Comentários da Lição 9, para 1° de março de 2003: "O Sinal da Aliança"

 

E também lhes dei os Meus sábados, para que servissem de sinal entre Mim e eles; para que soubessem que Eu sou o Senhor que os santifica. - Ezequiel 20:12

Dado ao mundo como o sinal do Criador, o sábado é também o sinal de Deus como nosso Santificador. O Poder que criou todas as coisas é o que torna a restaurar a alma à Sua própria semelhança. Para os que guardam o sábado, esse dia é o sinal da santificação. A verdadeira santificação consiste na harmonia com Deus, na imitação de Seu caráter. Essa harmonia e semelhança são alcançadas pela obediência aos princípios que são a transcrição de Seu caráter. E o sábado é o sinal da obediência. Aquele que de coração obedecer ao quarto mandamento, obedecerá toda a lei. Será santificado pela obediência.

A nós, como a Israel, o sábado é dado "em concerto perpétuo". Êxo. 31:16. Para os que reverenciam o Seu santo dia, o sábado é um sinal de que Deus os reconhece como Seu povo eleito, o penhor de que cumprirá para com eles Seu concerto. Qualquer alma que aceitar esse sinal do governo de Deus, coloca-se a si mesma sob o concerto divino e perpétuo. Liga-se assim à áurea cadeia da obediência, cada elo da qual representa uma promessa. - Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 17

 

A eterna lei de Deus

A lei de Deus existia antes de o homem ser criado. Os anjos eram governados por ela. Satanás caiu porque transgrediu os princípios do governo de Deus. Depois que Adão e Eva foram criados, Deus os fez conhecer Sua lei. Ela não estava escrita, mas foi-lhes relatada por Jeová.

O sábado do quarto mandamento foi instituído no Éden. Depois de haver Deus feito o mundo e criado o homem sobre a Terra, fez o sábado para o homem. Após o pecado e a queda de Adão, coisa alguma foi tirada da lei de Deus. Os princípios dos Dez Mandamentos existiam antes da queda e eram de caráter apropriado à condição de uma santa ordem de seres. Depois da queda os princípios desses preceitos não foram mudados, mas foram dados preceitos adicionais que viessem ao encontro do homem em seu estado decaído. ...

Se a lei de Deus não tivesse sido transgredida, jamais teria havido morte, nem teriam sido necessários preceitos adicionais para se ajustarem à decaída condição humana.

Adão ensinou a seus descendentes a lei de Deus, que foi transmitida aos fiéis através de sucessivas gerações. - História da Redenção, págs. 145 e 146

 

Entrando no repouso divino

Em Cristo fomos criados para as boas obras que Deus preparou anteriormente para nós [Efésios 2:10]. Devemos simplesmente aceitá-las pela fé. Aceitar estas boas obras é aceitar a Cristo. Quando Deus preparou estas boas obras para nós? "Embora as Suas obras estivessem acabadas desde a fundação do mundo. Porque em certo lugar disse assim do dia sétimo: E repousou Deus de todas as Suas obras no sétimo dia. E outra vez neste lugar: Não entrarão no Meu repouso" (Hebreus 4:3-5). "Porque nós, os que temos crido, entramos no repouso" (verso 3).

Portanto, o sábado –o sétimo dia da semana– é o repouso de Deus. Deus deu o sábado como um sinal por meio da qual o homem pudesse saber que Ele é Deus, e que é Ele quem nos santifica (Ezequiel 20:12,20). A observância do sábado não tem absolutamente nada a ver com a justificação pelas obras, bem pelo contrário, é a marca e selo da justificação pela fé; é o sinal de que o homem despreza as suas próprias obras pecaminosas e aceita as obras perfeitas realizadas por Deus [ou seja, que só Ele é poderoso para nos salvar perfeitamente, Hebreus 7:25]. Visto que o sábado não é uma obra, mas um repouso, é o sinal do nosso repouso em Deus, pela fé em nosso Senhor Jesus Cristo.

Nenhum outro dia da semana que não seja o sétimo, pode ser o sinal do perfeito repouso em Deus, já que somente neste dia repousou Deus de todas as Suas obras. Este é o descanso do sétimo dia, sobre o qual declara que os que não crêem não podem entrar [Hebreus 3:19]. Só este, de entre os dias da semana, é o dia de repouso, e está inseparavelmente relacionado com a perfeita obra de Deus.

