Apêndice D
QUAL É O FUTURO DA IGREJA
ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA?
"O Senhor Jesus Cristo sempre terá um povo
escolhido para servi-Lo. Quando o povo judeu rejeitou a
Cristo, o Príncipe da Vida, Ele retirou deles o reino de Deus
e transferiu-o aos gentios. Deus continuará a trabalhar
desse modo com todo ramo de Sua obra. Quando
uma igreja se demonstra infiel à obra do Senhor, seja qual
for sua posição, embora elevado e sagrado seu chamado, o
Senhor não pode mais agir com ela. Outros então são
escolhidos para levar importantes responsabilidades. Mas, se
estes por sua vez não purificam suas vidas de toda ação
errada, se não estabelecem princípios santos e puros em
todos os seus limites, então o Senhor os afligirá e humilhará
dolorosamente e, a não ser que se arrependam, os removerá de
seu lugar e os fará um opróbrio." E.G.White, Olhando
para o Alto, Meditações Matinais 1983, p. 125.
É verdade que a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem
retardado a
proclamação ao mundo do evangelho eterno em sua pureza1.
Todos compartilhamos da responsabilidade por esse fracasso. Há
envolvimento coletivo. Ellen White freqüentemente comparava
nossas falhas com as do antigo Israel quando cada geração
compartilhava da culpa de seus pais em vista de que não
somente compartilhavam da mesma natureza humana caída, mas
exerciam a mesma descrença2.
Há muitas evidências trágicas de nossos deslizes, desobediência
ao Espírito de Profecia, e mesmo apostasia. Nossa história
do século passado desde 1888 é clara.
Significa isso que o Senhor rejeitou esta igreja ou sua
liderança? Ou se Ele já não o fez, fa-lo-á no futuro?
Estaria a
denominada Igreja Adventista do Sétimo Dia assinalada para o
fracasso?
Quando os que decidem seguir a Cristo protestam contra
o que crêem ser apostasia ou ações erradas na Igreja e se vêem
sob oposição, devem concluir que a situação é sem esperança?
Devem retirar o seu apoio e a condição de membro da Igreja?
É-nos dito no livro Atos dos Apóstolos, p. 11,
que "almas fiéis" têm sempre constituído a
verdadeira igreja. Um novo grupo ou confederação
independente constituída de "almas fiéis" poderia
completar a comissão evangélica deixando a Igreja
Adventista do Sétimo dia organizada para trás a desfazer-se
em apostasia terminal?
Se compararmos a Igreja com um navio, estaria destinada
a afundar como o Titanic? Ou poderia ser tomada de
assalto por uma tripulação amotinada? Deveriam "almas
fiés" abandonar o navio e pular para a água fria por
sua iniciativa? Não haverá algum "navio" nos últimos
dias, com cada antigo passageiro nadando individualmente ou
agarrando-se a pedaços da naufragada embarcação? Ou cada
passageiro se tornará um membro da tripulação e, sob a
liderança de Cristo como Capitão, navegarão um navio de
velas bem ajustadas ao porto?
Ellen White comparou a Igreja Adventista do Sétimo Dia
a uma "nobre embarcação que transporta o povo de
Deus", e declarou que velejaria "com segurança ao
porto"3. Qual é a verdadeira Igreja? É a Igreja organizada ainda o
cumprimento da profecia de Apocalipse 12 do "restante da
sua semente [da mulher], que guarda os mandamentos de Deus, e
o testemunho de Jesus Cristo" (vs. 17)? Ou seria o
verdadeiro "remanescente" meramente um grupo
difuso, não coeso, desorganizado, de "almas fiéis"?
Estas perguntas atingem a própria razão para nossa existência
como um povo por 150 anos.
Nenhuma pessoa inteligente ousaria dizer que uma ligação
nominal com a Igreja organizada pode garantir a salvação
pessoal de alguém. Logicamente não. Esta não é a questão.
A questão importante é se o pertencer à Igreja como membro
e apoiá-la são deveres válidos que o Senhor requer das
"almas fiéis". Qual é a "mente de
Cristo" com respeito à Igreja Adventista do Sétimo Dia?
Se pudermos determinar a resposta a essa pergunta, podemos
saber qual deve ser nossa "mentalidade" sobre ela.
