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APÊNDICE E
Breve Análise das Publicações de 1987-1988
Na providência de Deus, o ano de 1988 foi designado
como o do Centenário da Assembléia da Associação Geral
em Mineápolis. O que antes era virtualmente um assunto
desconhecido ou tabu, agora tornou-se tópico familiar de
conversação por todo o mundo. Graças a Deus por esse
despertado interesse. Grandes números dentre nosso povo não
ficarão satisfeitos até que tenham desvendado a plena
verdade.
Desde a primeira impressão deste livro em agosto de
1987, diversas significativas publicações foram lançadas
como parte da "Celebração" do Centenário de 1988:
(1) The Ellen G. White 1888 Materials [Os
materiais de Ellen G. White de 1888] (Depositários de Ellen
G. White, 1987). Ao dar a lume essa vasta coleção de 1.812 páginas
em pleno contexto, os Depositários de Ellen G.
White merecem encômios. Eles obviamente não têm
intenção de reter nada significativo. Ellen White tem finalmente
a permissão de falar desimpedida sobre essas questões.
Houvesse isto sido publicado décadas atrás, muita da atual
confusão concernente a 1888 estaria agora resolvida. Uma vez
que o Espírito Santo sempre tem confirmado o
"testemunho" de Ellen White, esta publicação deve
provar em Sua providência ser um passo gigantesco rumo aos
derradeiros reavivamento e reforma.
A leitura desses documentos deixa uma sensação de
satisfação como de quando se têm desfrutado de uma refeição
completa. O leitor não fica com dúvidas persistentes nem
indagações não satisfeitas a respeito do que poderia estar
na penumbra sem ser visto dentro dos limites dessa ou daquela
elipse, pois não há elipses.
A verdade é aqui desvelada de que a liderança desta
Igreja de fato "em grande medida" rejeitou o começo
da chuva serôdia e do alto clamor ao mesmo tempo em que
grandiloqüentemente professando aceitar a "justificação
pela fé". Ademais, as "confissões"
posteriores a Mineápolis são vistas como não revertendo de
modo algum a tragédia. E os endossos ilimitados do conteúdo
doutrinário da mensagem revelam-se bem mais numerosos e enfáticos
do que qualquer pessoa aparentemente já tenha antes
percebido. Tais endossos múltiplos nessas 1.812 páginas
podem talvez aproximar-se da maior parte de um milhar.
É uma solene experiência ler esses documentos não
revisados, muitas vezes fotocopiados de originais mal
datilografados com emendas de próprio punho. Como podia essa
pequena senhora posicionar-se quase sozinha contra quase toda
a liderança de sua Igreja, escrevendo esse vasto montante de
correspondência sem dizer pelo menos algo no calor da controvérsia
que se demonstraria embaraçoso um século depois? Ela emerge
dessa saga de 1888 vindicada tanto em suas posições quanto
no espírito que demonstrou. Nada que já foi publicado pelos
Depositários de Ellen White lhe concede tal crédito como
esta engenhosa exposição de seu profundo zelo.
Ela nunca expressa qualquer crítica da teologia de
justificação pela fé de Jones e Waggoner desde 1888,
passando por 1895 e entrando em 1896. Aqueles que em nosso
Centenário denigrem a mensagem de 1888 tomam por base
exclusivamente uma sentença que parece ter caráter crítico,
mas é possível que torçam-na de seu contexto e possam até
citá-la equivocadamente também. Nessa sentença solitária
estenograficamente registrada em 1888 ela declara:
"Algumas interpretações das Escrituras feitas pelo Dr.
Waggoner eu não considero como corretas" (Ms 15, 1888).
O estenógrafo poderia não registrar a ênfase que
Ellen White deu a esse "eu", mas está claro em seu
contexto imediato que ela não acha falta em sua mensagem
doutrinária. Antes, dispõe-se a
renunciar a suas opiniões pessoais em busca de maior
luz a ser recebida por meio de Waggoner: "Eu teria
humildade de mente, e me disporia a ser instruída como uma
criança. O Senhor tem-se comprazido em conceder-me grande
luz, contudo eu sei que Ele dirige outras mentes, e abre-lhes
os mistérios de Sua Palavra, e desejo receber cada raio de
luz que Deus me enviar, conquanto possa vir por meio do mais
humilde de Seus servos [uma óbvia referência a Waggoner]. .
. . Algumas interpretações das Escrituras feitas pelo Dr.
Waggoner eu não
considero corretas. Mas . . . vejo a beleza da verdade na
apresentação da justiça de Cristo com relação à lei como
o doutor a tem exposto a nós. . . . Isso que tem sido
apresentado se harmoniza perfeitamente com a luz que Deus
tem-Se comprazido em conceder-me durante todos os anos de
minha experiência. Se nossos irmãos ministrantes
aceitassem a doutrina que tem sido apresentada tão
claramente. . . . seus preconceitos não teriam um poder
controlador. . . . Oremos como fez Davi: "Abre os meus
olhos" (Ms. 15, 1888, ênfases acrescentadas).
Por uma década Ellen White expressa somente
reconhecimento coerente, muitas vezes jubiloso, de que o Espírito
Santo dava endosso à mensagem doutrinária de Waggoner e
Jones, enquanto a oposição irrazoável que sofriam
isolava-os e às vezes os conduzia a expressões insensatas,
tal como o antigo Israel levou Moisés a pronunciar palavras
e atos contundentes. Sua famosa carta de 9 de abril de 1893 a
Jones inequivocamente elogia a sua teologia enquanto o adverte
contra ser pressionado a usar expressões extremadas para a
defender.
Conquanto os mensageiros de 1888 fossem humanos, como
todos somos, não há aqui nenhum vestígio da parte de Ellen
White de que revelassem falta de espírito cristão com relação
a seus irmãos durante esses anos pioneiros, nenhuma evidência
de que rudeza ou um espírito abrasivo da parte deles desse
justa causa para que seus irmãos se lhes opusessem desse
modo. Esses quatro volumes parecem tornar claro que nossas críticas
publicadas há uma centena de anos de Jones e Waggoner
perpetuam a descrença de 1888. Isso é fenomenal--após um século
de nossa história, à semelhança da contínua rejeição dos
judeus a Cristo e Seus apóstolos após quase 2.000 anos da
história deles.
Mas a "introdução" da verdade "concede
luz". Com a publicação desses quatro volumes finalmente
nos volvemos à pista correta, e podemos esperar que o Senhor
comece a operar daí em diante. Qualquer erudito hesitará
agora em publicar interpretações incorretas do testemunho de
Ellen White sobre 1888, pois o mais humilde leigo pode
conferir as fontes por si mesmo.