Nos outros seis dias, incluindo o primeiro, Deus realizou obras. Nestes dias nós também podemos e devemos fazer o mesmo. Entretanto, em cada um deles, podemos e devemos também descansar em Deus. Isto ocorrerá assim se as nossas obras "são feitas em Deus" (João 3:21). Assim, o homem deve descansar em Deus cada dia da semana, mas somente o sétimo dia pode ser o selo deste repouso.

Precisamos destacar duas coisas, como conclusões evidentes das verdades que consideramos. Primeiro: se alguém separar outro dia diferente do sábado, como sinal de aceitação de Cristo e de repouso em Deus, através dele, isto é na realidade um sinal de rejeição a Deus. Visto que tal coisa significa substituir o caminho de Deus pelo do homem, significa na realidade o sinal de o homem pensar que é superior a Deus [que sabe melhor do que Ele o que deve fazer], e da noção de que o homem pode salvar a si mesmo por suas próprias obras. Nem todos os que observam um dia diferente do sábado o fazem tendo consciência disto, com certeza. Há muitos que amam sinceramente ao Senhor, que O aceitam humildemente, e que no entanto observam um dia diferente daquele que Deus escolheu como o selo do repouso nEle. É porque, simplesmente, ainda não aprenderam a expressão plena e cabal da fé em Cristo. Mas a sua sinceridade, e o fato de que Deus aceita a sua fé não fingida, não muda o fato de que o dia que eles observam é o símbolo da exaltação do homem acima de Deus. Quando ouvirem a advertência da misericórdia de Deus, irão abandonar o símbolo da apostasia [rebelião] como fariam com um copo de água, ao saberem que está contaminada.

O outro ponto é que ninguém pode ser forçado a guardar o sábado, porque este é um sinal da fé, e ninguém pode ser forçado a crer. A fé vem espontaneamente como resultado de ouvir a palavra de Deus [Romanos 10:17]. Ninguém pode nem sequer forçar a si mesmo a crer, e muito menos forçar a outro. Violentando a um homem, ele pode ser levado pelo medo até o ponto de lhe fazer dizer que crê, e que age como se cresse. Quer dizer, o homem que teme ao homem mais que a Deus, pode ser forçado a mentir. Mas "nenhuma mentira vem da verdade" (I João 2:21). Portanto, visto que o sábado é o sinal da perfeita fé, é o sinal da perfeita liberdade –"a liberdade da glória dos filhos de Deus" ou "a gloriosa liberdade dos filhos de Deus" (Romanos 8:21) – a liberdade que o Espírito concede; já que o sábado, sendo parte da lei de Deus, é espiritual. E assim, finalmente, que ninguém engane a si mesmo pensando que a observância exterior sequer do dia de repouso escolhido por Deus –o sétimo dia– sem fé e confiança somente na palavra de Deus, significa guardar o sábado de Deus. Porque "tudo o que não é de fé é pecado" [Romanos 14:23]. - Bible Echo [Eco Bíblico], 17 de agosto de 1896 - Ellet J. Waggoner, Lições sobre a fé, págs. 76-78.

 

As obras de Deus

Tem sido indagado: "Que faremos para realizar as obras de Deus?" A resposta de Jesus é: "A obra de Deus é está, que creiais nAquele que por Ele foi enviado". João 6: 28 e 29. A fé age. Gálatas 5: 6, I Tessaloni­censes 1: 3. Ela traz as obras de Deus ao crente, uma vez que traz a Cristo para dentro do coração (Efésios 3: 17), e nEle está toda a plenitude de Deus. Colossenses 2: 9. Jesus Cristo é "o mesmo ontem, hoje e eternamente". Hebreus 13: 8. Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo. Semelhantemente, ao Cristo habitar em nossos corações pela fé, as obras de Deus se manifestam na vida, "porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade". Filipenses 2: 13. Como Deus realiza isso é-nos oculto. Pela fé aceitamos o dom pronunciado desde "a fundação do mundo. Porque em certo lugar assim disse, no tocante ao sétimo dia: E descansou Deus, no sétimo dia, de todas as obras que fizera. E novamente, no mesmo lugar: Não entrarão no Meu descanso". Hebreus 4: 4 e 5 - ou seja, o descrente não entrará no descanso de Deus. Mas "nós, porém, que cremos, entramos no descanso". Hebreus 4: 3-5. O sábado, portanto - o sétimo dia da semana - é o descanso de Deus.