Há diretrizes nas Escrituras que são de auxílio, bem
como numerosas declarações de Ellen White:
(1) A intenção de Deus sempre tem sido de que Seu
povo sobre a Terra seja uma "família" visível, denominada,
organizada. A razão disso é para que sejam Suas testemunhas,
agentes ganhadores de almas no mundo. A "semente" de
Abraão foi o antigo equivalente da Igreja. O Senhor lhe
disse: "Em ti serão benditas todas as famílias da
Terra. . . . Darei à tua descendência esta terra".
"Estabelecerei a Minha aliança entre Mim e ti e a tua
descendência no decurso das suas gerações . . . e da tua
descendência". "A Minha aliança . . . estabelecê-la-ei
com Isaque" (Gên. 12:3, 7; 17:7,21).
(2) Deus nunca mudou essa aliança e não pode
mudá-la. No decorrer de todos os séculos das apostasias do
antigo Israel e Judá, o Senhor permaneceu fiel a Sua
promessa. Nos dias de Elias e do apóstata rei Acabe e sua ímpia
esposa Jezabel, Israel era ainda Israel. No ponto mais baixo
da história de Judá, ao tempo de Jeremias, quando o Senhor
os entregou ao cativeiro sob Babilônia, eram ainda o povo
denominado do Senhor. Nunca se tornou Babilônia,
conquanto estivesse sob o cativeiro em Babilônia.
Somente aqueles que recusaram retornar ao final do Cativeiro
perderam o seu lugar na história. A aliança ainda se
estendia àqueles que retiveram sua identidade denominada, e
mediante eles o Messias finalmente veio.
(3) Isso não equivale a dizer que a descendência
carnal de Abraão fez com que qualquer indivíduo fosse um
herdeiro da aliança. A promessa sempre foi a de que "em
Isaque será chamada a tua descendência". "Os da
fé é que são filhos de Abraão" (Rom. 9:7; Gál.
3:7). O verdadeiro Israel sempre foi constituído por aqueles
que tinham a fé de Abraão. Mas sempre deveriam ser um povo
denominado, identificável, segundo o plano de Deus, de modo
que pudesse funcionar eficientemente para evangelizar o mundo.
Até a serva da esposa de Naamã preservou esse relacionamento
fiel em sua escravidão e ganhou almas4.
(4) A Igreja Cristã primitiva dos apóstolos não foi
um apêndice ou desdobramento de Israel. Era o verdadeiro
Israel. Isso se dava porque os seus membros conservavam a
fé de Abraão5. Desde o próprio início, quando Jesus chamou os primeiros
discípulos, Sua Igreja era uma corporação organizada,
denominada6.
Ao longo dos anos de Seu ministério terrestre era organizada
bem junto com Ele como sua Cabeça.
O Novo Testamento indica que nos tempos apostólicos a
Igreja também era altamente organizada e denominada, com apóstolos,
anciãos, mestres, evangelistas, diáconos, diaconisas e
outros com vários dons, todos operando num
inter-relacionamento disciplinado sob a direção do Espírito
Santo7.
Quando Saulo de Tarso foi convertido, o Senhor o trouxe à
imediata comunhão com Sua Igreja organizada8.
"Almas fiéis" verdadeiramente constituíam a
Igreja primitiva, mas aquela Igreja de modo algum era
desorganizada. Há numerosos exemplos de sua rígida
disciplina. Quando utilizada para deixar implícito que a
Igreja organizada não pode ser a verdadeira, a declaração
de AA, p. 11, sobre "almas fiéis", tem sido
distorcida de seu contexto.
(5) Os registros do cuidado de Deus sobre "a
mulher [que] fugiu para o deserto . . . mil duzentos e sessenta
dias" indicam que novamente
essa perseguida Igreja durante a Idade Média seguiu os
padrões neotestamentários de organização e disciplina9.
Os verdadeiros crentes sempre operaram como um corpo,
conquanto os detalhes precisos dos métodos de organização
variassem.
(6) Nos dias pioneiros dos adventistas do sétimo dia,
batalhas foram travadas sobre organização, com anarquistas
fanáticos se rebelando contra a disciplina apropriada dentro
da corporação10. O Espírito Santo impôs o Seu inegável selo
de aprovação sobre a necessidade de ordem. Nossos pioneiros
viram a Igreja Adventista do Sétimo Dia denominada em seu
estado organizado como cumprimento de Apocalipse 12:17 e
14:12. Eles a viram como divinamente designada para operar
eficientemente a fim de proclamar a mensagem ao mundo e
preparar um povo para a vinda do Senhor11.