(2) Manuscripts and Memories of Minneapolis 1888
[Manuscritos e
lembranças de Mineápolis 1888] (Pacific Press, 1988). Essa
coleção adicional de 591 páginas inclui documentos de
outros contemporâneos de Jones e Waggoner. Revelam que
muitos dos "irmãos" deixam um registro de cegueira
espiritual e resistência ao Espírito Santo num tempo de
oportunidade escatológica sem precedentes. Todos eram homens
trabalhadores, consagrados à causa da Igreja, professando
crer no evangelho, enquanto com poucas exceções revelam uma
insensibilidade com a atual direção e ensino do Espírito
Santo na "verdade do evangelho". E os mais
preeminentes dentre eles estavam aborvidos em declarada oposição
a Ellen White.
Além disso, nesses documentos nenhum daqueles que
confessaram rejeição da mensagem de 1888 cita como escusa
que a personalidade de Jones ou Waggoner os motivou a
rejeitá-la. Sendo a natureza humana tendente à
auto-justificação, exploraria uma falha significativa da
parte deles se houvesse sido proeminente.
Dois irmãos que expressam crítica à personalidade de
Jones em 1888 aguardam até 42 anos depois para fazê-lo, mas
um deles (W. C. White) em 1889 estranhamente contradiz o seu
testemunho negativo de 1930 com uma posição oposta de cálida
recomendação. Em 1931 A. T. Robinson recorda os agudos
comentários de Jones em Mineápolis a Urias Smith
concernentes aos "dez chifres", mas na época parece
não ter impressionado Ellen White o suficiente para mencioná-lo
em seus diários de relatórios extensos da história de Mineápolis,
nem qualquer um dos demais nessa coleção o faz.
Esse incidente isolado aparentemente causou pouca
impressão em 1888 contra o pano de fundo de um endosso firme
e inequívoco do Espírito Santo. Ou o lapso de tempo cobriu a
imagem de Jones posterior a 1903 acima das lembranças
anteriores de Robinson, ou o espírito de Jones nessa observação
não era tão severo como ele presumia1.
Há algo de patético na leitura dessa vasta correspondência
de líderes da Igreja que conduzem negócios como
costumeiramente num tempo em que agora sabemos ter sido um de
oportunidade escatológica sem precedentes.
(3) From 1888 to Apostasy--The Case of A. T. Jones
[De 1888 para a apostasia--o caso de A. T. Jones], por George
R. Knight (Review and Herald, 1987). Esse volume especial da
"Série Centenária de 1888" parece ser um esforço
transparente para desacreditar tanto Jones quanto a mensagem
que o Senhor lhe deu para esta Igreja. O livro oferece claro
reconhecimento de que a mensagem foi rejeitada em Mineápolis
e após isso, um passo no rumo da realidade; mas confunde o
quadro por apresentar um Deus trapalhão que empreendeu uma
pobre escolha de um mensageiro e Sua ingênua profetisa que
era ultra-entusiasmada sobre a mensagem e mensageiro.
Tirando proveito de cada possível defeito, real ou
imaginário, na personalidade e ministério de Jones e freqüentemente
imputando motivos malignos gratuitamente, o autor o descreve
como um homem de "boca leviana e discurso áspero",
que empregava "linguagem sensacionalista" com
"atitudes pomposas", "auto-confiante",
"egoísta", um homem que "nunca dominou a
arte da . . . bondade cristã", que tinha uma
"personalidade abrasiva e exibicionista". Desde que
se ergueu das águas batismais em Walla Walla, o jovem Jones
é dominado por seu "perene problema de extremismo".
Por que o Senhor escolheria tal homem de maneira especial?
A mensagem evangélica de Jones é descartada como
contendo uma "mistura de erro"; fica, desse modo,
implícito claramente que é perigoso aceitá-la.
Especificamente, são atribuídas as pesadas responsabilidades
de ter dado origem tanto às heresias da "carne
santa" quando do panteísmo da virada do século.
Muitos leitores que não têm condições de conferir
as fontes originais concluirão que nada do que diga um
personagem tão quixotesco quanto Jones merece qualquer séria
consideração hoje. Esta parece ser a tese do livro.
Mas se alguém pesquisa os relatos contemporâneos de
Ellen White sobre o caráter e mensagem de Jones, um problema
se revela. Ela o descreve como aquele que "porta a
Palavra do Senhor", "o mensageiro delegado de
Cristo", "um homem a quem Deus comissionou . . .
[com] a demonstração do Espírito Santo", um
"servo escolhido" . . . a quem Deus está
utilizando". Ele é um dos únicos dois ministros
adventistas do sétimo dia na história sobre quem ela atribui
a posse de "credenciais celestiais"2.
Não parece estranho que tal difamação de Jones seja
publicada e endossada em nossa Celebração do Centenário?
Acaso as nações ou igrejas vilipendiam costumeiramente os
principais personagens que celebram em centenários?
Nosso autor endossa a errônea concepção popular de
que a mensagem de 1888 por si só está perdida. Mas o entusiástico
endosso de Ellen White, tanto da mensagem de Jones quanto da
maneira de sua apresentação, continua por quase uma década
seguindo-se a 1888, o que indica que a "mensagem"
era mais do que as apresentações supostamente perdidas em
Mineápolis. Anos mais tarde ela declara no tempo presente:
"A mensagem que nos foi dada por A. T. Jones . . . é uma
mensagem de Deus à Igreja de Laodicéia". "Deus o
tem sustido . . . tem-lhe dado preciosa luz". [Carta S24,
1892; Carta 51a, 1895).
Durante esta década ela até fala com entusiasmo da
personalidade de Jones e sua maneira de falar, contradizendo
diretamente a impressão de
rispidez: ele "apresenta [a mensagem] com beleza e
amor", "com luz e graça e poder". Ouvindo-o,
as pessoas "viam a verdade, bondade, misericórdia e amor
de Deus como nunca a haviam apreciado antes". Ela
considera "um privilégio estar ao lado de [Jones] e dar
o meu testemunho com a mensagem para este tempo" (Review
and Herald, 27 de maio de 1890; 12 de fevereiro de 1889;
18 de março de 1890; Carta, 9 de janeiro de 1893). É difícil
compatibilizar essas palavras com a imagem de "empáfia",
personalidade "ríspida" que nossos autores do
Centenário lhe atribuem. Não consideraria ela uma situação
embaraçosa "ficar ao lado" de um homem desses?
