou
seja, demonstra que o pecado na natureza humana é desnecessário
e está, na realidade, destinado à extinção. Ralph Larson
explica a relação íntima entre "a Natureza de Cristo e
a Obra Salvadora de Cristo" que não pode curar aquilo
que não tem assumido (The Word Was Made Flesh [O Verbo
se fez carne], pp. 277-283). A terceira mensagem angélica
assim apresenta um Salvador que foi em todos os pontos tentado
como nós, contudo sem pecado, e que, portanto, pode salvar
completamente os que vão a Deus por Ele. A mensagem preparará
um povo para o retorno do Senhor.
Os que seguem a Cristo pela fé na mudança de Sua missão
sumo sacerdotal apreciam três verdades singulares e
distintas:
(a) A perpetuidade da lei de Deus, incluindo o santo
sábado. O verdadeiro "cumprimento da lei" é agape
(Romanos 13:10) porque produz obediência de coração
mediante a expiação. Este é o aspecto singular da justificação
pela fé que é ministrada somente no ministério do Lugar
Santíssimo.
(b) A não-imortalidade da alma. δ parte de
uma clara compreensão da verdade da natureza do homem,
torna-se impossível apreciar o que ocorreu na cruz do Calvário.
Assim, a verdadeira motivação para a vida santa é
enfraquecida, e a justificação pela fé é anulada.
(c) A purificação do santuário celestial é o
ministério final do Dia da Expiação. Isso assegura a
derradeira demonstração de justificação pela fé nos
corações e vida daqueles que crêem na verdade.
Esses três "pilares" de verdade sustêm a
Igreja Adventista do Sétimo Dia (CWE pp. 30, 31). Elas abrangem
uma mensagem completa que pode preparar um povo para o retorno
de Cristo. Mas à parte de um entendimento da mensagem de
1888, o em verdade nela contido necessariamente
passa-nos desapercebido. Tão certamente quanto a noite se
segue ao dia, a confiança dos pioneiros no iminente retorno
de Cristo em conseqüência se esvai; perdemos a visão
deles e sua estrela desaparece.
Como o Culto a Baal Nos Rouba
Nossa Mensagem Distintiva
Não há verdade que Satanás tenha buscado mais
insistentemente contrafazer do que o amor neotestamentário.
Os corações humanos por toda parte anseiam por ele; mas
"por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará
de quase todos" (Mateus 24:12). É esse amor genuíno que
Ellen White viu ser ministrado somente por Cristo em Sua obra
final de expiação.3 Um
amor falsificado é ministrado por um espírito santo falso,
que é a essência do espiritualismo. Eis o que está
ocorrendo diante de nossos olhos:
"Vi a rapidez com que esse engano [espiritismo]
estava-se espalhando. Um trem de vagões foi-me mostrado,
indo com a velocidade do relâmpago. O anjo instruiu-me a
olhar com atenção. Fixei os olhos no trem. Parecia que o
mundo inteiro estava a bordo; que não podia ninguém ser
deixado fora. Disse o anjo: "Eles estão se juntando em
molhos, prontos para serem queimados". Então ele me
mostrou o condutor, que parecia uma pessoa garbosa e bela e
a quem todos os passageiros consideravam em alta conta e com
respeito. Fiquei perplexa, e perguntei ao meu anjo assistente
quem era ele. [Por que Ellen White teve que fazer essa
pergunta se é tão fácil reconhecê-lo?] Ele disse: "É
Satanás. Ele é o condutor na forma de um anjo de luz."
(EW 88).
"Nesta época o anticristo aparecerá como o
verdadeiro Cristo." (TM 62).
"Ele pretenderá personificar os anjos de luz,
personificar a Jesus Cristo." (Carta 102, 1894).
O inimigo não teria poder algum para enfraquecer a
Igreja Adventista do Sétimo Dia a menos que "nós"
tivéssemos de algum modo aberto a porta para ele
introduzir-se. "Quando o Senhor tem um genuíno canal de
luz, há sempre contrafações em quantidade. Satanás
seguramente entrará por qualquer porta que lhe for
aberta" (Carta 102, 1894).
Foi um milagre que um povo especial viesse à existência
durante o último século apegando-se àqueles três
"pilares" distintivos de verdades incorporadas na
mensagem dos três anjos. De modo algum a obra deles poderia
ter sido retardada ou prejudicada, segundo o plano de Deus.
Mas devido à descrença de 1888, a mensageira do Senhor em
1889 predisse uma terrível queda da verdade e da pureza:
"A menos que o poder divino seja trazido à
experiência do povo de Deus, falsas teorias e idéias errôneas
levarão as mentes cativas, Cristo e Sua justiça serão
eliminados da experiência de muitos, e sua fé será sem poder
ou vida." (RH 3 de setembro de 1889).
A fim de apreciar essa revelação, devemos observar:
(1) Cristo e Sua justiça não poderiam, nem iriam, ser
"eliminados da experiência de muitos" verbalmente.
Pois se qualquer de nós O repudiássemos em palavras iria
suscitar um dramático impacto de horror. "O resultado
predito" tinha que ter lugar enquanto "muitos"
mantinham uma profissão de Cristo e Sua justiça.