Qualquer movimento que o Espírito Santo dirija deve
ser organizado e disciplinado, porque "Deus não é Deus
de confusão"12. O estabelecimento de mais de um século
da Igreja Adventista do Sétimo Dia entre tantas culturas
diferentes é claramente obra do Espírito Santo. Não existe
nenhum outro movimento de amplitude mundial ou corporação
de crentes que possa mesmo remotamente ser identificado como
cumprimento de Apocalipse 14:6-12. Ellen White nunca duvidou
de nossa identificação histórica13.
Aqui está uma corporação já em existência
soberbamente moldada pelo Senhor para cumprir a tarefa de
proclamação do "evangelho eterno". Nenhum
movimento independente ou desviado pode possivelmente crescer
dentro do tempo de vida de
alguém para tornar-se um instrumento tão potencialmente
eficiente de ganhar almas. Os verdadeiros adventistas do sétimo
dia estão mais preocupados com a honra e vindicação de
Cristo do que com sua própria recompensa pessoal. Pensam
primariamente em termos de realização de Sua comissão evangélica
para o mundo, antes que em sua própria segurança. Para eles,
o amor próprio deu lugar a uma experiência de ser crucificados
com Cristo. Estão "debaixo da graça", que é uma
nova motivação imposta por uma apreciação de Seu sacrifício,
em lugar de estar "debaixo da lei", sua motivação
anterior de preocupação espiritual centralizada no eu.
Suportam o mesmo teste que Moisés suportou. Quando
Deus Se dispôs a abandonar o Seu povo organizado de Israel
e fazer prosperar a Moisés como o líder de seus sucessores
desvinculados, Moisés preferiu ter o seu nome riscado do
livro da vida a ver a honra de Deus assim comprometida14. O "peneiramento" nos últimos
dias separará do povo de Deus todos cuja motivação mais
profunda seja mera preocupação com a própria segurança.
(7) Uma motivação "debaixo da lei" de
preocupação consigo deriva da falha em apreciar a justificação
pela fé. Isso tem envenenado a aplicação de nossos princípios
de organização eclesiástica. Tiago e Ellen White instavam
pelo reconhecimento de Cristo como o verdadeiro Líder da
Igreja:
"Em ocasião alguma durante o Seu ministério público
Cristo dá a entender que qualquer de Seus discípulos
devesse ser designado como líder dos demais. . . . E não há
sugestão de que os apóstolos de Cristo designassem um
deles sobre outro como líder. . . Cristo, portanto, é o líder
de Seu povo em todas as épocas. . . Cristo conduzirá o Seu
povo, se desejar ser conduzido." (Tiago White, RH de
1o de dezembro de 1874).
"Não era o desígnio de Deus que qualquer
sistema de organização existisse na Igreja Cristã que removesse
a liderança de Cristo.
"O ministro que se lança em qualquer Comissão de
Associação em busca da direção, retira-se das mãos de
Cristo. Que Deus conserve a nossa organização e o modo de
disciplina eclesiástica em sua forma original."
(ibid. 4 de janeiro de 1881).
Todavia, reconhecer a Cristo como Cabeça da Igreja que
dirige a sua organização requer submissão do coração a
Ele; isso se torna impossível quando o evangelho da justificação
pela fé não é claramente compreendido. A motivação de
"debaixo da lei" suplanta a motivação de
"debaixo da graça", e líderes e povo sofrem.
"Poder dominante" é exercido, e ministros e povo
aprendem a olhar aos homens falíveis em busca de liderança,
seguindo seus ditames e louvando-os. Um sutil culto a Baal
promove o amor do eu enquanto professando devoção a Cristo.
(A prática comum de funcionários de associação designar o
seu presidente como "o chefe" é exemplo de uma direta
violação do conselho de Cristo em Mateus 20:25-28). A motivação
de "debaixo da lei" pode permear tão profundamente
a Igreja que pessoas sinceras julgam quase impossível
conceber qualquer outro tipo de liderança eficaz15.
(8) Uma importante verdade que nos auxiliará a
entender a mente de Cristo para com a Igreja Adventista do Sétimo
Dia é nossa história relativa a 1888. A despeito de décadas
de mornidão no seu interior, o Senhor enviou o "começo"
da chuva serôdia por intermédio de delegados a uma assembléia
da Associação Geral. Ele honrou este povo com a "revelação
da justiça de Cristo" nessa "mensagem muitíssimo
preciosa" destinada a iluminar a terra com glória.
(9) A reorganização de 1901 tinha a intenção de
trazer reavivamento e reforma e um retorno à liderança de
Cristo operando mediante aqueles que criam em Sua palavra:
"Todos sois irmãos". Mas o reavivamento espiritual
não teve lugar. Foi somente um sonho, um "o que poderia
ter sido". O padrão de 1888 de descrença não foi
revertido16.