Deus concedeu o sábado como um sinal pelo qual os homens pudessem saber que Ele é Deus, e que o santificou. Ezequiel 20: 12 e 20. A observância do sábado nada tem a ver com justificação pelas obras, mas é, pelo contrário, o sinal e selo da justificação pela fé; é um sinal de que o homem renuncia a suas próprias obras pecaminosas e aceita as obras perfeitas de Deus. Uma vez que o sábado não é uma obra, mas um descanso, é a marca do repouso em Deus mediante a fé em nosso Senhor Jesus Cristo. Nenhum outro dia, além do sétimo dia da semana, pode apresentar-se como a marca do perfeito descanso em Deus, porque nesse dia somente Deus des­cansou de todas as Suas obras. Os evolucionistas ou incrédulos não podem entrar no descanso divino do sétimo dia. Deus trabalhou nos demais seis dias, incluindo o domingo. "Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra". Êxodo 20: 9.

 

A santificação de Deus

Quem quer que separe outro dia rejeita a santificação de Deus e estabelece suas próprias obras como sua justiça, o que não é verdadeira justificação em absoluto, mas é uma exaltação de si próprio acima de Deus, uma rejeição da fidelidade de Deus. Assim como a fé não pode ser forçada, entrar no descanso sabático de Deus não pode ser forçado; é um sinal de perfeita fé, o sinal de perfeita liberdade na criação e recriação de Cristo. Mas sem fé, é possível mesmo guardar o sábado, tal como os judeus falharam em realizar a bondade de Deus no sábado (Jesus declarou que era lícito fazer o bem no sábado), e falharam em entrar na bondade de Deus e em Seu descanso. O que quer que não seja da fé na palavra de Deus somente, é pecado.

Os judeus repousaram de suas próprias obras, suas próprias regras sabáticas (suas próprias palavras), acrescentando à Palavra de Deus e dela subtraindo (tal como os observadores do domingo fazem hoje, acrescen­tando às Escrituras aquilo que delas não consta a fim de fazer vigorar as tradições da Igreja Romana--salvação pelas obras--sobre o povo), e deixaram de entrar no descanso de Deus. Pela fé somente Cristo entrou nesse des­canso, submetendo-Se à perfeita obediência a Seu Pai. O caminho da santidade é consagrado pelo sangue dAquele que jamais vacilou em Sua perfeita fidelidade à vontade de Seu Pai.

A observância do sábado se torna um deleite, um memorial da palavra do poder criativo de Deus no iní­cio e um memorial de sua criação à semelhança do caráter justo de Seu próprio Pai celestial. Se você for um evo­lucionista, sua observância sabática será uma fraude. "O justo viverá pela fé". Romanos 1: 17; Gálatas 3: 11; Hebreus 10: 38. Dia após dia devemos reconhecer a nova criação da palavra de Deus em nós, o poder de Deus para salvação. "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isso não vem de vós, é dom de Deus; não de o­bras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dEle, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas". Efésios 2: 8-11.

Não deve esperar conseguir qualquer boa obra de si próprio. Por que tentar quando sabe que falhará? Nunca haverá qualquer coisa boa em você, de qualquer sorte, pois de agora até o fim do mundo, a menos que seja ali criada pelo próprio Criador, e receba Sua palavra criativa, "habite ricamente em vós a palavra de Cristo". Colossenses 3: 16. Então essas boas obras aparecerão em você, um cristão, vivendo pela graça mediante a fé. Realize somente as obras que Jesus criou em você, e não cumprirá as "inclinações da carne", mas será feito realização dEle, "criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas" [Efésios 2:10].

"E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo". Efésios 4: 7. O dom que Deus deu é Seu unigênito Filho, e "nEle habita corporalmente toda a plenitude da Divindade". Colossenses 2: 9. A graça é, portanto, dada sem medida a cada um de nós, devido à imensa bondade de Deus! "A graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens". Tito 2: 11. Se vamos recebê-la, essa é outra questão. Deus deseja que sejamos perfeitos: "Sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste". Mateus 5: 48. A fim de cumprir isso, Ele nos tem dado a todos a graça de que dispõe "com vistas ao aperfeiçoamento dos santos... até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, na medida da esta­tura da plenitude de Cristo". Efésios 4: 12 e 13. Receba a livre graça de Deus na medida em que Ele a tem conce­dido, não na medida em que pensa que a merece. Isso o tornará semelhante a Jesus. "Oferecei-vos a Deus". Ro­manos 6: 13. "Também vos exortamos a que não recebais em vão a graça de Deus". II Coríntios 6: 1. - Ellet J. Waggoner, Lições sobre a fé -- Tradutor: Matheus. E-mail: EvangelhoEterno@aol.com

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