Contudo, esse livro não cria sua visão destrutiva de
Jones a partir da imaginação moderna. Há realmente fontes
históricas críticas dele. Ele tinha inimigos em seu tempo
que o acusavam de "ser um fanático, extremista, e
entusiasta", os quais "criticavam e depreciavam, e
até lançavam ao ridículo o mensageiro mediante quem o Senhor
tem operado com poder" [cf. Testimonies to Ministers,
p. 97). Mas esses eram oponentes descrentes lutando contra
a direção do Espírito Santo. Por que o julgamento deles
seria superior ao de Ellen White?
O endosso de Jones pelo Senhor é por demais sério,
pois ela declara que aqueles que "acusam e criticam
[Jones] . . . acusam e criticam o Senhor que o enviou".
Os oponentes serão "indagados no juízo, 'quem requereu
isto de vossas mãos, erguer-se contra a mensagem e o
mensageiro que Eu enviei ao Meu povo com luz, com graça, e
poder?'" (Ibid., p. 466; Carta, 9 de janeiro de
1893).
A acusação de que Jones virtualmente deu origem ao
fanatismo da "carne santa" repousa literalmente
sobre uma palavra que ele empregou em um editorial de 1898,
que termina sendo uma citação direta do apóstolo Paulo. O
contexto do editorial de 22 de novembro é a reforma de saúde,
nada tendo a ver com "carne santa". Igualmente, a
acusação de que Jones ensinava ou cria no panteísmo repousa
nos pressupostos ou preconceitos de outros. Nenhuma sentença
é citada dele como evidência objetiva de que cresse ou
ensinasse o panteísmo.
Este pode parecer um detalhe sem importância, porém a
integridade da "preciosíssima mensagem" que o
Senhor enviou a este povo é a questão que está sob o crivo
da crítica. Se essa mensagem conduziu os seus crentes ao
panteísmo, Ellen White deve estar seriamente equivocada
porque a mensagem era muito perigosa, não "preciosíssima".
No caso de Jones, todavia,
ela não conduziu ao panteísmo, provando assim que não
poderia ter sido um fato para levar Waggoner ao panteísmo. O
que levou ao problema do panteísmo (ou pan-enteísmo) foi o
clima de rejeição da mensagem deles de 1888, não a sua
aceitação.
Knight, entretanto, justifica sua acusação sugerindo
uma nova definição de panteísmo. Sua verdadeira definição
é a de um "Deus" impessoal vivendo em
gramados e árvores. Para Knight, a perigosa fonte do panteísmo
é o conceito de um Deus pessoal em íntima comunhão
conosco, ressaltado em 1888, ligando a experiência de
justificação pela fé no coração do crente com
"a doutrina do santuário celestial e sua purificação".
"A concepção do poder de Cristo no íntimo
. . . inerente à mensagem de 1888 . . . quando levada
a extremo . . . facilmente ultrapassa os limites para cair
no panteísmo".
Mas essa imaginosa definição cria problemas insuperáveis,
pois sugere logicamente que o autor de Hebreus foi também
um panteísta, bem como Ellen White. E Jesus também leva a
concepção para além dos limites, assegurando a Seus
seguidores que o Espírito Santo, o Seu Representante, não
somente "habita em vós para sempre", mas
"estará em vós". Aquilo que prova demais
nada prova.
Existe, de fato, evidência de que em certo período de
sua vida Jones tornou-se ríspido e conflitante. Ele perdeu
seu apego à graça da mansidão para tornar-se um amargo crítico
de seus ex-irmãos. Mas isso foi mais de uma década toda
após Mineápolis. Há "dois" Jones's: (a) o
"servo de Deus" de 1888-1903 que em geral honrava
sua comissão e justificava suas "credenciais
celestiais", conquanto às vezes revelando fraquezas
humanas; e (b) o Jones pós 1903 que perdeu o rumo
tragicamente. Opositores modernos de
Jones confundem os dois. E os anos realmente críticos
foram 1888-1893, pois a oposição tinha endurecido tanto por
essa ocasião que nossa longa jornada tornou-se inevitável
após 1893. O registro de Jones durante aqueles anos pioneiros
parece claro.
A literatura do Centenário sobre Jones deixa de dar
atenção a
um ingrediente que falta no fascinante relato. Durante
aqueles anos pioneiros de sua fidelidade, ele sofreu severa
"perseguição" "anti-cristã", para tomar
por empréstimo frases de Ellen White (General Conference
Bulletin [Boletim da Associação Geral] 1893, p. 184).
Seu impacto cumulativo desequilibrou e afetou suas faculdades
espirituais. O Senhor não poderia ter cometido um erro em
escolhê-lo para seu papel singular--proclamando "o começo"
da mensagem do alto clamor. Nem errou Ellen White em apoiá-lo.
"Em grande medida" sua falha posterior é a conseqüência
de "nossa" descaridosa rejeição de sua mensagem,
que Ellen White freqüentemente assemelhava ao espírito dos
antigos judeus em rejeitar a Cristo.
A falha de Jones, assim, teve algo a ver com a conseqüência
do que ela dissera quanto a nossos irmãos insultarem o Espírito
Santo. Quando Ele vier na forma da bênção da chuva serôdia
e for "insultado", nesse sentido único tem que
partir. A bênção da chuva serôdia precisa ser removida no
próprio tempo quando é desesperadamente necessitada.
Contudo, o fermento do tempo
não pode ser detido; a história precisa prosseguir, e
daí todos os tipos de coisas más se desenvolvem. Essa é a
nossa história denominacional.
Knight insiste em que Ellen White não se preocupava
com aspectos doutrinários ou teológicos da mensagem de
Jones e Waggoner. Os seus próprios escritos, porém,
demonstram uma profunda preocupação pelos mesmos. Ela
insta a Igreja a "começar a viver a vida cristã de
atenção aos outros agora", mas sem o benefício da
"preciosíssima mensagem" que o Senhor enviou e que
somente pode tornar tal reforma uma realidade. Assim, sua posição
[de Knight] logicamente faz retardar o relógio da reforma e
deturpa uma centena de anos de história.