A assembléia da Associação Geral de 1903 foi vista
por alguns como um passo para trás. A atitude de Jones e
Waggoner para com a constituição
revisada foi considerada no capítulo 10 deste livro. Alguns
poucos uniram-se-lhes em suas convicções:
"Qualquer homem que já leu essas histórias
[Neander, Mosheim] não poderá chegar a nenhuma outra conclusão
senão a de que os princípios que estão para ser
introduzidos mediante esta proposta constituição [1903] . .
. são os mesmos princípios, e introduzidos precisamente da
mesma maneira, como se deu centenas de anos atrás quando o
Papado foi criado. . . . No momento em que a votais estareis
recuando para onde estivestes dois anos atrás e antes disso."
(P. T. Morgan, GCB 1903, p. 150).
"Irmãos, a coisa a fazer é voltar aonde
estivemos dois anos atrás na questão de reorganização, e
assumi-la, e levá-la adiante, e dar-lhe uma chance porque
aqueles que têm ocupado posições de responsabilidade têm
admitido que não a adotaram à risca por não crerem que
fosse possível. Eu creio que é possível." (E. A. Sutherland, ibid. pp. 168, 169).
(10)
Se acreditasse que a revisão de 1903 fosse um erro, Ellen
White não se teria a ela oposto publicamente, embora
algumas de suas declarações posteriores possam ser aplicadas
como sendo uma desaprovação. Contudo, o fato importante a
ser observado é que ela não retirou o seu apoio da igreja
organizada seguindo-se a 1903, tendo, antes, a ela permanecido
fiel e leal até sua morte em 1915. Isso se deu a despeito do
fato de que estava profundamente desapontada com os resultados
espirituais da assembléia de 190117. O Senhor prosseguiu ao longo de todos aqueles
anos a honrar esta Igreja com o ministério de Sua mensageira.
A solução ao nosso problema não consiste em destruir
ou alterar o sistema mecânico de nossa organização
constitucional, mas em achar arrependimento e reconciliação
com Cristo dentro dela. Tudo é fútil a menos que o machado
seja lançado à raiz da árvore. Fraquezas ou erros em
organização serão retificados quase que da noite para o dia
quando o Espírito Santo tiver êxito em conduzir-nos ao
arrependimento.
(11) Literalmente, milhões de pessoas podem testificar
de que a única agência que os conduziu a um conhecimento
do evangelho eterno de Apocalipse 14 é a Igreja Adventista do
Sétimo Dia, a despeito de suas falhas. A melhor esperança de
uma proclamação final de êxito da última mensagem ao mundo
é uma arrependida Igreja Adventista do Sétimo Dia que não
somente proclama a mensagem com clareza de cristal, mas
demonstra além de questionamento que ela funciona. Essa era a
convicção de Ellen White; em meio à era de descrença de
1888 ela tinha esperança pela reforma:
"Deus está à frente da Obra e Ele porá tudo
em ordem. Se questões requererem ajuste na direção do trabalho,
Deus cuidará disso e operará para consertar todo erro. . .
Deus conduzirá a nobre embarcação ao porto seguro."
(2SM 390; 1892).
"Conquanto haja males existindo na Igreja e
haverá até o fim do mundo, a Igreja nestes dias finais deve
ser a luz do mundo que está poluído e desmoralizado pelo
pecado. A Igreja, débil e defeituosa, carecendo de
reprovação, advertência e aconselhamento, é o único
objeto sobre a Terra a que Cristo dedica Seu supremo interesse.
. . Que sejamos todos cuidadosos para não levantar um clamor
contra o único povo que está preenchendo a descrição dada
do povo remanescente que guarda os mandamentos de Deus e tem a
fé de Jesus, que está exaltando o padrão de justiça
nestes últimos dias. Deus tem um povo distinto, uma Igreja
sobre a Terra, que não vem em segundo lugar para nenhuma
outra, antes é superior a todas em sua facilidade para
ensinar a verdade, vindicar as leis de Deus. . . Que todos nos
unamos com esses agentes escolhidos." (TM 49, 57, 58;
1893).
"Quando alguém está se apartando do corpo
organizado do povo de Deus observador dos mandamentos, quando
começa a pesar a Igreja em suas balanças humanas e começa a
pronunciar julgamento contra
ela, podeis saber então que Deus não o está
conduzindo." (3 SM 18; 1893).
