Apêndice B
Comparações de Justificação pela Fé
O Ponto de Vista Popular
1. Começa com a necessidade do homem por segurança
eterna. Assim, o apelo é centralizado no eu. Nunca vai além
desse raio de insegurança humana.
2. Fé é definida como mera "confiança" no
sentido de apegar-se à segurança pessoal em busca de
garantias contra o perder-se. A fé é considerada como meio
de satisfatzer a insegurança pessoal.
3. Jesus ensinou que o amor ao eu é uma virtude, uma pré-condição
para o amor a outros. O amor do eu e o respeito próprio são
confundidos.
4. O sacrifício de Cristo na cruz é somente uma provisão
contingente, e nada realiza pelo pecador a menos e até que
ele tome a iniciativa de "aceitar a Cristo". Assim,
prevalece a idéia de que se a pessoa é salva, deve-se isso a
ter tomado a iniciativa; se a pessoa se perde, é Deus quem
tomou a iniciativa de puni-la.
5. O evangelho é "boas novas" do que Deus fará
por você se fizer primeiro a sua parte. Ele espera até que
você dê o primeiro passo na iniciativa. O maquinário
celestial de salvação permanece paralizado até
que o pecador aperte o botão para ativá-lo.
6. Deus considera você como fora da "família de
Deus" até que "aceite a Cristo". Assim, a
aceitação de você por Ele depende de que tenha dado o
primeiro passo. Passagens mal-interpretadas dão essa impressão.
7. Deus torturará e destruirá os perdidos no fogo
infernal. A ênfase está sobre a Sua iniciativa vingativa na
punição.
8. O perdão divino é a sua escusa para o pecado, Sua
aceitação dele como inevitável ou inescapável ("somos
somente humanos"). Muitos não têm um conceito claro
de uma diferença entre o perdão do pecado e sua eliminação.
9. É difícil ser salvo e fácil perder-se. Sendo que
poucos conseguirão ir para o céu, deve ser bastante difícil
seguir a Cristo. A ênfase está nas dificuldades pelo
caminho.
10. O pecador deve ser pressionado a aceitar a Cristo,
geralmente pelo
emprego de motivação egocêntrica tal como esperança de
recompensa ou temor de punição. Apelos de marketing são
típicos: "o que há para mim nisso"?
11. A não ser
quando o pecador "aceita a Cristo" e
é obediente está legalmente justificado. Os escritos
de Ellen White são mal-interpretados.
12. A justificação pela fé é o ato judicial
pelo qual
Deus declara legalmente um homem ainda não convertido justo
porque ele "aceita a Cristo". Esse ato forênsico não
tem efeito sobre o coração.
13. As pessoas podem ser justificadas pela fé e ainda
serem professos seguidores mornos de Cristo.
14. O supremo alvo na vida é salvar nossas almas, fazer o
que é "essencial para a nossa salvação".
O Ponto de Vista de 1888
1. Começa com a revelação do amor de Deus na cruz. O
apelo é para uma motivação mais elevada - fé, apreciação
e gratidão. Assim não é egocêntrico.
2. Fé é uma profunda apreciação do amor sacrifical de
Deus, independentemente da esperança de recompensa ou do medo
de estar perdido. Ela vence o egocentrismo e a mornidão.
3. Jesus ensinou que a pessoa convertida amará seu próximo
como antes da conversão achava natural amar a si mesmo.
Quando o eu é crucificado com Cristo encontramos verdadeiro
respeito próprio Nele. A fé expele o amor próprio, uma
invenção de Satanás.
4. O sacrifício de Cristo é mais que uma provisão
contingente. Fez algo por "todo homem". A vida física
de "cada homem" é a aquisição do sangue de
Cristo. Cada fatia de pão está estampada com Sua cruz. Assim
Seu sacrifício justificou a "todos os homens." É
Ele Quem toma a iniciativa amorável.
5. O evangelho é "boas novas" do que Deus fez e
está fazendo por você agora. Ele tem "atraído"
você toda a sua vida (Jer. 31:3; João 12:32). Não resista a
Ele, e você será salvo. O puro evangelho motiva uma
duradoura resposta íntima da fé.