Em tempos pré-Mineápolis Ellen White freqüentemente
instava a Igreja a começar a viver "a vida cristã de
atenção aos outros agora". Mas ela se queixava de que
suas exortações eram em grande medida ineficazes. Quando a
mensagem de Jones e Waggoner vieram, ela regozijou-se porque
viu como podia transformar os imperativos adventistas em
capacitadoras alegrias. A posição de Knight logicamente
reitera a oposição a 1888, prendendo-se aos imperativos
legalistas populares enquanto denegrindo o capacitador
evangelho dado por Deus, implícito na verdadeira mensagem
de 1888 por si mesma.
(4) A Adventist Review [Revista adventista] de 7
de janeiro de 1988, na "Edição do Centenário"
honra, por um lado, a mensagem de 1888
enquanto, por outro, a deprecia ao dizer que
"Jones e Waggoner tinham o erro em mistura com a sua
mensagem". Em outras palavras, temem a mensagem deles! De
modo significativo, a edição inteira não lhes permite dizer
uma palavra, tornando-os virtualmente persona non grata
mesmo mais eficientemente do que fez o editor da Review
um século antes. As questões singulares essenciais da
mensagem deles não encontram lugar nessa edição. Contudo,
Lutero, Paul Tournier, e até Urias Smith, o mais destacado
oponente da mensagem deles, têm permissão de falar.
(5) Ministry, International Journal for Clergy
[Ministério, revista internacional para o clero], fevereiro
de 1988, Edição Especial
Sobre Justificação Pela Fé. Os principais pontos
como estabelecidos pelos vários escritores podem ser
brevemente sumariados em itálico. Nossos comentários que os
acompanham não têm a intenção de serem críticos ou
descobridores de faltas. É uma bênção que esta revista
tenha sido publicada, pois tem conduzido muitas mentes
perquiridoras ao estudo dessas questões. Esses comentários são
oferecidos em vista da brevidade do tempo enquanto o Senhor
ainda comissiona os quatro anjos a segurarem os quatro ventos
um pouco mais:
(a) "A Assembléia de 1888 foi marcada por
aberta rebelião contra Ellen White de parte de um vasto número
de nossos pastores. Ela chegou mesmo a perguntar-se a certa
altura se Deus não deveria despertar um outro movimento,
contudo, sua
confiança na direção de Deus de Sua Igreja foi restaurada.
A maioria dos delegados, "os ministros em geral",
"quase todos", opuseram-se ao começo da gloriosa
mensagem do alto clamor." (cf. pp. 4, 6).
Este primeiro artigo é um desvio radical de décadas
de insistência da parte da liderança sobre um ponto de vista
oposto--de que quase todos os delegados de 1888 aceitaram a
mensagem. É motivo de regozijo que a verdade da história
de 1888 esteja sendo agora reconhecida, e o Senhor, na
plenitude do tempo, pode acrescentar Suas bênçãos a isso.
De todo o coração concordamos com a segurança esperançosa
desse artigo de que no final a verdade triunfará e de que a
Igreja ainda responderá à direção do Senhor. O
conhecimento da verdade de nossa história deve preparar a
Igreja para o arrependimento e reconciliação com o Espírito
Santo.
(b) "Realmente não sabemos o que foi a
mensagem de 1888 porque
as apresentações
de Jones e Waggoner em Mineápolis não foram registradas
taquigraficamente. Temos de confiar nos sermões e escritos de
Ellen White e no que os expositores modernos presumem ser a
mensagem." (cf. pp 15, 16, 23-33).
A mensagem de Jones e Waggoner não se limitou às
apresentações em Mineápolis, supostamente sem registro. Os
endossos de Ellen White relacionam-se com as apresentações
deles em andamento até 1896, e mesmo depois. Por exemplo, a
sua famosa declaração de que a mensagem é "preciosíssima"
não faz menção seja a Mineápolis ou 1888, mas é datada
de 1896. (L. E. Froom declara que a viúva de Waggoner lhe
disse que ela de fato registrou as apresentações de
seu marido de 1888 em taquigrafia, e que ele adaptou e
expandiu o material para seus editoriais de 1889 de Signs
[Sinais], seu livro de 1890 Christ and His Righteousness
[Cristo e Sua justiça], e The Glad Tidings [As boas
novas].
Os livros de Ellen White, como Steps to Christ
[Caminho a Cristo] e Desire of Ages [O desejado de
todas as nações] são maravilhosos. Não obstante, ela nunca
reivindicou que seus escritos tornassem a mensagem de Jones e
Waggoner de 1888 ultrapassada. Nem jamais reivindicou que seus
livros apresentavam a mensagem da chuva serôdia ou do alto
clamor, a despeito de ter alegado isso com relação à
mensagem de 1888. Milhões de exemplares de Steps têm
sido vastamente circulados, contudo a chuva serôdia ainda não
ocorreu. Por quê? Outro milênio de recebimento da chuva
temporã não levará o grão à colheita porque a chuva serôdia
é essencial. É sábio depreciar a mensagem que Ellen White
declarou que assinalava o seu começo?
(c) "A mensagem de justificação pela fé como
apresentada por Jones e Waggoner continha erro. Ela levou às
heresias da "carne santa" e panteísmo. Ellen White
criticou a mensagem deles e achou-a em falta ." (cf.
p. 13, 61).
Todo escritor que retrata a mensagem como sendo errônea
apega-se àquela sentença
isolada e excepcional de Ellen White--"Algumas
interpretações das Escrituras dadas pelo Dr. Waggoner eu não
considero como corretas" (Ms. 15, 1888). Torcer isso do
seu contexto nega literalmente centenas de outras declarações
que expressam endosso indiscutível. Somente uma metodologia
viciada pode interpretá-la como crítica da teologia de Waggoner
quando ela declara na mesma página: "O que tem sido
apresentado harmoniza-se perfeitamente com a luz que Deus
tem-Se comprazido em conceder-me". Poucos dias depois ela
acrescenta: "Quando eu . . . tinha ouvido por primeira
vez os pontos de vista do Pastor E. J. Waggoner,. . . declarei
que tinha ouvido preciosas verdades proferidas a que eu
poderia responder de todo coração". "Cada fibra de
meu coração disse amém" (Ms 24, 1888; Ms. 5, 1889). Se
pomos o "eu" em itálico, como ela bem poderia ter
destacado no Ms. 15 da sentença sobre 1888, toda contradição
é removida. Ela declara que está pronta para trocar opiniões
pessoais preconcebidas por luz maior.
O teste final da mensagem singular de Jones e Waggoner
é o testemunho das Escrituras. Aqui a evidência é também sólida.