"A vitória acompanhará a mensagem do terceiro
anjo. Tal como o Capitão do exército do Senhor derribou os
muros de Jericó, assim o povo observador dos mandamentos de
Deus alcançará triunfo e todos os elementos opositores serão
derrotados." (TM 410; 1898).
"Nunca fiquei mais atônita em minha vida do
que com a maneira a que chegaram as coisas nesta assembléia
[de 1901]. Este não é nosso trabalho. Deus tem trazido à
tona. . . Desejo que todos vos lembreis disto, e desejo que
também vos lembreis que Deus declarou que curará as feridas
de Seu povo." (GCB 1901, pp. 463, 464).
Tenham essas "feridas" sido curadas em 1901
ou depois disso, podemos animar-nos com a garantia de que
"Ele as curará". Após 1901 e 1903 Ellen
White emitiu algumas das mais contundentes declarações de
sua vida identificando esta Igreja organizada como a
verdadeira, e assegurando o seu triunfo final no ministério quando
o arrependimento permear a corporação:
"Não podemos nos desviar do fundamento que
Deus estabeleceu. Não podemos agora
[1905, não fala sobre o futuro. Ênfase do Editor.] entrar em
qualquer nova organização; pois isso significaria apostasia
da verdade." (Ms. 129, 1905).
"Sou instruída a dizer aos adventistas do sétimo
dia ao redor do mundo que Deus nos chamou como um povo para
ser um tesouro peculiar para Si. Ele designou que a Sua Igreja
sobre a terra permaneça perfeitamente unida no Espírito e
conselho do Senhor dos exércitos até o tempo do fim."
(2 SM 397; 1908).
"O temor de Deus, o senso de Sua bondade,
circularão mediante toda instituição [adventista do sétimo
dia]. Uma atmosfera de paz há de prevalecer em todo
departamento. Cada palavra dita, toda obra realizada, terá
uma influência que corresponde à influência do céu. . . .
Então a obra seguirá adiante com solidez e dupla força. Uma
nova eficiência será concedida aos obreiros em toda linha. .
. . A Terra será iluminada com a glória de Deus, e
tocar-nos-á testemunhar a breve vinda, em poder e glória, de
nosso Senhor e Salvador." (MM 184, 185; 1902).
"Sou encorajada e abençoada ao reconhecer que
o Deus de Israel está ainda guiando o Seu povo e que Ele
continuará a estar com ele, até o fim." (comentários
à assembléia da Associação Geral de 1913; LS 437, 438).
Ela claramente definiu o "povo de Deus" como
"esta denominação". W. C. White escreveu o
seguinte poucas semanas antes de sua morte:
"Relatei à [Sra. Lida Scott] como Mamãe
considerava a experiência da Igreja remanescente, e seu positivo
ensino de que Deus não permitiria que esta denominação
apostatasse tão inteiramente que viesse a existir outra
Igreja." (Carta, 23 de maio de 1915).
Um hospital é um local onde pessoas doentes podem
receber tratamento médico a fim de serem restauradas à saúde.
A vida do paciente é de suprema importância. A Igreja que
deve tornar-se a Noiva de Cristo está doente; ela carece de
cura. Lealdade a Cristo requererá lealdade a Sua futura
Noiva, uma cooperação integral para assegurar-lhe a cura.
Nós que temos servido como missionários na África,
temos visto como a lealdade a Cristo (ou sua falta) opera nos
corações humanos. Funcionários "cristãos de
arroz" insconscientemente demonstram seu verdadeiro espírito
ao falarem da Igreja como "vós" ou
"eles". Não poderiam revelar menos interesse por
sua honra ou prosperidade. Mas os verdadeiros crentes em
Cristo manifestam uma unidade corporativa com a Igreja,
falando dela instintivamente como "nós". Estão
mais preocupados por sua honra como representando a Cristo do
que por sua própria recompensa pessoal.
(12) Qual é o significado de as promessas de Deus
serem condicionais? Deveríamos tomar uma atitude de esperar
para ver e reter nossa lealdade e apoio até que tenhamos evidência
de que a Igreja tem cumprido as condições? A declaração
seguinte destaca as condições:
"Estamos longe de onde deveríamos estar
tivesse nossa experiência cristã se harmonizado com a luz e
oportunidades a nós dadas. . . . Tivéssemos caminhado na luz
que nos foi concedida, .
. . nossa vereda teria brilhado mais e mais. . . .