6. Deus já aceitou você em Cristo. Para Ele, a alma que
nunca entendeu o evangelho é uma ovelha perdida, não um
lobo; uma moeda perdida, não um refugo; um filho pródigo
afastado, não um estranho.
7. O pecado paga o seu salário - a morte. A segunda morte
misericordiosamente finda a miséria do perdido. O amor de
Deus é manifestado na sua sorte.
8. Seu perdão realmente afasta o pecado, que Ele ainda
odeia e nunca pode escusar. O perdoado agora odeia o pecado. A
"expiação final" traz o "apagamento do
pecado" na purificação do santuário celestial.
9. Se alguém entende e aprecia o puro, verdadeiro
evangelho como boas novas, é fácil ser salvo, e difícil
estar perdido. O jugo de Cristo é suave, Seu fardo é leve.
10. Qualquer uso de pressão, expediente secreto, ou medo
como motivação mostra a falta de conteúdo evangélico na
mensagem. Uma vez que a verdade seja revelada em amor, nada
pode impedir o investigador da verdade de responder.
11. Todos os homens foram legalmente justificados quando
Cristo morreu por "todos". Quando o pecador crê,
ele é justificado pela fé.
12. Quando Deus "declara" alguém sendo justo,
Ele não pode mentir. A justificação pela fé vai além do
que uma mera declaração legal. Ela torna o crente obediente
a todos os mandamentos de Deus.
13. A fé verdeiramente madura acaba com a mornidão e
prepara para a trasladação.
14. O supremo alvo na vida é a honra e vindicação de
Cristo. Ele deve receber
Sua recompensa, mais do que nós.
Ponto de Vista Popular
15. Pecado é definido como a transgressão da lei, mas
superficialmente entendido como a quebra de um tabu
moral. Muita ênfase sobre atos "conhecidos" de
pecado; nenhum conceito sobre o pecado ainda desconhecido.
16. "Nascido sob a lei" em Gál. 4:4 significa
que Cristo nasceu sob a lei cerimonial judaica (cf. Seventh-day
Adventist Bible Commentary, Vol. 6, p. 966).
17. A carne e a natureza de Cristo na encarnação eram
diferentes das nossas. Ele foi "isento" de nossa
herança genética, e tomou apenas a natureza sem pecado de Adão
como era antes da queda (cf. Questions on Doctrine, L.
Froom, p.383, e cabeçalho p. 650.)
18. Cristo carregou nossa culpa apenas vicariamente.
19. Era "impossível", "inútil" e
"desnecessário" para Cristo ser verdadeiramente
tentado em todos os pontos como somos. (Ministry Magazine,
janeiro, 1961).
20. Assim separado de nossa herança genética, Cristo era
"naturalmente" bom. Sua própria vontade era idêntica
à vontade de Seu Pai. Nenhuma luta interior. Assim, a Sua
justiça não podia ser pela fé.
21. Uma vez que não assumiu nossa natureza caída e
pecaminosa, Cristo não podia verdadeiramente defrontar a
tentação sexual e vencê-la.
22. O contínuo pecar é inevitável na
medida em que o homem tenha uma natureza pecaminosa. O
povo de Deus continuará pecando até o momento da trasladação.
Isso logicamente requer que Cristo nunca cesse o Seu ministério
Sumo Sacerdotal como Substituto. Mantenha a sua "segurança"
paga por "relacionamento", e estará
"coberto".
23. Muitos dentre nosso povo não têm uma clara concepção
da purificação do santuário celestial em sua singular relação
com a justificação pela fé.
24. As apresentações da obra presente de Cristo na
purificação do santuário em relação com a experiência
pessoal do cristão são quase inexistentes.
25. A "graça barata" é o único resultado possível
da confusão com respeito à natureza de Cristo, o preconceito
contra a perfeição do caráter cristão, a eclipse da cruz,
e a negligência da verdade da purificação do santuário.