(d) "Uma parcela significativa da culpa pela
rejeição, por parte da liderança da Igreja, da mensagem
entre 1888 e 1896 repousa com Jones e Waggoner, que eram
basicamente homens não convertidos naquela época,
"orgulhosos, teimosos". Eles revelavam um espírito
não santificado ao apresentar sua mensagem de justificação
pela fé." (cf. pp. 11, 13, 61).
Nenhuma evidência da parte de Ellen White dá respaldo
a essas negras alegações. Tampouco as encontramos na
correspondência recentemente publicada de contemporâneos de
1888 a 1896. É difícil entender como o Senhor escolheria
dois mensageiros para uma obra especial em 1888 se eles nesse
tempo fossem não-convertidos, ríspidos, insuportáveis,
arrogantes, orgulhosos, teimosos, encrenqueiros, etc.3
(e) "Vários escritores sugerem que experiência
pessoal e simpatia são mais importantes do que a verdade.
Outro confronta isso declarando que a verdadeira experiência
não pode ter lugar sem compreender-se a verdadeira
doutrina. Mas a ênfase desse Ministry é que não
precisamos da doutrina ou dos ensinos teológicos da mensagem
de 1888 por si mesma e que é desorientador dar sério crédito
a eles ."(cf. pp. 16, 61).
A justificação pela fé bíblica declara que o
"evangelho é o poder de Deus para a salvação". Há
nela uma "verdade do evangelho" doutrinária que
contradiz a falsidade de "outro evangelho". "A
verdade vos tornará livres". O erro doutrinário
corrompe e paralisa o evangelho, mesmo quando apresentado em
pequena quantidade. Uma "experiência" correta na época
das questões finais será impossível sem a plena verdade do
evangelho que comunica um conhecimento salvador como seu
aspecto intrínseco.
(f) "Não há diferença entre "fé da
trasladação" e "fé da ressurreição". Os
que defrontam o tempo de angústia final não vencerão nem
refletirão o caráter de Cristo de modo mais significativo do
que os que viveram em eras passadas." (cf. p. 42).
Isso parece ser uma contradição do que se segue:
"Os que estão vivendo sobre a terra quando a intercessão
de Cristo cessar no santuário acima devem permanecer à vista
de um Deus santo sem um mediador. . . . Deve haver uma obra
especial de purificação, de remoção do pecado, entre o
povo de Deus sobre a Terra" (The Great Controversy
[O grande conflito], p. 425; ver também p. 623). Desde os inícios
do Movimento Adventista nosso povo tem reconhecido a natureza
singular da fé madura daqueles que estão prontos para
recepcionar a Cristo em Seu retorno; se isso não estivesse
claramente apoiado por muitas declarações da Bíblia e do
Espírito de Profecia, deveria ser descartado como o Ministry
recomenda. Mas o apoio inspirado é volumoso.
(g) "O que dizemos é menos importante do que o
modo por que o dizemos. Em outras palavras, a verdadeira
doutrina parece menos importante do que uma personalidade
agradável." (cf. p. 61).
Levada a sua conclusão lógica, essa posição poderia
dar crédito à marca
da besta em lugar do selo de Deus, desde que o proponente
demonstre o que parece ser um espírito mais agradável e simpático.
"Muitos homem de refinado intelecto e maneiras agradáveis
. . . são meros instrumentos polidos nas mãos de Satanás"
(Great Controversy, p. 509). O Novo Testamento ensina
que enquanto a verdade como ela é em Jesus sempre tornará o
crente semelhante a Cristo em espírito, também tornará alguém
agressivo pela verdade num sentido santificado; e os
mensageiros de 1888 notavelmente o demonstraram.
(h) "A apostasia de Jones e Waggoner é uma
advertência para que não confiemos em sua mensagem. Em
outras palavras, não pode ser "preciosíssima" se
conduziu à derrocada final deles." (cf. pp. 13, 61).
Isso não se harmoniza com as várias declarações de
Ellen White de que o fracasso ou apostasia dos mensageiros
de modo algum invalidará a mensagem deles, mas aqueles que
assim pensam estarão sob um "engano fatal" (Carta
S24, 1892).
(i) "Ser um reformador é uma má idéia porque
é perigoso. Geralmente os reformadores gozam de baixo
conceito." (cf. p. 62).
Ser um "reformador" fanático e
auto-designado é indiscutivelmente perigoso; mas cooperar com
o Espírito Santo em reforma não pode ser perigoso. A
Igreja precisa desesperadamente de genuíno reavivamento e
reforma, e pode não ser seguro esperar que outra geração
a efetue.
(j) "A teologia e pregação adventista são
mais cristocêntricas hoje do que antes de 1888. Isso indica
elogiável progresso espiritual desde 1888." (cf.
p. 62).
Isso pode bem ser verdade, mas se assim é ou não
dependerá mais do julgamento de Cristo do que do nosso. Sua
mensagem em Apocalipse 3:14-17 é ainda aplicável? Certamente
os elementos essenciais da mensagem de 1888 ainda estão sendo
objeto de oposição e tem sido mesmo silenciada cem anos
depois, e o mundanismo e mornidão abundam. Isso não seria
verdadeiro se o puro evangelho fosse claramente proclamado,
pois é "o poder de Deus para a salvação".
Cuidadosa análise de motivos pode revelar que há muito mais
legalismo ainda implícito em nosso ensino atual do que nos
damos conta.
(k) "A mensagem de 1888 foi bem aceita na década
que se seguiu a Mineápolis, e o novo presidente da Associação
Geral, O. A. Olsen (não A. V. Olson) apoiou-a
'entusiasticamente'." (cf. p. 62).
Essa afirmativa é refutada pelos testemunhos de Ellen
White de 1896 que representam Olsen agindo "tal como Arão"
ao submeter-se debilmente à influência dominadora de
oponentes determinados da mensagem. Ver suas claras declarações
citadas neste livro, no capítulo 15.
(l) "A oração de Daniel no capítulo 9 não
expressa arrependimento coletivo, mas intercessão, nem
apóia a idéia de que uma geração pode arrepender-se pelos
pecados de uma anterior. A idéia de arrependimento coletivo
é também confundida nessa revista, presumindo-se que
significa uma ação formal da Associação Geral em assembléia,
reconhecendo o erro de um século atrás, e lamentando o fato
de modo 'oficial'." (cf. pp. 34-36; 7, 8).