(2) Cristo e Sua justiça não seriam "eliminados
da experiência de muitos" conscientemente. Isso
representaria despertar-nos para nossa necessidade, um senso
de extrema frieza. Seria conduzir almas de coração honesto
ao fogo e liquidaria com a mornidão. Mas Satanás compraz-se
em manter-nos num estado de "equilíbrio", na medida
em que seja termostático. Palavras ou a falta delas podem nos
enganar. "Os lábios podem expressar uma pobreza de alma
que o coração não reconhece" (COL 159).
(3) Cristo e Sua justiça, portanto, seriam
"eliminados da experiência de muitos" inconscientemente
através do misterioso processo de nossos corações
desconhecidos. Há uma inimizade natural contra Deus operando
sob a superfície. "Enganoso é o coração, mais do que
todas as cousas, e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?"
(Jeremias 17:9). Qualquer neurose obsessiva pode
desenvolver-se com as causas sepultadas além do conhecimento.
Ellen White escreveu sobre a possibilidade de nossa mudança
de líderes após 1888 sem que se percebesse:
"Pelos últimos vinte anos uma influência
sutil e não-santificada tem estado conduzindo os homens . . .
a negligenciarem o seu Companheiro celestial. Muitos têm-se
desviado de Cristo." (RH 18 de fevereiro de 1904).
"Aqueles que podem tão facilmente ser
conduzidos por um falso espírito revelam que têm estado
seguindo o capitão errado por algum tempo,--por tanto tempo
que não discernem que estão se desviando da fé." (Southern
Watchman [Sentinela sulino], 5 de abril de 1904).
Conclusão
Uma apreciação de coração da cruz de Cristo sempre
leva ao eu ser "crucificado com Ele". Mas "a
sabedoria humana conduzirá para longe da negação própria,
da consagração, e planejará muitas coisas para tornar de
nenhum efeito as mensagens de Deus" (RH 3 de dezembro de
1892).
Multidões de nosso próprio povo, especialmente os
jovens, estão confusas e desorientadas com a aridez e impotência
espiritual que percebem na Igreja Adventista do Sétimo Dia
hoje. E os problemas suscitados por fanáticos, dissidentes
desleais, e líderes separatistas dentro da igreja podem também
ser compreendidos e resolvidos somente à luz desta realidade.
A Igreja Adventista do Sétimo Dia não é Babilônia,
e Deus nunca planejou que se tornasse Babilônia, tanto quanto
o antigo Israel dos dias de Elias e Jeremias não devia
tornar-se Babilônia.4 O culto a Baal era e
é uma doença do corpo estranha a ele e que o torna enfermo.
Mas a cura é possível mediante o arrependimento e reforma. A
solução ao problema não é a destruição da Igreja, mas
sua recuperação espiritual. Observem este incentivo:
"Deus está conduzindo um povo. . . . Ele o
reprovará e corrigirá. A mensagem aos laodiceanos é aplicável
aos adventistas do sétimo dia que tenham tido grande luz e não
tenham andado na luz. . . . A mensagem de considerar a Igreja
Adventista do Sétimo Dia como Babilônia, e chamar o povo de
Deus para dela sair, não procede de nenhum mensageiro
celestial, ou qualquer agente humano inspirado pelo Espírito
de Deus. . . .
"Deus . . . tem uma obra para Sua Igreja cumprir.
Não deve ser chamada de Babilônia, mas ser o sal da terra, a
luz do mundo . . . a fim de proclamar uma mensagem viva nestes
últimos dias. . . .
"Como Satanás exultaria em ter uma mensagem
difundida segundo a qual o único povo a quem Deus fez depositários
de Sua lei é aquele a quem se aplica esta mensagem [da queda
de Babilônia]. . . .
"A evidência que torna a mensagem à igreja de
Laodicéia aplicável . . . não eliminará a igreja ao ponto
de não mais existir."
(2 SM 66-69; 1893).
Quando o orgulho e a exaltação do eu tomarem a forma
de devoção a Cristo, aí temos o culto a Baal. E ele tem
penetrado todos os níveis da corporação da Igreja. "Aqueles
que têm mais desejo de assegurar promoção e um bom nome no
mundo do que em manter princípios retos, trairão os sagrados
depósitos." (RH 31 de janeiro de 1892).
"A honestidade e a politicagem não operarão
juntas na mesma mente. Com o tempo, ou a politicagem será
expelida, e a verdade e honestidade reinarão supremas, ou, se
a politicagem é acolhida, a honestidade será esquecida. Eles
nunca se harmonizarão; nada têm em comum. Uma é o profeta
de Baal, a outra é o verdadeiro profeta de Deus."
(5T 96).