26. 1 João 2:1 nos fala para não pecar, como nossa
companhia de seguros nos fala para não termos um acidente.
Mas você pecará mais cedo ou mais tarde, assim certifique-se
de estar "coberto" pelo Advogado que persuadirá o
Pai a perdoá-lo. Não podemos esperar mais do que a vitória
sobre "pecado conhecido". A participação no pecado
desconhecido fica implícita como inevitável até que Cristo
retorne.
O Ponto de Vista de 1888
15. O pecado é mais do que o mero quebrantamento de um
tabu; é a recusa de apreciar o verdadeiro caráter de Deus de
amor revelado na cruz. Nesse Dia da Expiação, o Espírito
Santo revelará todo pecado desconhecido.
16. "Nascido sob a lei" significa sob a lei
moral. Cristo não
estava "isento" de nossa herança genética; contudo
Ele não pecou. Para cumprir a vontade de Seu Pai, teve que
negar a Sua própria vontade; Ele negou-Se a Si próprio.
17. Cristo "assumiu" a natureza pecaminosa e caída
do homem após a queda. Foi enviado "em semelhança de
carne pecaminosa", não em sua dessemelhança. Ele de
nada estava "isento". A razão por que não pecou
foi por assim ter decidido. Ele era o Amor encarnado e é
tanto nosso Substituto, quanto Exemplo.
18. Cristo carregou nossa culpa na realidade. Ele
verdadeiramente identificou-Se conosco, e condenou o
pecado "na carne", ou seja, em nossa carne.
19. Negar a plena tentação de Cristo é negar Sua
verdadeira encarnação. Diferentemente
do Adão sem pecado, Ele foi tentado também
interiormente, como o somos, contudo sem pecado. Não há
pecador algum que Ele não possa socorrer.
20. A justiça de Cristo era pela fé. Ele declarou:
"Não busco fazer a Minha própria vontade". Ele
suportou a cruz durante toda a existência, algo que o Adão
sem pecado não precisou fazer. Cristo constantemente
negava-Se a Si mesmo.
21. As Escrituras não nos dão o direito de isentar a
Cristo de qualquer tentação humana. Heb. 4:15 é por demais
claro.
22. O contínuo pecar está condenado "na carne"
por Cristo. O pecado tornou-se desnecessário à luz de Seu
evangelho. A justificação é pela fé porque a fé opera
por amor. Nossa dificuldade
é a ignorância do evangelho ou a descrença. A segunda vinda
é impossível a menos que Cristo deixe de ser o nosso
Substituto.
23. A mensagem de 1888 é um avanço que Lutero, Calvino e
os Wesley nunca descobriram. Estabelece a relação entre o
evangelho e a purificação do santuário celestial.
24. A verdadeira justificação pela fé relaciona-se agora
com a obra de Cristo no Compartimento Santíssimo (EW 254).
Essa é uma verdade singular confiada a esta igreja.
25. A justificação pela fé impõe um padrão
extremamente elevado--o
do próprio Cristo. Ele é o Exemplo que ministra essa graça
plenamente aos crentes. Ele retornará quando vir o Seu caráter
perfeitamente refletido em Seu povo. Isso se realizará pela fé,
não pelas obras.
26. 1 João 2:1 declara que o propósito de Seu sacrifício
sobre a cruz é que o Seu povo pare de pecar. Não é escusar
a perpetuação do pecado. Isso se torna eficaz quando
assimilam o princípio de culpa coletiva--seu relacionamento
com "os pecados do mundo todo". O céu ajudará os
crentes a vencer "tal como" Cristo venceu.
O Ponto de Vista Popular
27. A prevalecente preocupação egocêntrica torna difícil
conceber um
arrependimento pelos pecados de alguém mais, a não ser os próprios.
A motivação dominante é preocupação pela própria salvação
pessoal do indivíduo. Nenhuma real simpatia com Cristo é
possível na medida em que a esperança por recompensa ou
temor do inferno permaneçam como motivação capital do coração.