"Nas balanças do santuário, a Igreja Adventista
do Sétimo Dia deve ser pesada. Ela será julgada pelos privilégios
e vantagens de que dispunha. . . Se as bênçãos conferidas não
a qualificarem a realizar o trabalho que lhe foi confiado,
sobre ela será pronunciada a sentença, 'Achada em falta'."
(8T 247).
Todas as promessas de Deus feitas ao antigo Israel não
foram menos condicionais. Geração após geração foi
"achada em falta" e morreram como fracassos. A história
de Cades-Barnéia foi repetida muitas vezes, quando uma geração
inteira, exceto dois indivíduos, tiveram que perecer no
deserto. Não obstante, o Deus observador do concerto
permaneceu fiel a Israel quando este Lhe foi desleal. Ele
sempre tentou novamente com uma nova geração. Nunca
ordenou que outro povo tomasse o lugar da "semente de
Abraão".
O fato de o antigo Israel ter falhado repetidas vezes
como tem falhado a Igreja em tempos modernos não significa
necessariamente que o padrão de deslize e apostasia continuará
para sempre. As falhas coletivas do povo de Deus têm sempre
envolvido o santuário celestial em contaminação; Satanás
tem tido ocasião de atribuir a Deus a responsabilidade pelo
fracasso de Seu povo.
O fundamento da Igreja Adventista do Sétimo Dia é uma
crença nas boas novas de Daniel 8:14, "E o santuário
será purificado". Então essa constante nuvem de
fracasso que tem pairado sobre o Israel de Deus será levantada;
e o nome de Deus será reivindicado na medida em que o Seu
povo demonstre que o Seu plano de salvação é um sucesso;
o sacrifício de Cristo será, então,
reivindicado. Uma atitude cínica que declare:
"Suponha que a Igreja falhe e que as condições não
sejam preenchidas" é o mesmo que dizer: "Suponha
que o santuário não será purificado". A honra de Deus
requer que ele seja purificado!
Esta é a derradeira questão no grande conflito. Temos
o privilégio de postar-nos em absoluta lealdade a Cristo e a
Sua futura Esposa.
O testemunho citado acima é intitulado "Seremos
Achados em Falta?" Ellen White respondeu a sua própria
indagação ao concluir o capítulo:
"Quando a purificação tiver lugar em nossas
fileiras, não mais descansaremos e teremos paz. . . . A menos
que a Igreja, que está agora
sendo levedada com sua própria apostasia, se arrependa e se
converta, comerá do fruto de sua própria feitura, até que
se aborreça a si mesma. Quando ela resiste ao mal e escolhe o
bem, quando ela busca a Deus com toda a humildade, e alcança
o seu alto clamor em Cristo, permanecendo sobre a plataforma
da verdade eterna, . . . será curada. Ela aparecerá em sua
simplicidade e pureza dadas por Deus, separada de embaraços
terrenos, revelando que a verdade a tornou verdadeiramente
livre. Então os seus membros serão verdadeiramente
escolhidos de Deus, Seus representantes.
"É chegado o tempo para que uma reforma integral
tenha lugar. Quando essa reforma começar, o espírito de
oração operará em todo crente, e banirá da Igreja o espírito
de discórdia e luta. . . . Não haverá confusão, porque
todos estarão em harmonia com a mente do Espírito. . . Todos
orarão compreensivelmente a oração que Cristo ensinou a
Seus servos: `Venha o
Teu reino, faça-se a Tua vontade, assim na terra como no céu'."
(ibid., pp. 250, 251).
Nosso dever agora é remover todo embaraço dentro da
Igreja que tem impedido que "plena reforma tenha
lugar", e aprender a orar a oração do Senhor.
__________
1Ev
694-697
2Ver
capítulo 4 deste livro.
3 2SM
390; 1892.
4 Ver
2 Reis 5.
5 Gálatas
3:7-9, 29.
6 AA
18; DA 29.
7 1
Cor. 12:1-28; Efés. 4:8-16; 1 Tim. 3:1-15; Tito 1:5-11.
8 Atos
9:10-19; AA 122, 163.
9 Cf.
GC 62, 63, 67-69.
10 TM
26-29.
11 FE
254; 1 T 271, 413; 3T 501.
12 1
Cor. 14:33.
13 Ver
por exemplo 9T 19; 1 T 186-187; 1 SM 91-93; 7BC 959-61.
14 Êxodo
32.
15 Ver
TM 359-364.
16 8T
104-106; Carta de EGW ao juiz Jesse Arthur, 5 de janeiro de
1903.
17 Ibid.
|