Algo mais precisa de estudo--a realidade da culpa que o
mundo todo compartilha pela morte do Filho de Deus (Testimonies
to Ministers [Testemunhos para ministros], p. 38; Desire
of Ages [O desejado de todas as nações], p. 745;
Romanos 3:19). Deveriam somente os antigos judeus e romanos
arrepender-se por esse pecado? O Calvário sumaria a culpa
coletiva do mundo--culpa pelos pecados que podemos não ter
cometido pessoalmente, mas cometeríamos, não fosse pela graça
de Deus devido a nossa inimizade humana natural contra Ele
(Romanos 8:7). Essa culpa é compartilhada por todo ser
humano, à parte de arrependimento específico. O Ministry
deve também reconhecer a experiência de Cristo de
arrependimento coletivo em favor do mundo,
como o Seu
batismo demonstra (In Heavenly Places [Em lugares
celestiais], p. 252; Review and Herald, 21 de janeiro
de 1873; General Conference Bulletin, 1901, p. 36). O
arrependimento coletivo bíblico é pessoal, arrependimento
individual pelos pecados de outros como se fossem os nossos próprios,
como o seriam não fosse pela graça de Cristo. Todos
precisamos da justiça de Cristo imputada 100%. A confusão em
reconhecer a verdadeira profundidade do arrependimento
coletivo frustra a mensagem da justiça de Cristo, deixando
implícito que não precisamos de sua completa imputação.
Nenhum ministro ou erudito responsável, quanto
saibamos, jamais foi tão ingênuo para recomendar um voto
formal por uma Associação Geral em assembléia, ou mesmo por
uma comissão, como um método de endireitar o erro de 1888.
"Confissão coletiva" tem-se revelado sempre um
termo inapropriado. "Arrependimento coletivo" é o
termo apropriado, e graças a Deus tem sido agora reconhecido
como digno de sério estudo.
(m) "Deus tem pré-determinado o tempo para a
segunda vinda de Cristo. Desse modo, para evitar um
"quadro distorcido" devemos desconsiderar declarações
inspiradas que dizem que a temos retardado por nossa descrença
ou que podemos apressá-la por arrependimento e verdadeira fé.
Presume-se que Cristo retardou Sua vinda, mas seguir-se-ia
logicamente que é "ímpio" sugerir que a temos
retardado." (cf. pp. 41-45).
Isso é o oposto do que Cristo declara em Sua parábola.
Essa tese prende-se
a duas declarações isoladas de Ellen White, ambas aplicadas
equivocadamente e uma realmente citada de modo errado.
Conquanto seja verdade que o retorno de Cristo tem sido
retardado, não foi Ele quem o retardou, mas nós:
(i) "Como as estrelas no vasto circuito de seu
caminho designado, os propósitos de Deus não conhecem pressa
nem atraso" (Desire of Ages [O desejado de todas
as nações], p. 32). Neste ponto Ellen White discute a primeira
vinda de Cristo, não Sua segunda. Notem o contexto: "A
hora da vinda de Cristo havia sido determinada. Quando o
grande relógio do tempo assinalou aquele momento, Jesus
nasceu em Belém". O autor presume que em vista de ter
havido um tempo pré-determinado para a primeira vinda de
nosso Senhor, deve haver a mesma coisa para a segunda. O
primeiro foi estabelecido pelas profecias de tempo de Daniel;
a segundo fica numa categoria diversa: "Nos dias da voz
do sétimo anjo, quando ele começar a soar" não mais
haverá kronos (Apocalipse 10:7,6). Em outras palavras,
desde 1844 não há mais tempo pré-determinado, predestinado.
(ii) "A aparente demora não o é assim em
realidade, pois na ocasião designada, nosso Senhor virá"
(Carta 38, 1888). Nosso autor posteriormente cita de forma
errada isto como "Seu 'tempo designado'",
quando o Senhor mesmo explica o que é o "tempo
designado"--não pré-determinismo, mas "quando o grão
estiver maduro" imediatamente será aplicada a foice.
"É já vinda a ora de segar, porque já a seara da terra
está madura" (Marcos 4:39; Apocalipse 14:15). Nosso
autor não faz referência a essas duas passagens bíblicas
fundamentais, mas virtualmente leva Ellen White a
contradizer ambas. Ele ainda comenta que "Ellen White
realmente disse que Cristo retardou Sua vinda", mas a faz
empregar a linguagem do servo infiel da parábola. Na
realidade nós é que a retardamos.
Esta tese introduz um elemento de calvinismo no
pensamento adventista, descartando a realidade do evento de
1888 em relação com o tempo do segundo advento. A infinita
presciência do Pai não permite um fio de pré-determinismo
calvinista.
(n) "'A Dinâmica da Salvação' é recomendada
como uma declaração de justificação
pela fé tão completa e eficaz que virtualmente torna
desnecessária a publicação da própria mensagem de 1888.
Aqui há evidência de que a liderança entende, crê e prega
a mensagem. O prefácio deplora o fato de que alguns acusam a
liderança da Igreja hoje de manter as posições sobre
justificação pela fé daqueles que se opunham à mensagem de
1888 um século atrás." (cf. pp. 22-28).
(i) É evidente que isso se tornou uma questão sensível
e carregada emocionalmente. É verdade que os autores
presentes têm de fato tomado a posição por anos de que
nossa "justificação pela fé" popular de hoje é
em grande medida uma combinação daquela das igrejas
observadoras do domingo e daquilo que ensinavam os que se
opunham à mensagem de 1888 um século atrás.
(ii) Os autores presentes devem confessar que criam que
a evidência indica que nossa longa jornada pelo deserto por
um século e a mornidão da Igreja em escala mundial são evidências
concretas da rejeição da mensagem de 1888 deixando nosso
povo dela carente. Nós não desejamos antagonizar nossos irmãos;
apenas queremos ser honestos em declarar nossas convicções
segundo a consciência requer, e declará-las num espírito de
amor e lealdade cristãs.
(iii) Essa questão é tão vitalmente importante que a
Igreja mundial deve considerá-la candidamente. Se nossa posição
for equivocada, a Igreja mundial deve rejeitá-la
decididamente. Se estivermos certos, nada poderia ser mais
importante para estabelecer o lado da verdade. Precisamos
honestamente analisar a mensagem de 1888 nos escritos
existentes, e comparar com ela nossas apresentações
contemporâneas do evangelho. As posições predominantes da
Igreja podem ser analisadas em seus motivos nas publicações
denominacionais. Descobriremos que os mensageiros de 1888
empreenderam uma reviravolta no entendimento
doutrinário e prático que supera o calvinismo e o
arminianismo, indo muito adiante de ambos. Esta foi a razão
para a década de entusiasmo de Ellen White pela mensagem
deles. Uma mensagem que mais claramente recupera as verdades
plenas do evangelho do que o realizaram os reformadores do século
16 ou os nossos próprios exegetas de hoje devem iluminar a
terra com glória.