28. Manter um "relacionamento" com Cristo é um
processo difícil e árduo. Tudo depende de que segure a mão
de Deus. "Manter sua
velocidade" ou "gravidade" fará com que você
venha se "espatifar no chão". Trata-se de um
programa de auto execução.
29. Diferenças doutrinárias dentro da comunhão da igreja
são inevitáveis até que Cristo venha. A verdadeira e
completa unidade é impossível.
30. Podemos crer, exemplificar, e ensinar a verdadeira
justificação pela fé por muitas décadas, e a obra de Deus
não ser concluída. (Temos feito isso por mais de um século).
31. O tempo para a segunda vinda de Cristo está
irrevogavelmente pré-determinado pela soberana vontade de
Deus, e Seu povo não pode nem apressá-la nem retardá-la.
32. A segunda vinda de Cristo é desejada especialmente
pelos idosos,
doentes, pobres, ou pessoas sofredoras. Nossa necessidade é a
suprema preocupação. Que Ele venha "de modo que todos
possamos ir para a glória".
33. O consenso é mais importante do que a verdade. Se as
suas convicções diferirem das da maioria, abafe-as.
34. O ponto de vista dos dois concertos como apresentado no
Seventh-day Adventist Bible Commentary and Bible Dictionary
[Comentário e dicionário bíblico adventista do sétimo dia]
é semelhante ao daqueles que se opuseram inicialmente à
mensagem de 1888.
35. A mensagem de 1888 teve sua origem nos "credos das
igrejas protestantes da época"
(Pease, By Faith Alone [Pela fé somente], pp. 138,
139). Não temos um evangelho distinto.
36. Como um povo, e particularmente como ministros,
entendemos corretamente a justificação pela fé. O
que precisamos é de mais obras. "Vamos esquecer 1888 e
trabalhar com mais vigor".
O Ponto de Vista de 1888
27. O arrependimento e o batismo de Cristo introduzem
uma preocupação maior: vemo-nos potencialmente culpados
pelos "pecados de todo o mundo", não fosse por Sua
graça. A fé torna possível uma empatia com Cristo em Sua
obra final, tal como a da noiva pelo seu marido. O
arrependimento coletivo como o Seu torna isso possível.
28. Tudo depende de sua crença em que Deus está segurando
a sua mão. O que faz a vida cristã parecer tão difícil é
uma eclipse do evangelho da justiça de Cristo. "O amor
de Cristo nos constrange".
29. A perfeita unidade é a norma para uma igreja que tenha
fé genuína.
Nenhuma necessidade de idéias proféticas conflitantes e
confusas, por exemplo.
30. Crer e ensinar justificação pela fé claramente em
relação à purificação do santuário é catalizar a igreja
e o mundo numa única geração e finalizar a tarefa de
evangelização. (Isso ainda não foi verdadeiramente feito).
31. Cristo está ansioso por retornar assim como um noivo
anseia pelo casamento. Ele virá quando a Sua Noiva fizer-se
pronta. A demora é sua responsabilidade.
32. Simpatia por Cristo, um desejo de que Ele receba a Sua
recompensa e vindicação, e um anseio em ver a agonia do
mundo tendo fim, essas são as verdadeiras razões para
desejar apressar o Seu retorno. Essa nova motivação é
produzida pela verdadeira fé.
33. A verdadeira fé transmite uma coragem que não teme
qualquer maioria ou poder que possam ser exibidos. Conduz a
suportar a cruz.
34. O velho concerto foi a promessa de Israel destituída
de fé em obedecer; e "gera a escravidão" mediante
"o conhecimento de [nossas]
promessas quebradas". O novo concerto é fé na
promessa de Deus para nós.
35. A mensagem é distintamente diferente daquela das
igrejas populares. A "terceira
mensagem angélica em verdade" é bíblica,
"Cristo, e Este crucificado".
36. Especialmente neste aspecto somos "miseráveis, e
pobres, e cegos, e nus". Nenhum programa de obras pode
dar conclusão à obra de Deus. "Esta é a obra de Deus,
que creiamos Naquele que enviou". Precisamos da mensagem
de 1888 que Ele nos enviou!
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