Oh, quem dera pudéssemos ter um lampejo da face de
nosso verdadeiro Senhor! Se olharmos para Sua face, não
veremos um perpétuo sorriso de indulgência para com Seu povo
infiel que assume a Baal. Ele é um ídolo de sorriso
congelado. A face do verdadeiro Cristo registra a dor de uma náusea
aguda, uma enfermidade divina de coração com nossa terrível
mornidão, nosso amor próprio, nossas profissões de uma devoção
que não sentimos verdadeiramente. A genuína experiência
cristã contrasta-se com a falsa, como segue:
"Um verdadeiro senso do sacrifício e intercessão
do querido Salvador quebrantará o coração que se tornou
endurecido no pecado; e o amor, gratidão e humildade adentrarão
a alma. A submissão do coração a Jesus transforma o rebelde
em penitente. . . . Esta é a verdadeira religião bíblica;
tudo que esteja aquém disso é um engano." (4T 625).
"Uma nova ordem de coisas tem vindo a este
ministério. Há um desejo de imitar outras igrejas, e a simplicidade
e humildade são quase desconhecidas. . . . Alguns iniciam
reuniões de reavivamento, e por esse meio atraem grandes números
à igreja. Mas quando a excitação passa, onde estão os
conversos? O arrependimento e confissão de pecado não são
vistos. O pecador é instado a crer em Cristo e aceitá-Lo sem
levar em conta a sua vida passada de pecado e rebelião.
O coração não é quebrantado. Não há contrição de alma.
Os supostos conversos não caíram sobre a Rocha, Cristo
Jesus." (Sem data, MS, 111).
Onde está essa Rocha, a fim que de possamos cair sobre
ela e ser "quebrantados"? As boas novas são
melhores do que Baal deseja que creiamos. Cair sobre essa
"Rocha" não destrói a auto-estima ou de modo algum
prejudica a verdadeira personalidade de alguém. A
personalidade de uma pessoa experimenta uma ressurreição com
Cristo quando o amor pecaminoso do eu é crucificado com Ele.
Cristo nunca destrói ninguém; mas essa experiência de
tomar a nossa cruz é a única maneira em que o Sumo Sacerdote
celestial pode nos pôr juntos direito, tanto para o tempo
quanto para a eternidade.
__________
1A
linguagem original não é de uma firme promessa de que o
Senhor vomitará Sua igreja de Laodicéia. No grego é mello
se emesai, uma expressão que significa literalmente,
"Estou a ponto de vomitar-te". A mesma palavra mello
é empregada em Apocalipse 10:4 onde a ação antecipada não
tem lugar. A mensagem laodiceana declara que podemos curar a
enfermidade de náusea de Cristo por nosso arrependimento
(verso 19). A palavra Laodicéia não é um termo negativo;
significa "julgando, ou vindicando, o povo". O
problema com Laodicéia é sua mornidão, não sua
identidade como a sétima ou última das igrejas.
2Ver
GCB 1893, pp. 358, 359; Hannah Withall Smith obteve suas idéias
básicas para o seu Cristian's Secret of a Happy Life
de Fenelon, o místico católico romano da corte de Luis XIV
que gastou as energias de sua vida buscando converter
protestantes a Roma. Sua "justificação pela fé"
é uma imitação bem próxima, como era a do evangelista da
TV católico romano Fulton Sheen e os modernos evangelistas de
TV. A semelhança com o genuíno é muitas vezes bastante
sutil.
3Há
livros notáveis sobre agape por eruditos evangélicos,
como Agape and Eros [Ágape e eros], por Anders
Nygeren, Testaments of Love [Testamentos de amor], por
Leon Morris, e The Love Affair [O caso amoroso] por
Michael Harper. Mas em todos esses há algo que falta: não
compreendem como o amor que levou Cristo a Sua cruz é um amor
que suportou o equivalente da segunda morte, como encontramos
estabelecido tão claramente em The Desire of Ages [O
desejado de Todas as Nações] p. 753. Assim, esses autores
sinceros compreensivelmente deixam de apreciar a verdade da
"largura e comprimento e profundidade e altura"
desse agape "de Cristo que excede todo
entendimento". Nenhuma comunidade de cristãos que
mantenha a doutrina da natural imortalidade da alma pode
percebê-lo, a despeito de sua sinceridade. Na proporção em
que sua concepção de agape é assim debilitada, sua
concepção de fé se enfraquece. Inevitavelmente, suas idéias
de justificação pela fé ficam comprometidas.
4"O
Senhor Jesus Cristo sempre terá um povo escolhido para
servi-Lo. Quando o povo judeu rejeitou a Cristo, o Príncipe
da Vida, Ele retirou deles o reino de Deus e transferiu-o aos
gentios. Deus continuará a trabalhar desse modo com todo ramo
de Sua obra. Quando uma igreja se demonstra infiel à obra do
Senhor, seja qual for sua posição, embora elevado e sagrado
seu chamado, o Senhor não pode mais agir com ela. Outros então
são escolhidos para levar importantes responsabilidades.
Mas, se estes por sua vez não purificam suas vidas de toda ação
errada, se não estabelecem princípios santos e puros em
todos os seus limites, então o Senhor os afligirá e humilhará
dolorosamente e, a não ser que se arrependam, os removerá de
seu lugar e os fará um opróbrio." E.G.White, Olhando
para o Alto, Meditações Matinais 1983, p. 125.
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