(iv) As reivindicações feitas para este documento são
semelhantes às do presidente da Associação Geral de 1952 na
Conferência Bíblica de Sligo. Ele alegou que a mensagem
apresentada ali superou a mensagem de 1888. É fútil que o Ministry
reivindique que nossos eruditos façam o mesmo hoje, e é
igualmente fútil para estes autores presentes manterem que não
o fazem. Que a Igreja mundial considere a evidência objetiva
comparando os dois.
(v) O que se segue são alguns dos conceitos singulares
de 1888: justificação legal e a eficácia do que é pela fé;
as gloriosas boas novas dos dois concertos; o portentoso poder
de Cristo para salvar do pecado que perdura; Sua proximidade
em assumir nossa natureza humana pecaminosa; a iniciativa do
Espírito Santo em salvar os perdidos; a iniciativa do Bom
Pastor em buscar Suas ovelhas perdidas; a possibilidade de
vencer todo o pecado tal como Cristo venceu em nosso benefício;
a certeza de uma geração final que reflete a perfeição do
caráter de Cristo; a relação prática da purificação do
santuário celestial com a purificação dos corações
humanos; a motivação de preocupação com a honra de Cristo
que transcende a busca centralizada no eu de recompensa ou de
evitar a punição; a realidade dos perdidos tomarem a
iniciativa de se perderem; e a verdade de que o sacrifício de
Cristo realizou muito mais do que fazer uma mera provisão
que nada faz a menos que façamos alguma coisa--Ele deu o Seu
sangue pelo mundo, portanto o mundo deve-Lhe sua vida
presente. A mensagem de 1888 alcançou as profundezas da expiação
numa maneira que deve ainda captar a atenção do mundo.
Com a exceção de uns poucos breves excertos, um
escritor cita de Waggoner sem que nenhuma das declarações
de endosso por Ellen White tenha permissão de falar no Ministry.
A revista de 64 páginas é dedicada a 1888, contudo o leitor
não vê indício algum da autêntica mensagem, propriamente
dita, tal como "o Senhor em Sua grande misericórdia"
a enviou. Indubitavelmente a razão é que os editores sabem
que todo elemento singular dessa mensagem é controvertido
hoje, de modo que a própria mensagem de 1888 tem agora se
tornado a pedra de tropeço e a rocha de ofensa à Igreja
Adventista do Sétimo Dia, como Cristo se tornara para os
antigos judeus.
(6) Perfect in Christ [Perfeitos em Cristo], por
Helmut Ott (Review and Herald, 1987) é recomendado na Adventist
Review de 7 de janeiro de 1988, p. 21. "Enfoca dois
temas da assembléia de 1888: a obra de Cristo hoje em
assegurar salvação àqueles que O aceitam, e a justiça
todo-suficiente de Cristo imputada à humanidade mediante a
fé".
De fato, a tese básica desse livro está em direta
contradição com a mensagem da justiça de Cristo de 1888.
Contudo, o autor manipulou tão espertamente as Escrituras e
declarações de Ellen White que os editores da Review
presumiram que o manuscrito ensinava um justificação pela fé
válida.
A idéia básica é que nosso poderoso Salvador é tão
fraco que nunca capacita "crentes a desenvolverem
perfeita justiça ou alcançar maturidade espiritual" ou
demonstrar Sua justiça "na história de sua vida
pessoal". O persistente pecado e injustiça prática é
convenientemente coberta pela substituição legal da perfeita
justiça de Cristo. O autor cria um homem de palha que pode
ridicularizar com o uso de seu próprio verbo rebaixador:
"Os crentes na verdade" não "alcançam
. . . perfeita justiça . . . na história pessoal de suas
vidas".
A verdadeira questão, porém,
não é se os crente alcançarão um caráter
semelhante ao de Cristo, mas se mediante fé Nele demonstrarão
tal caráter "na história pessoal de suas vidas".
As Escrituras esmagadoramente dizem que o farão.
O exemplar perde de vista o conceito de justificação
pela fé de 1888. A declaração legal de justificação
que é resultante do sacrifício de Cristo aplica-se ao
"mundo todo" , a "todos os homens"
(Romanos 3:23, 24; 5:18; 2 Coríntios 5:19; 1 João 1:29,
etc.) Mas aqueles que respondam às Boas Novas, que crêem,
experimentam justificação pela fé, e são assim
tornados verdadeiramente obedientes a todos os mandamentos de
Deus. A instrumentalidade que opera esse milagre é a
"fé que opera pelo amor". Assim o povo de Deus demonstrará
"na história pessoal de suas vidas" uma
verdadeira obediência.
O pessoal dos Depositários de Ellen White preparou no
princípio de 1988 uma "Análise" do livro de Ott
que conclui ser incompreensível ter podido ser publicado por
uma editora adventista do sétimo dia. A análise demonstra
que tal livro torna "de nenhum efeito o testemunho do Espírito
de Deus" como apresentado nos escritos de Ellen White, e
que os argumentos utilizados são respaldados pelo mesmo uso
distorcido e interpretações falsas das declarações de
Ellen White que caracterizavam a pesquisa de Desmond Ford (20
de janeiro de 1988).
(7) Grace on Trial [Graça em julgamento], por
Robert J. Wieland é o manuscrito de um livro solicitado em
1987 pelos editores da Pacific Press que planejavam lançar a
obra no mercado para as reuniões campais de 1988. Foi
devidamente submetido aos editores de acordo com os
procedimentos denomacionais normais. Após o exame do
manuscrito, os editores votaram por sua publicação e
procederam às providência para tanto. Quando estava nos estágios
iniciais do processo de produção, a Associação Geral
interveio e forçou-os a rejeitá-lo.
Caso houvesse sido publicado pela Pacific Press, teria
sido o primeiro livro da Série do Centenário que permitiria
aos mensageiros de 1888 apresentarem sua mensagem com as próprias
palavras.
(8) What Every Adventist Should Know about 1888
[O que todo adventista devia saber sobre 1888], por Arnold V.
Wallenkampf (Review and Herald, 1988) é um marco em nossa
história denominacional. Uma versão expandida de quatro
artigos não publicados que o Dr. Wallenkampf escreveu em
1979, esse livro contradiz totalmente a tese
"rico-de-nada-tendo-falta" das principais obras
sobre 1888 que têm sido publicadas com apoio oficial ao longo
dos últimos quarenta anos.
O autor torna abundantemente claro que a mensagem
graciosa foi objeto de resistência e rejeitada pela
"maioria dos ministros na assembléia [de 1888]", e
que a resistência prosseguiu "com o passar dos
anos". Ele declara que temos estado num "estado de
rebelião contra Deus". Os dirigentes adventistas do sétimo
dia "trataram cruelmente" o Espírito Santo com
"palavras duras . . . dirigidas ao próprio Cristo".
Nossa verdadeira história é um "conluio",
"traição e crucifixão de Jesus" que "choca a
imaginação". Precisamos aprender a "não seguir líderes
cegamente". "Se a maioria dos delegados da assembléia
de Mineápolis não tivessem seguido os seus líderes em
rejeitar a mensagem de 1888, Ellen White não teria deixado
implícito que Cristo foi figuradamente crucificado naquela
assembléia".
Alem disso, ele faz notar que o arrependimento dos mais
influentes oponentes da mensagem "não foi de todo o coração
e completa". "Uma imperceptível maré montante de
oposição se estava erguendo contra ela" na década que
se seguiu a Mineápolis. "Em 1899 a justiça da Igreja
havia se tornado nauseante ao nosso Salvador". O exílio
de Ellen White para a Austrália teve relação com a descrença
de 1888: "Foi em grande medida o mal-estar entre certos líderes
influentes para com ela e as suas mensagens que inspiraram o
plano que a levou a Austrália em 1891". A situação
pouco melhorou por 1901: "Aparentemente, de 1902 a 1904 a
Igreja estava em perigo de resvalar ao mesmo estado que havia
existido antes da assembléia de Mineápolis". Ellen
White não cria que "a maioria dos adventistas do sétimo
dia havia aceito a mensagem de 1888 como uma experiência
pessoal antes de sua morte em 1915". Em 1926 A. G.
Daniells "cria que a Igreja Adventista ainda estava
aguardando a experiência que Deus tinha esperado introduzir
em Mineápolis".
Segundo Wallenkampf, criamos a trágica descrença hoje
por "fazer crer" que a rejeição inicial transformou-se
posteriormente em "entusiástica aceitação".
"Se não apresentarmos de modo claro a história da
assembléia da Associação Geral e sua conseqüência, nós
como denominação perpetuamos o pecado cometido em Mineápolis
em 1888. Ao fazê-lo, unimo-nos aos nossos antepassados
espirituais e virtualmente crucificamos a Cristo de novo na
pessoa do Espírito Santo".
Um dirigente da Associação Geral está por fim
falando abertamente: "Cabe a nós como povo confessar que
por longo tempo temos em grande medida passado por alto a
virtual rejeição da mensagem de 1888. . . . Deus deseja que
todos os Seus seguidores sejam verazes e honestos".
"Nossa presente responsabilidade é contar a verdade
sobre a assembléia de Mineápolis de 1888 e o que se seguiu a
ela. Não há virtude em dizer que tudo tem estado bem quando
assim não é". Essas são palavras dele, não nossas.
Amém!
Que o Espírito Santo em grande misericórdia
capacite-nos todos a ser honestos neste ano do Centenário!
Ele pode conceder reavivamento, reforma, e arrependimento se
nos simplesmente dissermos a verdade plena e pararmos de
reprimi-la ou negá-la. Isso trará reconciliação com Cristo
e há de curar nossas alienações internas. Certamente 1000
anos é tempo suficiente para defrontar a realidade do chamado
de Cristo ao "anjo da igreja de Laodicéia"
para o arrependimento. (Wallenkampf reconhece que esse
"anjo" é a liderança da Igreja Adventista do Sétimo
Dia, e que nossas décadas de negação têm produzido mornidão
em escala mundial e letargia na Igreja). A evidência é agora
clara de que Cristo já esperou demais. Ele não pode suportar
para sempre a Sua náusea.
Ocorre definido progresso no ano do Centenário de
1988. O enfoque de atenção denominacional a 1888, sua história
e sua mensagem, mesmo através de informação equivocada,
pode ser abençoado pelo Senhor para o despertamento de muitas
mentes. Especialmente os jovens que estão sendo confundidos
pelo adventismo contemporâneo ficarão intrigados pelo novo
candor. E o Espírito Santo permite até a publicação de
falsidades para serem superadas por mais profundas delineações
de verdade. (Wallenkampf ataca a idéia de arrependimento
coletivo mas dá clara evidência de que sinceramente não a
compreende. O difundido ridículo quanto a arrependimento
coletivo e denominacional em 1988 será superado pelo Espírito
Santo para despertar muitas mentes sérias levando-as a
ponderarem mais profundamente sobre o chamado de Cristo em
Apocalipse 3:19. É abominável para os líderes adventistas
acumularem desprezo sobre o Seu chamado).
É de se esperar que esta geração chegue a reconhecer
nossa verdadeira necessidade espiritual como um povo, e
experimente uma fome e sede pela justificação (pela fé) que
o Senhor em Sua grande misericórdia tentou nos dar. O
arrependimento não pode ser operado por nós próprios ou
mesmo forçado pela publicação da esmagadora evidência
documental. Permanece um precioso dom de Deus.
Esperamos e oramos para que Ele graciosamente o conceda
a esta geração.
___________________________________
1 J.
S. Washburn disse a estes autores do incidente em 1950, seu
contexto, porém, também apóia fortemente a Jones como
demonstrando suas "credenciais celestes" na época.
Ver transcrição da entrevista de 4 de junho de 1950
publicada no 1888 Message Study Committee Newsletter
[Boletim da Comissão de Estudo da Mensagem de 1888], 2934
Sherbrook Drive, Uniontown, Ohio 44685.
2 Fontes
para as citações de Knight e Ellen White se acham em A.
T. Jones: The Man and the Message (1888 Message Study
Committee, 2934 Sherbrook
Drive, Uniontown, Ohio, 1988).
3 Numa
carta a Jones muito depois de ele ter "apostatado"
Ellen White disse que ele "nunca havia sido inteiramente
convertido" (19 de novembro de 1911). Se o
"nunca" remonta ao tempo em que o Senhor o susteve
nos seus labores, temos um sério problema com o endosso de
Ellen White e com a obviamente contrita experiência de Jones
naquela época. A frase "nunca havia" mais
provavelmente faz referência à época de seus apelos a ele
no período pós 1900, quando era um homem que havia
"perdido suas estribeiras", e assim perdera sua
conversão.
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